Por
João Messias THE ROCKER
Formada
há quase 10 anos, o quinteto paulista Slippery, que é atualmente formado por Fabiano Drudi (Voz), Kiko Shred e Dragão (Guitarras), Erico Moraes (Baixo) e Rod Rodriguez (Bateria) mostra que a boa música não
possui validade!
Indo
contra as marés do som moderno, a banda pratica um Hard potente, energético, e
que apesar da capa insinuante, uma cara mais européia, o que pode ser
considerado um diferencial, pois soa mais pesada e séria que as suas colegas de
estilo.
Até
na hora do cover a banda pensou nessa
proposta, pois regravaram o clássico do Demon, Night Of The Demon, numa versão
que com certeza encherá de orgulho a banda de Dave Hill.
E
o guitarrista Dragão nos comentou sobre isso e muito mais!
Confiram
a entrevista!
Slippery: Fabiano, Erico, Dragão, Kiko e Rod Foto: Divulgação |
Dragão: Se eu disser que não esperávamos, estaria mentindo. Trabalhamos duramente
em cada detalhe do disco com o intuito de agradar aos fãs do estilo que
praticamos. Tudo ali foi pensado, planejado e repensado.
Talvez a maneira como a mídia especializada tem
recebido nosso trabalho vem nos surpreendendo pela empolgação com a qual o
descrevem, uns veículos mais, outros menos, mas todos eles de maneira realmente
muito positiva. É muito gratificante receber esse retorno.
NHZ: Vocês contam com a Assessoria da Som Do
Darma. Qual a importância deste serviço para a manutenção do nome da banda na cena ?
Dragão: Nossa parceria com a Som
Do Darma tem sido fundamental nesse quesito. Já os
conhecíamos pelo trabalho extremamente profissional que desenvolvem com outras
bandas. Uma vez feito o contato ,
o interesse em desenvolver esse trabalho foi mútuo, desde então nossos laços
vêm se estreitando cada vez mais.
NHZ: Músicas como “Follow Your Dreams” e
“First Blow” se destacam pelo ritmo festivo e pelos backing vocals bem sacados,
mas uma que chama a atenção é a balada “Another Chance”, que conta com partes
AOR. Como foi compor e gravar essa música em especial?
Dragão: Essa faixa especificamente foi toda composta pelo Kiko, alteramos um
detalhe ou outro no arranjo final, mas a composição estava basicamente pronta
quando ele nos trouxe. Ela possui uma atmosfera realmente mais puxada para o
AOR, é uma canção mais sóbria, por assim dizer. Todos nós somos fãs dos grandes
nomes desse estilo, é inevitável que vez ou outra essa influência se mostre
presente em nossas canções.
First Blow Foto: Divulgação |
Dragão: Bom, o conceito geral da capa foi desenvolvido por mim. As lentes que
registraram a foto pertencem ao Fabio Barella , (grande fotógrafo!) e as curvas ali
presentes nos foram emprestadas por Sandra Martins. Foi todo um trabalho em
conjunto que partiu dessa ideia inicial que eu tive.
Não descartamos a possibilidade
de seguir com esse “tema” num próximo trabalho, mas não temos nada definido por
enquanto, tudo dependerá de como esse trabalho vai se desenvolver, quem sabe
não seja essa a chance de apreciar uma foto que mostre o corpo todo (risos).
NHZ: A banda gravou uma versão para “Night Of
The Demon” [Demon] para o CD. O que os motivaram a escolher essa canção?
Dragão: Somos todos muito fãs das bandas de hard rock e heavy
metal desse período oitentista. A NWOBHM despejou na cena uma quantidade enorme
de ótimas bandas ,
e o Demon foi (e ainda é) uma delas. Tocávamos Demon nos ensaios, assim como
tocávamos Picture, Fastway e mais uma porção de bandas que representam essa
fase. Certa vez entramos em
contato com Mike Stone (manager do Demon) e expusemos a intenção
de gravar essa faixa, ele se mostrou bastante empolgado com a idéia e nos
autorizou à prestar essa homenagem.
NHZ: Ainda falando do cover, vocês chegaram a
mandar a versão que fizeram para a banda?
Dragão: O contato que tivemos com o Demon, foi na verdade
exclusivamente com o Mike
Stone (manager) que é responsável por todo o processo de comunicação da banda.
Enviamos então pra ele a pré-produção e posteriormente a master final dessa
versão, ele gostou e elogiou bastante. Eu gostaria muito de saber a opinião
pessoal do Dave Hill (vocal) a respeito dessa versão, mas é algo que até o
momento não tivemos acesso.
NHZ: Outro destaque é a gravação do trabalho,
que foi feita pelo experiente Átila Ardanuy [Dr. Sin/Anjos da Noite], que não
soa como as produções de hoje, que apesar de bem gravado, soa bem retrô,
inclusive com aqueles timbres “ardidos” nos vocais e guitarras. O que
influenciou na escolha deste profissional e nesta sonoridade?
Dragão: O aspecto da sonoridade é um ponto importante nesse album, queríamos de
fato que soasse com o peso e
timbres característicos dos anos 80.
O Átila foi fantástico no trabalho dele, é
um cara extremamente experiente e fácil de lidar, tem uma habilidade incrível
em perceber exatamente o que cada passagem da música pede. Chegamos à ele
através do Ivan Busic pra quem o Kiko havia mostrado a pré-produção do disco.
Slippery Foto: Divulgação |
Dragão: Eu acho fantástico! Embora não conheça à fundo o trabalho das bandas
citadas, creio que isso mostra que o estilo não deixou de existir, é claro que a indústria que o
vendia e faturava muito em cima disso não existe mais, pelo menos não da forma
como já foi. Os tempos são outros, os meios de interação são outros, aquela
mesma indústria se adaptou e hoje vende o que condiz com a demanda (que não é
pelo hard rock).
Acredito que muito cabe às bandas, no sentido de apresentar um trabalho de
qualidade, e assim aos poucos voltar a abocanhar uma fatia (ainda que mínima)
desse bolo.
NHZ: Por outro lado, temos bandas como
Europe, que desde seu retorno vem mostrando uma sonoridade cada vez mais
distante do som que os consagraram. O que vocês acham dessa fase do quinteto
sueco?
Dragão: Assim como os demais da banda, sou muito fã do Europe, especialmente de
John Norum e Kee Marcello
que são guitarristas sensacionais, nos quais busco inspiração (guardadas as
proporções - risos) quando o assunto é melodia.
Óbviamente tenho preferência
pela fase áurea do grupo, mas embora não seja lá muito motivado pelo que eles
vêm fazendo atualmente, não acho que isso manche de alguma forma a história e o
caminho percorrido por essa banda magnífica.
NHZ: Para encerrar, descreva para os leitores
o que podemos esperar de uma apresentação da banda?
Dragão: Todo show nos traz muita ansiedade, não no sentido de nervosismo, mas
uma ansiedade positiva, que nos motiva a dar o melhor de cada um. É uma
apresentação bastante dinâmica e energética, pois é ali o espaço que temos pra
expor nosso trabalho e
exteriorizar tudo o que colocamos em cada canção.
NHZ: Obrigado pela entrevista! O espaço é de
vocês!
Dragão: Eu é que agradeço em nome de toda a banda pela oportunidade de falar um pouco
da nossa história, do nosso trabalho e de nossos planos. Convido todos os
leitores do New Horizons à assistir um show nosso, tenho a certeza de que não
sairão decepcionados. Obrigado e um grande abraço à todos!
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