24 de dezembro de 2013

UM TEMPO PARA RESPIRAR

Amigos, após mais de 100 postagens, muitas entrevistas, resenhas e coberturas de shows, num ano que foi MARAVILHOSO no rock e metal. Agora é hora de curtir esses dias de final do ano, descansar, colocar a cabeça em ordem e (claro) preparar as matérias de 2014.

Aproveito para agradecer a todas as pessoas que tive contato nesse ano (bandas, imprensa, assessorias, fãs), pois essa convivência acabou gerando muitas amizades, risadas e (também) coisas ruins, que são necessárias para tirarmos algumas lições.  Com certeza, ano que vem continuaremos produzindo com muita paixão materiais ainda melhores desse estilo que tanto amamos.

No mais, boas festas, um 2014 com muita paz, saúde, alegria, realizações e claro, muita música pesada em suas vitrolas!

      João Messias Jr.
NEW HORIZONS ZINE

23 de dezembro de 2013

NERVOCHAOS: CORAGEM, OUSADIA E DETERMINAÇÃO

Quarteto paulista lança documentário que além de passar por toda a carreira da banda, mostra situações de como é a vida de um grupo na cena underground

Texto: João Messias Jr.
Imagens: Divulgação (capa) e Pri Secco (Nervochaos)

17 Years of Chaos
Divulgação
Coragem por deixarem um trabalho de muito sucesso na cena, ousadia por montar uma nova banda e determinação por manter a banda por 17 anos. A resenha poderia parar aqui, pois as linhas acima dizem tudo sobre esta quase maioridade do quarteto paulista Nervochaos.

Atualmente formado por Guiller (guitarra e voz), Quinho (guitarra), Felipe (baixo) e Edu Lane (bateria) lançou no fim deste ano, o box 17 Years of Chaos, que além de ser um presente para os fãs de música pesada, mostra REALMENTE como é a vida de uma banda na estrada.

O trabalho, que vem num digipack de luxo, é acompanhado de dois DVDs e um CD, os quais descreverei linhas abaixo. Primeiramente, vamos começar falando dos vídeos. O primeiro é um documentário que os membros (em sua maior parte Edu) e ex-membros falam dos primeiros passos da banda, mudanças de formação, numa linguagem simples e direta, que agradará fãs de som extremo e apreciadores de documentários.

Dentre as histórias, é muito interessante os relatos da saída de todos os membros da Siegrid Ingrid, banda que tinha como vocalista o emblemático Punk e que havia lançado seu primeiro CD, Pissed Off; a adição do primeiro vocalista, Marcelo Miranda, hoje no Olam Ein Sof, shows por São Paulo e região nordeste ao lado do Krisiun. Outra são os depoimentos de antigos integrantes, além de Marcelo, Gordo (voz), Thomas (baixo), Daniel Blasphemoon (voz), entre outros falam do seu período na banda e os motivos de suas saídas.

Nervochaos 2013
Pri Secco
Finalizando os relatos, o antigo guitarrista/vocalista Sidney é dono das situações mais bizarras de uma banda na estrada. Não contarei todas, mas uma que ficará na mente do leitor é o músico vendendo cocos para turistas na Bahia, para conseguir $ para comprarem comida. Hilário para dizer o mínimo.

O segundo DVD fala da concepção, preparativos e a tour do novo e melhor disco dos caras, To The Death. Só que o melhor daqui são os depoimentos dos músicos na estrada em algumas situações que misturam o constrangimento e a zoeira, algo que com certeza faria muita gente desistir do sonho e voltar pra casa da mamãe.

Já o CD conta com faixas ao vivo de To The Death, além das três demo tapes do grupo, ou seja, é um material e tanto, pois como disse lá no começo, tudo vem embalado num digipack caprichado, encarte detalhado (arte de Lauro Nightrealm - Queiron), que possui uma cronologia com fotos permeadas com texto, bem profissional e que fará uma senhora duma presença na estante de quem comprar ou ganhar de presente.

Nervochaos 2013
Pri Secco
Enfim, não dá para encerrar sem citar algumas “gente bonita” de bandas e imprensa que falam do grupo como Luciano Piantonni (Hard and Heavy), Vitão Bonesso (Backstage), Rodrigo Balan e Débora Brandão (Metal Media), Cherry (HellSakura, responsável pela direção e edição), Zhema (Vulcano), Alex (Krisiun), Dick e Antonio Araujo (Korzus), Gepeto (Ação Direta), entre outros, que citam a vivência com os caras em algum momento de suas carreiras.

Se você headbanger, quer montar uma banda ou busca material para pesquisa para uma futura tese, a aquisição é válida, pois diferente do também fantástico Anvil: The Story of Anvil, o lance é analisado de forma mais aprofundada e pela linguagem mais simples e direta, aproxima o fã de música pesada do lance!

20 de dezembro de 2013

ROADIE CREW: SEMPRE COM TRUNFOS NA MANGA

Edição de dezembro apresenta as melhores estreias de grupos que conseguiram (ou não) chegar ao estrelato

Por João Messias Jr.

Capa Roadie Crew 179
Divulgação
E não é que os caras surpreenderam mais uma vez? Sim, a equipe da revista Roadie Crew lançou uma edição especial no mês de dezembro com um tema muito interessante, que embora passe pelas nossas cabeças, nunca paramos para refletir: as grandes estreias de bandas em disco no metal e no classic rock.

O conteúdo é muito interessante, pois mesmo com muitas bandas, digamos óbvias, o que chama a atenção são a profundidade dos textos, que mesmo curtos, comove aqueles que são fãs (ou não) dos grupos citados. 

Das 100 estreias citadas, as que se destacam de imediato são de bandas como The Beatles, Black Sabbath, Clash, Carcass, Mr. Big e Skid Row. Só que a sacada aqui também foi citarem os EPs, bandas que não emplacaram pelo acaso ou que deram a volta por cima, que possui como destaques Bruce Dickinson e Rob Zombie, que mesmo em alta, decidiram começar algo novo em prol da liberdade artística ou mesmo aqueles que bateram na trave, como o Blue Murder.

Claro que os primeiros dias da cena nacional não foram esquecidos e bandas como Karisma (alguém sabe se relançaram em CD?), Stress e a coletânea SP Metal, que com certeza foi adquirida por muitos iniciantes na música pesada.

Mas, a publicação não fica restrita ao saudosismo e retrata o presente (e o futuro) por meio das seções Cenário, com destaque para os 30 anos dos thrashers gaúchos do Leviaethran, além das resenhas de CDs e DVDs, que são um dos carros-chefe da RC há anos, pois quem quer se especializar em resenhas, sempre busca a seção como referência.

Enfim, fecharam o ano com um material interessante, que é tão bom que nos faz visitar nosso acervo, seja ele de vinil ou CD e nos faz refletir o de ter ou não determinado ítem na coleção.

19 de dezembro de 2013

RAVENLAND: SOFISTICAÇÃO GÓTICA

Após reformulação, grupo renova sua sonoridade e novo single apresenta sonoridade com referências, que vão do doom ao gothic rock

Por João Messias Jr.

Poisoned
Divulgação
Com mais de 15 anos de estrada, a RavenLand  já passou por poucas e boas. Discos não lançados e mudanças de integrantes foram alguns dos perrengues passados pelo grupo, que apesar de ter motivos para jogar a toalha, nunca o fez.

E mais uma vez, coube ao vocalista Dewindson Wolfheart reformular o grupo, e dessa vez ele reuniu um time galáctico com os guitarristas Timo Kaarkoski e Renato Reginni (guitarras), Rafael Agostine (baixo e teclados) e Victor Angellis (bateria) e essa formação gravou o single Poisoned.

Sei que uma música é pouco para avaliar o grupo, mas o potencial encontrado aqui é enorme, pois a banda faz uma espécie de conexão com o passado, mas olhando para o futuro, numa mescla inteligente de doom metal com gothic rock, que vai agradar góticos e headbangers.

Apesar de todos na banda cumprirem bem suas funções, não há como não falar da performance do vocalista, pois além de cumprir muito bem seu papel nas linhas limpas e agressivas, canta com uma leveza. Isso acaba refletindo ao ouvinte, pois mostra não ser algo forçado, tampouco oportunista, feito com o coração, coisa que muitos grupos estão deixando de fazer em busca de contratos no exterior. 

Como se não bastasse a competência musical, os caras receberam uma bela produção, feita por Augusto Lopes (Fanttasma), que deixou tudo no lugar, além da masterização, feita no Finnvox, por Mika Jussila, conhecido por seus trabalhos com o Stratovarius.

Não sei se é a melhor formação que a banda já teve, mas uma coisa é certa, os corvos voltaram e com certeza recuperarão o tempo perdido e logo estarão soltando discos e fazendo shows, aliás, apresentações junto com o Goatlove seriam muito interessantes.
www.ravenland.info

SKIN CULTURE: COLHENDO OS FRUTOS DE UMA CARREIRA VITORIOSA

Banda faz seu disco mais extremo e experimental, além de contar com participações de grandes nomes da cena nacional e internacional

Por João Messias Jr.

The Flame Still Burns Strong
Divulgação
A persistência é um ingrediente fundamental para que uma banda sobreviva no underground. E quando vemos grupos, que após períodos de instabilidade e até o encerramento das atividades reaparecerem de forma triunfal nos resta aplaudir, como o quinteto paulista Skin Culture.

Atualmente formado por Shucky Miranda (voz), Attilio Negri e Tueu Isaac (guitarras), Nathan Soler (baixo) e Marcus Dotta (bateria), lançaram seu quinto disco, The Flame Still Burns Strong, que mantém sua linha característica, de mesclar metal e música experimental, mas aqui a miscelânea está homogênea e não desanda em nenhum instante.

O disco abre com a pesadíssima Set Me Free, que se destaca pelo excelente trabalho de guitarras. Antes de continuar falando da música em si, vale um adendo elogiando a dupla das 8 cordas, pois os caras se metem a fazer fraseados, riffs, sem ficarem presos ao instrumento. Agora sim, outro ponto positivo da canção é a linha vocal, que apesar de brutal, não soa repetitiva.

Rapture vem numa linha ainda mais agressiva, beirando o death metal, com um ótimo trabalho de baixo. For the Same Hell As Before tira um pouco o pé do freio e conta com um dueto interessante das vozes de Shucky e Fabricio Ravelli (Imbrya). O experimentalismo aparece em Ashes and Flames, que conta com passagens sacras e vocais iradíssimos de Marcello Pompeu (Korzus).

A banda reservou um espaço para a melodia na linda balada The End of My Days, que conta com um bom jogo de vocais, cordas limpas e ao mesmo tempo pesada, além de uma bonita narração de fundo que propaga a fé da banda, que embora não digam, se trata de um grupo cristão e aqui a mensagem coube direitinho.

Só que a melhor faixa é One Soul, One Tribe, One God, que conta com a participação do vocalista do The Original Wailers, Desi Hyson, num encontro que fundem reggae e metal num resultado genial, feito para curtir.

Apesar das faixas finais não manterem o mesmo pique, vale a pena conhecer o trabalho do grupo, que deu um grande passo na carreira ao licenciar o trabalho com a gravadora Laser Company.

Fico na torcida para que esse seja apenas o primeiro passo rumo ao estrelato de uma banda que já faz bonito há muito tempo.

18 de dezembro de 2013

HELLISH WAR: “A VIDA DE UMA BANDA NA ESTRADA NÃO É FÁCIL, É PRECISO TER MUITA RESISTÊNCIA E OS PÉS NO CHÃO”

A frase acima, dita pelo baterista da banda Hellish War, Daniel Person reflete bem não apenas a banda na estrada, mas durante todo o período em que ela estiver no underground. Inúmeros motivos como mudança de integrantes, calotes de promotores, empresários, pressão da família são alguns fatores que podem determinar a vida de um grupo, pois é sabido que o metal aqui no Brasil, infelizmente não é algo rentável para a maioria das bandas.

Só que contrariando essas estimativas, o quinteto vem conquistando gradativamente o merecido sucesso. Retornando de mais uma bem sucedida tour pela Europa, Bil Martins (voz), Vulcano e Daniel Job (guitarras), JR (baixo) e o já citado Daniel Person (bateria) colhem a excelente repercussão que o recém lançado álbum, Keep it Hellish vem obtendo entre bangers e crítica especializada.

O referido trabalho, apesar de manter o estilo característico da banda, graças ao trabalho de Bil, aponta novos caminhos para o quinteto.

Nesta entrevista feita com Daniel Job, Daniel Person e Bil, eles nos contam do novo disco, da estreia do cantor em estúdio e ao vivo, a vida de uma banda na estrada e muito mais.

Confiram!

Por João Messias Jr.

Keep it Hellish
Divulgação
NEW HORIZONS ZINE: Amigos, em nossa última conversa, no final de 2012, vocês haviam confirmado a entrada de Bil Martins como o novo vocalista da banda. Nesse ano, vocês lançaram o tão aguardado álbum, Keep It Hellish. Como foi ver essa etapa vencida?
Daniel Job: É sempre muito gratificante ter em mãos um disco finalizado, pois é nesse momento que você percebe o fim de um longo e trabalhoso processo e tem a sensação de “missão cumprida”. Mas ver esse disco pronto, especialmente, foi mais gratificante do que o normal, pois não significou apenas o final de mais um trabalho, mas também o final de uma fase muito difícil pela qual passamos, que foi a busca do vocalista certo para gravar esse disco. Ver essa etapa vencida nos fortaleceu em muitos aspectos.

NEW HORIZONS ZINE: Á exceção do cantor, o grupo mantém a mesma formação há algum tempo. Como foi a experiência de trazer uma nova pessoa ao grupo num ambiente que já estava estabilizado?
Job: Do meu ponto de vista foi bem fácil e tranqüila a integração do Bil na banda. Primeiro por ele já ser um músico experiente e talentoso e segundo por ser um cara muito legal e fácil de lidar. Ficamos muito satisfeitos com todo o empenho dele e com o resultado final do seu trabalho. Ele era o cara que estávamos procurando e isso facilitou muito a sua integração na banda.

NHZ: Essa questão eu queria que o próprio Bil nos respondesse: como foi entrar na banda com um repertório fechado? Em estúdio, você chegou a alterar algumas linhas vocais?
Bil Martins: Mesmo com tudo quase pronto foi difícil. Tive que tirar as nove músicas que estavam prontas, alterei algumas partes e acrescentei outras. Tive liberdade pra interpretar do meu jeito, desde que não descaracterizasse a identidade da banda. A única linha vocal que criei sozinho foi a de Phantom Ship, nessa eu também pude colaborar na letra junto com o JR.

Hellish War 2013
Divulgação
NHZ: A audição de Keep it Hellish acaba gerando uma agradável surpresa. Além de terem consolidado seu estilo, apresenta grande performance de todos os músicos. Houve algum tipo de preparação ou mesmo aulas particulares para a concepção do novo disco?
Job: Eu estou sempre tocando e buscando aprender coisas novas, com isso acabo me aprimorando tecnicamente. Além disso, acho que a empolgação para gravar as novas composições também teve grande influência na minha performance.

NHZ: Os duetos de guitarras estão mais soltos e na música Scars (Underneath your Skin) as seis cordas apresentam solos fora do padrão do estilo. Houve alguma banda em especial que inspiraram essas passagens da canção?
Job: Não, acho que isso acontece naturalmente após quinze anos tocando juntos (risos)!

NHZ: Outra sacada foi em Darkness Ride, que começa com um dedilhado a lá Blackmore’s Night e descamba para um hard/heavy empolgante. Devida a variedade de estilos, podemos dizer que essa canção “deu trabalho para ser criada?
Daniel Person: Darkness Ride foi uma música que o Daniel Job trouxe pronta para a banda, e a versão que pode ser ouvida no CD é praticamente idêntica à idéia original que ele nos trouxe, com exceção de alguns poucos detalhes. Eu inclusive gostei muito das idéias de batera que ele trouxe nessa música, e incluí pouquíssimas mudanças quando fui gravar o som no estúdio. Na batera, a única alteração relevante que fiz nessa música foi incluir a levada nos surdos que pode ser ouvida junto com as primeiras estrofes, quando o vocal entra na música, além de uma ou outra virada.

Job: Essa música foi composta em um momento de inspiração e já saiu praticamente pronta, mas devo dizer que devido a todos os seus detalhes o processo de gravação foi bem trabalhoso.

NHZ: Os vocais de Bil além de combinarem com o estilo da banda, trazem
Hellish War 2013
Divulgação
algo novo, como toques hard, que nos remetem a cantores consagrados como Jeff Scott Soto e Rob Rock (Impelliteri). O que acham da comparação e o que acham desses vocalistas?

Job: Acho que comparar o Bil com vocalistas desse porte seja um grande elogio. Gosto muito do Jeff Scott Soto e sou muito fã do seu trabalho com Yngwie Malmsteen.

Person: Gosto bastante dos vocalistas que você mencionou também, especialmente por serem bastante versáteis e terem um “drive” na voz que me agrada muito. Concordo com a sua comparação!


NHZ: A faixa que dá nome ao disco soa matadora e deve ser perfeita para abrir os shows da banda. Vocês iniciam as apresentações com ela?
Job:
Fizemos isso algumas vezes, mas por ser uma música rápida o som tem que estar muito bem regulado para que soe legal. Muitas vezes a primeira música acaba sendo usada para dar uma “ajustada” geral no som e acaba sendo prejudicada. Então resolvemos deixar essa música para um momento em que o som já esteja “redondo”.

Person: A resposta do público a esse som durante os nossos shows tem sido muito legal. “Keep it Hellish” tem um refrão muito forte e fácil de se assimilar, o que faz com que seja uma música muito boa pra se tocar ao vivo. Considerando o retorno que temos do público nos shows, provavelmente é um som que nunca mais sairá do set list da banda.

Hellish War 2013
Divulgação
NHZ: A capa do álbum, graças a cor verde nos remete aos Keepers do Helloween. Vocês tem algum receio de serem confundidos com bandas de metal melódico/sinfônico?
Job: Não, acho que nosso estilo e identidade já estão bem definidos.

Person: Também acho que não, mas concordo com a comparação aos Keepers. Não havíamos pensado nisso durante o processo de criação da capa, mas o importante é que a arte ficou exatamente da forma como gostaríamos. Diferentemente de muitas artes que vemos hoje em dia, a capa de “Keep it Hellish” é uma pintura feita à mão pelo artista Eduardo Burato, tendo sido apenas finalizada digitalmente pelo Robson Piccin, outro artista extremamente talentoso. Em minha opinião, é a capa mais bonita do Hellish War até hoje.

NHZ: Neste mês de outubro a banda partiu para alguns shows pela Europa. Como foram as apresentações e quais as diferenças estruturais em relação ao último giro pelo velho mundo?
Person: Os shows nesta segunda tour pela Europa foram muito bons, tudo correu conforme planejado, e tivemos a oportunidade de rever velhos amigos e agregar novos fãs ao público do Hellish War por lá. Uma diferença entre a primeira e a segunda tour foi que desta vez tocamos em países onde nunca havíamos estado antes, como França, Holanda e Polônia. E já estamos planejando nosso próximo giro por lá, que acontecerá em 2015.

NHZ: Essa questão eu sempre pergunto aos grupos que vão para o
Cartaz de show na França
Divulgação
exterior. Para os que pensam que os músicos andam de limousine e recebem um milhão de toalhas brancas, conte-nos como é a vida dos músicos de uma banda underground na estrada em relação a transporte, alimentação e hospedagem?
Person: Você tem razão, a época da limousine já passou (risos)! A vida de uma banda na estrada não é fácil; é preciso ter muita resistência e os pés no chão. Pois em uma tour podem acontecer diversos imprevistos, além de estar preparado para se adaptar a situações que nos colocam fora da nossa zona de conforto. Felizmente, não passamos por nenhuma situação muito complicada em nossa tour, e acho que o grande segredo para isso é ter um planejamento muito bem feito, tendo tudo organizado com pelo menos 12 meses de antecedência.

NHZ: Vocês pensam em fazer algo semelhante na América do Sul e Estados Unidos?
Person: Em 2014 optaremos por focar nossos esforços na divulgação do Keep it Hellish no Brasil e, se possível, na America do Sul como um todo também. Sabemos que temos um público grande na Colômbia e Peru, pois frequentemente recebemos mensagens de fãs destes países, em nossa página no Facebook. Diria que a probabilidade de tocarmos pela America do Sul seja maior do que nos Estados Unidos, embora a banda esteja definitivamente aberta a quaisquer convites.

NHZ: Mudando de assunto, após lançarem o trabalho anterior, Heroes of Tomorrow de forma independente, Keep It Hellish saiu pela Voice Music. O que os motivaram a lançar o trabalho por eles e o que esperam em termos de divulgação?
Person: A Voice Music é uma gravadora séria e com uma ótima distribuição. Estes foram os principais pontos que nos levaram a trabalhar com eles. Hoje, nosso novo álbum pode ser encontrado com facilidade em grandes megastores, como Saraiva e Livraria Cultura. Assim, através da Voice, conseguimos levar nosso álbum a um público ainda maior. Com relação à divulgação, trabalhamos com a assessoria Som do Darma já há 5 anos, é uma parceria que deu certo e estamos muito satisfeitos com os resultados que já estamos colhendo com este novo álbum.

Cartaz de show na Polônia
Divulgação
NHZ: Hoje o metal nacional vive um momento de transição. Se por um lado têm surgido grandes nomes na cena underground, que além da competência musical, conseguem lançar trabalhos com um bom trabalho gráfico e sonoro. Mas em contrapartida, muitos eventos acontecem de forma simultânea, que somado ao excesso de apresentações internacionais, acabam tendo pouquíssimo público. Com todos os anos de estrada que possuem, o que acham que pode ser feito?
Person: A internet foi algo que definitivamente influenciou na mudança do cenário musical como um todo. Hoje em dia, está muito fácil conseguir qualquer tipo de informação. Talvez isto tenha contribuído para a redução do circuito de shows, pois algumas pessoas de repente podem achar que a experiência de se ver uma banda através de um vídeo no YouTube, por exemplo, substitua a experiência de se ver um show ao vivo - o que com certeza não é verdade. 

Além disso, eventos mal organizados acabam afastando o público das casas de shows também – o fatídico Metal Open Air, por exemplo, com certeza traumatizou muita gente. Acho que neste ano tivemos também grandes eventos e que foram bem organizados, como o Rock in Rio e o Monsters of Rock. Acho que a presença mais freqüente dos grandes festivais pode ajudar a influenciar com que o público headbanger cresça e se renove, o que automaticamente fará com que o cenário underground se movimente cada vez mais também. Além disso, é importante que os promotores de shows no underground sempre busquem tratar seu público com respeito também, para que os presentes curtam estar ali e continuem prestigiando futuros eventos.

NHZ: Obrigado pela entrevista. Deixem uma mensagem aos leitores desta publicação.
Person: Muito obrigado pela oportunidade de conversar com vocês. Convidamos todos a curtirem a página do Hellish War no Facebook. E espero que todos vocês tenham a oportunidade de ouvir nosso novo álbum! Nos empenhamos muito para fazer o melhor álbum de nossa carreira. Para quem ainda não ouviu, disponibilizamos algumas faixas em nosso soundcloud. Heavy Metal Forever - Keep It Hellish!

17 de dezembro de 2013

GOATLOVE: PARA ESQUECER DOS PROBLEMAS

The Goats Are Not What They Seem, primeiro CD do grupo paulista transita pelo hard rock, pop oitentista , gothic rock e essa mistura consegue prender o ouvinte com sons empolgantes

Por João Messias Jr.

The Goat Are Not What They Seem
Divulgação
No final do ano, até por causa dos fechamentos, balanços e festas da época, é natural que todos fiquem cansados e esgotados, querendo que venham logo as festas para poder se distrair e descansar. Mas enquanto esses dias não chegam, o negócio é buscar formas para renovar as energias e seguir em frente. Uma das formas que encontrei foi no primeiro álbum full da banda Goatlove, que sem dúvida deveria vir com o rótulo “Para esquecer dos problemas”.

Formado pelo vocalista Roger Lombardi (ex-Sunset Midnight) e além do cantor, os guitarristas Marco Nunes, Fábio Gusmão e Frank Gasparotto, o baixista Renato Canônico e o baterista Alexandre Watt, a banda faz um som que não possui rótulos, mas flertes, que vão desde o pop oitentista, hard rock, gothic rock e algo inusitado que comentarei no final desta resenha.

As canções são perfeitas para tocar ao vivo e em festivais temáticos como a Autobahn, pois elas possuem o dom de fazer o mais pacato fã de música levantar da cadeira e se mexer, como na abertura com as explosivas Brand New Horse e Beautiful Bomb. Mas, o primeiro pico do trabalho vem com as deliciosas Here She Comes (Hot Stuff) e Blade of Love. A primeira, dona de uma linha pop oitentista envolvente, que ganha guitarras hard e tem como destaque os vocais de Roger e os backings da convidada Anita Cecília Pacheco. A segunda é aquela que incendeia qualquer festa, com uma ponte que ao vivo deve ser repetida por todos e pela mistura de hard rock com algo do MC5 e Stooges, assim como Kill Somebody.

Os contornos góticos aparecem em Desperate Passion e I don’t Believe é praticamente um hardcore, mas o negócio aqui é deixar o astral lá nas alturas e Ultramarine Dog, Automatic Fire e St. Pity fazem isso com maestria, com destaque para a última, com uma linha vocal mais falada e solos dignos de guitar heroes.

Só que numa espécie de aviso “Está melhor? Então resolva o que tem de resolver” o final com Devil Sun é surreal. Com um começo a lá Johnny Cash, a canção que tem como base a melancolia, ganha passagens orquestradas e até um acordeão aparece no meio da música, até o fim, com passagens que lembra o flamenco e a música latina. Muito bom e inusitado!

Sem dúvidas uma banda para ouvir o CD, ver o show, pedir para autografar o CD e tirar foto com os caras.

16 de dezembro de 2013

PANZER FEST: SINÔNIMO DE QUALIDADE E VARIEDADE

Evento, que contou com as bandas Vulcano, Panzer, Executer, Kamboja e Fire Strike ainda brindou os presentes com jams que tiveram a participação de músicos renomados da cena nacional

Texto e fotos: João Messias Jr.

A mudança de local

Flavia (HellArise) e Rafael DM(Panzer)
durante jam no Panzer Fest
João Messias Jr.
Inicialmente marcado para ser no Clash Club, a segunda edição do Panzer Fest manteve a data, mas num novo local: o reformado Blackmore Rock Bar. Para quem não conhece (eu era um deles), fica na região de Moema/Indianápolis e segundo os antigos frequentadores da casa, a reforma deixou a casa melhor e mais bonita, em que gerou mais espaço. 

Além da amplitude, o local agora conta com um telão lateral em que antes e no intervalos dos shows, teve como trilhas os clássicos do rock, com destaques para a exibição dos vídeos de grupos como Badlands e Black Sabbath (fase Glenn Hugues).

Abertura alto astral

Fire Strike
João Messias Jr.
Se quisesse ficar vendo vídeos, teria ficado em casa, então, vamos ao que interessa: os shows. Contando com o mestre de cerimônias, Vinicius Neves (Stay Heavy) e sob sua condução, ás 18h, subiu ao palco a primeira banda da noite, o Fire Strike. O som e o visual dos músicos é totalmente inspirado nos anos 80, que assim como a sua música, transita entre o true (menos) e o hard (mais).

Competente, a banda é um exemplo a ser seguido, pois os músicos tocam com muito tesão e isso refletiu no público, que acompanhou atentamente a apresentação da banda. Formada por Heinrique Schuindt (guitarra), Hellywild (guitarra), Edivan Diamond (baixo), Jean Praelli (bateria) e a bela Aline Nunes (voz) desfilaram canções de seu EP, Lion and Tiger,  com destaque para os vocais altos e agudos e a transição entre metal tradicional, true e hard, que teve como pontos altos as músicas Streets of Fire (mais hard rock), Lion and Tiger, com backings poderosos, além da competente versão para Screaming for Vengeance, do Judas Priest.
Uma apresentação para elevar o astral.

Bola Fora

O Kamboja era uma banda que eu estava ansioso para assistir. Às 18h50, o
Kamboja
João Messias Jr.
quarteto formado por Fábio Macarrão (voz), André Curci (guitarra, Threat e Statues of Fire), Frank Gasparotto (baixo) e Paulão Thomaz (bateria, Baranga) iniciou seu show, com um rock pesado e bem executado, com letras que alegrará os fãs de grupos como Baranga e Velhas A diferença é que possuem um instrumental mais encorpado, baixo gordo e um guitarrista diferenciado, como pudemos ver e ouvir em Acelerado, Dama da Madrugada e Mentira, essa num pique a lá AC/DC.

Só que infelizmente o show não ficou restrito ao som. Visivelmente alterado, o vocalista a cada música xingava a organização do evento, argumentando que ensaiaram um set, mas que mudou por causa da desorganização que estava tendo no evento. Até aí, tudo bem, mas o pior aconteceu quando Edu Lawless (Rock Express) foi ao palco anunciar o lançamento do calendário das Metal Girls, quando o já citado cantor não deixou o convidado falar, xingou as garotas, enfim, uma baixaria só. Uma apresentação que ficou marcada pela euforia das músicas poderosas e a decepção, pela atitude do músico.

Seguindo em Frente

Executer
João Messias Jr.
A impressão que tive é de que graças à infelicidade ocorrida na apresentação do Kamboja, as bandas tiveram uma única preocupação: detonar no palco. Assim podemos definir a apresentação do quarteto Executer, que teve início às 19h45.

Juca (voz), Elias (guitarra), Paulo Castro (baixo) e Béba (bateria) mostraram que apesar de serem adeptos do thrash oitentista, o som da banda não tem nada de datado ou cheiro de café requentado. A abertura com Inspiration for Crime, do seu terceiro trabalho, Welcome to Your Hell, de 2006, mostrou andamentos complexos e muito groove, mostrando o poder de fogo dos caras.

Mesmo com o som oscilando na guitarra, os caras não arredaram o pé e brindaram os fãs com sons como, And the Rottenness Goes On, Damn Speech além de uma versão inspirada para Power Thrashing Death (Whiplash). Infelizmente Rotten Authorities, faixa-título de seu primeiro disco, de 1991, encerrou a apresentação. Taí uma banda que não posso ficar mais uma década sem assistir.

Quem manda no palco

Assim como o Executer, o Panzer subiu ao palco cheio de gás, mandando sons
Panzer
João Messias Jr.
com muita energia. Last Man of Earth e Burden of Proof passaram o recado, com quatro caras com energia, dessa forma, passando aos presentes que o evento tinha muito que mostrar, no melhor do thrash/stoner.

A formação atual é uma das melhores da história da banda. Os remanescentes André Pars (guitarra) e Edson Graseffi (bateria) souberam escolher os integrantes. Rafinha Moreira (voz) e Rafael DM (baixo) continuaram o legado passando muita gana e vontade, algo fundamental para quem quer vencer, como podemos ouvir em seu terceiro CD, Honor, que pode ser considerado o melhor disco.

Ainda tinha mais. Savior contou com a participação de Silvano Aguilera (Woslom), com seu vocal Bay Area fez contrapontos interessantes com Rafinha. Rising e Red Days encerraram a apresentação da banda, que cumpriu sua missão.

A Lenda

Vulcano
João Messias Jr.
Encerrando a primeira parte do evento, às 21h30, tivemos o show do Vulcano. É incrível o som praticado por Luiz Carlos Louzada (voz), Zhema (guitarra), Ivan Pellicciotti (baixo) e Artur Von Barbarian (bateria), pois apesar da simplicidade, é poderoso, macabro e climático, que reúne como referências Black Sabbath, Motorhead e Venom. Clássicos como Witches Sabbath, Dominios of Death, Awash in Blood e Gates of Iron emocionaram muitos que estavam no recinto, assim como Tales From a Black Metal Book, que mostrou que não importa a época ou estilo que esteja em alta, o que vale é que a boa música atravessa décadas, deixando o legado.

Infelizmente, devido ao tempo, Total Destruição deu números finais a primeira parte do evento, em que a banda saiu ovacionada. Merecido, pois finalmente as pessoas estão valorizando a banda, que foi uma das primeiras a fazer metal em São Paulo.

Ainda tinha mais

A segunda parte do evento foi destinada as jams, que contaram com músicos
Edu Boccomino (Chaosfear)
durante jam no Panzer Fest
João Messias Jr.
de renomadas e novas como Vodoopriest, Anthares, Electric Age, Woslom, Exhort, Panzer entre outras.

Walk (Pantera), cantada por Rafinha Moreira, abriu as jams, que tiveram um clima descontraído, fugindo daquele esquema engessado, que embora não tenha erros, quebra a espontaneidade e que foi o diferencial nesse formato de apresentação.

Apesar da execução de clássicos como The Ripper (Judas Priest) e Neon Nights (Black Sabbath), os “lados B” foram os que chamaram a atenção, como I Wanna Be Somebody (WASP, cantado por Flávia do HellArise), Dig Up Her Bones (cantada por Diego do Anthares) e Mother (Danzig, que teve na voz, Roger Lombardi do Goatlove). Inusitadas e muito comemoradas por esse que escreve as linhas desta resenha.

Só que Raining Blood, cantada por Vitor Rodrigues e que teve Edu Boccomino (Chaosfear) nas guitarras Rafael Iak (Woslom) foi a mais ovacionada da noite, que contou com uma roda e um abraço emocionante de um fã ao vocalista no fim do som.

Infelizmente Orgasmatron (Motorhead), que contou com Vinicius Neves em uma das seis cordas, encerrou a festa, que contou com um bom púbico, mas longe do ideal, pois somando as bandas e os convidados das jams, tinham os melhores músicos do metal nacional e só isso era motivo para ter a casa cheia, visto que valor do ingresso estava num ótimo preço.

Assim como o Live Metal Fest, o Panzer Fest merece vida longa, mas lembrem-se que isso não é algo que dependa única e exclusivamente da organização. Headbangers (valorizem mais sua cena), imprensa (não se restrinjam aos grandes eventos) e bandas, vamos nos unir e fazer algo melhor, pois se por um lado, estamos numa situação difícil, competindo com muitos eventos no mesmo dia, ao mesmo tempo é fácil, pois está nas nossas mãos as ferramentas para virarmos esse jogo.

11 de dezembro de 2013

TEMPLO DE FOGO: A FORÇA DO METAL CRISTÃO

Após anos sumido da grande mídia metálica, vertente tem tudo para voltar a figurar na preferência dos headbangers

Por João Messias Jr.

O Preço
Divulgação
Entre o fim do século XX e início deste novo milênio, o metal cristão, ou white metal estava com sua popularidade em alta. Dessa forma, bandas como Eterna, Rosa de Saron, Antidemon, Destra e muitas outras eram presença garantida nas revistas e fanzines, além de serem lembradas constantemente nos festivais seculares (não cristãos) de metal e listas de melhores do ano.

O tempo passou, alguns grupos sumiram, outros mudaram de estilo e até de proposta, mas o Templo de Fogo continua na ativa, mostrando com seu novo trabalho que pode levar essa vertente metálica para um outro patamar.

O quarteto, atualmente formado por Moisés Missão (guitarra e backing vocals), Anderson Américo (guitarra), Zé Ronaldo (bateria) e Fernando Miguel (teclado), além do convidado Marquinhos Jabur (voz e baixo, ex-Brave) lançaram recentemente o EP O Preço. O disquinho possui cinco faixas e o som se mantém fiel ao que faziam nos anos 90, uma mescla de hard rock, metal melódico e power metal, que tem como ponto alto o trabalho das guitarras e as letras, assumidamente cristãs, que caíram como uma luva aqui, graças a pegada épica que o disco possui.

O Preço, faixa que abre o disquinho começa com arpejos a lá Helloween e talvez decepcione aqueles que gostam de vozes agudas, pois a linha utilizada aqui é mais grave, próxima a de bandas como Blind Guardian e Helloween (fase Andi Deris).

A seguinte, Bruxas de Salém é mais voltada ao hard rock, com bateria marcante e um bom uso dos teclados. Já Chorai, com sua pegada mais tradicional e com vocais mais agressivos é a melhor do trabalho, além de uma ponte soturna interessante que diz “Onde Está o Clamor/O grito do Santo”. Renúncia é uma balada de letra muito bonita que fala do resgate da fé e o pique power inicial retorna com Tuas Mãos, que encerra bem o disco.

Talvez a linha vocal, por ser cantada em português, divida opiniões. São necessárias algumas audições para entende-la, mas depois disso é só ligar o som bem alto e curtir.

Graças a discos como esse, somada a volta do Stauros e com os novos discos do Eterna e Combate Vertical prestes a sair, as expectativas de um novo crescimento do estilo são grandes. Mas caso isso não aconteça, pelo menos os fãs de música pesada serão brindados com trabalhos de muita qualidade.
www.facebook.com/bandatemplodefogo

6 de dezembro de 2013

TAILGUNNERS: O METAL TRADICIONAL CONTINUA COM SEU ESPAÇO GARANTIDO

Quinteto inspirado em grupos britânicos do estilo, promoveu o lançamento de seu terceiro trabalho, The Gloomy Night

Texto e fotos: João Messias Jr.

Para quem não conhece, a Tailgunners é um grupo paulista que surgiu nos
Tailgunners
João Messias Jr.
anos 90 e que faz um som inspirado na NWOBHM e que possui como referências principais Iron Maiden (mais) e Judas Priest (menos) e que após um tempo sumida, retorna com força total, com direito a um novo álbum e tudo mais.

Atualmente contando com Daniel Rock (voz), Raphael Gazal (guitarra), Lely Biscasse (guitarra), Lennon Biscasse (baixo) e Gustavo Franceschet (bateria), o quinteto promoveu nesta última sexta-feira (29), o lançamento do seu terceiro trabalho, The Gloomy Night, no Estúdio Produssom.
Contando com um ótimo público na casa, o quinteto iniciou o show às 20h40, com dois sons do novo trabalho: Gloomy Night e The Vampire is Me, que mostram além da fidelidade no estilo praticado pelo grupo (que bebe nas fontes citadas linhas acima), com um excelente nível musical.

Após essas duas músicas, o vocalista agradeceu á todos que estavam presentes, dizendo que todos que estavam lá eram realmente amigos e que aquele momento era muito especial para a banda. Para celebrar, mandaram Abolition of Slaves, do debut, Battlefield, que teve como frontman Mário Pastore. Nessa música, Daniel mostrou sua maior virtude, não usar agudos na estratosfera, cantando de forma natural, o que se mostrou positivo no som da banda.

Tailgunners
João Messias Jr.
Do segundo trabalho, Behind the History (que teve Roddy B do Avenger nas vozes) a banda mandou Freedom, Although Late, dona de andamentos quebrados e interessantes. Mas não dá pra negar que com o mais recente trabalho a banda atingiu o ponto alto de sua carreira até agora.

Infelizmente One of Them e Vlad Tepes: The Impaler, que teve direito a capa e tudo encerraram a curta apresentação, que durou aproximadamente 40 minutos, mas que foram suficientes para duas contastações. Que o país tem um grande representante do metal tradicional e que e desculpem os fãs de Maiden e Priest: ao invés de ficarem idolatrando cantores que não conseguem mais cantar o repertório de sua carreira, que tal conhecerem um grupo do seu próprio país que está no ponto alto da carreira na espera de novos fãs.

Fica a dica!

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