5 de dezembro de 2016

NÃO SE LEVE PELAS APARÊNCIAS

Heavy simples e bem elaborado é a receita do quinteto paulista

Por João Messias Jr.

Ao ver a capa do debut do Aeon Prime, a primeira coisa que me veio na mente foi uma banda progressiva na linha Shadow Gallery ou alguma outra do saudoso selo Magna Carta. Porém, ao colocar o disquinho para rodar, nada disso se confirma.

Adeptos do Heavy Metal Tradicional, o quinteto formado por Michel de Lima (voz), Yuri Simões (guitarra), Felipe Mozini (guitarra), André Fernandes (baixo) e Rafael Negreiros aposta na simplicidade e tem a favor o fato de não querer soar como um grupo dos anos oitenta.

Apesar de algumas coisas a serem melhoradas, a bolachinha chama a atenção primeiramente pela excelente produção, a cargo de Pedro Esteves (Liar Symphony), além da colaboração de membros do Hardshine, Leandro Caçoilo e Anderson Alarça. Algumas músicas chamam a atenção logo de cara, como a longa About Dreams and Lies e a belíssima Ghost, cuja interpretação vocal e as guitarras cheias de melodia são os pontos altos. Outros pontos de destaque ficam por conta de Future Into Dust e o encerramento com a energética e diferente In the Dephts of Me.

Talvez desaponte quem olhou a capa e esperou por algo diferente, mas é uma banda com qualidades....e que venham futuros trabalhos.

2 de dezembro de 2016

NO MESMO NÍVEL DOS CLÁSSICOS

Disco de retorno contém a mesma energia dos primeiros trabalhos

Por João Messias Jr.

Quando temos notícia de um grupo clássico que retoma as atividades, a pergunta que cola na cuca é: "Será que os caras ainda tem o mesmo pique?". Indagação que coça a cabeça ainda mais sabendo se as formações são de estilos mais viscerais.

Como o Lobotomia. Do ABC paulista, os caras tem na bagagem discos clássicos como Lobotomia (1986) e Nada é Como Parece (1988) e após algumas idas e vindas além de uma nova formação soltam um novo registro em quase uma década. Chamado Desastre, chama a atenção logo de cara pelo acabamento em digipack e pelo capricho da capa e encarte.

Sim, a boa impressão permanece nas músicas, que receberam uma boa produção. Contando na época com Edu Vudoo (voz), Guilherme Goto (guitarra), Gabriel Kaspar (baixo) e Grego (bateria e único membro original), mantém a empolgante linha musical que passeia entre o Metal, Hardcore e Crossover, mas com aquele algo a mais que deixa todo os fãs de música pesada satisfeitos.

Em especial as linhas de guitarra, que segue a linha dos primeiros tempos do Hardcore (DRI/Agnostic Front)  com a malícia dos tempos atuais. Fusão que nos faz balançar a cabeça de forma imediata que somada as canções, faz o grupo ter em mãos músicas fortes como Desastre Nuclear e Engrenagem da Maldade, que tem um puta refrão e uma letra consciente e reflexiva.

Não se engane com o início lento de Terra Sagrada, que vira uma tijolada que tem riffs levada vocal insanas. 

Voodoo Império do Terror manda o disquinho lá nas alturas enquanto Quem Vai Ganhar? coroa esse belo trampo de retorno dos caras, que mantiveram a essência dos primeiros dias, sem ter medo de atualizar sua música.

Atitude de quem está nessa por amor e não pelo dinheiro!
lobotomiahc.wix.com/lobotomia

1 de dezembro de 2016

ADRENALINA THRASH

Novo álbum do grupo catarinense aposta em canções energéticas e viscerais

Por João Messias Jr.


Tirando o Death Angel, que fez um álbum excelente, a verdade é que os medalhões do estilo não fazem faz tempo um trabalho digno de nota máxima. Se por um lado isso é ruim, pois mostra que o tempo chega para todos, o bom é que nos faz olhar para outras direções e a consequencia é conhecer outras possibilidades de dolorir seu pescoço.

Não é novidade dizer que o Thrash nacional há tempos vem mostrando ao mundo o seu valor. Bandas como Woslom, Executer, Forka, Blackning e Ancesttral cada uma a sua forma aponta novos caminhos para o estilo e aos poucos cravam seu espaço na cena. Porém, lá de Santa Catarina, os thrashers do Jailor me chamaram a atenção em seu segundo álbum.

Dono de uma capa maravilhosa, Stats of Tragedy tem tudo para ser lembrado como um clássico do estilo. Além da imagem pra lá de chamativa, as músicas são movidas pela adrenalina, ou seja, feitas para fazer o pescoço doer.

Mesclando referências como Slayer (a principal) e pinceladas de Forbidden, Deliverance e Kreator, o quinteto formado por Flavio Wyrwa (voz), Alessandro Guima (guitarra), Daniel Hartkopf (guitarra), Emerson Niederauer (baixo) e Jefferson Verdani (bateria) se concentraram em canções feitas para tocar ao vivo, como na trinca inicial Human Unbeing, Stats of Tragedy e Throne of Evil. Todas com o destaque para os vocais gritados a lá Tom Araya.

Só que a boa impressão não fica apenas no começo. Jesus Crisis e as viciantes Ephemeral Property e Six Six Sickness são outros pontos altos desse disquinho, onde a banda acerta a mão em todos os detalhes...principalmente se pensarmos que a exceção da intro G.O.D., todas as faixas tem tempo médio de seis minutos. 

Uma pena que esse trampo é de 2015, do contrário estaria na minha listinha de melhores de 2016!

29 de novembro de 2016

UMA DÉCADA DE GLÓRIAS

Terceiro álbum do quarteto carioca apresenta banda no auge da carreira

Por João Messias Jr.

Uma década de estrada celebrada em grande estilo. Afinal, quantas bandaschegam a essa marca depois de períodos complicados e ainda mais com um álbum mortífero na bagagem? Os caras do Lacerated And Carbonized chegaram essa marca nos presenteando com o melhor trabalho de suas carreiras.
Após o ótimo The Core of Disruption, os caras vem com Narcohell, que também tem como tema a violência e o caos do Rio de Janeiro. Só que isso passa longe da repetição. As músicas apesar de manterem o Death/Thrash do grupo, estão mais densas e intensas, Mas, antes de falar das canções, vale ser citada a preocupação dos caras com a apresentação gráfica.

Começando da capa, uma das mais inspiradas do ano. Com imagens fortes, mas sem cair no lance explícito fizeram um belo trabalho sem abrir mão de serem uma banda de metal. Criatividade que passeia por todo o encarte.

Já as músicas, receberam uma bela produção, além da mix e master de Andy Classen (Krisiun, Rebaelliun), que deixou tudo nivelado e ao mesmo tempo mortífero,como pudemos ouvir logo na primeira faixa, Spawned In Rage, que recebem riffs grudentos e cadenciados alternados a passagens quebra pescoço. Já Bangu 3, que conta com a participação de Marcus D´Angelo (Claustrofobia) com trechos em português e inglês, tem tudo para ser um dos novos clássicos do grupo, assim como Decree of Violence. 

O groove insano de Broken, que tem Mike Hrubovcak (Monstrosity) é outro destaque, assim como os riffs viciantes de Condition Hell. Mas o ponto alto fica por conta da instrumental Parallel State. Pois concilia elementos da música brasileira sem deixar de ser uma banda de metal. Hell de Janeiro e Mass Social Suicide encerram o trabalho com o nível nas alturas. O que é positivo, pois como o disquinho tem 38 minutos, pode ser ouvido diversas vezes seguidas.

Que venham mais dez anos e que desta vez, os headbangers brasileiros (não todos, mas uma parte considerável) passem a venerar as bandas de seu próprio país, ao invés de idolatrar grupos do exterior e bandas falidas.

24 de novembro de 2016

FUSÃO IMPROVÁVEL E GENIAL

Diversidade é o que manda no primeiro trabalho solo da cantora da Madame Saatan

Por João Messias Jr.

Quando foi noticiado que a Madame Saatan estava pausando as atividades, foi um baque para este cara que escreve essas linhas. Ainda mais sabendo que um dos motivos foi que a vocalista Sammliz trabalhava em um álbum solo. Pois bem, o tempo passou e hoje esse material ganhou a luz do dia. Chamado Mamba, o trabalho chama a atenção por diversos fatores.

Ao ouvir o disquinho, o que chamou a atenção além da produção sóbria, foi a diversidade de estilos. O rock está lá sim, mas não temos nada relacionado ao metal. O que foi ponto pra vocalista, pois pra que fazer um disco solo na mesma linha da sua banda de origem? A faixa que nomeia o trabalho (e também primeiro clipe) é contagiante. Já Oyá apresenta uma levada mais dançante e uma linha vocal obscura. O rock aparece novamente em Fucking Lovers, que tem uma letra sensacional. Lupita começa mais densa e ganha um ótimo refrão. A seguinte, Magnólia é um dos pontos altos do trabalho. Uma batida mais setentista, é embalada por um clima dançante e ao mesmo tempo melancólico. Mistura de sensações que faz a tecla 'repeat' trabalhar bastante.

O álbum chega ao fim com a introspectiva Ano Novo e a tribal de densa Faca, que coroam com chave de ouro este belo trabalho. Cuja sacada foi além de possuir ótimas músicas, foi combinar o clima da produção com o encarte, que embora simples, usa muito bem as cores branco e preto, além de uma capa chamativa.

Não vai agradar os fãs de um estilo mais visceral, porém fará a alegria daqueles que não tem preconceito com fusões musicais improváveis. Que neste caso aqui a mistureba gerou algo genial!

23 de novembro de 2016

EXPLOSIVO

Mistura de tendências resultaram num álbum energético e pesado

Por João Messias Jr.

Forte, explosivo e urgente! Assim se define o primeiro álbum da banda Insane Driver. Fugindo das dissonâncias e dos excessos progressivos, o quinteto formado na época por Marcos Bolsoni (voz), Deivid Martins (guitarra), Danilo Bigal (guitarra), Nei Souza (baixo) e Wagner Neute (bateria) tem o peso e a adrenalina como diretriz e com isso lançou um ótimo trabalho que agradará aos fãs de música pesada.

Bem produzido e com um belo trabalho gráfico, o disquinho tem como fortes referências grupos como Dream Theater, Metallica, Anthrax (fase John Bush) e Alter Bridge. Mistureba que faz com que algumas músicas saltem logo de cara, como a porradaria de The Edge of Life, a densa Firstly My Breakfest e a pesadona Tide of Fears.

O lance é tão bem feito e pensado que apesar das músicas serem longas, não cansam. Ouça Fallen Dreams, que honra muito bem o legado de bandas como Metallica e Dream Theater. Outro exemplo fica por conta da perturbadora Faithless Breath. A caótica Change e a melancólica Tears of Blood, que fecha o trabalho de um grupo que fez bonito em seu disco de estréia.

Vamos acompanhar a evolução dos futuros trabalhos, agora que contam com uma nova voz: Eder Franco (ex-Sacred Sinner)

22 de novembro de 2016

UMA CRÔNICA DO COTIDIANO

Sonoridade com um pé no Hard e outro no Pop com letras inspiradas são o grande trunfo do álbum solo de Gus Nascimento

Por João Messias Jr.

A verdade é que para fazer música em português tem de ter culhão. Tem de saber encaixar as melodias com o idioma e o mais importante: letras boas. Sejam ficcionais ou reais, mas elas tem de "grudar" na mente de quem está do outro lado, seja no celular ou no aparelho de som.

Tarefa complicada? Não para o Gus Nascimento (MadJoker) que fez bonito em seu primeiro debut solo. Cuja sonoridade mescla o Hard Rock com um tempero atual e letras que soam como uma espécie de crônicas do cotidiano. 

Inteligentes e ao mesmo tempo poéticas, elas fazem o ouvinte pegar o encarte e acompanhar a viagem. Um exemplo fica por conta de Com as Cartas Que Estão Na Mão, não há como não resistir a combinação de melodias grudentas e letra inteligente. Crianças é outro exemplo. Citando uma crise de relacionamento, possibilita "enxergar" todos os problemas enfrentados pelo casal tamanha inspiração. Isa, com seu potencial radiofônico, mantém o nível nas alturas. Ápice que chega na emocionante Ventos Alísios, cuja letra ficou na mente por dias. Outros destaques ficam por conta da pesada Último Minuto Pra ViverReconserto (com participação de Caco Grandino, do NX Zero).

Falando em participações, elas vem em peso aqui. Edu Ardanuy (ex-Dr. Sin) e Juninho Carelli (Noturnall, ANIE) e Gabriel Triani (ex-Tempestt e República) cada um em seu instrumento toram esse trabalho um achado em meio a tantos discos "vazios" desta vertente musical.

Claro, a embalagem também é atrativa com um encarte caprichado e uma excelente captação do áudio.

Embora perca o pique no final, vale a muito a pena conhecer!

4 de outubro de 2016

THRASH METAL NA ÁREA

Mineiros apostam no Thrash tradicional no EP Manipulation for a Tragedy

Por João Messias Jr.

Manipulation for a Tragedy
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Chega a ser assustadora a qualidade dos materiais que as bandas apresentam hoje. Não digo apenas por causa da questão tecnológica, que nos colocou no mesmo patamar das bandas estrangeiras, principalmente no quesito musical, onde os músicos evoluíram (e evoluem) de forma magistral.

Como os mineiros da Demolition. Formada em 2014, dois anos após o início das atividades, soltaram o primeiro material da carreira, o EP Manipulation for a Tragedy. Musicalmente Zenn Augusto (voz), Gabriel Vieira (guitarra), Junior Silveira e Wagner Oliveira (bateria) bebe na fonte do Thrash americano, cuja sincronia instrumental chama muito a atenção. Um exemplo são as trabalhadas Infected Face e Influence.

Manipulation também merece ser citada. Apesar de mostrar as características das músicas anteriores,, ela é mais direta e com um refrão feito para os palcos.

O não emplaca são os vocais de Zenn (que deixou o grupo), que seguem uma linha próxima a bandas como Vio-Lence e Sacred Reich. Estilo que se perde a mão, tira o brilho do trabalho, como ocorre em todas as faixas do EP.

Ainda mais se levarmos em consideração que a banda acertou na produção e estampa o trabalho com uma capa chamativa que olhando de perto se percebe muitos detalhes. Pena que ela não enumerou esses detalhes na ficha técnica do trabalho.

A verdade é que, acertando os detalhes, pode cair nas graças (e coração) dos thrashers, pois a banda possui bons músicos e capacidade para fazer um excelente sucessor deste EP.

29 de setembro de 2016

UM BRINDE ÀS RAÍZES DO DEATH METAL

Cariocas executam em novo trabalho uma espécie de tributo ao metal extremo das décadas de 1980 e 1990

João Messias Jr.

Coldblood
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Se você gostou do álbum anterior dos caras, Chronology of Satanic Events, terá em Indescribable Physiognomy Of The Devil um dos seus álbuns favoritos de Death/Black Metal. Pois sem exagerar, o quarteto hoje formado por Diego Mercadante (voz e guitarra), Artur Círio (guitarra), Vitor Esteves (baixo) e Markus Coutinho (bateria) ao mesmo tempo que resgatam referências como Slayer, Celtic Frost, Death e Black Sabbath, mas sem soar como uma cópia das bandas citadas.

Isso ocorre por estarmos diante de uma banda que faz música por paixão e não por negócio, sentimos esse ingrediente em cada nota executada, cada linha vocal vociferada e na aura maligna que é presente nas treze faixas do trabalho, que deve ser presença garantida na listinha de melhores do ano dessa vertente musical.

Os vocais agonizantes e desesperados formam um contraste interessante com o instrumental crú e trabalhado, o que gera músicas que podem até ser feitas para bangear, mas principalmente para serem ouvidas por completo, tamanha intensidade, como Sulfur e a faixa que nomeia o disco. Outros destaques ficam por conta Bury the Universe, cujo final tem passagens mais intimistas que beiram o flamenco. Nuances atmosféricas também são sentidas durante quase todas as canções.

Se você curtiu o instrumental vai curtir os bônus do disquinho, que são versões sem vocal de três faixas do álbum. 

Outro aspecto que deixa o trabalho marcante fica por conta dos solos melódicos, chegando próximo ao Metal Tradicional e alguns riffs mais arrastados, que se Tony Iommi pudesse ouvir, creio que diria: "Quatro décadas se passaram e nossa música ainda está presente nas bandas mais novas".

Não se pode deixar de citar as outras etapas do trabalho. O acabamento em digipack e uma das melhores capas feitas pelo artista Rafael Tavares (Chaos Synopsis) e as etapas de gravação, mixagem e masterização. Estas últimas a cargo do baterista do Destroyer 666, Mersus.

Mais um belo trabalho de uma banda brasileira feito para a música extrema!

26 de setembro de 2016

LONGE DAS ARMADILHAS DO ESTILO

Novo trabalho dos mineiros tem como base o clima setentista temperado por muita melancolia

Por João Messias Jr.

Gas Station
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"O stoner foi a faisca que criou a banda, mas nunca nos limitamos a nenhum estilo...". Esta frase, dita pelo pessoal da banda Broken Jazz Society seria suficiente para definir a música dos caras. Pois embora estilo seja a base da música do trio, há muitas coisas acontecendo durante a audição do EP "Gas Station".

Neste caso, é positivo, pois sempre que um estilo fica em alta, o que mais ocorre é a aparição de grupos repetitivos, dando ao crítico e ao ouvinte a sensação de estar tomando aquele café requentado de lanchonete e que nem sempre desce gostoso na boca.

O interessante é que assim como nos 60/70, cujo cuidado era a preocupação era com o conjunto da obra, o trio seguiu o mesmo pelo processo. A capa chamativa nos estimula para escutarmos o que vem pela frente. 

Também agrada aos ouvidos a qualidade da produção (cujas etapas foram feitas por Ricardo Barbosa e Gustavo Vasquez),  que é crua, pesada e nítida, o que favorece o a linha musical praticada pela banda.  Sonoramente, sentimos referências de estilos como o Jazz, o Classic Rock e até o Grunge, graças a melancolia que permeia por todas as faixas.

Embora atendam pelo critério uniformidade, as músicas possuem vibrações distintas. Gas Station que abre o disquinho, tem uma linha de baixo e bateria que lembra Rage Agaisnt the Machine e depois cai num pique mais vibrante, daquela feita para os shows. A seguinte, Riot Spring, tem uma levada mais funkeada, porém é conduzida pela melancolia e ganha força no refrão, que gruda na mente. Mean Machine, que encerra o EP, começa introspectiva e vai crescendo durante a execução, encerrando positivamente este novo trabalho dos caras, que tem tudo para colher frutos perante os fãs (e não fãs) deste nicho musical.

Só resta dizer aos envolvidos Mateus Graffunder (guitarra e voz), João Fernandes (baixo) e Felipe Araujo que continuem fugindo do lugar comum e nos apresentando uma música que embora reverencie o passado, soa como aquele cafezinho feito na hora, gostoso, marcante cujo sabor fica preso em nossa memória.

15 de setembro de 2016

PESADO, MODERNO...E PROFISSIONAL

Sexteto paulista combina uma explosão de ritmos a uma sonoridade moderna no EP "Insurgência"

Por João Messias Jr.

Insurgência
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Com a explosão de lançamentos que ocorrem a todo instante, é necessário fazer alguma coisa que seja diferente do que anda caindo nas prateleiras de discos ou plataformas digitais. Fica aquela pergunta...o que fazer? 

Criar um novo conceito sonoro é algo complicado, visto que temos uma infinidade de estilos por aí. Talvez a grande sacada seja apresentar um trabalho que, além da competência musical, deve possuir um acabamento profissional e uma produção impecável. Caminho seguido pela banda Rebotte, aliou todas as opções citadas neste parágrafo.

Livia Almeida (voz), Vitor Acácio (guitarra), Bruno Abud (guitarra), Robin Gaia (baixo), Ellen War (bateria, Sinaya) e Santiago Soares (sampler) fazem uma sonoridade moderna, que agrega elementos do Thrash Metal, Hardcore e Metalcore, que agradará fãs de bandas como Suicide Silence, Lamb of God, Slayer, Slipknot e até traços de Nine Inch Nails e Ministry, que torna a música dos caras (e minas) atraente, jovial e bem pesada.

Das quatro músicas do trabalho, visto que Insurgência é uma introdução, as composições variam entre o peso, groove, vocalizações que alternam entre os guturais, limpos e gritados. Os destaques vão para Cicatrizes, cujo jogo de vozes é bem combinado com o instrumental. Outro ponto alto fica por conta de Discórdia, que apesar de manter o clima pesado e caótico, é dona de uma carga mais densa e carregada. Mas o trampo da banda merece ser ouvido de ponta a ponta. Até porque as músicas são curtas, o que foi mais um ponto acertado pelo grupo.

E tem mais...o material gráfico é de primeira. CD prensado, capa bonita, encarte, embalagem digipack, tudo caprichado, o que faz com que o fã de música pesada queira ter o trampo em sua coleção após ver os shows.

Parabéns ao Rebotte por se preocupar com todas as etapas da criação de um disco!

5 de setembro de 2016

O PODER DE SURPREENDER

Trio paulista reúne com maestria elementos do Death e Thrash metal no EP "Rot In Pieces"

Por João Messias Jr.

Rot In Pieces
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Muitas vezes, por sermos mais velhos e vividos, achamos sempre que nada nos surpreenderá, afinal,"já vimos de tudo" e com a música pesada não é diferente. Nesse mundo das resenhas de álbuns, nos deparamos com trabalhos excelentes e outros que precisam aprimorar algo.

Hoje o dia foi de comemorar, pois ao colocar o EP de estreia do Rotten Pieces acabei me surpreendendo por demais. Primeiro, ao olhar a arte da capa (feita por Maurício Reguffe) sugere algo voltado ao Death mais "casca grossa" e a grata surpresa é que estamos diante de um grupo que embora tenha elementos do metal da morte, tem os pés fincados no Thrash Metal, o que garante uma música que ao mesmo tempo é técnica e precisa, é quente e empolgante.

As seis músicas do disquinho chamam a atenção pela coesão, peso e pelas passagens trabalhadas, que aqui são usadas para o bem da música. Passagens que possuem alguns diferenciais...a bateria de Davi Menezes, que apesar de pesada e cheia de groove, recebe influências de outros estilos. Já as seis cordas de Lucas Putini fogem dos clichês, com uma influência bem vinda de Andreas Kisser (Sepultura), o que dá um sabor diferente nas canções. Como na primeira faixa, Rot in Pieces, que fica mais abrilhantada graças aos vocais "obituarísticos" de Leo Morales, também baixista.

Hell Soldier, é dona de muitas quebradas, Já The Refuge of Suicidals é mais agressiva e com belos solos. Blood for Freedom tem o pique thrash e vocais quase vomitados. Ainda falando desse som, os solos são pra lá de empolgantes, numa veia quase NWOBHM, que mostra que buscar outras referências só faz bem para a música.

Pure Words é mais agressiva com uma ponte/refrão feita para cantar e erguer os punhos. Colony inicia de forma mais puxada para o Death tradicional, mas descamba para o Thrash sem cerimônia, encerrando com o astral na estratosfera este belo trabalho.

Essa é a graça da vida, por mais experientes que somos, alguém sempre acaba nos surpreendendo!

2 de setembro de 2016

A MELHOR CENA DO THRASH ESTÁ NO BRASIL

Novo trabalho da banda paulista é mais uma prova da competência das bandas nacionais

Por João Messias Jr.

Web of Lies
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Vai parecer chato, coisa de resmungão e tal, mas a verdade é que há momentos que enche o saco a falta de interesse da classe headbanger em conhecer as bandas do seu próprio país. Shows, discos, DVDs, documentários e aparições em programas da web e TV aberta/fechada não são suficientes para abrir a cabeça destes seres.

E de uns dez anos pra cá, o capricho não fica restrito as músicas. O segundo álbum do quarteto paulista Ancesttral mostra que o conjunto da obra (músicas, produção e acabamento gráfico) veio pra ficar, fazendo deste trabalho, um dos melhores discos de Thrash/Heavy do ano!

A produção, feita por Paulo Anhaia (Wizards, Tuatha de Danann, Resgate) permite que se ouça tudo com clareza, mas com jeitão de "disco de rock", deixando que os músicos e suas excelentes músicas brilhem. A arte da capa é um espetáculo, mostrando conexão com o título dado ao álbum e ao primeiro álbum, The Famous Unknown.

O álbum abre com a conhecida What Will You Do. Conhecida do público, é o hit do trabalho, com um refrão e riffs que colam de primeira. Massacre, é mais pesadona, com vocais discursados e cheia de groove. Enquanto Threat to Society é mais cadenciada, além de bater aquela vontade de pegar o encarte e ver as letras.

E o mais legal de tudo é que o nível continua alto no decorrer da audição, Fight é aquela que te faz apertar o repeat diversas vezes, de tão grudenta. A faixa que nomeia o trabalho é dona de um peso absurdo enquanto Subhuman retoma o lado grudento com louvor. Ainda sobre essa faixa, a letra foi escrita em parceria com a volcalista da HellArise, Flavia Mornietari.

A bolachinha se encerra com uma versão diferente para What Will You Do?, encerrando com o astral nas alturas, mostrando o excelente momento vivido pelo metal nacional nos últimos quinze anos. Com trabalhos que além de músicas excelentes, apresenta projetos gráficos fabulosos e produções que não devem em nada as feitas no exterior.

Alexandre Grunheidt, Renato Canônico, Leonardo Brito e Denis Grunheidt merecem todos os elogios recebidos pelo trabalho que contou com muito trabalho, esmero e tesão pela música que fazem!

Se você se empolgou com a musiquinha nova do Metallica, se apaixonará pelo novo trabalho do Ancesttral, que supera o que a turma do Lars Ulrich vem fazendo de goleada!

Thrash Metal do Brasil!

29 de agosto de 2016

TEMOS MUITO O QUE COMEMORAR

Mestres do Death Metal retornam de forma triunfal com o novo álbum The Hell's Decrees

Por João Messias Jr.


Para aqueles que tem quatro décadas de vida, ou estão chegando lá, se lembrarão dos primórdios do

Death Metal aqui no Brasil e de bandas como Strangulation e Blessed, que por aqueles famosos "motivos não identificados e justificados" não obtiveram o reconhecido merecimento.

Enquanto não ouvimos nada sobre o primeiro, o segundo, embora não exista mais, teve em sua formação membros que hoje formam o Rebaelliun, que após 14 anos inativo, retomou as atividades e lançou recentemente seu terceiro álbum, chamado The Hell's Decrees.

Muito mais que um novo trabalho, a bolachinha não é apenas o melhoR do quarteto, que conta hoje com Lohy Silveira (voz e baixo), Fabiano Penna (guitarra), Ronaldo Lima (guitarra) e Sandro Moreira (bateria). Embora tenha as bases no Death Metal, graças ao nível musical de seus integrantes, foge facilmente de todas as armadilhas do estilo, como o exagero de 'blast beats' e riffs quebrados e repetitivos. Impressão reforçada pela duração do disco, pouco mais de meia hora, o que possibilita escutá-lo diversas vezes sem enjoar.

Eu não tenho a certeza porque não perguntei aos caras, mas a impressão deixada é que o ouvinte lembre de todos os detalhes que o envolvem. Começando da arte da capa feita por Marcelo Vasco (Machine Head, Slayer), que é marcante, além de todas as etapas do processo de produção, que deixou o som limpo, pesado e claro.

As três primeiras faixas, Afronting the Gods, Legion e The Path of the Wolf são grudentas e cheias de detalhes, além de bem vindas influências do Thrash Metal. Já Fire and Brimstone é quase Doom, graças ao clima mais lento e carregado. A porradaria retorna em Dawn of Mayhem e Rebellion. 

O pique mais marcante fica por conta dos riffs quase hipnóticos de Crush the Cross e seu clima de desespero, que fica mais evidente graças a algumas guitarras mais arrastadas. O encerramento com Anarchy (The Hell's Decrees Manifesto) é de total 'bate cabeça', mostrando que os caras continuam fazendo sons mortíferos, com direito aquele famoso 'UH' , que ficou famoso com Tom Warrior (Triptykon, ex-Celtic Frost).

O lance é torcer para que seja apenas o primeiro desse tão aguardado retorno e que ele coloque a banda no topo do Death Metal mundial, pois musicalmente estraçalha a maioria dos materiais que foram lançados nos últimos quinze anos, pelo menos.

25 de agosto de 2016

SABEM O QUE QUEREM

Cariocas apostam num Rock and Roll que alterna climas densos, pesados e com muitas variações

Por João Messias Jr.

Sem Juízo
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É gostoso, prazeroso e gratificante quando chega em sua casa trampos em que você vê que houve a preocupação no pacote completo. Como o álbum dos caras da Moby Jam. Os caras fizeram a lição de casa, com uma capa bonita, embalagem no estilo paper sleeve e uma boa produção, clara e definida.

Quando colocamos a bolachinha para rodar, percebemos como os caras são bons em seus instrumentos. Sem firulas e viagens desnecessárias, Marcelo Vargas (voz, guitarra e violão), Elson Braga (baixo), Augusto Borges (bateria) e a colaboração de Marcelo Pombo (teclado e piano), destilam um Rock and Roll que passeia entre o grunge, progressivo e o pop. De forma quase homogênea, as músicas entram fácil na cabeça do ouvinte, pois são gostosas de ouvir, como a trinca inicial formada por Purpurina, Sol e Chuva Ácida.

Eu disse quase homogênea né? Pois bem, as faixas Brilhar A Minha Estrela - Da Mais Um (Vid & Sangue Azul) e O Vôo quebram o clima do disco por serem diferentes. A primeira por misturar Reggae e Rock e a segunda por ser mais Pop. Nada contra misturar estilos, mas a verdade é que na ordem do disco elas não funcionaram.

A coisa volta aos eixos com a faixa titulo, um rockão cheio de energia e intensidade que cativa todos os fãs de boa música, encerrando o disquinho com positividade e apesar de tudo de forma satisfatória.

Uma banda que sabe o que quer, mesmo com a escorregadinha na metade do disco.

25 de julho de 2016

DEFINITIVO

Novo álbum do trio tem tudo para ser lembrado como um dos clássicos do Thrash Metal atual

Por João Messias Jr.

ALieNation
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Apesar de "Order of Chaos" ter sido uma bela apresentação do trio, é "ALieNation" que será o disco candidato a clássico dos caras do Blackning. Depois de uma ótima aceitação do debut, Cleber Orsioli (guitarra e voz), Francisco Stanich Jr. (baixo) e Hellvis Santos (bateria) não quiseram ficar na boa impressão e mostram ao público de música pesada um trabalho pesado, consistente e recheado de músicas foda.

O que foi dito  linhas acima não é aquele lance de fazer média por conhecer os caras do grupo, pois aqui tudo foi feito com esmero. Ao começar da apresentação gráfica, formato digipack, uma capa  que mescla o choque e introspecção, a cargo de Marcus Zerma. A gravação ficou muito boa, privilegiando os timbres de cada instrumento, permitindo que os músicos brilhem em suas funções. Impressão que fica realçada graças a excelente masterização, feita no Absolute Master.

As canções? Ao mesmo tempo que estão na mesma pegada do debut, elas mostram mais agressividade e técnica, com destaque para as seis cordas, que mostram as caras logo na faixa de abertura, Street Justice. Porém, em todas as faixas momentos que beiram o virtuosismo estão presentes.

Outros destaques ficam por conta da agressiva Thru the Eyes, a feita para bangear Mechanical Minds, Dyed In Blood, dona de belas linhas de baixo, a agressiva Devil's Child, que conta com a participação de Lohy Silveira (Rebaelliun) e o hardcore curto e grosso de Corporation, que tem nos vocais André Alves (Statues on Fire, ex-Nitrominds).

Enfim, como eu disse lá no início, "Order of Chaos" foi um ótimo começo, mas o candidato a clássico do grupo tem tudo pra ser "ALieNation".

E antes que eu me esqueça, a citada Street Justice já é um novo hit do Thrash nacional, figurando ao lado de clássicos como Evolustruction (Woslom), No Way Out (Necromancia), Straight to the Point (Overdose) e Dirty Bitch (MX).

7 de julho de 2016

HANGAR APRESENTA NOVO ÁLBUM PARA IMPRENSA E CONVIDADOS

Quinteto gaúcho apresenta novo disco para imprensa e convidados em evento realizado na capital paulista

Por João Messias Jr.

Aquiles Priester
João Messias Jr.
"Se vocês não gostaram do disco não tem o porque a gente fazer show. Porque se não gostou nem do disco você também não vai ao show. Vocês estão realmente curiosos pra ter uma ideia da sonoridade desse disco, qual foi o caminho que a banda seguiu desta vez, vocês estão curiosos?"

Pode-se dizer que com essas palavras do baterista Aquiles Priester teve início a coletiva do lançamento do álbum "Stronger Than Ever", novo trabalho da banda Hangar, realizada no dia 15 de junho, na EMT (Escola de Música e Tecnologia), na capital paulista.

"Stronger Than Ever", que será lançado no dia 22 de julho, é um trabalho que deixou muitos fãs ansiosos, pois em meio a mais uma troca de vocalista e a saída repentina do guitarrista Eduardo Martinez, um hiato ficou na cabeça daqueles que acompanham a banda.

Para espantar esses fantasmas, nada mais justo do que uma audição do que a banda tem para mostrar e uma coletiva de imprensa. Embora este último se realizou de uma forma diferente. Com o baterista chamando membro a membro e fazendo uma pergunta a cada um, o que talvez tenha frustrado alguns fãs que tenham preparado questões. Mas que valeu por fugir do habitual.

O que foi algo muito bem pensado, como as declarações do tecladista Fabio Laguna. "A gente passou por altos perrengues, muitas glórias, muitos tombos, nessa estrada dos quinze anos de banda. Então é realmente porque estou aqui hoje, me sinto bem e feliz. Isso vai além de grana e tudo mais."

Hangar
João Messias Jr.
O vocalista Pedro Campos contou um pouco do que conheceu a banda e do momento pessoal que estava passando. "Eu era muito fã do Aquiles". "Quando eu entrei na banda, em 2012 eu estava na pior fase da minha vida, eu larguei a música. Eu não quero mais, chega, não quero mais. Liguei para um amigo meu e pedi um trabalho."

E assim foi um a um sendo apresentado e falando sobre situações e significado do Hangar para cada um.

O disco

Não há dúvidas que "Stronger Than Ever" seja o disco mais ambicioso do quinteto. Dono de uma produção cristalina e músicas variadas e agressivas, tem tudo para agradar os fãs do grupo, em especial a fase "The Reason of Your Conviction", de 2007.

Os destaques ficam por conta das mudanças de andamento de Reality Is a Prision", a moderna Forest of Forgotten e Beauty in Disrepair, dona de climas que vão do prog ao extremo. Porém, o trabalho é uniforme e ganha o fã fácil fácil.

Uma menção especial fica por conta da balada Just Like Heaven. Uma balada que mostra que as melodias não foram deixadas de lado e que tem tudo para angariar fãs de outras vertentes musicais. 

Nem tudo foram flores

O evento foi marcado por alguns contratempos. O primeiro foi quando o microfone de Aquiles falhou logo no início do evento. 

Após a resolução do problema, quando Aquiles estava para chamar o segundo integrante, soltou a seguinte frase destinada para alguém da platéia: "Você pode desligar por favor. Desliga e me mostra. Ele não quer desligar, tá vendo?" "Desligou, obrigado."

Uma situação desconfortável, onde o músico teve a atitude correta, embora de uma forma mais rispida. Talvez uma abordagem mais leve deixasse as coisas mais confortáveis.

Num dos momentos que o vocalista Pedro Campos falava, foi interrompido pelo pessoal da escola, que avisou que a mesma fecharia às 21h30, passando a impressão que nem a EMT, nem a banda estavam em sintonia.

Apesar disso, foi uma noite que fez com que cada fã voltasse para casa com um belo sorriso na cara graças a "resposta" que a banda deu aos que duvidavam sobre o futuro do Hangar, cuja escolha do titulo "Stronger Than Ever" mostra que os caras continuarão por aí por muito tempo!

29 de junho de 2016

O RESGATE DA ESSÊNCIA

Duo brasileiro busca em seu debut o resgate da escola grega de Black Metal praticado na década de 1990

Por João Messias Jr.

Where Angels fear to Tread
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Não importa qual era ou momento, sempre haverá alguma banda fazendoresgate de algum período da música. Em meio a tanta gente querendo viver os primeiros tempos do Black Metal escandinavo ou o Classic Rock, ouvir trabalhos como "Where Angels Fear to Tread", primeiro registro do Apokathilosis.


O duo é composto pelos experientes Marttjn Rvbjn (guitarra, ex-Dismal Gale) e Felipe Roquini (voz, guitarra, baixo, bateria, ex-Dismal Gale e  A Distant Sun) e a abordagem escolhida é baseada na escola grega do Black Metal dos anos 90, inspirada em nomes como Rotting Christ e Varathron, ou seja, passeia por momentos ríspidos e agressivos, porém com climas e atmosferas.

Tendências que são mostradas logo na faixa de abertura, Awaken Tree, que ainda conta com os vocais "enterrados" atrás do instrumental. Já a música que nomeia o trabalho possui uma batida reta, solos no estilo "barbeador" e vocais quase vomitados. Ashes possui um instrumental mais arrastado e um clima quase doom, que ficam mais fortes  graças aos  climas tétricos dos teclados, assim como The Untameable Human Spirit

Synchronicity, dona de momentos brutais, ganha contornos  melódicos que beiram o virtuosismo,  além de encerrar o álbum de forma brilhante.

Outros atrativos ficam por conta da apresentação física (em digipack), capa chamativa e a produção esmerada, que fazem com que "Where Angels Fear to Tread" mereça um lugar ao sol, ou melhor, na escuridão. Principalmente por cumprir com louvor a sonoridade que se propôs a fazer.

23 de junho de 2016

OUSADIA

Z.3.R.O., novo álbum do vocalista Fabiano Negri aposta no uso de sintetizadores sem abrir mão da proposta de trabalhos anteriores

Por João Messias Jr.

Z.3.R.O.
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Enquanto muitos artistas/bandas ficam reclamando que a cena underground é uma droga, que não vai gravar CD, pois ninguém vai comprar, não vai fazer show que não aparecerá almas vivas, o multi-instrumentista Fabiano Negri vai fazendo seu trabalho. Longe de polêmicas, o artista vem espalhando a sua arte para todos os ouvidos sedentos por arte.

A sua nova empreitada, o álbum Z3RO, mostra um músico interessado em expandir os horizontes. Cujo primeiro indício dessa nova fase fica pela capa instigante feita pelo artista Wagner Galesco, que passa a impressão dos inúmeros questionamentos que fazemos em nossa vida, desde ao acordar até o descansar.

Sem medo de agradar X ou Y, Fabiano apostou no uso de sintetizadores, o que deixou sua música moderna e atraente. Mas não pensem que os elementos da música negra foram deixados de lado, muito pelo contrário. Eles continuam presentes, mas renovados graças ao interessante contraste, que agradará fãs de artistas como David Bowie, Kraftwerk até Depeche Mode e Nine Inch Nails.

Mesmo com todos esses climas inusitados, Z.3.R.O. é um disco que prima pela qualidade dos arranjos e composição. Todos executados pelo artista, que ainda produziu, deixando apenas a masterização para o competente Ricardo Palma. 

Voltando a falar das canções, cada uma mergulha em climas diferentes, como Don't Try Me, cujo clima nos remete ao Sisters of Mercy, enquanto Forbidden Grace e sua melancolia e uma excelente interpretação vocal nos cativam de imediato, fazendo desta uma das melhores canções feitas por ele.

Já My Dark Passenger recebe batidas eletrônicas instigantes e vai aos poucos ganhando outros instrumentos. A faixa que nomeia o disco é mais densa e agressiva enquanto Hopeland mostra que a melancolia é uma das grandes sacadas da carreira solo do músico. The Muse é outro ponto alto do disquinho, pois é dona de uma levada gostosa, que nos faz cantar junto. 

Soam um pouco distintas as faixas Faithless Alley  e Future Paradise. Enquanto a primeira é bem mais soul e contrasta climas melancólicos e eletrônicos, a segunda lembra um pouco bandas como Soft Cell. 

O encerramento com The Blue Bird é épico. Ao longo dos seus onze minutos é possível encontrar música brasileira, jazz, soul, guitarras pesadas a lá Black Sabbath/Iron Maiden, que é disparada uma das canções mais ousadas da carreira do músico, que fez deste seu melhor álbum lançado até aqui.

Para aqueles que vivem dizendo que a cena é uma merda, que não há renovação e se prende aos artistas "blockbusters", que tal tirar a bunda do sofá e buscar por artistas tão bons ou até melhores dos que aparecem por aí?

22 de junho de 2016

MAESTRICK: "QUEM GOSTA DE ARTE, BUSCA A ARTE E ENCONTRA A ARTE"

Verdade que a luta de uma banda autoral para conquistar um lugar na cena underground por muitas vezes é difícil e até injusta. Apesar de não existir uma fórmula ou regra para se dar bem, um caminho pode ser a busca pelo valor artístico ao invés do entretenimento, solução buscada pelo MaestricK. Com doze anos de estrada e atualmente formado por Fabio Caldeira (vocal e piano), Renato Montanha (baixo e vocal) e Heitor Matos (bateria e percussão) vem fazendo sua parte com sua música, que apesar do alto nível de elaboração, chega simples aos nossos ouvidos, tamanha a capacidade de cativar o fã de boa música.

Com um álbum na bagagem, Unpuzzle e o recém lançado EP The Trick Side of Some Songs, que contém versões para clássicos de grupos como Jethro Tull, Yes, Beatles, entre outros.

Nessa entrevista com o grupo, o trio comentou sobre o primeiro álbum, o recente lançamento, além dos preparativos para o segundo álbum de inéditas!

Por João Messias Jr.


Unpuzzle!
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NEW HORIZONS ZINE: Como é a primeira entrevista que faço com vocês, vou começar perguntando coisas do passado até chegar no estágio atual do grupo. O primeiro álbum de vocês, "Unpuzzle!", lançado em 2011 foi muito bem comentado em diversos portais e revistas especializadas do Brasil e exterior. Após cinco anos de seu lançamento, o que pensam deste trabalho?
Fabio Caldeira: Tenho muita gratidão por tudo o que o “Unpuzzle!” representou e representa para nós. Foi nossa “prova de fogo”, e tudo ocorreu da melhor forma possível. O termo “álbum” não é usado por acaso. As músicas que estão ali, são como fotos, representam todo um contexto do momento que vivíamos. Não só a banda, mas de todos os envolvidos.
Heitor Matos: Eu sempre me refiro as músicas que a gente faz como se fossem nossos filhos. E assim, como um filho, o disco hoje cresceu e me dá muito orgulho de ter participado dessa criação com meus irmãos (Fabio e Montanha). Adoro o resultado do disco, foi totalmente honesto, do começo ao fim. 
Renato Montanha: Eu tenho muito orgulho deste álbum, pois foi meu primeiro trabalho de gravação de um disco completo. Já tinha gravado "eps" e cds demos, mas não um álbum completo, e pude começar o aprendizado de como gravar e dar vida a um álbum. Outro ponto da importância do “Unpuzzle!” foi o fato de poder mostrar da forma como queríamos a nossa linguagem musical e conceitual do Maestrick para uma gama maior de pessoas.

NHZ: Além das músicas, o conceito em torno do CD é um pouco diferente do que era explorado por aqui. Vocês usaram como tema uma exposição de artes em um museu. Queria que contassem o porquê de usarem esse tema.
Fabio: Nós acreditamos que cada pessoa é um universo distinto, então partindo daí, se respeitar o que é natural e espontâneo pra você, com certeza terá algo diferente a dizer. O conceito do disco foi uma consequencia então, tanto do que tínhamos a dizer, quanto da forma como queríamos dizer.
Heitor: Esse tema foi surgindo... Antes tínhamos a ideia de fazer o disco baseado num personagem que fazia um tratamento de choque, mas aí foi rolando e o Fábio na época veio com umas ideias "loucas" (no melhor sentido). A gente foi deixando ele viajar sobre a história, sempre ouvindo e ajudando, como sempre fizemos e sempre faremos.
Montanha: Nós sempre gostamos de trabalhar com uma temática e quando o Fabio nos mostrou a ideia de um mundo fantasioso com personagens de tinta que ganhavam vida dentre outras coisas, percebemos que poderíamos ter uma liberdade criativa maior pra pensar fora do comum e tentar misturar estilos, cores e texturas nas composições.

NHZ: Achei muito interessante a forma como definem sua música: Aquarela Sonora. Ouvindo Unpuzzle, é possível “enxergar” muitas cores, texturas e variações por todas as canções do trabalho. Exemplos ficam por conta de Aquarela e dos 21 minutos de Lake of Emotions. Como juntar momentos calmos, intensos e instigantes numa única canção e ainda dar liga a todos esses momentos?
Heitor: Acho que esse lance de como juntar os momentos é algo pra se pensar como se fosse a nossa vida.  Quando você está confortável com aquilo que está fazendo, as coisas fluem como se fossem os sentimentos que passam por nossas mentes na vida real. É claro que, quando temos um norte pra seguir, fica muito mais fácil. Acho que as energias fluem naturalmente pra que as sensações que estamos sentindo transpareçam na musicalidade da banda.
 Montanha: Quando se trabalha fora do padrão no qual a musica não precisa seguir uma fórmula pré-definida, ganha-se a possibilidade de se inspirar com a temática  possibilitando visualizar cores, sentimentos e texturas. A partir deste ponto, podemos construir uma historia contada pelas letras, melodias e nuances da música como se, por exemplo, estivéssemos contando um acontecimento feliz para alguém e esse ouvinte pudesse fechar os olhos e ter a imagem do locutor com um sorriso no rosto, mostrando a alegria e agitação na sua fala.

NHZ: Isso acaba linkando com uma questão interessante. Muitas pessoas não atualizam seus conhecimentos pela TV ou internet. Mas sim buscando referências ao passado por meio de trabalhos conceituais.
Fabio: Essa é a prova de que as melhores obras são atemporais. Se você ler, por exemplo, A Divina Comédia de Dante Alighieri, que é uma obra do século XIV, vai ver que ainda é atual. Traga isso para a música, pra nossa época e vai ver que muita coisa feita hoje é descartável, superficial. Não é uma crítica, mas um fato. Vivemos na era da “superinformação”, temos muitas notícias, acesso fácil a qualquer assunto, mas ao mesmo tempo pouco aprendizado, poucas lições e alienação generalizada.
Montanha: Isso acontece mesmo, ouvindo bandas mais atuais podemos ver as grandes influências de grupos do passado e só mostra o quanto precisamos conhecer o passado musical das bandas que ouvimos e estudar o que as bandas novas acrescentaram nas suas composições.

The Trick Side of Some Songs
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NHZ: Um hiato de cinco anos ficou entre o debut e o mais recente trabalho, o EP de covers chamado The Trick Side of Some Songs. Porque tanto tempo sem lançarem material?
Fabio: O Maestrick sempre busca unir mais de um universo artístico em seus projetos, então é natural que isso acabe levando mais tempo.
Heitor: Eu considero o Maestrick como uma criança ainda, estamos conhecendo o mundo e entendendo do que somos capazes. O hiato foi uma coisa natural, mostramos pro mundo nosso primeiro trabalho e acabaram acontecendo turbulências como todo começo, pensamentos diferentes... É como um relacionamento com cinco pessoas, tem seus conflitos de ideias, objetivos diferentes, etc. Além disso, acho que posso falar pelos caras também: Não acho que as bandas tenham que lançar disco a cada dois anos, nós achamos que tem que vir de dentro, o Maestrick nasceu assim e pretendemos mantê-lo assim. E por outro lado, temos dois discos praticamente feitos de uma só vez!
Montanha: Nós lançamos um material que demandava um tempo maior para mostrar os nossos conceitos musicais e ocasionou de usarmos mais de um ano para fazer as pré-produções do segundo disco. O EP foi um gesto para mostrar a quem nos acompanha que não estávamos parados.

NHZ: De onde surgiu a ideia de lançarem um EP de covers?
Fabio: Nós precisávamos de uma linha divisória entre o projeto do “Unpuzzle!” e do próximo disco, “Espresso Della Vita”, que será lançado ainda esse ano. Aí a ideia de gravar esses covers e fazer essa homenagem. O Maestrick sempre preza por músicas autorais, mas era o momento de “relaxarmos” um pouco pra começar algo novo. Além de poder trazer os fãs dessas bandas, como nós, ao universo do Maestrick.
Heitor: É também uma homenagem aos vovôs do Rock e Prog que tivemos influência direta e indireta, então pensamos, porque não fazer?
Montanha: Surgiu ainda da ideia de podermos mostrar algumas influências da banda e mostrar a nossa interpretação de alguns artistas que nos influenciaram.

NHZ: Esse trabalho conta com versões de ícones do Classic Rock como Beatles, Yes, Pink Floyd, Queen, Rainbow e Jethro Tull. Como foi chegar nesse repertório e se houve alguma coisa que ficou de fora e pretendem lançar no futuro?
Fabio: Certamente nós vamos fazer outros EPs como esse, só não sabemos quando, porque o foco agora é totalmente no disco novo.
Heitor: São bandas que realmente escutamos. É até difícil escolher as músicas, mas tem muitas influências que podem aparecer com o Maestrick mais pra frente!
Montanha: Nós chegamos ao repertório escolhendo algumas músicas que já tocávamos nos shows e algumas que gostávamos de ouvir e queríamos colocar a nossa forma de tocar. Até poderíamos colocar mais músicas, mas para um EP seria um pouco exagerado. No futuro podemos gravar outras músicas.

NHZ: Ouvindo o trabalho, percebe-se a fidelidade com os temas originais, soando como uma espécie de tributo a esses ícones do rock mundial. Por que esse tipo de abordagem e qual o feedback recebido do trabalho?
Heitor: Particularmente acho que as músicas originais são como algo sagrado, então penso que fica legal fazer uma homenagem às bandas que gostamos com a nossa linguagem, mesmo porque a original já soa como deve soar, é um desafio bem legal e ao mesmo tempo apavorante.
Montanha: Nós mantivemos a essência das músicas para que todos conseguissem reconhecê-las, mas ao mesmo tempo inserimos o modo Maestrick de tocar para que sentissem algo diferente sem uma grande estranheza. Nós recebemos muitos feedbacks positivos e ficamos muito felizes com esta repercussão.

NHZ: Vocês chegaram a enviar para algumas das bandas/artistas as canções que gravaram?
Montanha: Ainda não.
Fabio: É um objetivo!
Heitor: Faremos, com certeza! 

MaestricK
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NHZ: Belos momentos ficam por conta de Yes! It’s a Medley (Yes) e Aqualung (Jethro Tull). A primeira por mostrar toda a variedade, beleza e ousadia do quinteto britânico e a segunda pelo contraste de situações inusitadas na canção. Conte-nos como foi interpretar esses temas.
Fabio: A escolha das músicas para o medley do Yes foi resultado de uma pesquisa grande. Queríamos algo que soasse natural, como uma música só e seus movimentos diferentes e não como uma colcha de retalhos com conexões forçadas. Por isso começamos com a Soon, que é mais tranquila e finalizamos com a Give Love Each Day com sua atmosfera apoteótica.
Heitor: Foi difícil escolher as músicas pro medley do Yes, são músicas bem legais e bem diferentes umas das outras. A Aqualung nós já tocamos algumas vezes ao vivo, mas só fomos ter noção de como ficou legal e diferente depois de terminada.
Montanha: Foi uma experiência incrível. Para poder gravar tivemos que estudar muito para seguir as linhas das músicas originais, foi uma aula gigantesca e um trabalho com muita dedicação e respeito.

NHZ: O ponto alto fica por conta de While My Guitar Gently Weeps (Beatles). Além da bela interpretação vocal, vocês inseriram no fim da canção o trecho inicial de Still Loving You (Scorpions). Como surgiu a ideia de inserir essa passagem na música?
Fabio: Muito obrigado pelo elogio. Essa música foi uma escolha óbvia como a Aqualung, porque já a tocávamos nos shows. Como ela encerraria o EP antes da reprise da música Near-Brain Damage, pensamos em levá-la pra uma espécie de gran finale. Sobre o final com a guitarra dedilhada, foi uma mera coincidência, mas achei legal você ter interpretado dessa forma. 
 Heitor: O legal disso tudo, de fazer interpretações das bandas, é isso. Não tínhamos ideia dessa passagem do Scorpions, não tínhamos achado essa influência escondida ainda, é uma banda que eu particularmente gosto muito, mas não foi intencional, com certeza não! (risos)

NHZ: Estão preparando um novo trabalho, Espresso Della Vitta Solare, um álbum duplo, que será divido em duas partes e que terá na produção Adair Daufembach (Project 46, Trayce). O que podem nos adiantar desse vindouro trabalho e o porquê da escolha de Adair no comando dos botões?
Fabio: O disco será uma viagem de trem de um dia, onde o primeiro disco, o Solare, terá doze músicas relativas as doze horas do dia. Teremos muitas referências artísticas, experiências musicais, participações especiais e muita, muita pesquisa. Desde os significados das horas até os instrumentos que usaríamos em cada música. O Adair é uma pessoa iluminada, tem um coração do tamanho do talento dele e o conhecemos através do Gustavo Carmo, produtor do “Unpuzzle!”.
Heitor: O que eu acho que seria legal adiantar é que com certeza estamos mais ansiosos do que a galera que está esperando o disco, vai ser diferente do Unpuzzle, com certeza!
Montanha: Posso adiantar que estamos muito felizes com o novo trabalho e que aumentamos a gama de novidades melódicas e instrumentais neste disco. Sobre o Adair, ele é um produtor com um excelente gosto musical e ouvidos para timbres, tem mostrado a cada dia uma qualidade ímpar para produzir, além de já ser um amigo para nós.

NHZ: Hoje a banda é um trio. Isso afetará alguma coisa na dinâmica e execução das canções? Faz parte dos planos do grupo inserir mais algum músico?
Fabio: Não afetará em absolutamente nada. Para o disco, pela sinergia que rolou com o Adair, ele mesmo gravará as guitarras.
Heitor: Mas faz parte sim da ideia, gostamos de compor no coletivo, é sempre legal ter identidade diferente.
Montanha: Mas o fato de ser trio não esta afetando em nada no nosso trabalho. Nós só vamos analisar o assunto de inserir alguém mais para frente, pois estamos focados na gravação agora.

NHZ: Nessa parte da entrevista vou citar algumas situações que as bandas independentes vivem hoje e queria a opinião de vocês à elas:

- Crowdfunding
Fabio: Feito com bom senso é uma alternativa justa, pois beneficia todas as partes envolvidas.
Heitor: É uma saída muito legal para bandas mais undergrounds. 
Montanha: Eu acho um mecanismo válido de pagar a produção de um disco pois a falta de incentivo é grande.

- Shows autorais vazios

Fabio: É uma via de mão dupla essa questão. É triste que um show não tenha público suficiente, mas é essencial se perguntar o motivo do desinteresse do público.
Heitor: Acho que não é culpa só dos fãs, as bandas, principalmente brasileiras, têm que inovar. 
Montanha: Isso reflete a desvalorização do que é do Brasil, aqui existem bandas semelhantes ou até melhores que as bandas do exterior.

- A arte (cada vez mais) tendo seu espaço tomado pelo entretenimento

Fabio: Eu vejo essa questão de uma forma simples. Quem gosta de arte busca a arte e encontra a arte. Ela sempre vai existir, seja em um grafite com uma frase de protesto, seja em um quadro na sala de uma casa, seja em uma música. O que não pode deixar de existir é o interesse. As coisas são cíclicas e é normal que modas venham e vão, mas o que é essencial, espontâneo e feito com amor sempre fica, e aí passa no teste do tempo e se torna atemporal como falamos anteriormente.
Heitor: Isso me preocupa bastante!

NHZ: Muito obrigado pela entrevista! Deixe uma mensagem aos leitores do New Horizons Zine!
Fabio: Agradeço demais pelo espaço e pela atenção! Desejo o melhor para todos! O “Espresso Della Vita: Solare” vem aí e espero que todos se identifiquem com as histórias que serão contadas! Luz, Paz e Arte, amigos!
Heitor: Valeu galera do New Horizons, espero que gostem dos próximos passos do Maestrick!
Montanha: Um grande abraço e muita música
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