Por João Messias Jr.
Falar do Besatt é traçar a minha volta na cobertura de shows underground. Embora estivesse em eventos e resenhando discos, o ciclo ainda não estava completo.
Em 2010, um amigo da universidade me informou do evento e lá fomos, um rolê que contou com os poloneses e bandas daqui da região. Embora não manjasse nada de ninguém que se apesentou naquela noite, foi o suficiente para reacender aquele antigo sentimento de viver intensamente esse tal de rock and roll, o que permanece até hoje.
Passados nove anos desde aquele evento, assisti a banda mais algumas vezes e num meet and greet realizado no ABC, tive a felicidade de rever os caras e adquirir o mais recente trabalho dos caras, Anticross, de 2017.
Musicalmente, a banda soa muito diferente daquela época. Beldaroh (vocal/baixo), Colossus (guitarra), Astaroth (guitarra) e Exernus (bateria) soam mais variados e coesos, sem perder a aura maléfica do estilo.
Engraved Face é um dos exemplos. Dona de clima climáticos e coros gregorianos, é já entrega o que ouviremos pela frente. Battle, como o nome sugere, possui uma levada marcial e climas/narrações assustadoras, enquanto o caos predomina em My Sacrum e Brings the Light. Outros destaques ficam para a trampadíssima In my Veins, In my Heart e a épica Regnum Satanas, que coroa este excelente trabalho, muito bem produzido e chama a atenção pela capa, feita por Marcelo Vasco (Slayer).
O sentimento é de felicidade dobrada, por estar na ativa firme e forte e ver os poloneses em mais uma tour pelo pais. Além do agradecimento ao Besatt, Necromesis, Chaoslace, Mortal Hate , Sakramento e Processo do Ódio, bandas presentes naquele rolê.