Zumbis do Espaço Foto Extraída do Facebook |
Por João Messias THE ROCKER
Conhecidos por sua mescla inteligente de Punk Rock, Psychobilly, Country e Metal, que alia uma temática que fala de morte e sangue, mas com um fundo de verdade, tem em trabalhos como Aqui Começa O Inferno e Destructus Maximus seus pontos altos na carreira, pois os trabalhos possuem muita energia e podem ser ouvidos diversas vezes sem enjoar.
E nessa entrevista feita com o vocalista Tor, ele nos contou de coisas do passado, presente e futuro da banda como vocês podem acompanhar nas linhas abaixo!
NEW HORIZONS ZINE: Como é a primeira entrevista com a banda, vou começar perguntando do passado até chegarmos ao presente. Os Zumbis do Espaço tem uma sonoridade bem particular, uma mescla de Psychobilly, Punk Rock, Country e Metal. Quando vocês formaram os Zumbis, como foi desenvolver esta sonoridade?
Tor: Na verdade, foi natural, pois todos nós somos e éramos psicopatas de musica, gostávamos de vários tipos de musica e estilos, e fomos incorporando essas sonoridades as nossas influencias básicas que eram primeiramente bandas de Rock básico. Acho que chegamos ao nosso som no disco “Abominável Mundo Monstro” de 1999.
NHZ: E além da sonoridade, o que chama a atenção são as letras, que falam de sangue, morte, vampiros, baseada naqueles trash movies, mas sempre com um fundo de verdade. A intenção desde o início era ter essa mescla de sarcasmo e critica?
Tor: No começo, acho que queríamos só chocar e soar os mais insanos possíveis, mas o lance critico e do amadurecimento das letras veio com o tempo, acho que a partir do “Aberrações que somos” de 2002, passamos a compor melhor e nos expressar melhor aliando a insanidade com a realidade.
NHZ: O álbum Aqui Começa o Inferno mostrava uma nova faceta da banda, pois apesar da influência country sempre estar do lado da banda, vocês utilizaram instrumentos "reais" do estilo, como banjo, dobro, etc, que foram executados pelo convidado Joziel Wagner. Como surgiu esta idéia e se chegaram a pensar em efetivá-lo nos Zumbis.
Tor: O Joziel é amigo nosso há mais de 20 anos, é o melhor guitarrista que eu conheço, e sua presença sempre enriquece muito musicalmente, na época já tínhamos feito 3 albuns de estúdio e 2 ao vivo, vínhamos numa crescente com discos como Abominável, Aberrações, estávamos cada vez mais conhecidos e ao mesmo tempo ouvindo muita musica Country, eu queria fazer um álbum musicalmente superior aos outros e uma coisa que eu sentia muito desde a saída do Cromo era a falta de solos e arranjos nas musicas do Zumbis. Então eu convidei o Joziel pra ir para o estúdio com a gente, e acho que fizemos um grande disco, ele também tocou em todos meus discos solos e gravou varias guitarras no “Destructus Maximus”. Quanto a efetivar ele na banda sabíamos que era inviável, pois ele é muito ocupado e tem muitos compromissos como musico de estúdio e ao vivo em diversas bandas.
NHZ: Tor, e paralelamente aos Zumbis, você tem uma carreira solo mais voltada para o Country, como andam os trabalhos e como os fãs do Zumbis reagiram a eles?
Tor: Acabei de lançar meu terceiro disco solo, ele se chama “Quando se perde a Razão” e agora tenho uma banda muito boa pra me acompanhar, a partir de 2012 estaremos fazendo shows, quanto aos fans do Zumbis uns gostam e outros não, mas eu não me pauto por isso para fazer musica. Portanto não me influencia o que os outros pensam. Mas é lógico que eu fico satisfeito quando gostam e entendem esse trabalho.
NHZ: E apesar de lançarem álbuns com regularidade, o forte de vocês são as apresentações ao vivo, que já foram registradas em CD e DVD. O que representa para vocês estar em um palco?
Tor: O palco é aonde a mágica acontece, é o divisor de águas de uma banda, é a prova final, e onde poucos sobrevivem. Eu sei que em muitas noites fomos realmente matadores em cima do palco e acho que é por isso que estamos ai até hoje.
NHZ: Falando em apresentações, vocês fizeram há pouco tempo apresentações com a formação clássica. Como pintou essa oportunidade e qual a reação dos fãs ao ver este line up em ação?
Tor: Essas apresentações foram fantasticas. A maioria dos fãs do Zumbis, nunca puderam ver essa formação ao vivo, pois Cromo saiu da banda logo após a gravação do Abominavel, e não chegou a fazer a tour do album, e justamente foi esse álbum que nos levou a um publico muito maior, e o Cromo passou a ser uma especie de Lenda, pois ninguem nunca mais soube dele, ele se afastou da musica e só o reencontrei anos mais tarde quando eu chamei pra ele fazer alguns shows com a minha banda solo. Nessa época muitos fãs mais novos do Zumbis vinham com os discos da epoca pra ele autografar, e tambem não podemos esquecer que essa formação foi responsavel por albuns como a Invasão, Abominavel e os 3 EP's. Era o mínimo que a gente podia fazer em reconhecimento ao Cromo e aos nossos fãs.
NHZ: Vocês lançam seus trabalhos pela Thirteen Records. Como é a relação com o selo após tantos anos?
Tor: É ótima! Temos controle sobre nossa musica e todos nossos lançamentos, fazemos o que queremos e quando queremos. Não tem porque mudar.
NHZ: Vou citar fatos marcantes que aconteceram com a banda durante esses anos e queria sua opinião a eles:
• Morte de El Phantasma
• Shows com Marky Ramone
• Tributo ao Garotos Podres
• Apresentação na Virada Cultural em Santo André
Tor: A morte do El Phantasma foi muito triste, não só pela banda, mas por ele ser uma pessoa incrível, era novo e um excelente musico, tinha a vida toda pela frente e sofreu um acidente que ninguém teve culpa, mas afinal, são coisas que acontecem na vida.
Os shows com Marky foram legais, pois foi a primeira vez que viajamos em um esquema de turnê e tocando com um Ramone, o ver tocar toda noite realmente foi especial.
O Garotos Podres, das bandas desse estilo e época é a que eu mais gosto. Fizeram grandes musicas e são muito bons ao vivo. Fui convidado pelo Português, o baterista original do GP, para participar do tributo. Poderia ter escolhido qualquer musica deles, mas escolhi Verme porque a letra tem a ver com o Zumbis.
Adoramos tocar no SESC, a estrutura é sempre excelente e o publico que vai sempre é legal, é uma honra tocar em um evento como a Virada Cultural, e naquele dia tivemos a companhia do Zé do Caixão. Foi demais...
NHZ: Para encerrar, em 2010 os Zumbis fizeram 15 anos de estrada! O que podemos esperar dos Zumbis para o ano que vem?
Tor: Fizemos 15 anos em 2010, para 2012, esperamos lançar um novo disco de estúdio, já temos algumas musicas e queremos fazer algo realmente especial, fora isso é continuar tocando e encontrando os fans pelo País.
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