19 de dezembro de 2012

ILL NIÑO: O LADO EXTREMO DO NEW METAL

Texto e fotos: João Messias Jr.

Um pouco de história

Ill Niño
O New Metal é um dos estilos mais odiados pela galera que ouve música pesada. Tendo como características as guitarras dissonantes ou com “apitos”, vocais com várias incursões ao Rap/Hip Hop, dreadlocks e um visual que fica mais próximo dos manos do  Bronx  que da Califórnia, se é que me entendem.

Passados quase 20 anos de sua chegada, ele possui algumas ramificações, tendo bandas que fizeram sucesso na grande mídia (Linkin Park, Staind e Link Bizkit), que apesar de serem destaques do estilo, pouco (ou nada) possuem de metal na música. Do outro, temos bandas que se destacaram pelas características citadas lá no primeiro parágrafo, mas com muito peso e agressividade. Alguns exemplos são Slipknot, Soulfly, Machine Head e o próprio Ill Niño.

Tendo como base a multiculturalidade, ao começar dos seus integrantes, que se dividem entre brasileiros, peruanos e americanos  fizeram muito barulho no começo deste novo milênio com álbuns como  Revolution, Revolucion. Outro fator de sucesso foi o bom trabalho da gravadora Roadrunner, que na época passou a investir em grupos nessa linha.

De lá para cá, a banda passou por algumas mudanças de formação e mesmo sem o aparato da poderosa gravadora, se manteve estável. Graças ao sistema de financiamento coletivo por meio do canal Ativaaí, que já trouxe Soulfly e recentemente fechou com o Eluveitie, foi possível trazer o sexteto para mais uma apresentação no nosso país.

A casa escolhida foi o Via Marquês, que só nesse ano acolheu artistas nacionais e internacionais como Viper, Soulfly, Mark Farner, entre outros, que para minha surpresa estava lotada de fãs sedentos para o show da banda. Surpresa, pois nessa chuvosa noite de sábado (15) foram realizados dois grandes festivais.

As bandas de abertura

The Silence
Antes do Ill Niño houveram quatro bandas de abertura. A primeira foi o Skin Culture, que é liderada pelo carismático Shucky Miranda, fez o público pular e cantar a plenos pulmões as músicas da banda, que seguem uma linha meio Soulfly e Machine Head, com músicos fantásticos. Grande abertura e aproveito para dizer que são caras que merecem tocar em locais maiores.

A segunda banda foi uma surpresa. O The Silence, apesar de ter em suas fileiras músicos que figuram e figuraram em bandas como Paura, Treta e Dead Fish, e o som possuir diversas passagens metal/hardcore, há texturas diferentes, vozes mais agonizantes, que aliado ao uso de sintetizadores, dão uma cara perturbadora ao som. Foge da mesmice.

O lado mais leve do estilo

EDC
As outras duas bandas já caminham na vertente mais comercial do estilo. O EDC, por causa das camadas de vozes ( muito bem feitas por sinal), lembram a Nação Zumbi com passagens mais pula-pula. O quinteto destilou sons de seus 10 anos de carreira, com destaque para Pássaros, atual vídeo do grupo e Mais um Dia, que foi cortada de forma abrupta.

O C-Real estava fazendo seu show de despedida e o som praticado é parecido com o da banda acima, mas possuem um tempero regional mais acentuado, tanto que contam com um percussionista na formação (que também responde pelo teclado). Pela qualidade apresentada, deveriam repensar sobre essa decisão, principalmente pela música Entre Vermelhos. Mas como sabemos que viver de arte no Brasil é um sonho para poucos...

A hora mais aguardada

Ill Niño
Só que já era uma da matina e todos queriam Ill Niño e o sexteto formado atualmente por Cristian Machado (voz), Ahrue Luster e Diego Verduzco (guitarras), Lazaro Pina, Dave Chavarri (bateria) e o brasileiro Daniel Couto (percussão) não deixou ninguém parado. Com uma performance energética, músicas pesadas, que aliadas a uma pegada brutal e uma grande atuação do frontman, a banda mostra que com o passar dos anos só fez bem a sua música, pois estão mais pesados, variados e experimentais. Não tem como não se empolgar com o dueto percussão e bateria e músicas como God Save Us, Unreal, What Comes Around, até o encerramento com a clássica Liar, de Revolution, Revolucion, que recebeu o reforço de Shucky Miranda nos berros.

A banda saiu ovacionada pelo público, principalmente por causa dos discursos do vocalista sobre a maconha e quando o percussionista citou que o público brasileiro era muito melhor que o da Argentina e provou que apesar do nome New Metal causar urticária para muitos fãs de som pesado,  bandas como o Ill Niño merecem no mínimo o nosso respeito.

Um comentário:

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