Quinteto mostrou em primeira apresentação da carreira, músicas do seu primeiro CD, covers de clássicos do rock/metal e participações especiais, dentre elas a de Russell Allen
Texto e fotos: João Messias Jr.
Leo Mancini João Messias Jr. |
“Vamos fazer História!” Essas foram algumas das palavras proferidas
pelo baterista Aquiles Priester minutos antes do início da primeira apresentação do Noturnall,
realizada no último sábado, no Carioca Club. E não dá para dizer o contrário. Graças
ao hiato que ocorreu com o Shaman, após a volta do baterista Ricardo Confessori
para o Angra, os membros remanescentes Thiago Bianchi (voz), Leo Mancini
(guitarra, Tempestt), Fernando Quesada (baixo), Junior Carelli (teclado) e o já
citado dono das baquetas montaram um supergrupo, que não deixou a poeira cair
após o lançamento de seu CD e partiu para um projeto de certa forma ousado: a
gravação de um DVD.
Até aí, nada de diferente. Só que os músicos organizaram uma apresentação
com ingressos gratuitos mediante a doação de 1 kg de alimento não perecível ou
brinquedo para a Casa Hope, que cuida de crianças com câncer. Ideia do
vocalista Thiago Bianchi, que quando descobriu ter câncer, prometeu ajudar de
alguma forma as pessoas que sofrem com a doença, e que finalmente esse dia
havia chegado. Algo nobre e sublime no meio de tantos esquecimentos e
ingratidões vistas no mundo de hoje.
Apesar de ter mais de vinte anos de “janela”, tendo assistido a
diversos shows que foram de arenas a botecos, não tive como não me impressionar
com o que aconteceu nesta noite. Ao começar, ver o Carioca Club abarrotado de
gente, uma produção digna dos shows internacionais, com direito a telão, grua e
cinegrafistas, o que com toda certeza jogou a expectativa de todos lá na
estratosfera. Isso sem contar a participação do vocalista Russell Allen
(Symphony X, Adrenaline Mob) em algumas músicas.
Início de tirar o fôlego
Fernando Quesada João Messias Jr. |
Pontualmente, às 19h, o quinteto vem à frente do palco e agradece á todos os
presentes por terem vindo e logo o show teve início com a canção No Turn At
All, também faixa de abertura do disco da banda. Nem precisa ser dito que a
banda foi ovacionada durante a execução da citada canção, principalmente pelos
riffs de Leo Mancini e a bateria de Aquiles, que podem ser considerados os
diferenciais do grupo.
Mas a festa estava apenas começando e logo trataram de mandar a pesada
St. Trigger, que conta com climas densos e um ótimo dueto de guitarra e
teclado. Para quem não teve a oportunidade de ouvir, o trabalho é mais pesado,
ousado, variado e remete mais aos trabalhos do Karma (primeira banda de
Thiago) do que o Shaman. Falando na banda, o grupo mandou uma versão para Inferno
Veil, do álbum Origins, de 2010, que emocionou muitos fãs que estavam na pista.
Nessa canção, Thiago pediu para que fosse formada uma grande roda, pedido que
foi prontamente atendido pela massa.
Thiago Bianchi João Messias Jr. |
Masters of Deception mostrou toda a extensão e variedade da voz do
cantor, que sabe como tirar vantage do seu timbre ardido. Já Hate mostrou equilíbrio
nas partes lentas e pesadas, com todos cantando a canção e mostrou o lado hard
do guitarrista, assim como Sugar Pill, essa uma das mais lindas músicas dos
caras, com cara de hit.
Após essa música, chegou a hora do Octopus Solo, de Aquiles. De forma
extremamente pesada, o músico mostrou versatilidade ao mesclar passagens
intrincadas com jazz e ritmos brasileiros, que não soou chato e nem cansativo. E esse clima instrumental continuou durante a
troca das fitas, com Leo mostrando sua habilidade tocando temas de country e
samba, para que o público não esfriasse com aquela breve pausa.
Pequeno Notável
Last Wish marcou a primeira participação da noite. Com apenas 13 anos,
Luiz Fernando Venturelli com o cello na belíssima Last Wish (que lembra muito
Do I Remember a Life, de Michael Kiske) e na versão para Symphony of
Destruction (Megadeth). Vendo o garoto no meio de tantas feras me fez pensar o
que eu queria da vida com a idade dele, mas deixa pra lá...
... Após a execução do hino nacional brasileiro, que teve como “regentes”
Leo Mancini e Junior, que após seu fim, o público emanou palavras carinhosas a
presidente Dilma.
O grande momento
Russell Allen João Messias Jr. |
Depois de Fake Helaers chegava o ápice da noite. Thiago chama ao palco
Russell Allen e juntos mandaram Nocturnal Human Side. Todos sabem que o
vocalista do Symphony X e Adrenaline Mob é considerado um dos melhores do mundo
atualmente, mas ao vivo, o cara é ainda melhor. Com um timbre que nos remete ao
saudoso Ray Gillen (Badlands), emocionou os presentes em Stand Up and Shout
(Dio) e no gran finale de War Pigs (Black Sabbath), que fechou essas quase duas
horas de espetáculo.
Uma noite que deixou TODOS
com um sorriso de orelha a orelha pela oportunidade de assistir aos
melhores músicos do metal mundial fazendo música de qualidade, casa cheia, estrutura, com custo zero para o público e o mais importante: fazer o bem ao próximo
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