Com sete anos de estrada, o duo Tehilim Celtic Rock, formado por César Ricky Mendes (Vocal/Guitarra) e Jackie Mendes (Flautas), mostra no seu quarto CD, Back to the New que é possível renovar a sonoridade musical sem deixar suas características originais.
Os momentos Celtic/Folk/Rock estão presentes no trabalho, só que recebem contornos do Hard Rock e do louvor (Praise), que tornam o álbum não apenas no melhor deles, mas um dos grandes trabalhos deste ano que já está indo embora.
Nesta entrevista, César Ricky nos conta das mudanças da sonoridade, planos futuros e a inspiração de uma das canções do disco.
Confiram:
César Ricky Mendes Foto: Divulgação |
NEW HORIZONS ZINE: O novo trabalho Back to the New apresenta uma leve
mudança na sonoridade de vocês. O álbum tem o clima Celtic/Folk dos primeiros
álbuns, mas com fortes influências do Hard Rock e do louvor. Essa nova faceta
da banda ocorreu naturalmente?
César Ricky: Acho que chega um ponto na carreira de uma banda em
que ela precisa dar uma ouvida em tudo o que produziu e colocar na balança o
que quer para o seu futuro.
Se você ouvir nosso álbum
anterior (Shine in the Darkness), vai perceber que já estávamos em transição. O hard
rock faz parte da minha formação musical, sou completamente viciado em bandas
como Van Halen e Bon Jovi.
Confesso que cansei um pouco de
compor músicas instrumentais. Não significa que não gostamos mais de músicas
instrumentais, apenas cansamos e achamos que era o momento de mudar.
Na verdade, algumas ideias
musicais só podem ser melhor transmitidas através de músicas cantadas. Gosto
muito de cantar, mas reconheço que não sou vocalista, sou um guitarrista que
canta.
Deixar nossa sonoridade mais
“popzada” foi algo intencional, e não foi fácil. Se não fosse a ajuda do Robson
Silva (que gravou as baterias do nosso primeiro CD e do CD novo), não
conseguiríamos mudar a sonoridade. Ele é um cara que sabe o que funciona como
um “hard rock pop”, e foi fundamental na pré-produção desse trabalho, pois ele
conseguiu “limar” os excessos e mostrar onde deveríamos investir.
O que me surpreende na sua
percepção, é o fato de soar mais “louvor”. Em nenhum momento isso foi
intencional. Talvez seja culpa das composições em tons maiores, que soam mais
alegres e sentimentais. E até mesmo, do sentimento que colocamos nas músicas.
NHZ: Como estão as críticas ao novo trabalho?
Cesar: Críticas são uma via de mão dupla, porque você nunca sabe a
sinceridade que existe por trás dela. Mas a maioria esmagadora está
considerando esse CD o nosso melhor trabalho.
Particularmente, eu também acho.
Fiquei muito orgulhoso com o resultado.
O interessante, é que até agora
ninguém reclamou pelo fato de não estarmos mais fazendo músicas instrumentais.
Isso dá uma sensação de que as pessoas que nos
acompanham esperavam um trabalho como o “Back to the New” vindo do
Tehilim Celtic Rock.
Back to the New Divulgação |
César: Os acessos surpreenderam, passaram de 8.000. Se estivéssemos
vendendo o CD, seria difícil vender 1.000 CDs em menos de um mês de lançamento.
Tirando o Brasil, os países que
mais têm baixado nosso CD, são Irlanda, Escócia, Inglaterra e EUA.
E honestamente, saber que o
público irlandês e escocês, que fazem o melhor de música celta, estão baixando o trabalho, nos deixa muito
honrados.
O site Noise Trade, realmente é
uma mão na roda. E para quem quiser baixar o CD novo, é só entrar no link www.noisetrade.com/tehilimcelticrockback .
NHZ: Falando nos estilos, vamos começar com o lado Hard. Build Me Up Again tem
uma melodia contagiante, perfeita para se tocar ao vivo, pois no meio da canção,
música, músicos e ouvinte se transformam em uma coisa só. Qual a reação do
público ao ouvir essa canção?
César: O interessante é que antes de gravarmos esse CD, tocamos
todas essas músicas ao vivo e pudemos sentir o feedback. “Build Me Up Again” é a típica canção para levantar a galera, e
constantemente, é uma das preferidas do CD e de nossas apresentações mais
recentes.
Acho essa música uma mistura de Bon Jovi com Ceili Rain (banda de celtic
folk americana).
NHZ: Outra música de destaque é Two Little Princesses, que tem um
refrão que faz todo mundo cantar junto. Como surgiu a canção e no que é baseada
a letra?
César: Essa foi umas das primeiras músicas compostas para esse CD.
A letra dela é sobre minhas duas filhas, Rachel e Esther.
Um dia, eu estava no escritório
de casa tocando violão, e as duas entraram com roupas de bailarina dançando e
girando. Ficaram ali por poucos minutos e saíram correndo para brincar.
Aquilo mexeu comigo e me fez
pensar que o mais forte que podemos ter num relacionamento com Deus, é sermos
como crianças. Sem paradigmas religiosos, sem medo de falar com ele e sendo
verdadeiros.
Se conseguíssemos enxergar Deus
apenas como um pai que se diverte com as “bobeiras” de seus filhos, sem os
“óculos” que a religião insiste em colocar em nós, certamente seríamos seres
humanos mais bem resolvidos.
Jackie Mendes Foto: Divulgação |
César: Somos cristãos convictos. Independente do público para quem
tocamos (cristãos ou não-cristãos) temos certeza de nossa crença. E isso nunca
foi impedimento para nos aproximarmos de pessoas diferentes de nós. Aliás,
gostamos disso e consideramos que ficar preso a um único público é um erro.
Por outro lado, sempre comento que não somos
parte de nenhuma inovação ou reinvenção do movimento gospel/cristão/adorador, e isso mais nos afasta desse grupo do que
nos aproxima, por mais que compartilhemos da mesma fé.
Sendo bem honesto, considero uma
dádiva divina não ser parte desses movimentos, pois se fôssemos isso nos
limitaria demais, e não poderíamos alcançar as pessoas, independente da crença
de cada um.
Não gosto que associem o Tehilim Celtic Rock
ao gospel, pois não somos parte desse
grupo. Somos cristãos e fazemos música, queremos que as pessoas curtam e se
divirtam com a nossa música, nosso trabalho é uma forma de arte. A diferença é
que algumas bandas que tocam música celta falam sobre fadas, duendes, wicca e outras coisas, e nós, falamos
sobre Deus e nossos sentimentos.
Sempre observei que o Tehilim
Celtic Rock tinha mais aceitação do meio secular do que do meio cristão,
justamente por sermos “exóticos”. Ainda é assim, mas em alguns momentos, muitos
cristãos estão de saco cheio da mesmice do cenário musical, acabam nos
procurando para conhecer nosso som.
NHZ: Se por um lado, os clipes não são divulgados nos programas de TV,
são uma ótima ferramenta de divulgação em mídias como Youtube , blogs e redes
sociais. Pensam em fazer algum vídeo? O que acham de fazer de Carried Me?
César: Estamos acertando alguns detalhes para produzirmos dois
clipes. Provavelmente serão de “Carried Me” e de “With All My Soul”. Acho
sensacional o “empurrão” que o YouTube e as redes sociais podem dar.
Temos que usar os meios de
comunicação mais atuais a nosso favor, ainda mais, quando você é uma banda
independente.
NHZ: O estilo musical de vocês tem grande aceitação na Europa. Vocês
chegaram a pensar em se apresentar pelo velho mundo?
César: Não só pensamos como planejamos morar um tempo na Irlanda
para aprendermos melhor a musicalidade celta. Vamos ver o que o futuro nos
reserva, mas os planos estão prontos.
NHZ: Falando em apresentações, vocês as dividem em dois formatos: com
banda e pocket show apenas com você (César)
e sua esposa Jackie. O que vêem de positivo nestes tipos de apresentação e qual
curtem mais?
César: Cada tipo de apresentação tem seus pontos positivos e
negativos.
Ter a banda inteira no palco é
sensacional e contagiante, podemos fazer coisas maiores e mais legais. Por
outro lado, como o Tehilim Celtic Rock
é algo meu e da Jackie, não temos músicos fixos na banda. Temos que
contratá-los.
A maioria dos músicos que tocam
conosco são nossos amigos pessoais, mas isso não significa que eles não tenham
que receber seu pagamento.
Quando tocamos em duo, para
pocket shows, é algo bem intimista e mostra com mais honestidade a música que
eu e a Jackie fazemos. Afinal de contas, somos somente nós dois e nossos
instrumentos.
Acho muito vantajoso fazer isso,
pois nem sempre você recebe convite de um lugar que possa bancar uma banda
inteira com todos os seus custos. Nesse caso, levar somente um duo, sai mais em
conta e podemos fazer algo com a mesma qualidade de estar com a banda inteira,
só que com algumas limitações, claro.
Cesar Ricky Mendes Foto: Divulgação |
César: Para as “majors” o que interessa é o lucro. Acho a coisa
mais ridícula do mundo quando vejo uma banda cristã espiritualizar esse tipo de
situação. Isso não tem nada de espiritual, é negócio, business.
A ExpoCristã é isso, tem nome de
“cristã” mas deveria ser algo como “ExpoReligiousMoney”.
Para mim, tudo isso é negócio,
ser contratado de uma gravadora que tem um selo cristão, ou de uma gravadora
puramente secular, é do mesmo tamanho.
As duas podem te dar golpe ou
serem honestas com você.
NHZ: Para encerrar. Cesar, percebi a influência de Michael W. Smith em músicas como nas citadas Build Me Up Again e Carried
Me. O que acha do trabalho do artista?
César: Essa influência foi algo que me surpreendeu muito.
Sou fã do Michael W. Smith, pois o considero um artista muito completo. É um
cara que faz composições maravilhosas, tem uma certa influência celta e, embora
seja um cristão convicto, não fica com espiritualizações idiotas e
desnecessárias.
NHZ: Obrigado pela entrevista! Deixem uma mensagem aos leitores do New
Horizons Zine!
César: Eu quem agradeço mais uma vez pela oportunidade que sempre
nos dá. Gosto muito do New Horizons Zine.
Quero convidar todos os leitores
a baixarem nosso mais novo CD no www.noisetrade.com/tehilimcelticrockback e
entrarem no nosso novo site, onde você também pode baixar os CDs anteriores da
banda.
2 comentários:
show, Glória a Deus!
show, Glória a Deus!.
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