1 de outubro de 2014

SHADOWS LEGACY: METAL TRADICIONAL SIM, MAS OLHANDO PRA FRENTE

Quinteto mescla influências variadas, que vão do thrash e hard rock em seu disco de estreia, “You’re Going Straight to Hell”

Por João Messias Jr

If You're Going Straight to Hell
Divulgação
O que  chateia nesse universo do rock e metal são pessoas que se contentam em ouvir a mesma coisa sempre, não abrem a mente para conhecerem outras alternativas. O mesmo se aplica para determinadas bandas, que não acrescentam NADA a sua música, fazendo um café requentado e de péssimo gosto do que foi produzido nos anos 70 e 80. Porém, temos pessoas que não se contentam em trilhar o caminho dos consagrados e com isso, agregam diferentes sonoridades e texturas para fugirem do lugar comum, como o quinteto Shadows Legacy (ex-Legacy) em seu primeiro álbum, “You’re Going Straight to Hell”.

Do Mato Grosso do Sul, e formado atualmente por Wille Cardoso (voz), Max (guitarra), Leandro (guitarra), Luciano (baixo) e Augusto (bateria), mandam uma música que tem como base o metal tradicional dos anos 80, que durante todo o trabalho é possível ouvirmos passagens do mais puro rock and roll, hard rock e thrash. Este último inclusive aparece na faixa titulo, que lembra um Dio inspirado na "Bay Area". Outro momento digno de nota fica para a balada “I Remember My Friend”, que começa acústica e vai ganhando força e peso, com um ótimo refrão e solos de puro feeling. 

O lado mais hard fica por conta de “Rage and Hate”, cuja alternância de vozes, faz com que a música cresça durante a audição.

Só que a base do álbum  é o metal tradicional e a parte final do trabalho emocionará os fãs do estilo. Principalmente os solos maidenianos de “The Sky Is Falling Down” e a empolgante “Sacred Fire”. Falando na donzela, o ex-vocalista Blaze Bayley participa em “Hate Within”, que não fez feio, embora a canção se destaque pelas cordas inspiradas. Mas a combinação de tudo aparece na última faixa do CD, "We Are the Legacy", que acaba sendo a melhor do material apresentado por apresentar os estilos em harmonia.

A única coisa que o grupo, na verdade o vocalista precisa melhorar é a pronúncia, que em alguns momentos está “seca", que tem tudo para mudar esse quadro com o ritmo de shows, turnês e gravações.

Enfim, não é necessário criar um estilo novo dentro do rock/metal, mas como dizia Raimundo Nonato no filme 'Estômago': "Tudo que tem cebola e pimenta do reino ganha mais sabor". E o pessoal da Shadows Legacy faz uma mistura com muitos temperos, o que agrega personalidade ao trabalho, mesmo sabendo que criar algo original seja uma tarefa praticamente impossível.

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