13 de fevereiro de 2020

E SE...

Chilenos acrescentam melodias e passagens trabalhadas em meio a tempestade thrash

Por João Messias Jr.


É sabido que o metal é cheio de histórias, com algumas delas que aparecem aquela expressão "E se", que é o enredo da resenha de hoje, com a banda chilena Necrosis. Formada lá nos anos 80, foi uma das promessas do metal sul americano, inclusive tendo feito shows no território brasileiro promovendo o álbum The Search. Um excelente disco com grandes momentos, como a faixa título, Kingdom of Hate e o belíssimo instrumental Golden Valley. Um álbum quase perfeito, pois esbarrava numa gravação ruim, que não fazia jus ao material.

Nessa época, eles seriam a banda de abertura do Kreator em São Paulo, que teria tudo para alavancar a carreira dos chilenos. Teria porque, os germânicos não tocaram por aqui, numa conversa que gerou versões que a banda não queria tocar aqui, que foi um show fantasma. Enfim, depois disso o quarteto alemão veio aqui diversas vezes, se consolidando como um dos maiores nomes do thrash metal. Mas e o Necrosis?

Após a frustração, passaram por um longo hiato e desde 2009 retornaram, tendo como registro mais recente o álbum de 2015, chamado Age of Decadence.

Victor Contreras (guitarra), Sergio Aravena (guitarra), Jorge Luis Jones (vocal), Andy Nacrur (bateria) e Patricio Ahumada (baixo), mantiveram o pique thrash, mas explorando novas possibilidades, flertando com outros estilos, como o hardcore, presente nas linhas vocais de Insolence. Uma levada mais rock and roll ouvimos em Furia, que ainda apresenta um belo sincronismo de guitarras.

Só que não há de negar que as melhores são os petardos thrash como a irada The Ovalo Prison, dona de uma pegada Annihilator e a visceral Crush Like Rats.

Um álbum que com certeza agradará aos fãs do estilo, mas que embora transborde competência, ficará marcada por ter sido um dos grupos que estava presente no episódio do Kreator.

Será que com a vinda dos alemães, eles teriam impulsionado sua carreira?

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