30 de janeiro de 2018

CONSTANTE MUTAÇÃO

Passado thrash é sepultado com grupo de inspiração stoner/psicodélica

Por João Messias Jr.

Jahaz
Divulgação
Não vou lembrar o ano, mas recordo que foi num festival realizado pela prefeitura, no ABC paulista que vi uns cinco moleques detonando um thrash metal visceral, com algumas letras "para maiores", dotado de garra e animação, que se chamava Murder, que encerrou as atividades tempos depois.

Porém, alguns dos caras daquela formação iniciaram um novo grupo, batizado de Octopus e desde então, já possui dois trampos na praça, os álbuns Neptune (2014) e Jahaz (2017), que será a resenha do dia.

Diferente do debut, o quinteto formado por Thiago Wallkicker (vocal/harmonica),Gabriel Piotto (guitarra),Daniel Marchi (guitarra),Mega (baixo) e Damiã Guilhen (bateria), injetou mais doses de psicodelia, sem abrir mão do stoner. O que se percebe logo na intro, que possui o chamativo nome de Δ9. As guitarras bem timbradas e na cara dão o ar da graça em Jahaz (Throw this Song) e Moonjuice, essa com momentos mais instigantes e intimistas, além de algo experimental.

Já Somber Sailor esbarra no passado thrash dos músicos e Into the Void é um cover daquele quarteto de Birminghan que conquistou o mundo e a alcunha de precursores do metal.

Se por um lado sonoridade mudou, a real é que todo mundo e ganhou a oportunidade de ampliar seus conhecimentos metalicos.

10 de janeiro de 2018

A RESISTÊNCIA

Trio potiguar mostra que a região nordeste vai muito além do forró

Por João Messias Jr.

Whocantbenamed
Divulgação
É verdade que já faz algum tempo que temos música boa rolando por todos os cantos do país. Porém, não é de total erro vir na cabeça as características musicais que cada região brasileira apresenta. Conhecida pelos grandes grupos de axé e forró, a região Nordeste bravamente marca a sua resistência nesse cenário com muita coisa voltada ao rock/metal. Os mais velhos lembrarão de grupos seminais como Nephastus, Shock, Insanity e Mystifier.

Trilhando o caminho deixado pelos grupos acima, temos formações que mostram sangue nos olhos e aquela vontade de vencer. Como a galera da Heavenless. Rapaziada do Rio Grande do Norte que estreou ano passado com o debut Whocantbenamed. Trampo embalado por uma capa interessante, que mostra a morte e o sertão nordestino mescladas de forma homogênea. Ponto para a banda e o criador Hugo Silva.

Musicalmente o som do trio formado por Kalyl Lamarck (voz e baixo), Vinicius Martins (guitarra) e Vicente Andrade (bateria) tem predominância pelo death e thrash metal. Porém, uma audição detalhada mostra um grupo antenado com seu tempo, soando contemporâneo, graças aos elementos que vão do hardcore ao metalcore, além de uma guitarra bem timbrada, que carrega de forma sutil referências de grupos como Nação Zumbi e Sepultura.

Outro elemento marcante na música dos caras fica por conta dos climas doom, que dão aquela sensação de "crime perfeito", mostrando que encontraram seu estilo logo no primeiro trabalho. O que nos permite se deliciar ao som de pedradas como a faixa de abertura Enter Hades (cheia de groove), Hopeless (que deve funcionar muito bem nos shows) e The Reclaim, esta conhecida dos fãs graças ao seu vídeo disponível no Youtube.

Uncorrupted também chama atenção pelo ritmo quebrado e predominantemente thrash e Point-Black encerra de forma homogênea o disco.

Whocantbenamed confirma a tradição nordestina de seguir com grupos de nível alto, além de manter a resistência numa região que predominam os ritmos regionais.

PASSANDO A MENSAGEM

Com influências diversas, quarteto catarinense explora em suas letras a insatisfação contra o governo e corrupção Por João Messias Jr. As pr...