30 de agosto de 2019

MENOS LIKES, MAIS AMOR

Por João Messias Jr.

São doze anos com o New Horizons, tempo que me dedico produzindo conteúdo e esse período foi marcado por muitas alegrias e surpresas, assim como tristezas e decepções.

Com essa gama de sensações e sabores, é natural que algumas pausas aconteceram no meio do processo, sendo que a de 2018 foi a mais longa delas.

Eis que, após mais de um ano sem produzir nada, mais precisamente no dia 5/7/2019, tivemos a primeira resenha e até o dia de hoje foram 26 matérias, entre análise de discos e shows. Isso sem contar as colaborações para outros veículos. O que não deixa de ser fantástico.

Em contrapartida, vejo algo que me fez (e ainda faz) pensar bastante. A "cultura dos likes". Banda e público implorando para que curtam/compartilhem suas publicações e caso isso não ocorra, começam os textões nas linhas do tempo nas redes sociais, dizendo que ninguém faz nada pela cena e por aí vai.

Entendo o pessoal de bandas/agências/sites/blogs que buscam levar o negócio de forma profisional, mas em muitos casos o menos é mais. Pra que ter muitos seguidores, se a maioria não acompanha seu trampo?

É melhor dez caras de uma página de 100 curtir seu trampo do que cinco curtirem uma de mil.  Temos de entender que a melhor forma de divulgar seu trampo é fazê-lo bem feito, com paixão, entrega e profissionalismo. Sem esperar algo em troca.

Dessa forma as pessoas comprarão seu material, assistirão às suas transmissões e lerão o conteúdo oferecido.

Há muitas horas que sinto falta daqueles românticos do rock, que compravam um disco ou revista, e ia no brother para compartilhar o material. Diferente dessas bandas/veículos que querem  ser famosos sem tocar/assistirem shows em lugares pequenos.

Rapaziada, menos likes e mais amor, vamos valorizar a música que tanto amamos com paixão, menos mimimi e mais conhecimento de causa.



28 de agosto de 2019

AGRESSIVIDADE CAÓTICA



Músicos talentosos juntam forças e lançam material com clima visceral e energia

Por João Messias Jr.

Desde a primeira vez que acompanhei um dos primeiros shows do então vocalista do Eterna, Leandro Caçoilo, já vi/ouvi o cantor fazer muitas coisas com a voz. Desde o hard rock com o Hardshine e Hardalliance, prog com a Seventh Seal e cantando os clássicos do Viper. Porém, essa história ganha um novo momento com o Endust.

Ao lado de Glauco Rezende (guitarra/baixo) e Fernando Arouche (bateria), o grupo prioriza o peso e um clima visceral, como um mix do thrash do Machine Head com o prog metal, tudo aliado com um clima denso e melancólico.

A sensação descrita aparece logo de cara nas faixas de abertura, Someone to Blame (cuja bateria flerta com o death metal) e All Ends in Dust, que mostra todo o virtuosismo dos envolvidos.

Sabiamente, o trio soube personalizar sua música, inserindo trechos mais melódicos nas canções, como em Lost Without a Way e a baladaça Beyond the Memories, que além de ser a melhor do disco, mostra partes de voz influenciadas pelo hard/AOR.

A pancadaria reaparece em Only One Will Stand e seu mix de Slayer/Evergrey e a quebradeira de Flood, fazendo desse álbum, uma grata surpresa, feito por gente (muito) talentosa diga-se de passagem.

27 de agosto de 2019

O GEOFF TATE QUE TODOS QUEREM OUVIR



Nova empreitada do vocalista que ficou famoso no Queensryche é uma grata surpresa

Por João Messias Jr.

Não é segredo pra ninguém que após deixar o Queensryche, o vocalista Geoff Tate, não fez nada impactante, apenas trabalhos medianos que pouco acrescentam aos fãs.

Só que essa história começa a mudar com o lançamento do Sweet Oblivion, onde mostra que ainda tem muita lenha pra queimar.

Nessa empreitada que além do cantor, conta com Simone Mularoni (guitarra/baixo), Paolo Caridi (bateria) e Emanuele Casali (tecladista) Geoff mostra aquele lado que já faz tempo que os fãs querem ouvir.

Linhas de voz carregadas de emoção e dramaticidade que o colocaram no topo dos melhores do heavy/prog temos em abundância, como em Hide Away e True Colors.

Não para por aí. My Last Story e Behind Your Eyes são outros destaques, em especial a última, cujo instrumental funde AOR e prog com  maestria.

O interessante aqui é que temos momentos fora da curva, que também são dignos de nota. A grunge/alternativa Disconnected e acelerada A Recess from my Fate são dois bons exemplos da variedade do disco.

Nem mesmo faixas que não fedem nem cheiram como Transition tiram o brilho deste álbum, que já faz por merecer uma continuação.

20 de agosto de 2019

VALEU ESPERAR



Quarteto lança novo disco de inéditas com um surpreendente poder de fogo musical

Por João Messias Jr.

Resenhar uma de suas bandas favoritas é uma tarefa ingrata, pois você acaba misturando emoção e razão (enfatizando sempre o primeiro), então em alguns casos é necessário dar um tempo, conter a ansiedade e assim, partir pra resenha.

Pois bem, já fazia tempo que os fãs do grupo aguardavam um novo registro de inéditas desde The Last File (2000), visto que Re-Lapse (2014) são regravacões dos clássicos. 

Eis que em 2018 essa espera acabou, com A Circus Called Brazil, que tranquilamente fica ao lado dos clássicos Simoniacal e Mental Slavery.

Alexandre Cunha (vocal/bateria), Décio (guitarra), Dumbo (guitarra/vocal) e Morto (baixo) ,mantiveram o thrash afiado e irreverente dos primeiros tempos, mas com uma pegada atualizada, sem aquele ranço datado, o que foi ótimo.

Essa vibe ouvimos em Fleeing Terror, que é um encontro dos riffs dos primeiros dias do grupo com um groove marcante. E falando nas frases de guitarra, Lucky apresenta alguns arrasadores.

Cure & Disease é uma grata surpresa. Mais acessivel e com uma pegada Black Album (Metallica), conquista de imediato. Toy Soldier começa quebradona e depois mete os pés no peito do ouvinte.

O disquinho ainda tem uma versão irada para Speedfreak (Mötörhead) e a épica faixa título. Apresentando climas viscerais e trampados, possui uma letra genial. Cutucando a ferida dos alienados cientistas políticos que temos hoje.

Sim, a produção a cargo de Tiago Hóspede (Worst, Dead Fish) é fantástica, assim como a capa e o encarte feitos por Cleiton Amorim.

Além disso, vale dizer que em termos de arranjos e vozes, seguramente é o melhor trabalho do quarteto, que seguramente lançou um novo clássico do thrash metal nacional.

18 de agosto de 2019

SOANDO ATUAL



Lançamento do álbum de 2006 nas plataformas de streaming, marca retomada das atividades do grupo

Por João Messias Jr. 

Para aqueles que não se recordam, o Laudany foi uma banda que teve uma ótima contribuição no cenário musical nacional. Boa parte desse mérito se deve ao álbum Trials and Punishments (2006), trabalho amplamente divulgado e que rendeu diversas apresentações ao grupo, inclusive com os portugueses do Moonspell.

Depois de um hiato, eis que no dia 15 de agosto, aniversário da cidade de Sorocaba, terra dos caras, eles relançam o trabalho nas principais plataformas de streaming.

Sendo assim, nada melhor do que relembrar o trabalho. Com os pés no gothic rock/metal e um clima melancólico, não soavam como cópia barata de grupos como Paradise Lost e Sentenced. Boa parte disso graças a dramaticidade dos vocais de Moysés Prado e os riffs bem bolados do guitarrista Hooligan.

O disco começa pesado com Learning to Fall e Darkening the Youth, mas dá uma virada na sonoridade, soando lento e introspectivo, como na balada Unnatural Paradise e na densa Loosing Shelter.

Outros momentos de destaque ficam por conta de The Almight Ego, com ritmos tribais a cargo de Amyr Cantúsio Jr. e Criminal, que conta com os vocais de Melissa Boa Morte.

Gostou? Pois bem, a banda, que hoje conta com Moysés Prado (vocal), Hooligan (guitarra), Eliton Tomasi (baixo) e Neto (bateria) estão de volta e preparam um novo EP, com previsão de lançamento para outubro.

15 de agosto de 2019

DEDICADO AOS THRASHERS



Mais que um disco, The Sound of the Devil's Bell é uma prova de amor ao thrash metal

Por João Messias Jr.

Em 2017, mais precisamente no mês de setembro, resenhei o debut do Forkill, em que determinado momento, disse que o trabalho não soava como cópia do que era feito no exterior, em especial os discos que o selo Woodstock lançou por aqui.

Passados dois anos e contando com Matt Silva (vocal/guitarra, Affront, substituído por Igor Rodrigues), Ronnie Giehl (guitarra), Gus N.S. (baixo) e Rodrigo Tartaro (bateria) soltam The Sound of the Devil' Bell, que não só supera o disquinho anterior, como se mostra uma devoção ao thrash metal.

Aqui temos todos os ingredientes que fazem o fã do estilo subir pelas paredes: riffs e solos trabalhados e agressivos, cozinha que não se limita ao feijão com arroz e vocais que fazem uma linha mais crua e ríspida, que casa perfeitamente com a massa sonora.

A impressão passada é que as canções feitas para os shows, tamanha energia que passam. Ouça com carinho Emperor of Pain, Warlord e principalmente Let there be Thrash, essa um novo clássico do grupo.

O álbum não se restringe apenas a porradaria. Temos alguns interlúdios como Knight of Apocalypse e Leviaethan, além de R.E.D. (Request Endless Devil), que tem uma veia crossover e os solos matadores de Old Skullz e When Hell Rises.

O disquinho termina com Vendetta, regravação do primeiro álbum e se você for fã de thrash metal, esse é o disco, que aperfeiçoa os melhores momentos da escola americana/alemã, dando uma cara brasileira no lance.

Se ainda não de convenceu, a capa feita por Rafael Tavares (Torture Squad, Desdominus), é um espetáculo, assim como o projeto gráfico, assim como a gravação, de primeiro mundo.

14 de agosto de 2019

EMBARQUE NESSA VIAGEM


Uma viagem de trem cercada dos mais variados elementos musicais é a nova investida do trio

Por João Messias Jr.

Em tempos de músicas ocas, é bacana quando chega em nossas mãos algo que transborda intensidade e sentimento. Como o mais recente trabalho do Maestrick, Espresso Della Vitta - Solare.

Essa é a primeira parte de um trabalho conceitual, que como a capa sugere, são reflexões da vida sendo descritas numa viagem de trêm, tendo uma gama infinita de influências, como base o rock progressivo.

Apesar da riqueza de  detalhes, Fabio Caldeira (vocal, teclado, piano), Renato "Montanha" Somera (baixo) e Heitor Matos (bateria) não irritam o ouvinte com egocentrismos musicais, mas sim com sons com uma carga emocional muito forte, com riqueza de detalhes.

Alguns exemplos ficam para Daily View (inspirada em Queen), Water Birds (um encontro de 14 Bis com Roupa Nova) e a apoteótica The Seed.

Não fica só nisso. Across the River é dona de uma linha vocal marcante, e belos coros, enquanto Penitência  é o momento inusitado do trabalho. Em português e inspirada na música nordestina, é uma evidência da nossa riqueza músical.

Outros pontos de destaque são a produção de primeiro mundo, a cargo de Adair Daufembach (Trayce, Project 46, que gravou as guitarras do disco) e o belo projeto gráfico, assinado por Juh Leidl (Freesome).

Espresso Della Vitta - Solare é um aquele álbum que faz por merecer figurar ao lado de discos consagrados como Holy Land ( Angra), Joe's Rhapsody (Destra) e A Brand New Day (Akashic).

9 de agosto de 2019

CAOS



Quarteto remete ao caos o ouvinte em Diabolical Dominium

Por João Messias Jr.

Já com uma certa bagagem e apresentações com bandas renomadas do death/black como Krisiun e Amem Corner, o Spiritual Hate mostra seu poder maléfico em Diabolical Dominium (2017).

Formado na época por Magnus Hellhound (guitarra/vocal), Blackmortem (guitarra), Victor Próspero (baixo) e pelo session drummer Gabriel Guerra, mostram ao ouvinte um black/death que alterna passagens brutais a momentos trabalhados.

Fugindo do que seus colegas de estilo fazem, os caras possuem na manga belos riffs de guitarra, que levará o leitor aos tempos do clássico Altars of Madness (Morbid Angel), o que dá um diferencial e tanto no disco.

Exemplos ficam por conta de Excomunion, Awaiting Fucking Jesus (conhecida pelo clipe), Honour at Glorian e From the Purity to Fornication, que mostra toda a destreza dos caras.

Mas não fica só nisso. Behind Lies of God possui um refrão interessante e clima ritualístico, assim como a faixa título, que encerra o álbum.

Hoje a banda se encontra com uma nova formação, que conta além de Hellhound e Blackmortem, com o baixista Marcelo Noktuz (baixo) e Malus (bateria) e está trabalhando em sons para um futuro lançamento.

8 de agosto de 2019

O LANCE COMO DEVE SER



Trio paulista lança EP ao vivo mostrando espontaneidade e metal de forma sincera

Por João Messias Jr.

Cabelos longos, tenis branco de cano alto e jeans colados. Esses são alguns dos "símbolos" que representam o heavy metal. Não menos importante, outro símbolo do estilo eram os bootlegs.

Explicando de forma simples, bootlegs são trabalhos captados em áudio ou vídeo, de forma artesanal, com um gravador, uma câmera ou direto da mesa de som, cujo resultado soa mais rústico e honesto. Bem diferente dos "ao vivo" que rolam por aí. Inclusive os erros ficam nessa gravação.

Basicamente é essa intenção que passa o atual registro do Insanitah, o EP V8 Na Cena. Gravado em abril de 2018 no estúdio V8,  o disquinho mostra o trio, que contava na época com João Paulo Marcondes (guitarra/vocal), Fernando Palmieri (baixo/vocal) e Alex Kruppa (bateria, posto que hoje conta com Osmar Oga Jr.) fazendo uma espécie de ensaio aberto para os amigos.

Esse clima mais próximo e descontraído é perceptível nos intervalos de cada canção, reforçando mais o caráter do EP.

Musicalmente temos um mix de sons novos e outros que fizeram parte do EP The Mecanism of Forgotten Ages, como The Hatesong e Blue Hell, que evidencia o curioso mix do grupo, cujas referências são Iron Maiden, Death e Kreator.

Além das já conhecidas, temos as inéditas Dreams of Shadows e Scorn. A primeira é uma mistura de black metal com o technical death caracteristico do trio, que apresenta o baixista nos vocais. Já a segunda é na linha mais tradicional dos caras, com destaque para as linhas de bateria, que fundem samba e maracatu na tempestade metalica do grupo.

Ainda temos uma versão para Fear of Napalm, do Terrorizer. Registros como V8 Na Cena são importantes para nos mostrar algo que nós, camisas pretas esquecemos já faz um tempo.

Que heavy metal não tem de ser apenas bem feito e tocado, mas possuir  coração e espontaneidade.

RETORNO TRIUNFAL...UMA AULA DE THRASH



Ingleses lançam o primeiro álbum de estúdio após 23 anos

Por João Messias Jr.

Os ingleses do Xentrix nunca figuraram no primeiro escalão do thrash metal, mas deixou durante toda sua história álbuns memoráveis como Shattered Existence (1989) e For Whose Advantage ( 1990), graças ao thrash metal trabalhado e variado que praticavam.

Entre algumas idas e vindas, e hoje formado por Jay Walsh (guitarra/vocal), Kristian Havard (guitarra), Chris Shires (baixo) e Dennis Gasser (bateria), soltaram em 2019 um novo trabalho, Bury the Pain, o primeiro desde o experimental Scourge, de 1996.

E apesar do tempo sem soltar material inédito, ouvindo o disquinho, percebemos que o quarteto continua afiado e além, dando uma aula de thrash metal. 

Ao mesmo tempo que o grupo manteve o estilo trabalhado, botou doses de agressividade e groove (alguém pensou Testament?), que fazem desse álbum uma aula de thrash, com uma musicalidade forte e renovada.

A faixa título que abre o trabalho já mostra o que teremos durante todo o disco: thrash trampadissimo, malvado e melódico nos momentos certos.

There Will be Consequences é um dos clássicos do disco. Feita para os palcos, contagia do início ao fim. The Truth Lies Behind aproxima o grupo ao seu início de carreira, enquanto Let the World Burn é dona de um groove poderoso.

Bleeding Out é cheia de maldade, enquanto Deathless & Divine é brutal e trabalhada. Mas o momento de realmente babar é em The One You Fear.

Agressiva, melódica, bateria marcante e solos inspirados em Iron Maiden/Judas Priest, é daquele som  que merece ser pedido quando se faz um hat trick no FIFA.

A arte da capa, feita por Dan Goldsworth (Accept, Alestorm) é belíssima e assim como Bury the Pain, tem tudo para liderar as listas de melhores do ano.

Demorou pra vir, mas veio de forma avassaladora!

6 de agosto de 2019

UM NOVO CAPÍTULO


Quinteto retoma a agressividade e o pique mais thrash em Humanicide

Por João Messias Jr.

O álbum The Evil Divide (2016), elevou a música do Death Angel a outro patamar. Graças a melancolia e intensidade contida em cada canção, me fez tatuar a capa do álbum na pele, mas isso é assunto para outro dia.

A verdade é que o fã deve ter ficado curioso em saber os próximos do quinteto formado por Mark Osegueda (vocal), Rob Cavestany (guitarra), Ted Aguilar (guitarra), Damien Sisson (baixo) e Will Carroll (bateria). Passos que se resumem em técnica e muita agressividade.

Caracteristicas que dão as caras logo de cara em Humanicide, Divine Defector e Aggressor, todas com belos riffs e partes pra cantar junto.

Immortal Behated, que conta com Vika Yermolyeva no piano é um dos momentos mais introspectivos do disquinho, que logo recebe mais doses viscerais de thrash. Ghost of Me (com solos de Alexi Laiho - Children of Bodom) e Of Rats and Men são outros momentos quebra pescoço.

The Day I Walked Away encerra o trabalho de forma mais experimental e introspectiva, mas sem destoar do álbum, que é uniforme e daqueles de se ouvir de ponta a ponta.

Com uma bela produção, a cargo de Jason Suecof e um acabamento gráfico de primeira, é um dos trabalhos que tranquilamente figurará na lista dos melhores de 2019!

TE GANHA AOS POUCOS


Uma audição atenta mostra o ótimo trabalho que o veterano cantor fez em seu segundo disco solo

Por João Messias Jr.

David Reece é um cara que dispensa apresentações. O veterano vocalista já figurou em bandas grandes como Accept, Bonfire, e bandas veneradas do hard rock como Bangalore Choir. 

Um currículo vencedor de uma extensa carreira musical, que ganha um novo capítulo com Resilient Heart.

Para aqueles que esperam algo na linha feita na década de 1990, decepcionará, pois o foco é mais voltado ao rock dos anos 70, em especial os primeiros trabalhos do Whitesnake.

Anytime at All e Wicked City Blues, essa com um belo trabalho de guitarra e teclado entregam essa vibe, assim como as boas harmonias de Karma.

Após I don't Know Why, o hard ganha força e temos aí os grandes momentos do trabalho. Seja nas cordas maliciosas de Ain't got the Balls, ou no refrão que te ganha de Two Coins and a Dead Man, temos um cantor mandando bem nessa maçaroca toda, o que é muito legal.

A Perfect Apocalypse e Live Before you Die são outros pontos altos de Resilient Heart, enquanto I'm the One fecha o disco de volta aos 70.

Talvez não vire um clássico, mas garante minutos prazerosos de rock and roll.

1 de agosto de 2019

DÁ GOSTO DE OUVIR (E VER)



Quinteto usa da criatividade para fugir da mesmice em seu primeiro disco

Por João Messias Jr.

Já foi dito em diversas resenhas do blog que não basta tocar bem e ter um bom disco na mão para se destacar no underground.

Como num trabalho de gestão, é necessário criar alternativas e diferenciais para que o seu trabalho se mostre atrativo.

E o pessoal do Sudakah entendeu direitinho. Sergio Ogres (vocal), Christian Rentsch (guitarra), Ricardo Quattrucci (baixo) e Edu Garcia (bateria, que só gravou o disco), se utilizaram de táticas no minimo interessantes.

Começando da parte gráfica, cuja capa é do tamanho de um compacto de vinil, acompanhada de pôster e encarte detalhadíssimos.

Na parte musical, temos uma gravação primorosa, a cargo de Marcello Pompeu (Korzus) e músicas que passeiam pelo groove metal, thrash e stoner. 

Tudo cantado em espanhol, o que dá um molho especial aos sons. Prisionero é lenta e ganha passagens peso pesado, enquanto No Soy e Corazon Muerto são mais cadenciadas.

Ratas del Infierno e Brasil Muerto são mais voltadas para o mosh enquanto Espectro começa brutal e recebe contornos minimalistas bem sacados.

Se ainda não se convenceu, escute Prisionero e Sicario, que contam com as participações do já citado Pompeu e Luca Bretone (Crossfear).

Fodástico e criativo!


PASSANDO A MENSAGEM

Com influências diversas, quarteto catarinense explora em suas letras a insatisfação contra o governo e corrupção Por João Messias Jr. As pr...