Cariocas executam em novo trabalho uma espécie de tributo ao metal extremo das décadas de 1980 e 1990
João Messias Jr.
Coldblood Divulgação |
Se você gostou do álbum anterior dos caras, Chronology of Satanic Events, terá em Indescribable Physiognomy Of The Devil um dos seus álbuns favoritos de Death/Black Metal. Pois sem exagerar, o quarteto hoje formado por Diego Mercadante (voz e guitarra), Artur Círio (guitarra), Vitor Esteves (baixo) e Markus Coutinho (bateria) ao mesmo tempo que resgatam referências como Slayer, Celtic Frost, Death e Black Sabbath, mas sem soar como uma cópia das bandas citadas.
Isso ocorre por estarmos diante de uma banda que faz música por paixão e não por negócio, sentimos esse ingrediente em cada nota executada, cada linha vocal vociferada e na aura maligna que é presente nas treze faixas do trabalho, que deve ser presença garantida na listinha de melhores do ano dessa vertente musical.
Os vocais agonizantes e desesperados formam um contraste interessante com o instrumental crú e trabalhado, o que gera músicas que podem até ser feitas para bangear, mas principalmente para serem ouvidas por completo, tamanha intensidade, como Sulfur e a faixa que nomeia o disco. Outros destaques ficam por conta Bury the Universe, cujo final tem passagens mais intimistas que beiram o flamenco. Nuances atmosféricas também são sentidas durante quase todas as canções.
Se você curtiu o instrumental vai curtir os bônus do disquinho, que são versões sem vocal de três faixas do álbum.
Outro aspecto que deixa o trabalho marcante fica por conta dos solos melódicos, chegando próximo ao Metal Tradicional e alguns riffs mais arrastados, que se Tony Iommi pudesse ouvir, creio que diria: "Quatro décadas se passaram e nossa música ainda está presente nas bandas mais novas".
Não se pode deixar de citar as outras etapas do trabalho. O acabamento em digipack e uma das melhores capas feitas pelo artista Rafael Tavares (Chaos Synopsis) e as etapas de gravação, mixagem e masterização. Estas últimas a cargo do baterista do Destroyer 666, Mersus.
Mais um belo trabalho de uma banda brasileira feito para a música extrema!