4 de abril de 2014

CHAOS SYNOPSIS: LEVANDO A LOUCURA DOS SERIAL KILLERS AOS PALCOS

Quarteto se apresentou na mais recente edição do Ataque Extremo, realizada no último sábado (29), que contou com a participação dos grupos Depressed, Setfire e Pile of Corpses

Texto e fotos: João Messias Jr.

Chaos Synopsis
João Messias Jr.
Quando eu deparo com uma capa de disco, independente do estilo musical que seja, se “bate” aquela coisa (seria tentação?), dificilmente eu me engano e acabo conhecendo mais uma banda legal e por consequência, levo mais um disco pra coleção. Podemos resumir assim como eu conheci o Chaos Synopsis, de São José dos Campos. Art of Killing, segundo disco do quarteto formado na época por Jairo Vaz (voz e baixo), Marloni (guitarra), JP (guitarra) e Friggi Mad Beats (bateria, também Attomica) além do death/thrash caótico, chama a atenção pela capa que mostra o serial killer (tema principal do trabalho) vestido a caráter com seu prêmio nas mãos, no caso a cabeça de sua vítima. E claro que se os caras viessem para o ABC, seria no mínimo obrigação de conferir essa violência sonora ao vivo. Sonho realizado, pois no último sábado (29), a banda aportou em São Caetano, no Cidadão do Mundo para mais uma edição do Ataque Extremo, que contou com os grupos Depressed, Setfire e Pile of Corpses.

Pile of Corpses
João Messias Jr.
Devido a outro compromisso, acabei perdendo parte da apresentação do Pile of Corpses. Apesar da música extrema e ás vezes caótica, Alba (voz), JP (guitarra), Chefe (baixo) e Dentão (bateria), os caras colocam um humor sarcástico na apresentação que empolga a todos. Como em Devouring the Pork, que além do vocalista dedicar para todos os “comedores de bacon”, colocou uma máscara de um porco, o que ficou muito legal no show. Espero poder ver um show completo desses caras, que fazem um mix de death/thrash com alguma coisa de grind muito bem feita.

Setfire
João Messias Jr.
O Setfire é um grupo que merece atenção. Donos de um thrash agressivo e trabalhado que une muito groove, cadências e um vocalista versátil, Artur (voz), Klemer (guitarra), Michael Douglas (guitarra), Felipe (baixo) e Alex (bateria) podemos chamar de uma banda de palco, pois suas apresentações são fortes intensas, como pudemos ouvir em sons como Social Bomb, que tem um jeitão Pantera, mas com riffs cadenciados. Além das músicas autorais, a banda mandou versões inspiradas para I’m Broken (Pantera) e Spirit Crusher (Death), que mostraram além da variedade do instrumental, todo o alcance de Artur. Envy Shit, que em breve receberá sua versão em vídeo e a inédita Wandering Psycopath fizeram parte do curto, mas empolgante set.

Depressed
João Messias Jr.
Representantes do death metal tradicional na mais pura essência, o Depressed mostrou que o ABC possui um nome que pode trilhar o mesmo caminho de bandas como Headhunter D.C, Krisiun, Ungodly, entre outros. Giovani Venttura (voz), Rodrigo Jardim (guitarra), Stella Ribeiro (baixo) e Gabriel Guerra fizeram um set diferente das últimas apresentações que vi do hoje quarteto. Junto com as canções do repertório Afterlife in Darkness, Reborn in Hellfire e Stormblood, a banda mandou duas músicas novas, Disease from Emptiness e Zombie Epidemic, que juntas as já citadas, farão parte do primeiro álbum da banda, que já está em fase final de produção. Mas as canções inéditas mostram uma nova vertente explorada pelo grupo. A primeira, com riffs densos e carregados, quase doom e a segunda carrega morbidez. Junto as músicas autorais, mandaram versões inspiradas para sons do Hypocrisy e Sinister. Seria interessante e justo ver esses caras abrindo (por competência) para nomes como Obituary e as bandas citadas acima.

Chaos Synopsis
Divulgação
Já eram quase três da manhã quando o Chaos Synopsis iniciou sua apresentação, que podemos chamar de massacre sonoro. O trio, Jairo, JP e Friggi, acompanhados de um guitarrista adicional, Ítalo Junqueira, mandaram três sons do aclamado Art of Killing: Son of Light, Rostov Ripper e Zodiac, todas se destacam pelo peso e clima mórbido. Sarcastic Devotion e Postwar Madness, do debut, Kult ov Dementia manteram o pique, mas não há como negar que “Art” é o masterpiece dos caras, que mandaram desta obra B.T.K., dona de partes cadenciadas, a grooveada Red Spider e Monster of the Andes. Infelizmente a apresentação dos caras passou voando e Spiritual Cancer, do primeiro álbum encerrou mais uma edição do festival Ataque Extremo. Vale lembrar que em maio, os caras embarcam para mais uma tour europeia e mostrarão aos gringos metal com padrão brazuca de qualidade.

Mais um daqueles dias de voltar para casa com um sorriso de orelha a orelha, apesar das olheiras e cansaço mais que visíveis. Sintomas de um trintão que logo chega aos quarenta! 

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