Kamala Foto: Divulgação |
Esse quarteto formado atualmente por Raphael Olmos (Guitarra/Vocal), Andreas Dehn (Guitarra), Nicolas Andrade (Bateria) e o recém chegado Ricardo Piccoli (Baixo, também Shadowside) através de seu mais recente trabalho, Fractal (2009) mostra que é possível evoluir dentro de um estilo sem descaracterizá-lo e deixa-lo com personalidade e com uma cara própria!
Nesta exclusiva , o guitarrista/vocalista Raphael Olmos e o baterista Nicolas Andrade nos contam da repercussão do novo trabalho, a evolução do Thrash, mudanças de formação, e até sobre reality shows, que são uma febre hoje em dia!
Confiram a entrevista!
NHZ: Fractal nos mostra um Thrash com cara própria, moderno, com muito peso, groove, vocais raivosos, além de uma boa dose de melodia e que tem recebido diversas críticas positivas no Brasil e no exterior. Passado um ano de seu lançamento, como vocês avaliam a sua repercussão?
Raphael: Vamos continuar a divulgação do Fractal até o final do primeiro semestre do ano que vem, mas fazendo um balanço da repercussão neste ano que passou, foi extremamente positiva. Um álbum que recebeu ótimas criticas da mídia especializada e sentimos que conquistamos muitos fãs com esse trabalho. E posso adiantar em primeira mão, que já iniciamos a produção do terceiro vídeo clipe deste trabalho, e o lançamento será para o inicio de 2011.
NHZ: Além do som, outro atrativo que o som de vocês contém são algumas passagens de música etnica e hindú, mas essas passagens funcionam como um interlúdio nas canções. Vocês pretendem inserirm mais estes elementos no futuro e qual a opinião de vocês em relação as bandas que misturam elementos de suas regiões no metal?
Raphael: Todos esses elementos são apenas “temperos” no som do Kamala, mas quando aparecem, ajudam no clima da musica. Mas nada vai aparecer forçado, não utilizamos esses elementos se a musica não “pede”. Na minha opinião, misturas são totalmente positivas, desde que procure sempre buscar criar algo com personalidade e naturalidade.
Kamala Foto: Divulgação |
NHZ: Vocês também chamam a atenção no aspecto visual , onde vocês se apresentam usando as cores vermelho e preto. Queria saber o por que a escolha destas cores e para vocês qual a importância da vestimenta nos shows?
Raphael: Nos preocupamos com o visual de palco, efeitos de luz e roupas, pois procuramos somar o máximo de elementos possíveis para deixar o show mais intenso e com o clima que procuramos. O vermelho é uma cor muito intensa e junto com o preto deixa um aspecto violento/pesado, algo que casa perfeitamente com as músicas.
NHZ: O álbum foi lançado pela Free Mind Records, que vem realizando um grande trabalho no Underground nacional, lançando bandas nacionais como Andralls, Ocultan, The Ordher, entre outras. O que vocês estão achando do trabalho do selo e se essa parceria pode ser mantida em futuros trabalhos?
Raphael: A Free Mind Records apresentou uma boa proposta para o lançamento do Fractal, com uma equipe que realmente ama e valoriza o Metal nacional, porém a maioria dos selos nacionais passam dificuldade de sobreviver e não conseguem fazer uma campanha de sustentação dos produtos. Infelizmente o projeto da Free Mind Records que tinha potencial não está ativo, então não vejo atualmente a possibilidade de continuar a parceria.
NHZ: E como vocês são do Thrash, o que vocês acham da variação que o estilo teve com o passar dos anos: desde os moldes americanos das bandas da Bay Area, a escola germânica, bandas como Pantera e Machine Head, até as vertentes mais modernas e extremas como Slipknot e Lamb Of God?
Raphael: Somos admiradores de todas essas vertentes dentro do próprio Thrash, Metal em geral e até mesmo outros estilos. Gostamos de música boa, não importa quando ela foi feita. E dentro de tudo isso, estamos trabalhando para buscar nosso espaço cada vez mais, fazendo musica olhando para o futuro, respeitamos as raízes, são as escolas, mas o Kamala busca fazer um som atual, sempre utilizando novos elementos e tecnologias.
NHZ: Essa questão eu sempre pergunto para a maioria das bandas que entrevisto: em geral hoje temos selos e algumas gravadoras fornecendo suporte para as bandas nacionais conseguirem lançarem seus trabalhos com um bom padrão de qualidade, mas mesmo assim, as bandas tem o investimento com estúdio, gráfica e correio,mas este quase cai por terra devido a boa parte dos Headbangers nacionais, que preferem gastar rios de dinheiro com shows de bandas do exterior ao invés de prestigiarem as bandas do próprio pais e dão o famoso "jeitinho", baixando os álbuns das bandas nacionais gratuitamente e de forma ilegal. Vocês conseguem ver uma solução para isso?
Nicolas: Bom, é muito complicado tratar desse assunto, ainda mais em um país onde os impostos sobre produtos não colaboram para uma cultura de consumo. É claro que as pessoas vão preferir guardar seu dinheiro para assistir a grandes espetáculos do que para comprar CDs, e não somente os nacionais, mas os internacionais também. De qualquer forma eu ainda acho uma opção válida o compartilhamento de músicas na internet, pois divulga muito mais o artista do que com venda de CDs hoje em dia e torna muito mais fácil fazer sua musica chegar mais longe. Não vejo como algo negativo e não enxergo um fim pra isso, na verdade isso é o futuro.
NHZ: A banda já enfrentou muitas mudanças de formação, e quando parecia que esse line up iria permanecer, vocês sofreram mais uma baixa no posto de baixista , onde fora recruta do o experiente Ricardo Piccoli, que produziu Fractal e atualmente também faz parte da Shadowside, que fará uma extensa tour na Europa com o WASP em breve. Quais os motivos que levaram vocês a escolhê-lo para a vaga e como farão para que não haja conflito de agendas entre as bandas?
Raphael: Assim que o Adriano comunicou que estaria saindo da banda, pensamos quem seria a pessoa certa para entrar na banda. Essa pessoa teria que ter técnica, presença de palco, visual e gostaríamos muito que essa pessoa fosse alguém que realmente acompanha a banda há muito tempo. E o Piccoli foi a primeira pessoa a acreditar na banda, onde disse que gostaria de ser o produtor do “debut”. Desde de então desenvolvemos além de um ótimo relacionamento profissional, nos tornamos grandes amigos. Ele produziu nossos 2 álbuns, então conhecia perfeitamente as músicas. Então ele simplesmente era o primeiro da nossa lista. Para conflito de agenda, como atualmente, onde o Piccoli está na Europa em turnê com o Shadowside, vamos contar com nosso grande amigo e ótimo musico, Luiz Moura do Thriven ( http://www.myspace.com/thriven1 ). Luiz também foi o responsável da arte dos dois álbuns do Kamala. Então tudo funciona assim, somos uma grande família.
NHZ: Vocês possuem o mesmo managemement do Korzus, a Eight Ball Agency. Devido a estarem pelo mesmo empresariamento, há a possibilidade de alguns shows em conjunto ou quem sabe uma tour?
Raphael: Existe sim essa possibilidade. Estamos conversando a respeito para ver se conseguimos fazer isso realmente acontecer. Temos certeza que se acontecer, por onde esses shows passarem, Kamala e Korzus vão destruir tudo!
NHZ: Interessante que eu acabei conhecendo o som de vocês através da Expomusic, onde inclusive tirei foto com vocês e adquiri o CD. Qual a opinião de vocês sobre estes eventos e no que eles elevam a divulgação dos trabalhos das bandas?
Nicolas: É muito importante participar desses eventos, pois rola uma grande interação com o público e com as empresas que buscam fortalecer a cena musical. Na última Expomusic estávamos lá lançando o novo clipe do álbum ‘Fractal’ para a faixa ‘Stand On My Manager’ e a recepção do público foi muito legal.
NHZ: Antes de encerrar, queria saber a opinião de vocês sobre algo que "infestou" todos os cantos do planeta: os Reality Shows. Inclusive há alguns artistas do rock como Mikkey Dee (Motorhead), Sebastian Bach (êx-Skid Row) e Bret Michaels (Poison) que já participaram de algum programa do tipo. Caso algum membro da banda recebesse uma proposta, topariam participar?
Raphael: Uma coisa é ter uma câmera captando a vida normal do artista, um day off, vida com a família e também toda a correria dos backstages, outra coisa é ficar participando de provas e coisas aonde os participantes são meras peças de entretenimento. Programas aonde misturam músicos de varias bandas para compor, esses lances são interessantes, pois a musica está em primeiro lugar. Agora esses outros programas de reality show, eu simplesmente ignoro, não quero ser conhecido como a banda do cara de tal programa, e sim ser conhecido pela nossa musica.
NHZ: Obrigado pela entrevista! Deixem um recado aos leitores!
Nicolas: Primeiramente nós que agradecemos pela oportunidade e gostaria de deixar nosso site para que todos possam conferir nosso trabalho. Lá as pessoas vão encontrar links para as diversas mídias sociais nas quais estamos presentes, notícias, vídeos, músicas, fotos e mais uma porrada de material pra galera que estiver afim de conhecer a banda. Um grande abraço a todos!
Entrevista feita por: João Messias THE ROCKER
Um comentário:
lan party
Postar um comentário