Por João Messias THE ROCKER
Depois de três anos sem ir ao CCSP, estávamos lá para conferir a apresentação desses dois grandes nomes da cena nacional, que andando na contramão, conseguiram grande destaque na cena por cantarem em português, e como consequência desta ousadia, são as bandas de material autorial que mais enchem as casas de shows de SP!
Carro Bomba Foto: Kátia Bucci |
Fazendo parte do projeto Sintonia do Rock (que contou no domingo com as bandas Tomada e Cracker Blues), esta apresentação mostrou o que de melhor o Rock And Roll pode transmitir as pessoas: adrenalina e bem estar.
E a ida a este evento foi como se estivéssemos numa convenção rockálica, pois andando pela casa, você se deparava com pessoas importantes na cena, como Ricardo Batalha (Roadie Crew), Regis Tadeu (jurado do Programa Raul Gil), e o pessoal de bandas como Korzus, Reviolence, entre muitos outros "medalhões".
Como chegamos cedo, cerca de uma hora e meia antes do show, tive a impressão de que o público pisaria na bola (cheguei até a pensar que o Mick "Pé Frio" Jagger compareceria), mas assim que o Carro Bomba entrou mandando a música Bala Perdida, do seu mais recente trabalho, Carcaça, o público foi aparecendo como uma rajada de metralhadora e encheu a casa, mas não lotou!
Fabrizio Micheloni e Rogerio Fernandes Carro Bomba Foto: Kátia Bucci |
Voltando ao Carro Bomba, a banda consegue manter a mesma pegada de estúdio, com o baixo estalado de Fabrizio Micheloni, Marcello Schevano emanando peso na sua Gibson SG, Heitor Schewchenko mostrando segurança nos bumbos e o vocalista Rogerio Fernandes mandou uma grande atuação, que ainda teve sons como Carcaça, Sangue de Barata, Combustivel (essa uma homenagem a Ronnie James Dio), Mondo Plastico, Overdrive Rock And Roll, essa do álbum Segundo Atentado, que está muito mais pesada e os grooves mais evidentes. Aliás, vale comentar que é interessante ver a evolução musical da banda, que começou como um Power Trio fazendo um som mais setentista e hoje como um quarteto, que apesar de manter a proposta inicial, flerta com o Thrash em diversos momentos.
O show encerrou com Punhos de Aço, do álbum numa grande apresentação que só não foi melhor pelo pouco tempo e devido ao som, os vocais terem ficado um pouco abaixo do instrumental, que persistiram no próximo show.
Xande e Deca - Baranga Foto: Kátia Bucci |
Depois de alguns ajustes e a troca de bateria e o convidativo pano de fundo, adentra ao palco Xande (guitarra/voz), Deca (guitarra), Soneca (Baixo e Coros) e Paulo Thomaz (Bateria e Coros), que juntos formam a Baranga, que proporcionou uma verdadeira celebração de Rock And Roll, cheia de peso e que com toda a certeza cairá nas graças de fãs de bandas como AC/DC, Rose Tattoo e Motorhead, com uma performance insana, principalmente o guitarrista Deca, que é uma figura a parte, danca, sola com a guita nas costas, joga a guitarra para o alto, toca junto com a galera, um verdadeiro Rock And Roller. Os caras são a trilha perfeita para a visita na Rua Augusta de caras como Paul Stanley (Kiss), Vince Neil (Motley Crue), Bret Michaels (Poison), Lemmy (Motorhead) e outros personagens da cena Hard/Rock/Glam!
Baranga Foto: Kátia Bucci |
A banda fez um set baseado em seus dois mais recentes trabalhos, mas sem se esquecer dos primeiros sons como Piratas do Tietê e Whiskey do Diabo, mas não dá para negar que os últimos álbuns são o que de melhor representa a Baranga hoje, como foi visto e ouvido em pérolas como O Céu É O Hell, Na Madrugada (que possui um vídeo muito legal), Garota Rocker, que foi dedicada a todas as garotas que estavam no show (muitas com a camiseta da Baranga aliás), Aplica Mais Uma Dose, que é a melhor música da banda, dona de uma melodia irresistível, perfeita para dançar (e quem disse que o Rock não foi feito para dançar) e pular!
A apresentação já rumava para o seu final, que foi com Vai Se Dar Mal, Filho Bastardo e o encerramento com Meu Mal, que teve um final bem Rock And Roll, com o baterista Paulão indo para a frente do palco (suas partes foram executadas pelo seu roadie) e a galera invadindo o palco. Apoteótico!
Uma noite perfeita e que somente uma frase pode encerrar esta resenha: " O Rock And Roll precisa (e muito) de vocês"!
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