18 de janeiro de 2013

SUICIDAL ANGELS: THRASH METAL À GREGA

Apresentação de quarteto mostrou que a Grécia possui um dos nomes mais poderosos do estilo

Texto e fotos: João Messias Jr.

A banda grega Suicidal Angels deu aos bangers o que eles queriam: Thrash Metal e pescoços dilacerados. Os gregos, formado atualmente por Nick Melissourgos (vocal/guitarra), Angel Kritsotakis (baixo) e Orfeas Tzortzopoulos (bateria) apresentaram muitas novidades. Além do novo álbum, Eternal Domination, foi uma das primeiras apresentações do guitarrista Chris Tsitsis com a banda.

Nesta noite atípica, com muita chuva e frio em pleno verão, foi a minha primeira vez no Hangar 110, localizado próximo ao metro Armênia. Conhecido por sua tradição no punk/hardcore, a casa está acostumada a receber atrações nacionais e internacionais de renome como Matanza, Ratos de Porão, At the Gates, só para citar alguns.

Renê Simionato (Guillotine)
A primeira banda que se apresentou nesta noite foi o quarteto Guillotine, que apresentava a nova formação, com o baixista Renan Carrenho (ex-Depressed), que junto aos asseclas Rene Simionato (guitarra/vocal), Luis Pizano (guitarra e vocais limpos) e Gil Oliveira (bateria, Necromesis), apresentaram novos sons, alguns com contornos épicos e setentistas, que junto ao habitual Speed/Heavy/Thrash tem tudo para conceber um registro no mínimo interessante.

O show do quarteto encerrou com Terminator, que possui um dueto de guitarras de fazer inveja aos grupos de NWOBHM.

Baita show de uma noite que estava apenas começando!

A realização de um sonho

Flávio Soares (Leviaethan)
Quando eu era garoto, não trabalhava e dessa forma não tinha capital para comprar discos. Então para comprar os bolachões, juntava jornal, latinha, e garrafas vazias. Claro, nunca dava para comprar os álbuns de bandas consagradas, mas felizmente dessa forma conheci diversos tesouros da cena nacional, entre eles o Leviaethan. Foi a realização de um sonho ver Flavio Soares (baixo/vocal), agora acompanhado pelos asseclas Manoel e Denis Blackstone (guitarras) e Ricardo “Ratão”(bateria).

A apresentação dos gaúchos foi especial por alguns aspectos. O primeiro é que estavam em divulgação do relançamento em CD do primeiro álbum, Smile (1990) e o outro que se apresentavam num formato diferente de habitual. Como o vocalista Flávio estava inapto para tocar baixo (segundo ele, graças a “uma merda” que ele fez no Ano Novo), a banda se apresentou com uma guitarra apenas, com Manoel fazendo às vezes no baixo.

Foi realizar mais um sonho ouvir canções do debut como The Last Supper, AIDS e Echoes From the Past, que embora sejam cruas e nos remetam aos primórdios do Thrash, esbanjam energia. Além delas, o quarteto executou, Disturbed Mind e as novas The Time Has Come (Yours) e Hell is Here, que farão parte do terceiro trabalho da banda.

Só faltou o hino Pimponetta, mas nada que ofuscasse o brilho dessa apresentação.

Nessa hora, o público começava a encher a casa e ocorreram as primeiras rodas.

Nova formação

Adriano Perfetto, Helio Patrizzi (frente)
e Enrico Ozio (Bywar)
Já com um ótimo público, quem também apresentava nova formação era o Bywar, que agora atua como um trio. Adriano Perfetto (guitarra/vocal), Helio Patrizzi (baixo) e Enrico Ozio (bateria) seguram bem as pontas neste formato e penso que outra guitarra não faz falta ao som dos caras.

Disse em outras resenhas, mas se torna pertinente falar: quem conhece o som dos caras desde a sua fundação, nos anos 90, percebe que os caras se livraram das influências germânicas e hoje praticam uma música própria, original, oitentista e livre de modismos.

Assim como o Guillotine, essa foi a melhor apresentação que vi dos caras!

Grécia em crise? No metal, não!

Nick Melissougos (Suicidal Angels)
Após umas "introduções" com músicas atípicas para o público, às 22h30 em ponto, começou a apresentação do Suicidal Angels. De forma direta, os gregos deram o que o público (que já lotava a casa) queria: muito thrash. O legal dos caras é que embora possuam aquela “pegada” européia, escapam do esquema alemão, provando que é possível absorver influências do som clássico e montar uma cara própria.

O nível técnico dos caras é muito bom, alternando riffs pesadíssimos e solos vindos do Metal Tradicional, com destaque para Chaos (The Curse is the Burning Inside), a pegajosa The Pestilence of Saints, com um refrão sensacional, Reborn in Violence, Moshing Crew e o encerramento com Apokathilosis.

Alguns fatores fizeram dessa apresentação algo marcante, que embora ainda estamos no começo do ano, tem tudo para figurar entre as melhores de 2013: a postura do vocalista/guitarrista Nick Melissourgos, que soa como uma espécie de "general" ditando ordens para o público, além de uma postura (apenas em cima do palco) sisuda, de fazer inveja para Dave Mustaine (Megadeth) e Ritchie Blackmore (Blackmore’s Night). Dessa forma, o músico “convocava” os bangers para subir ao palco e saltar ao público.

Outro fator de orgulho foi ver o baixista Angel Kritsotakis, tocar com a camisa do Krisiun, evidenciando a importância do trio gaúcho na cena extrema.

Apesar de um show curto, com pouco mais de uma hora, foi uma  excelente noite de Thrash com toda a certeza! Vamos cruzar os dedos e torcer para virem novamente, de preferência para um local maior!

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