Terceiro trabalho da banda tem como tema os sete pecados capitais mesclados ao Chakras e espiritualidade
Por João Messias THE ROCKER
Realmente é de espantar o que o quarteto de Thrash Metal Kamala conseguiu com seu terceiro álbum The Seven Deadly Chakras. Apesar de manter a conexão com seus dois primeiros trabalhos Kamala e Fractal, o quarteto formado na época por Raphael Olmos (Guitarra/Vocal), Andréas Dehn (Guitarra), André Rudge (Baixo) e Nicolas Andrade (Bateria) partiram para um projeto ousado: Um álbum conceitual.
E a banda simplesmente não apenas usou o consagrado tema, mas mesclou sua temática com os sete Chakras, o que deixou o trabalho mais forte e intenso, que tem como outro atrativo as fotos do encarte, que tem como modelo, a atriz de filmes adultos Bruna Vieira.
Nesta entrevista feita com Raphael, Andréas e Nicolas, o trio nos contou do surgimento das idéias para o novo trabalho, músicas, a escolha da atriz e muito mais!
Kamala: Raphael Olmos e Nicolas Andrade Foto: Divulgação |
NEW HORIZONS ZINE: O novo trabalho The Seven Deadly Chakras surpreende em muitos aspectos, os quais serão comentados durante a entrevista. Primeiramente, queria saber o porquê de terem usado como um dos conceitos do trabalho os sete pecados capitais?
Nicolas Andrade: Sempre tivemos a ideia de fazer algo conceitual, mas acredito que agora essa vontade tenha passado (risos)... Enfim, estávamos numa fase em que começamos a perceber as coisas que aconteciam com a gente e a nossa volta. Notamos que o número sete estava presente de várias formas.
Estávamos completando sete anos de banda, sete sempre foi meu número da sorte, nasci no sétimo dia do ano, todos na banda, na época, tinham nomes com sete letras, sete aqui, sete ali... começou a virar uma neurose... Começamos a pesquisar os significados do número sete, sobre sua ligação com o dívino e o profano e tudo foi tomando forma.
Estávamos completando sete anos de banda, sete sempre foi meu número da sorte, nasci no sétimo dia do ano, todos na banda, na época, tinham nomes com sete letras, sete aqui, sete ali... começou a virar uma neurose... Começamos a pesquisar os significados do número sete, sobre sua ligação com o dívino e o profano e tudo foi tomando forma.
Os pecados caíram como uma luva para compor esse conceito, pois sempre tivemos a preocupação em trabalhar os problemas dos seres humanos, nada melhor do que tratar algo que faz parte de cada um. Querendo ou não você é um pecador, nasce de um pecado e o pecado se faz presente em todas as fases de sua vida... Para contrapor isso, buscamos de algo mais ligado à espiritualidade e aí entraram os sete Chakras. Tudo fez muito sentido.
NHZ: O novo álbum marca um amadurecimento de sua proposta musical, onde o som está mais pesado, moderno é técnico. Acredito que devido as músicas estarem mais trabalhadas, requer uma disciplina maior ao vivo. Como músicos, como o preparo para executar as novas canções?
Raphael Olmos: Não há segredo, o necessário para rolar tudo bem ao vivo são os ensaios. Eu, Nicolas e Andreas estamos há anos tocando juntos e recentemente, com a entrada do Diego (baixo), o nível da banda se elevou, pois ele é um músico muito dedicado e toca com muita pegada e segurança.
NHZ: Mais uma vez vocês trabalharam com o produtor e ex-baixista da banda, Ricardo Piccoli. O que os levaram a repetir a parceria e como é trabalhar com alguém que conhece a sonoridade que querem atingir?
Andréas Dehn: Desde a primeira vez que trabalhamos juntos, ficou claro que essa parceria iria longe. O Ricardo é o 5º membro da banda. Ele é um ótimo produtor, com um ouvido excelente e que compartilha da nossa visão.
É bom trabalhar com uma pessoa que entende o que os músicos buscam e que também consegue inovar sempre, desenvolvendo novos meios de produzir.
Capa do álbum The Seven Deadly Chakras Foto Divulgação |
NHZ: The Seven Deadly Chakras marca uma mudança no posto de baixista da banda. Quem é o novo músico e o que ele acrescentará no som da banda?
Raphael: Mais mudanças (risos)... Quem gravou o álbum, foi o baixista André Rudge, e pouco tempo antes do lançamento, resolvemos seguir caminhos diferentes. A cada trabalho lançado, a banda almeja novas metas e isso exige uma dedicação maior de cada um.
O André não estava focado como o resto de nós, então mesmo com todos os planos, optamos por buscar um novo membro para o Kamala. O Diego se encaixou perfeitamente e era exatamente o que procurávamos. Ele tocou por alguns anos nos Estados Unidos, tem uma boa experiência, um timbre muito forte, é muito seguro no palco e como disse, levou a banda para outro nível.
NHZ: No trabalho anterior, Fractal, vocês usaram as cores vermelho e preto, que combinavam com o conceito musical e visual, para este trabalho há um figurino para as apresentações ao vivo?
NHZ: No trabalho anterior, Fractal, vocês usaram as cores vermelho e preto, que combinavam com o conceito musical e visual, para este trabalho há um figurino para as apresentações ao vivo?
Raphael: Sim. Somos parceiros da Lady Snake há alguns anos, e tem sido excelente. Como a temática desse novo álbum é obscura, com nuances progressivas e mudanças climáticas, optamos por usar a cor preta, que traduz o lado profano, e o dourado que representa a riqueza espiritual, cores que também foram usadas no encarte.
Além das nossas roupas, a Lady Snake também cuida de vários itens do nosso merchandise, como camisas, moletons e calcinhas, esse último, uma ideia que surgiu por conta da faixa “Lust”.
NHZ: Ainda falando no aspecto musical, embora seja um trabalho sem inclinação para modismos, vocês não tiveram medo de utilizar elementos modernos no trabalho, como climas eletrônicos, vozes limpas, afinações mais baixas, além do uso de elementos étnicos. Como foi escolher esses elementos sem ferir a linha de som praticada pela banda?
Andreas: Parece que o mercado musical estagnou. Bandas novas estão se orientando em modelos antigos, seguindo os mesmos rumos de bandas de décadas passadas. Como artista, é importante estar aberto para todo tipo de música.
O Kamala sempre trabalhou com contrastes musicais, e sons eletrônicos, instrumentos e vozes étnicos são coisas que distinguem e somam na nossa sonoridade. Estamos sempre procurando evoluir e cada álbum marca o nosso crescimento.
NHZ: Músicas como Gluttony e Root apresentam contornos do Hard Rock. Quais bandas do estilo apreciam?
Nicolas: Culpa do Andreas... mas eu gosto disso! Eu sou fã de GN’R, do clássico ao atual, mas não acredito que isso tenha me influenciado.
Raphael: Não gostamos de repetir o mesmo álbum. Buscamos fazer músicas fortes, com muito groove e refrões marcantes. Acho que essa última característica,é muito presente no Hard Rock.
Andreas: Foi muito importante para nós, termos linhas de vocais e guitarras marcantes, que grudam na cabeça. Percebemos que no Fractal, as partes pesadas ficaram mais fortes e evidentes por conta das partes de melodias e étnicas.
NHZ: Interessante que o disco não é um disco apenas para “bater cabeça”, e sim para ser apreciado e entendido. Era essa a intenção de lançar um disco mais intenso?
Nicolas: Acho que sempre tivemos a intenção de entreter quem ouve nossa música, seja bangueando ou prestando atenção nas letras e composições. Eu gosto quando a música pode fazer parte da vida de alguém de alguma forma e é isso que espero com nosso trabalho.
NHZ: O disco é seu primeiro trabalho pela MS Metal Press. Como está a parceria e quais os planos para o futuro?
Raphael: O trabalho com a MS tem gerado bons frutos, como a boa visibilidade na mídia, a maior procura do público e claro, a organização. A parceria da MS Metal Records com a Voice Music, para a distribuição do álbum em todo país, nas lojas especializadas e nas megastores, tem sido muito importante também.
NHZ: Vocês já começaram os shows de divulgação do novo álbum pela sua região. Quais os planos para apresentações no Brasil e exterior?
NHZ: Vocês já começaram os shows de divulgação do novo álbum pela sua região. Quais os planos para apresentações no Brasil e exterior?
Andreas: Tínhamos planejado uma tour na Europa para o final deste ano, mas devido ao acidente do Nicolas, foi cancelada. Incrível como ele se recuperou bem em três meses, sendo que o diagnóstico médico era de pelo menos seis meses afastado da bateria, e assim não foi possivel continuarmos com o plano.
Já tivemos contatos nos EUA e Europa, mas nada concreto ainda. Com o lançamento internacional do CD atual lá fora, inclusive com plays nas rádios de lá, estamos com muito mais respostas. O plano atual é aproveitar a temporada de festivais na Europa entre Junho e Agosto do próximo ano, mas nada certo ainda.
Estamos também recebendo mais respostas dos EUA, fortalecendo os contatos sérios para começarmos a planejar algo por lá.
Kamala: Andreas Dehn Foto: Divulgação |
NHZ: Outra parceria que fizeram foi com a produtora de filmes adultos, a X Plastic, como pintou o contato, a oportunidade para trabalharem juntos e para este tipo de entretenimento?
Nicolas: Tudo começou com um tweet deles recrutando bandas para participar de um DVD na época. Achei a proposta muito interessante. Desde então nós mantemos contato e espero que ainda possamos fazer alguns projetos juntos.
Nós acreditamos nos nossos parceiros, pois só fortalecemos os dois lados com isso tudo. É realmente muito importante para nós.
NHZ: E dessa parceria vocês conseguiram como modelo para a capa do álbum, a atriz Bruna Vieira. O que os motivaram na escolha dela e como foram as seções de fotos?
Raphael: Com a parceria da Xplastic, tivemos uma de nossas músicas como trilha de uma cena com a Bruna Vieira. Quando a temática do álbum começou a evoluir, pensamos que a melhor maneira para representar todo o conceito seria um corpo sofrendo com os pecados e os Chakras se desalinhando.
A Bruna tem uma imagem muito forte e achamos interessante a ideia de convidá-la. Começamos a conversar através do Twitter, apresentamos o projeto e ela gostou muito. Contamos com o fotógrafo Humberto de Castro, que já havia trabalhado conosco nas fotos da banda para materiais promocionais e encarte. Chegamos com algumas ideias, mas ao mesmo tempo o deixamos livre para acrescentar seu ponto de vista nas poses.Raphael: Com a parceria da Xplastic, tivemos uma de nossas músicas como trilha de uma cena com a Bruna Vieira. Quando a temática do álbum começou a evoluir, pensamos que a melhor maneira para representar todo o conceito seria um corpo sofrendo com os pecados e os Chakras se desalinhando.
Novamente contamos com o trabalho do Luiz Moura (guitarrista da banda Thriven), que também foi responsável pelas artes dos nossos dois álbuns anteriores. O Luiz fez um trabalho incrível, ele é nosso Derek Riggs (risos).
NHZ: Para encerrar, agora com três álbuns “full”, pensam como próximo passo um DVD representando esse conceito usado em The Seven Deadly Chakras, com alguns músicos convidados executando os elementos étnicos, como as cítaras ?
Nicolas: Não temos planos para um DVD, mas temos algumas ideias para continuar a divulgação desse projeto. Algumas já estão em desenvolvimento e logo esperamos divulgar para todos.
NHZ: Obrigado pela entrevista! Deixem uma mensagem aos leitores dessa publicação!
Nicolas: Acreditem nos seus sonhos, transforme-os em um objetivo e materialize-os... É isso que estamos fazendo, é nisso que acreditamos e é para vocês que fazemos isso. Obrigado por todo apoio que vocês tem nos dado.
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