Festa de lançamento do novo album da Armored Dawn é mais uma evidência do bom momento vivido pelo metal nacional
Por João Messias Jr.
Muito se fala e comenta do fato de muitos dos nossos heróis do rock já terem partido para outro plano ou anunciando a aposentadoria, como fez recentemente Peter Frampton. Mas a questão é: devemos nos conformar e ficar em casa ouvindo nossos velhos discos e buscando coisas no youtube?
A resposta é não, pois com as facilidades tecnológicas, bandas conseguem lançar trabalhos de qualidade e alcançar mais pessoas com facilidade.
E dentre essa lista bem generosa, temos a Armored Dawn. Na estrada há algum tempo e fazendo um trabalho intenso da propagação de sua música, Eduardo Parras (vocal), Tiago de Moura (guitarra), Timo Kaarkoski (guitarra), Heros Trench (baixo), Rodrigo Oliveira (bateria) e Rafael Agostino (teclado) chegaram ao auge da carreira com o novo album, Viking Zombie.
Trabalho que foi apresentado para imprensa e convidados no dia 17 de outubro no Via Matarazzo (SP), na região da Barra Funda.
Cheguei por volta das 20h15 e havia muita gente no espaço, que teve como "esquenta" clássicos do rock/metal, como Bark at the Moon (Ozzy Osbourne), Midnight Mover (Accept) e I Wanna Be Somebody (WASP). Sons que rolaram até às 20h50, quando Thiago Bianchi deu as boas vindas aos presentes e falou das novidades da sua banda, o Noturnall.
Feito isso, passou o microfone para Rodrigo Branco (Kiss FM), que passou alguns detalhes da festa e chamou os membros do grupo um a um para a coletiva de imprensa e audição de Viking Zombie.
Durante a coletiva, foi interessante ver e ouvir em especial Eduardo Parras e Rodrigo Oliveira falarem do processo do álbum, que diferente de Barbarians in Black, foi feito no Brasil e a primeira tour européia que serão headliners.
Outra coisa que chamou a atenção foi a visão de marketing e planejamento que mostrou como um trabalho, que teve muito investimento (financeiro e estratégia), começa a colher seus frutos.
Interessante citar que não havia apenas a mídia do metal, havia muitos veículos não segmentados, que mostra a preocupação com o todo e não apenas em ser grande no seu próprio meio.
Afinal, ter uma banda que em um relativo tempo de existência, realizou centenas de shows, turnês e possuir dois fãs clubes, não é para qualquer um.
Como havia muita gente, houve alguns momentos que se foi necessário pedir para alguns presentes abaixarem o volume, mais de uma vez, mas nada que ofuscasse o brilho do evento.
O Álbum
Sabiamente, o Armored Dawn entendeu o caminho de fazer uma música atualizada sem abrir mão de seu estilo. Para esse terceiro disco, o sexteto deu uma enxugada nas canções, caprichou no peso e refrão, o que resultou num álbum gostoso e fácil de ouvir.
O disco abre com as certeiras Ragnarok e Animal Uncaged, conhecidas pelos seus videoclipes, que mostra que os meninos não estão pra brincadeira.
Algumas pontuações merecem serem ditas. Eduardo está explorando mais possibilidades com a voz, o que caiu como uma luva e os teclados possuem um toque escandinavo que fez o casamento perfeito no disco.
Outros destaques ficam por conta da radiofônica Viking Zombie, Drowning (que lembra Return to Serenity - Testament), a poderosa Heads are Rolling e a climática Rain of Fire.
O projeto gráfico feito por João Duarte é fabuloso, que agradará a todos que queiram ter o material físico, cuja versão recebida é dupla e conta com o trabalho anterior, Barbarians in Black, com bônus acústicos.
A produção, feita por Rodrigo e Heros possui um tom mais orgânico, que casou com a sonoridade do disco.
Evidências que apontam que o rock viverá por muitos anos. Só basta que muitos deixem o saudosismo de lado e acompanhem o presente e o futuro do estilo.