30 de março de 2013

FORKA: LEVANDO OS BANGERS AO MAR VERMELHO

"Quinteto promoveu o lançamento de seu terceiro disco, Black Ocean com uma apresentação que arrancou sangue e lágrimas dos presentes"

Por João Messias Jr.

Com um bom tempo de estrada e apresentações por todos os cantos do país, o quinteto Forka, do ABC paulista, fez o lançamento de seu tão aguardado terceiro disco, Black Ocean, que seguramente pode ser considerado o melhor trabalho da banda.

Para celebrar a data, no dia 22 de março, os caras promoveram uma festa de lançamento do CD no Estúdio 74, em Santo André, mais conhecido como o “Estúdio do Pezão”. Para quem não conhece o local, ele é a pedida perfeita para quem aprecia o Underground, no piso superior fica o bar, que possui capas dos plays clássicos do rock/punk/metal como D.R.I., Slayer, New Model Army, entre outras. Já na parte de baixo, funciona o estúdio, que nessa noite foi o palco das apresentações.

Sim, apresentações, pois antes dos anfitriões, às 20h40, a banda Negative Control brindou o bom público com uma aula de punk/hardcore. Com 18 anos de estrada , a banda soube como incendiar os presentes, além  de forma sábia, atualizar sua música sem se utilizar de tendências e modismos, fazendo a alegria dos presentes em canções como Pare e Pense, Máquina Humana, Cadê os Índios, Rancor, até o encerramento com Pobre Criança e Cabo. Os grandes destaques desse show foram à postura insandecida da vocalista Cláudia, sempre capitaneada pelos backings do baixista Juninho, além da forma direta de exercerem seu repertório, sem enrolação de discurso e som atrás de som.

Depois de um tempo para trocar uma ideia com os amigos, já se passava das 22h quando o quinteto, atualmente formado por Ronaldo Coelho (voz), Samuel Dias e Alan Moura (guitarras), Ricardo Dickoff (baixo) e o novo baterista Caio Imperato, não quiseram saber de rodeios e brindaram o publico (que nessa hora se espremia no pequeno espaço) com uma trinca poderosa do novo CD, Black Ocean, Last Confrontation e Own Blood. As canções mostram uma nova fase no som da banda, que está mais trabalhado e com menos partes Hardcore, que não vai causar sustos nos antigos fãs e tem tudo para angariar novos.

Black Ocean
Divulgação
Como se tratava de uma festa, havia muita descontração entre as canções, mas, afinal quantas bandas de qualidade conseguem lançar três CDs sem abrir mão de sua proposta musical?

Voltando ao show, ainda tinha mais. Os caras, numa performance endemoniada, tocavam como se fosse o último dia de suas vidas. Daí mandaram mais um som do novo trabalho, White Mask. Aí vieram sons dos primeiros discos, Screaming in the Shadows, Feel Your Suicide e Know Your Suffering, esta um dos pontos altos da noite, graças à sua ginga do NYHC mesclada as melodias do metal tradicional.

Como toda festa que se preze, houve as participações de Ronaldo D’Castro (primeiro vocalista da banda) e Baffo Neto (Return), este numa versão descontraída de Slave New World (Sepultura).

Já se passavam das 23h e a banda encerrou a apresentação com Empire Surrender, do aclamado novo trabalho, que fechou a noite com chave de ouro, com todos saciados e felizes no meio de tanta pancadaria. Uma bela apresentação de uma banda que tem tudo para elevar seu nome entre os grandes nomes da cena nacional e mundial.

21 de março de 2013

VOODOOPRIEST: DE CAIR O QUEIXO

"Nova banda do ex-vocalista do Torture Squad, Vitor Rodrigues aposta  numa  mistura de  death/thrash, com peso e melodias bem trabalhadas"

Por João Messias Jr.

Voodoopriest
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Quando Vitor Rodrigues deixou a Torture Squad, muitas dúvidas pairaram na cabeça dos fãs de música pesada, se ele estava se aposentando ou se vinha coisa nova pela frente. Só que, para alegria da nação, pouco tempo depois ele montou uma nova banda, chamada Voodoopriest. Junto com o frontman estão na nova empreitada os guitarristas Cesar Covero (Endrah) e Renato de Luccas (Exhortation), o baixista Bruno Pompeo (Aggression Tales) e o baterista Edu Nicolini (ex-Nitrominds). Antes do primeiro material, lançaram o single Reborn, que deixou os fãs mais tranquilos, pois o death/thrash do quinteto honra o passado dos envolvidos.

Depois da ótima impressão inicial, qual seria o próximo passo? Pois bem, a banda lançou recentemente seu primeiro EP, que carrega o nome da banda, que apesar de musicalmente ser algo na linha dos músicos envolvidos, não deixa de surpreender. E as boas novas ficam por conta da faixa de abertura, Juggernaut, que une as bases do metal tradicional com generosas influências do Testament (fase Demonic). Além da fúria, algo que pode ficar marcado como característica da banda é o trampo das guitarras, que ao mesmo tempo unem muita melodia, e riffs intrincados e brutais, que tem tudo para agradar fãs de Iron Maiden, Kreator e Carcass.

Kamakans apresenta um ritmo frenético, com sutis doses thrash e que deve soar matadora ao vivo, com muitos moshes. Outros destaques são The One I Feed, que apresenta uma linha de baixo marcante, que lembra o Sadus, com um vocal mais lento e brutal, que ao lado da citada Juggernaut são os cartões de visita do EP. O encerramento com Aftermath (Of Mass Suicide) pode ser considerada uma filha malvada de A Soul in Hell, clássico do Torture Squad, graças a linhas agonizantes de voz e o ritmo cadenciado das cordas e bateria.

Para quem estava apreensivo com o que viria da fusão desse "dream team" da música extrema, podem ficar tranquilos, pois se tiverem a merecida chance, tem tudo para estarem na elite do metal mundial. E logo logo!

20 de março de 2013

JACKDEVIL: ORGULHO DO POVO MARANHENSE

"Banda vinda do Maranhão apresenta o  melhor do speed/thrash/heavy em seu novo EP, Faster Than Evil"

Por João Messias Jr.

Faster than Evil
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Para você querido headbanger, o que lhe vem na cabeça quando te perguntam sobre o Maranhão? Alguns podem citar o Moto Clube (tradicional clube de futebol da ilha), mas, creio que a maioria esmagadora responderá "Metal Open Air", festival que numa sucessão de erros manchou a história do estado, por consequência, do país.

Mas, para curar esta ferida, o quarteto de speed/thrash/heavy Jackdevil mostra que pode ser a primeira opção a ser lembrada quando alguém perguntar sobre terras maranhenses. E de forma positiva. O quarteto formado por André Nadler (voz e guitarra), Ric Andrade (guitarra), Renato Speedwolf (baixo) e Filipe Stress (bateria) mostra em seu novo EP tudo que os fãs mais gostam no estilo, guitarras bem trabalhadas, alternando momentos trabalhados com outros "vespas loucas", baixo marcado, mas com alguns diferenciais.

Ao começar pela bateria de Felipe, que é muito técnica, com muitos momentos cadenciados, usando a velocidade somente quando a música pede, como pode ser ouvido em Night of the Killer. Outra característica marcante ficam por conta dos vocais de André, que possui como referência os mestres Kurt Brecht (D.R.I.) e John Connely (Nuclear Assault), fugindo do "esquemão" Mille Petrozza (Kreator).

Cara, é injusto destacar alguma faixa, mas como muitos querem um ponto de partida, prestem atenção em na já citada Scream for Me, que possui um pé no punk rock e as guitarras harmonizadas de Bastards in the Guillotine.  Claro, a gravação e a arte estão impecáveis. Esta última, vale citar que numa primeira vista, pode soar como uma versão "evil" do Stryper, por causa do uso das cores amarela e preta, mas essa impressão cai por terra nos primeiros segundos de audição. O trabalho é muito bonito e cheio de detalhes, fazendo por merecer até uma versão em vinil.

A demo é altamente recomendada para fãs de discos como Kill'em All (Metallica), Rust in Peace (Megadeth) e Show no Mercy (Slayer).

Headbangers, agora vocês sabem o que responder quando lhes forem perguntados sobre o Maranhão, correto?

16 de março de 2013

LANDWORK: RESGATE AOS ANOS 70 E 90

Álbum do quarteto, The Stand tem como ingredientes riffs pesados e ritmo cadenciado do baixo e bateria

Por João Messias Jr.

The Stand
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Os anos 90 ficaram marcados pelas mudanças de rumos na música pesada. Se na década de 80, os riffs harmônicos, trabalhados e bumbos velozes eram a bola da vez, após uma década deram lugar a um instrumental mais direto, muito peso, e a velocidade usada apenas quando necessário. 

Parte dessa "novidade" era o resgate de bandas setentistas como Black SabbathGrupos como Sacred Reich, Anthrax e Entombed são alguns exemplos dessa transição musical.

Embora não seja adepto do thrash/death metal, o Landwork tem como inspiração as décadas de 70 e 90, e apesar disso, a música praticada pelo quarteto não soa retrô, pelo contrário ela é fresca e jovial.

Formado por Rian Rau (voz), Jhony Israel (guitarra), Abel Dias (baixo) e Thiago Chocolate (bateria) desenvolveram sua sonoridade unindo bases pesadas (alguém pensou Tony Iommi?), arranjos pegajosos e uma cozinha que é um estrondo, reúne em seu álbum, The Stand músicas fortes que além de fazerem agitar, consegue nos deixar pra cima, como Blood (a melhor), The Fight, No Control, The Stand, Screaming Again e Look to the Sky, as duas últimas em especial se destacam pelos solos bem encaixados.

Outra forte influência sentida no som da banda é o Bride, da fase Drop, grupo marcado por não ter medo de fazer mudanças no som.

Uma excelente resposta para as pessoas que ficam dizendo por aí que os anos 90 foram perdidos para o rock, o que é um engano.

Para ouvir, balançar cabelos e pescoço, mas tomem cuidado, pois como diz um apresentador esportivo: “Isso vicia”.
www.landworkband.com 

14 de março de 2013

RYGEL: AGRESSIVIDADE, MELODIA E PERSONALIDADE


Com dois álbuns e um EP, o quinteto santista atualmente formado por Daniel Felipe (voz), Wanderson Barreto e Vinnie Savastano (guitarras), Ricardo Reis (baixo) e Vagner Silva (baixo) tem em seu mais recente trabalho, o álbum “Imminent” a fonte para alçar vôos mais altos.
Com base no heavy metal, a banda mescla passagens do thrash, progressivo e hard rock, o que credita personalidade, que fica mais evidenciada com as vocalizações de Daniel Felipe, que vai do extremo ao melódico, se destacando nas duas vertentes.
Nessa entrevista com Daniel e Wanderson, eles nos contam do atual momento, planos, conquistas e da recente mudança de formação do quinteto.

Por João Messias Jr.

Rygel (Antiga formação)
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NEW HORIZONS ZINE: Primeiramente eu quero elogiar a banda pelo excelente trabalho apresentado em “Imminent”, que apresenta várias vertentes do heavy metal, mas com muita pegada, sofisticação e agressividade. Como chegaram nessa sonoridade?
Wanderson Barreto: Acabou chagando a esse ponto muito naturalmente em consequência as influências variadas de cada um. E outra que nós não nos importamos com rótulos, portanto o que nós fizemos, foi muito natural.
Daniel Felipe: É o resultado das influências e estilos de cada um, que, somados, resultam nessa forma de se expressar, mais agressiva, direta, mas sem perder os elementos melódicos que marcaram o heavy metal e o próprio início da banda.

NHZ: Podemos dizer que um dos “símbolos” dessa sonoridade conquistada pela banda é o vocalista Daniel Felipe, que usa com sabedoria agressividade e melodia. Daniel, quais os cuidados que teve ao registrar suas partes no CD?
Daniel: Fico muito contente em saber disso! Bem, a grande concentração das gravações foi expressar exatamente o que as letras tinham a dizer e, também, soar de uma forma que pudesse complementar a sonoridade que já tínhamos em instrumental. Vivenciar cada sentimento e sentir a vibração de cada trecho de cada música sempre foi meu foco, e a banda me deu toda a liberdade pra isso!

NHZ: Algumas músicas merecem menção especial, como “Leave Me Alone”, que é um ótimo metal tradicional e a balada “Memories”, que possui melodias que lembram o flamenco. Conte-nos do processo criativo dessas canções e se elas fazem parte do set list de vocês.
Wanderson: Essas duas músicas foram músicas baseadas na minha vida pessoal. A Leave me Alone foi um recado para uma pessoa que passou na minha vida e a Memories foi baseado num discurso da minha avó em um almoço de família! (risos) Eu sentei com o Anibal nas duas músicas, coloquei um tema na mesa e desenvolvemos as músicas, mas sempre seguindo idéias iniciais que tive. Essas músicas estão presentes em nosso show acústico que de vez em quando nos convidam pra fazer! No plugado normal, não estão no set!

NHZ: Outro destaque é a faixa Damnation, que é uma das mais agressivas do disco. O som conta com a participação do vocalista do Korzus, Marcello Pompeu, que aliás produziu o álbum. Como pintou a participação e o que acham do resultado?
Wanderson: Os caras são nossos brothers hoje e o lance acabou fluindo... Pompeu escolheu a música e ficou muito legal!

Daniel: Essa música traz, de forma direta, uma crítica aos governantes, que deixam a população ao léu, para fazerem jogos de poder entre suas nações. Daí a agressividade.
O Pompeu, assim como toda a equipe do Mr. Som se envolveu com o trabalho todo e ficamos muito amigos. Daí é que surgiu a ideia de convidá-lo para participar e ele escolheu uma música para cantar, identificando-se com a pegada da Damnation, trazendo ainda mais peso pra música. A gente curtiu demais!

NHZ: A banda possui como ferramenta de divulgação o vídeo de “Just One”. Como estão os acessos e qual a importância desse tipo de material para a promoção da banda?
Rygel (Antiga formação)
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Wanderson:  Hoje em dia é fundamental um bom vídeo clipe para a divulgação de um trabalho e com o just one, conseguimos entrar na mtv e tb tem o youtube que é uma excelente ferramenta de tralhado de marketing. Portanto, sempre será de extrema importância um bom video clipe!
Daniel: É fundamental! As bandas precisam, além do áudio, divulgar o trabalho através de vídeo, que mostra a pegada e a identidade do grupo. Graças ao material visual, abrimos muitas portas na mídia, e a visualização dele tem sido muito boa por ser nosso primeiro trabalho. Em breve saem mais dois, que estão no forno, que podemos comentar em uma próxima entrevista (risos)

NHZ: O trabalho anterior foi lançado pela Die Hard, já Imminent pela Voice Music. Qual o motivo da troca dos selos?
Wanderson: Proposta de trabalho melhor!
Daniel: Basicamente, o que o selo tinha para oferecer à banda. E, como muitos selos nacionais não oferecem nada além de um carimbo, procuramos trabalhar com alguém que se envolvesse um pouco mais com nosso trabalho.

NHZ: Já no exterior a banda conta com o suporte da Power Prog e Nightmare Records. Como elas estão divulgando o trabalho por lá?
Wanderson:  Você conseguir um selo fora é outra história, pois lá a cultura é outra. Lá eles querem investir de certa forma em você, e correm atrás de divulgar o seu nome, pois se o seu nome cresce, o deles também cresce! E estamos muito felizes com essa conquista.

Daniel: Tudo foi viabilizado através do Ricardo, nosso baixista, que iniciou o contato com a Power Prog! Eles se interessaram e apresentaram uma proposta de distribuição mundial, que já conta com a parceria da Nightmare e da própria Century Media, que vão apenas distribuir os CDs. A venda online tem sido muito boa e recebemos ótimas notícias de vendas pela Amazon. A divulgação está bem legal, já que demos algumas entrevistas para o exterior também.
Temos sete anos de contrato com a Power Prog , que já pretende investir em muitos planos da banda, o que é incrível, se compararmos com a inércia da maioria das gravadoras nacionais.

NHZ: Falando em exterior, vocês estão participando de uma coletânea só com bandas daqui, como Shadowside e Pastore. Conte-nos desse projeto e no que ele está ajudando na divulgação do Rygel.
Wanderson: É uma honra participar de um lance desse pois significa que você está fazendo um bom trabalho. Isso é reconhecimento de esforço e uma paixão pelo que fazermos. E isso está nos ajudando a divulgar nosso nome pelo mundo afora!

Daniel: A coletânea é muito legal e coloca nosso nome ao lado de ótimos expoentes do metal nacional! Estamos muito felizes por termos bandas de tamanha qualidade e estarmos no mesmo rol. Além da coletânea, a rádio Power Prog tem, em sua programação, um horário dedicado a mostrar bandas nacionais! Tudo isso ajuda muito a consolidar nosso nome aqui e levá-lo além-mar (risos).

Vinnie Savastano
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NHZ: Após o lançamento de “Imminent”, a banda sofreu uma baixa na formação, com a saída do guitarrista Aníbal Pontes. Essa mudança chega a atrapalhar os planos da banda?
Wanderson: Foi realmente uma pena que meu amigo Anibal saiu, mas já temos um substituto à altura que se chama Vinnie Savastano. Os próximos clipes do RYGEL já estão sendo filmados com ele. E eu e o Anibal passamos tudo pra ele. Não teremos o menor problema, mas sentiremos muitas saudades do nosso amigo!

Daniel: É impossível descrever em palavras o que o Aníbal representa para a banda. Criativo, amigo, dedicado, um músico que vai além dos paradigmas e mostra um estilo único em cada riff ou solo, que destacavam harmonia em meio a tanto peso. Porém, o navio segue o curso e temos o ingresso de um novo tripulante, repleto de qualidades, virtuoso e também muito parceiro, nosso amigo Vinnie Savastano.
Os planos seguem os mesmos, firmes e fortes, até porque o Aníbal continua auxiliando a banda, mesmo de fora, especialmente porque irá residir em terras europeias. Desejamos a ele toda a felicidade que ele merece, e que siga o rumo das estrelas, seus verdadeiros semelhantes.

NHZ: Vocês participaram de uma seletiva mundial, que possui como prêmio a participação no festival “Sweden Rock”. Como rolou a oportunidade de partcipar e como anda o concurso?
Imminent
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Wanderson: Foi uma surpresa! Nunca esperávamos que isso fosse acontecer, mas ficamos muito felizes como  reconhecimento. Infelizmente não rolou, mas isso significa que os gringos gostam do nosso trabalho e que estamos no caminho certo! Quem sabe uma próxima vez....

Daniel: Ficamos muito surpresos com o imenso apoio que recebemos da galera, especialmente os que votaram diariamente. Chegamos a estar no rol das 25 selecionadas para a segunda fase, mas nos dias finais caímos em posições e não prosseguimos. Contudo, essa participação mostrou que temos o nível para estar em festivais desse porte e que estamos no caminho certo. Temos certeza que esses resultados devem surgir, especialmente com os novos clipes, o próximo álbum, e uma tour pela Europa.

NHZ: Para encerrar, vou citar alguns vocalistas do meio metal e queria a opinião de vocês a eles: Geoff Tate (ex-Queensryche), Chris Bothedahl (Grave Digger), Hansi Kursch (Blind Guardian) e Zak Stevens (Circle II Circle, ex-Savatage).
Wanderson: Geoff: Muito técnico e dinâmico. Gosto muito da maneira que ele canta em Operation Mindcrime.
Botendahl: É uma das vozes do metal tradicional. Agressivo e bastante "sujo"  adoro o trabalho dele em EXCALIBUR!
Hansi: É um dos mestres no meio do Heavy metal em geral. Ele é completo! E "Imaginations" Do Blind é um album que ele dá uma aula de vocal para o Heavy metal!
Zak: Um bom vocalista, mas eu não sou muito fã do trabalho dele depois do Savatage.

Daniel: Geoff; um cara inusitado, com uma voz que encontra muito conforto na região alta, soa um pouco esquisita, mas é marcante, melódica e casa perfeitamente com a dinâmica do Queensryche.
Boltendahl: Dono de um gutural que revela sua origem germânica (risos). Agressivo, sujo, que é a cara do Grave Digger, mas que surpreende quando canta limpo. Pra mim é uma referência.
Hansi: O terceiro alemão da lista (risos). Esse aí é o mais versátil que já ouvi, capaz de compor e cantar coros, completo, de uma dinâmica que entende cada momento da música, de uma voz potente e soberana. É a marca registrada do Blind.
Já o Zachary é uma lenda. Seu timbre é maravilhoso (pra mim, só o Nando Fernandes tem um timbre tão perfeito), que brinca com o melódico e o agressivo de forma muito sensível e improvisada. O cara é um monstro

NHZ: Obrigado pela entrevista e deixem uma mensagem aos leitores desta publicação.
Wanderson: Obrigado pelo apoio e fiquem ligados que nesses próximos meses saem 2 novos videos clipe do nosso último disco... e Estaremos lançando alguns outros trabalhos de divulgação envolvendo a banda! Fora shows no meio do ano que estão sendo marcados... Fiquem ligados e METAL RULES!
Daniel: Galera, obrigado pelo espaço aqui na NEW HORIZONS ZINE, que possamos velejar muito por todos os horizontes! Confiram os novos clipes da banda, que saem logo menos, assim como o lançamento acústico de uma das músicas do álbum, e nosso novo guitarrista, Vinnie Savastano! Abraço a todos e muito heavy metal aí!

12 de março de 2013

UNSUN: DIVERSIFICADO E MELANCÓLICO


Trabalhos de banda polonesa unem a melancolia gótica com nuances pop

Por João Messias Jr.

The End of Life
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No meio de tantos lançamentos que envolvem bandas com vocais femininos, o Unsun acabou passando batido por aqui. Ouvindo seus trabalhos, se percebe que mereciam uma escutada mais caprichada, ainda mais por saber que o quarteto possui em sua formação músicos que passaram pelo Vader, caso do guitarrista Mauser.

Junto com o guitarrista, a banda tinha em sua formação o baterista Vaaver, o baterista Henrich  e a vocalista Anna “Aya” Stefanowicz, que com sua voz de fada, diferencia o Unsun das outras bandas do gênero, pois foge do esquema lírico e usa a voz de forma natural.

O primeiro trabalho, lançado em 2008 , chamado “The End of Life”, começa muito bem, com a faixa “Whispers”, que possui muita energia, assim como Blind by Hatred, Lost Innocence On the Edge. Só que o trabalho possui momentos mais melancólicos como Bring Me to Heaven e Face the Truth, que esbarra no pop em muitos momentos e talvez por isso seja tão legal. Além das músicas, as vocalizações de Aya são cheias de emoção sem apelar para sussurros e pseudo guturais e Mauser surpreende pelo senso melódico utlizado nas canções. O único pecado do trabalho foi a produção que não se encontra a altura das músicas, pois embora não comprometa a audição, ficou muito direta, passando a impressão de que faltou algo.

Clinic for Dolls
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Em 2010, a banda lança “Clinic For Dolls”, que é um salto de qualidade em relação ao debut, pois a produção “cheia e encorpada” possibilitou que os músicos explorassem seu talento, como o baterista Vaaver, que em muitos faz do seu instrumento um saco de pancadas, como na faixa título. Não é a toa que o cara foi parar no Destruction.

A cara pop aqui continua presente e unida ao talento do quarteto, possibilitou a criação de quatro clássicos: Time, Home, Mockers e A Single Touch, que fazem de Aya o maior destaque do trabalho. Embora eu tenha destacado essas canções, graças a produção agradável, o trabalho merece ser ouvido por inteiro, diversas e repetidas vezes.

Hoje a banda conta com outra formação, com o baixista Patryk Malinowski, o baterista Woytek Blaszkowski, além  dos remanescentes Mauser e Aya.

Ficamos na torcida para que em breve retornem com um novo trabalho e quem sabe, uma visita ao nosso país para algumas apresentações.

Vale lembrar que tanto “The End of Life”, como “Clinic for Dolls” foram lançados por aqui pela Shinigami Records.


6 de março de 2013

OPTICAL FAZE: UMA CARA DIFERENTE PARA A MÚSICA PESADA

Com um bom tempo de estrada e um som que mescla o peso do metal, unindo as batidas do gótico e eletrônico, o quinteto de Brasília, Optical Faze tem tudo para conquistar os fãs da música pesada.
O segundo álbum do grupo, chamado The Pendulum Burns, começa chamando a atenção pela bela arte, feita por Michal Karcz, que chama a atenção pelos tons de azul e vermelho, que unida a música do grupo, que possui ritmo pesado, hipnótico e denso, já figura entre os melhores discos de 2013.
Para chegarem nesse resultado, a banda foi gravar o álbum no exterior, sob a produção de Rhys Fulber, que tem no currículo bandas como Paradise Lost e Fear Factory.
Nesta entrevista feita com Jorge Rabelo (guitarra) e Mateus Araújo (guitarra e voz), eles nos contam dessa experiência e de outros detalhes do trabalho.
Confiram:

Por João Messias Jr.

Optical Faze
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NEW HORIZONS ZINE: O novo álbum “The Pendulum Burns” foi gravado no exterior e contou com a produção de Rhys Fulber, que tem no currículo gravações com as bandas Front Line Assembly, Paradise Lost e Fear Factory. Conte-nos como foi à experiência de gravar num outro país.


Jorge Rabelo: A experiência de gravar fora do país foi importante demais pra gente, principalmente porque, pela primeira vez na história da banda, passamos mais de 1 mês nos dedicando à música 24 horas por dia. Ninguém tinha que ir pro escritório no dia seguinte, pra faculdade, nada. Estávamos no estúdio 10, 12 horas por dia, 6 dias por semana. E Los Angeles é uma cidade legal, movimentada, cheia de músicos. Era legal ir pro bar e encontrar o pessoal do Fear Factory, do Meshuggah. E isso rolou mesmo.

NHZ: Aliás, como foi à convivência com o produtor? Pretendem repetir a experiência?
Mateus Araújo: O Rhys Fulber é um cara tranquilo e muito talentoso. Ele tem aquela frieza típica canadense, mas é um cara acessível e engraçado. É um produtor de verdade, não um daqueles engenheiros de som que se dizem produtores. Ele não pensa como um produtor de metal, e isso é importante pra extrair algo diferente de uma banda que já se encaixa naturalmente no gênero. A parceria deu certo demais, então se esse disco der certo e tivermos condições, pretendemos sim voltar a trabalhar com ele.

NHZ: A produção sombria e densa combina perfeitamente com o som da banda, que mescla metal com passagens góticas e eletrônicas, que ao mesmo tempo agrada os fãs de música pesada, possui um grande potencial para os outros estilos citados. O que pensam disso? Já pensaram em se apresentarem em raves ou baladas góticas?
Jorge: Acho que somos metal demais pra raves e baladas góticas. Somos muito fãs de bandas que se encaixam nesses gêneros como o próprio Depeche Mode, Type O Negative, bandas eletrônicas mais atmosféricas como Massive Attack, VNV Nation, Conjure One, etc.. Obviamente estamos abertos a tocar em qualquer evento em que queiram nos assistir, mas ainda não vejo a banda sendo convidada pra shows nessa veia mais eletrônica e gótica.

Conte-nos do conceito lírico do trabalho e quais as inspirações para a concepção do mesmo.
Mateus: O conceito não é totalmente fechado, mas aborda vários aspectos do que seria um ciclo de mudança do indivíduo e mudança do mundo externo. As primeiras letras do disco abordam um lado mais interno e humano, sempre tendo o sujeito como objeto de mudança. Seja ela para pior ou melhor, seja sofrer algo e devolver (vingança) ou apenas entender realmente o "eu". Mais para o fim do disco as letras vão para o âmbito mais externo de mudança do planeta beirando uma catástrofe até provocar a própria extinção, é como se uma auto-extinção começasse na mente e terminasse no universo. Em todas as letras o sujeito (indivíduo ou mundo) começa de uma forma e termina de outra, mudados, enaltecidos, ou massacrados e destruídos. A inspiração vem de tudo que meus sentidos abarcam, de tudo que eu vejo, que eu leio, e posso falar que nesse disco eu falei de todos os assuntos que eu sempre quis falar e da forma como quis abordar, uma forma mais abstrata e subjetiva, e com poucas coisas diretas.

The Pendulum Burns
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NHZ: Como promoção do disco, vocês lançaram um vídeo para a faixa “Trail of Blood”, que possui uma abordagem interessante, pois os músicos aparecem basicamente em plano americano (apenas do peito para cima). Como chegaram nessa abordagem?

Jorge: O ponto de partida foi o fato de que precisávamos fazer um clipe a custo zero ou quase zero sem que parecesse mal acabado e podre. A solução mais clara para isso era fazer algo com a banda tocando, mas não queríamos fazer algo excessivamente banal, tipo a banda tocando em estúdio, em cima de prédio ou em galpão abandonado. Aí conversamos e chegamos nessa solução, de praticamente anular o cenário em que a banda toca e fazer planos detalhes, sem mostrar tanto da banda. Botamos na mão do Mateus pra executar a ideia, já que ele tem experiência como diretor de videoclipe e manda muito bem. E o resultado ficou ótimo pras circunstâncias.

NHZ: Poderia ficar aqui destacando inúmeras faixas, mas Ghost Planet, Pressure, Mindcage e a já citada Trail of Blood merecem uma audição mais apurada, além de darem a impressão de impressionarem ao vivo. Quais canções que a galera mais tem curtido nos palcos?
Jorge: O pessoal costuma pedir muito Pressure e Trail of Blood, que são as músicas mais trabalhadas pela banda até hoje. Mas nos shows, o pessoal anda gostando muito de One Way Path e Lie to Protect, que são mais porradas. Fechamos o último show com Ghost Planet, que é mais progressiva, e a recepção foi foda também.

NHZ: Falando um pouco mais nas canções do CD, vocês fizeram uma versão para “Never Let Me Down Again” do Depeche Mode, que contou com a participação da vocalista Leah Randi (Conjure One, Front Line Assembly). O que os motivaram na escolha?
Jorge: Queríamos fazer uma versão metal de algo não-metal e colocar no disco. Já tínhamos feito ao vivo, há alguns anos, uma versão de It’s No Good, também do Depeche. Juntamos algumas sugestões, mas acabamos decidindo por esse som, porque é bem melódico e dava muito espaço pra trabalhar arranjos diferentes e dar a nossa cara à música. A Leah Randi é mulher do Rhys. Ela canta com o Conjure mas já fez participações em músicas do Paradise Lost, por exemplo, então não é território desconhecido pra ela cantar em sons mais pesados. Pedimos pra ela cantar e ela topou. Acabou acrescentando muito à música.

NHZ: Outra participação foi a do guitarrista Jed Simon (Strapping Young Lad, Tenet, Front Line Assembly) em Trail of Blood. Qual a sensação de ter um músico renomado e conhecido no álbum de vocês?
Jorge: É uma honra ter a participação do Jed Simon no disco. Foi ideia do Rhys, que é grande amigo dele, e é claro que topamos na hora. Somos grandes fãs de Strapping Young Lad, e o Jed é gente boa demais, mostrou um interesse verdadeiro pela música e pelo disco, ajudou na divulgação de Trail of Blood e tudo mais. Quem sabe um dia ele manda esse solo ao vivo com a gente.

NHZ: Além de terem gravado o álbum no exterior, há planos para uma tour lá fora?
Jorge: Já estamos planejando algo nesse sentido, sim. Mas a engenharia pra fazer acontecer é complexa, então deve ser algo pro fim do ano ou início do ano que vem. Mas estamos dispostos a fazer acontecer.

NHZ: No Brasil, quais os planos para shows e promoção do trabalho?
Jorge: Estamos marcando uma série de shows em Brasília e no entorno e estamos conversando sobre algumas parcerias pra tocar em outros estados. E é claro, estamos sempre abertos a convites. É importante demais pra gente levar nosso disco e nosso show pro máximo de lugares possíveis, e esse ano queremos tocar no Brasil afora mais do que tocamos em toda nossa carreira.

NHZ: Agora vamos falar um pouco da arte do trabalho, feita por Michael Karcz, que é um dos      mais bonitos dos últimos tempos, com o bom uso das cores, azul claro e vermelho, esta marcada nas partes vitais do nosso corpo. Explique sobre o conceito da capa e encarte?
Mateus: Primeiramente, obrigado pelos elogios. Na verdade deixamos o Michal Karcz livre para criar a arte dentro da ideia. Enviamos o conceito das letras e do álbum em si, e desde o início não queríamos algo ligado diretamente ao nome do disco, mas ao conceito. Ele é um artista de mão cheia e nos deu várias ótimas opções dentro da ideia, escolhemos essa capa mais enigmática e que se diferencia um pouco das capas usuais de metal. Sentimos que era perfeita para a sonoridade do nosso disco e representava o momento atual da banda. A arte do disco é sensacional em minha opinião.

NHZ: Ainda falando da arte, ela merecia ser vista em exposições. Jápensaram nessa ideia?
Jorge: Sabemos que o Michal já fez algumas exposições na Polônia. Se ele fizer uma nova, seria um orgulho ter a capa do nosso disco figurando lá.

Optical Faze
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NHZ: A banda é de Brasília. Como é a cena para as bandas de rock/metal (shows, público)?
Jorge: O cenário metal daqui sempre produz bandas muito boas, muito competentes. Quando o Optical Faze começou era tudo mais movimentado, mais locais pra shows, mais shows, mais público. Não dá pra negar que um dia a cena aqui já foi melhor nesse sentido. Mas acima de tudo, ótimas bandas continuam surgindo. Só que agora é preciso muito mais união, trabalho e competência das bandas pra se manterem ativas e tocando sempre.

NHZ: Falando na capital do Brasil, uma banda que embora siga uma linha diferente de vocês, mas que tem base no experimentalismo é a Dynahead. O que acham da banda?
Jorge: Banda excelente. Eles também fazem parte do cast da MS Metal Records. Esses sons recentes estão interessantes demais, e os caras tocam muito. A capa do disco também está linda. É uma banda que não se contenta com o lugar comum, temos isso em comum e admiramos muito.

NHZ: Obrigado pela entrevista! Deixem uma mensagem aos leitores dessa publicação.
Jorge: Primeiro, gostaríamos de agradecer a você, João Messias, pelo apoio e pela oportunidade. Valorizamos muito cada uma dessas chances de promover nosso trabalho. E aos leitores, obrigado pela força e pela atenção. Ouçam nosso disco, e se gostarem, divulguem, peçam nosso show em suas cidades, etc.. Não há divulgação melhor que o boca-a-boca espontâneo. No nosso site você pode ouvir o disco inteirinho e comprar nosso merch e o digipak do The Pendulum Burns. Valeu e nos vemos na estrada!

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