6 de junho de 2012

HARD DESIRE: HARD ROCK NA TERRA DO DEATH/THRASH


Banda mineira comemora cinco anos de vida com o lançamento do seu primeiro CD

Por João Messias THE ROCKER

Finalmente o coração dos fãs do bom e velho Hard Rock bate mais forte!

E o mais legal de tudo é que não é apenas pelo retorno dos grupos internacionais, e sim pelas bandas produzidas e lançadas no Brasil.

Depois dos ótimos lançamentos das bandas Hardalliance e Slippery, agora temos vindo de Minas Gerais o Hard Desire, que após cinco anos de batalha, lançou recentemente seu primeiro CD, que leva o nome da banda.

Mesclando passagens mais bluesy até momentos que lembram a boa fase do Queensryche, o quinteto apostou em algumas novidades no contexto sonoro e na arte gráfica, como os músicos Felipe Rosa (Guitarra) e Thiago Fernandes (Baixo/Vocal) nos explicam nesta exclusiva para o NEW HORIZONS ZINE!

Confiram!

Hard Desire
Foto: Divulgação
NEW HORIZONS ZINE: A banda completou cinco anos de existência. Quais as melhores e piores coisas que aconteceram neste período?
Felipe: A melhor coisa foi termos conseguido gravar o álbum e vermos toda a excelente repercussão que ele está tendo.E a pior coisa e a dificuldade para abrirmos portas para banda em virtude da falta de apoio ao estilo.

NHZ: O Hard Desire é de Minas Gerais que possui uma tradição mais voltada à música extrema, em especial o Death/Thrash. Como é a aceitação do público ao som que praticam?
Thiago: Isso é verdade! Dividimos muitas vezes o palco com bandas de outras vertentes e a aceitação do público foi sempre muito boa! Mas a mentalidade do público mineiro hoje em dia é muito mais eclética.

Quando começamos em 2007, muitas outras bandas de hard rock estavam em início de atividade e parece que o publico mineiro reaprendeu a gostar desse estilo. 

NHZ: Quando falamos de Minas, as primeiras coisas que vem a mente são a gravadora Cogumelo, o festival Roça N’Roll e o Tuatha de Danann. Por ser uma banda do estado, queria que nos contasse os pontos positivos e negativos da cena mineira.
Felipe: Como pontos positivos podemos citar o público! É ele que nos faz continuar na ativa, compondo e tocando. Apesar de restrito, por conta da falta de apoio, o público rock de minas gerais é muito ativo e energético. Realmente é o nosso “tesão”.

Já os pontos negativos da cena podemos ver bem claros na sua pergunta. Poucos festivais organizados, como o Roça e o JF Rock City; poucas gravadoras que invistam em bandas de rock emergentes, principalmente nas que cantam na língua inglesa. Em suma, a cena mineira é basicamente underground, com muitas bandas de qualidade não sendo reconhecidas.

NHZ: Vocês lançaram recentemente seu primeiro CD, auto intitulado. Como avaliam a aceitação do mesmo entre bangers e mídia?
Thiago: A aceitação foi e está sendo surpreendentemente boa! Conseguimos conquistar fãs que não necessariamente curtiam o Hard Rock e/ou Heavy Metal.

Temos certeza que o sertanejo e o eletrônico perderam muito público após o lançamento de nosso álbum (risos)! A mídia especializada respondeu muito positivamente o nosso trabalho, tanto dentro quanto fora do país. Obtivemos resenhas publicadas até no Oriente Médio (!), sempre com ótimas avaliações.

NHZ: O debut saiu de forma independente. Para uma banda conseguir uma maior divulgação é investindo nas Redes Sociais como o Facebook e Soundcloud. Para vocês qual a importância dessas ferramentas hoje para uma banda divulgar seu trabalho?
Thiago: Hoje em dia são essenciais essas ferramentas. Antigamente uma banda, para distribuir seu som para o público, tinha que obrigatoriamente, ter um contrato assinado com uma gravadora. Hoje em dia tudo está muito mais facilitado nesse quesito.

Em poucos minutos o mundo todo consegue ter acesso a sua arte, seja ela musical ou visual e isso abre muitas portas. Ao mesmo tempo, não só o material de qualidade aparece, o que sobrecarrega o mercado com muito “lixo”.

Hard Desire
Foto: Divulgação
NHZ: Vamos falar um pouco do CD. Entre as canções do trabalho, vocês colocaram uma espécie de vinheta entre as mesmas, dando um ar conceitual ao trabalho, o que é refletido também no encarte. Como surgiu essa idéia?
Felipe: A maioria das composições é assinada pelo Thiago (baixista e vocalista) e vêm de suas experiências pessoais. Então não foi muito difícil pra ele criar uma história e desenvolver as musicas em cima dela. A partir do momento que tínhamos essa idéia na cabeça os demais elementos foram surgindo.

É importante notar que no encarte (assinado por Marzio Ramone), foi proposital a criação de uma unidade para cada música, refletida em diferentes artes por página.

Enquanto no CD tudo se encaixa, no encarte podemos ver os diferentes momentos do protagonista, entre a tristeza e a euforia; a solidão e a busca pela verdade interior.

NHZ: Outra coisa legal é a divisão de vozes, feita entre Dê Monteiro e o baixista Thiago Fernandes. Como é feito esse processo para que essa característica esteja sempre em equilíbrio?
Felipe: Na verdade o equilíbrio foi conseguido naturalmente. O Dê e o Thiago são membros fundadores da banda e ambos fizeram os testes pra vocalista(!).

Isso acabou gerando na banda uma característica bem particular, pois não possuímos um vocal principal, mas sim dois! No entanto o Thiago, por ter a responsabilidade com o baixo, deixa a maioria dos vocais com o Dê, que é o showman da banda (risos).

NHZ: Ainda falando em vocais, na música Fire vocês contam com uma voz feminina. Quem é a moça que participa e como chegaram até ela?
Thiago: A voz feminina em Fire fica por conta de Natálie Mendes. Chegamos até ela por conta de um vídeo na internet onde ela cantava The House Of The Rising Sun (The Animals), e ficamos impressionados. Logo imaginamos que ela era a voz perfeita para interpretar a personagem feminina.

NHZ: Hoje temos uma espécie de retorno do Hard Rock, não se restringindo ao exterior, e no Brasil, entre muitas outras bandas, temos o Slippery e a Hardalliance apostando no estilo. Conhecem o som deles? O que acham?
Felipe: Sim conhecemos bem os caras do Slippery! São nossos amigos e já dividimos o palco com eles 2 vezes e é uma super banda. Felizmente o Brasil está repleto de bandas boas de Hard Rock, está se criando uma forte cena de bandas do estilo no Brasil.

NHZ: Obrigado pela entrevista! O espaço é de vocês!
Felipe: Obrigado você pelo espaço e apoio ao Rock n Roll, e aos fãs, que estão sempre apoiando a banda.

Thiago: Um muito obrigado pelo espaço! A todos nossos fãs o agradecimento é eterno! E esperem por mais novidades da HARD DESIRE, sempre! Um abraço!

PASSANDO A MENSAGEM

Com influências diversas, quarteto catarinense explora em suas letras a insatisfação contra o governo e corrupção Por João Messias Jr. As pr...