31 de outubro de 2014

O ROCK AUTORAL PRECISA DE AJUDA


Evento que contou com as bandas Seventh Seal, Tailgunners, Demolition Inc. e Vulgar Type evidenciou o mesmo problema de shows de grupos que tocam músicas próprias: pouco público

Texto e fotos: João Messias Jr.
Cartaz: Divulgação

Cartaz do evento
Divulgação
Foram dias de indecisão e muitas reflexões e até a decisão de NÃO publicar esse texto, pois uma hora o leitor ficará de saco cheio deste cabeludo de óculos batendo sempre na mesma tecla, que o público não vai aos shows e tal. 

Mas, como as coisas não mudam (e não mudarão num curto prazo), vamos derrubando as pedras e mostrando o que acontece na cena, como o domingo quente (que a noite ganhou uma chuva torrencial) do dia 19 de outubro, que contou com as bandas Seventh Seal, Tailgunners, Demolition Inc. e Vulgar Type, que também teria a Hevilan, que não se apresentou por problemas de força maior.

O local escolhido, o Lords Rock Bar, em São Caetano do Sul, ABC paulista. Uma casa que antes do atual nome foi reduto de apresentações de samba e pagode. Há aproximadamente cinco meses, abriu as portas para o rock para todos os segmentos do estilo. A casa tem uma decoração digna das melhores de São Paulo, com charme inglês, paredes pretas e o melhor: capacidade para mil pessoas.

Vulgar Type
João Messias Jr.
As apresentações tiveram início às 16h30 com a banda Vulgar Type, que se mostrou uma excelente surpresa. Do ABC paulista, o quarteto formado por  Guzz’Cold (guitarra e voz), D. Tambveri (guitarra), Hellder Witz (baixo) e Dionísio Pavan (bateria) são praticantes daquele hard rock oitentista (se pensou em Motley, Winger e Ratt acertou) e estão quase no ponto para se tornarem um dos grandes nomes do estilo aqui. Pois mostraram muita malícia e músicas grudentas, como as canções do EP “Loud for the Night”, cujo destaque foi a "chicletíssima" “Midnight Little Girl”, cujo refrão fica na mente por dias, acredite. Outros pontos altos foram a versão para “Whole Lotta Rosie” (AC/DC) e “Shadows of the Wall”, que abriu a apresentação. Parabéns pela inclusão do grupo no cast.

Demolition Inc.
João Messias Jr.
Saindo das plumas e paetês e indo para algo mais pesado, às 17h40, tivemos o show da Demolition Inc. Sem invencionices e tampouco maluquices, o quinteto que conta hoje com Ricardo Peres (voz), Diego Reis (guitarra), Cleber Beraldo (guitarra), Valter Martins (baixo) e André Alves (bateria) funde as escolas do metal tradicional e thrash. 
Essa fusão resulta numa bela combinação entre peso e melodia, com destaque para “Revolution Now” e “Set Word On Fire”,que farão parte do primeiro álbum do grupo que sai nos próximos meses.

Tailgunners
João Messias Jr.
Hora do metal tradicional, estilo que o Tailgunners pratica com maestria. De inspiração maideniana, Daniel Rock (voz), Lely Biscasse (guitarra), Raphael Gazal (guitarra), Lennon Biscasse (baixo) e Gustavo Franceschet (bateria) executaram as canções de forma apaixonada, cativando os poucos presentes, mostrando-se uma banda com uma performance melhor do que as dos grupos que os influenciaram. 
Com base no terceiro álbum, “The Gloomy Night”, o set teve como destaque“Gloomy Night,”In My Eyes” e “One of Them”, sem esquecerem das antigas como “Abolition of Slaves”, do debut “Battlefield”, lançado em 1998.
Uma apresentação que merecia ter sido vista por mais pessoas.

Seventh Seal
João Messias Jr.
Encerrando a noite às 20h50 o Seventh Seal colhe os frutos da ótima repercussão do terceiro trabalho, “Mechanical Souls”, que une de forma balanceada elementos do hard rock ao death metal, tudo temperado com um toque progressivo. Contando com os melhores músicos do país em suas fileiras, o grupo que conta hoje comLeandro Caçoilo (voz), Thiago Oliveira (guitarra), Tiago Claro (guitarra), Victor Próspero (baixo) e Marcus Dotta (bateria) fez um set diferente das apresentações anteriores, começando com”Dark Chant”, uma das músicas mais fortes do grupo e que funcionou muito bem como abertura. O show continuou com a grudenta “Virtual Ego”, passando por “Highway to Hell”(AC/DC) até o encerramento com “Beyond the Sun”, numa noite, que além do público pequeno, ficou marcada pelo som ruim em todas as apresentações. Como a casa começou seus trabalhos recentemente, a expectativa é que as coisas melhorem com o tempo e por isso merecem um voto de confiança.

Seventh Seal
João Messias Jr.
Como disse nas primeiras linhas, algo precisa ser feito para que os eventos tragam mais pessoas. Vou me repetir, mas é necessário: bandas, donos de casas de shows, produtores, imprensa e público deveriam conversar e discutir soluções e até novas formas de espetáculo para que o mesmo não fique relegado a meia dúzia de gatos pingados. A intenção não é que milhões de pessoas lotem as casas, mas que pelo menos as bandas tenham um público justo para vê-las. E o diálogo seria um ótimo começo para melhorar isso.

28 de outubro de 2014

RED IN WHITE: POR DIAS MELHORES

Após um álbum bem sucedido, grupo passa pelas incertezas das mudanças de formação

Por João Messias  Jr.

Wildness Within
Divulgação
Coisas que acontecem apenas na música...quando determinada banda passa por todas as etapas de produção, lapidação e finalização das canções. Daí lançam um excelente trabalho, se vêem impedidos de promove-lo, devido a mudanças de formação.  Mais uma vez a história prega uma peça com o grupo Red In White. De Florianópolis, o até pouco tempo quarteto fez logo no primeiro álbum full o que muitos grupos de hard rock tentam, mas batem na trave: apresentarem maturidade e malícia nos momentos certos, além de uma dose de peso nas guitarras.

As características descritas acima aparecem logo na primeira trinca. “Wildness Within”, “Like A Bullet” e “Chainsaw” já fazem valer a aquisição do álbum. Fazendo uma alusão com o estilo que o grupo toca, as outras faixas são como aquela mulher gata que faz um strip-tease, deixa sempre um gosto de quero mais, como em “Deep in the Fire” (inspirada em grupos como Ratt e Winger), os solos de “Desperate Dreams” e “Ashes & Fears”. 

Só que o melhor ficou para o fim. “Vendetta” (para quem foi destinada?), que mostra um lado que deve ser evidenciado em futuros trabalhos: andamentos quebrados com muito virtuosismo das guitarras, que somados soam como uma trilha de filmes de ação.

Não sei se proposital, a capa do grupo nos remete a bandas mais experimentais como o Tool, o que pode desagradar ou confundir os fãs de hard rock, mas ao passar das audições acabamos inclusive conectando a arte as músicas.

Vamos torcer para que os remanescentes Daniel Scarr (guitarra) e Felipe Martinez (bateria) encontrem os músicos certos para seguirem com o trabalho, que pelo foi apresentado aqui, NÃO MERECE parar.

22 de outubro de 2014

ATTRACHTA: UM GRUPO DE CABECEIRA PARA FÃS DE HARD E HEAVY

Quarteto apresenta no EP “Engraved” um trabalho consistente embalado com ótimas músicas e excelente produção

Por João Messias Jr.

Engraved
Divulgação
Quem está há tempos neste mundo de resenhas e entrevistas percebe de forma imediata as intenções das bandas ao lançarem seus trabalhos. Então aparecem bandas que quer apenas se divertir, outras que querem fazer um bom trabalho e outras que fazem questão de serem lembradas através dos anos. Essa é a impressão quando pegamos e ouvimos “Engraved”, EP da banda paulista Attrachta.

O quarteto formado por Marcos de Canha (voz), Ricardo Oliveira (guitarra), Guilherme Momesso (baixo) e Humberto Zambrin (bateria) lançou o disquinho num caprichado digipack, que possui uma bela capa e um belo trabalho que harmoniza  bem as cores, além de um encarte com fotos . Só ficaram devendo as letras, pois o som do quarteto PEDE que tenham letras no encarte.

Só que nada valeria se o som não convencesse se o som não fosse bom, mas aí entra outro trunfo da banda. Transitando entre o hard e o heavy com um vocal diferenciado, com um timbre entre Dio , Tony Martin e um pouco do saudoso Ray Gillen (Badlands).

Das quatro faixas, as que chamam mais atenção de primeira são “The Choice”, que possui um vídeo muito legal e “Beggining”, cujo trabalho de voz soa como um diálogo entre a banda e ouvinte, evidenciando as influências setentistas do quarteto.

Em tempos de música digital e descartável, ainda temos grupos que buscam deixar uma boa impressão aos ouvintes, com uma apresentação impecável e música bem feita. Coisa de quem quer ser lembrado através dos anos...e nós agradecemos é claro!

21 de outubro de 2014

CONFIRAM COMO FORAM AS APRESENTAÇÕES DOS GRUPOS KATAPHERO, CHAOS SYNOPSIS E KAMALA NO ABC PAULISTA

Apresentações em Santo André e São Bernardo do Campo foram marcadas por performances consistentes e estilos variados

Texto e fotos: João Messias Jr.

Kataphero
João Messias Jr.
Os dias 10 e 11 de outubro (sexta e sábado) foram marcados por apresentações das bandas Kataphero, Chaos Synopsis e Kamala no ABC paulista. As duas primeiras se apresentaram na sexta em Santo André e sábado em São Bernardo junto com o pessoal do Kamala.

No primeiro dia, a casa escolhida para a festa foi o 74 Club, que já foi palco de bandas como Lama Negra, Ação Direta, HellArise, Threat e Macchina, que para quem não conhece possui no piso superior um bar aconchegante para os fãs do underground, com capas de discos, cartazes de shows e posters de filmes thrash, cujo palco para apresentações fica no andar de baixo.

Chaos Synopsis
João Messias Jr.
Previsto para início às 20h, as apresentações começaram mais de duas horas depois, pois as bandas tiveram problemas no trajeto para o ABC. Dessa forma, apenas às 22h30, o Kataphero iniciou seu set. Sem tempo para colocarem pinturas e indumentárias, o quarteto formado por Paulo Santiago (voz e guitarra), David Cantidio (guitarra), Phelippe Melo (baixo e voz) e Lucas Somenzari (bateria), mostraram músicas de seu primeiro álbum, “Life”, que mostra um black metal climático, técnico e com muitas referências ao metal tradicional, empolgando quem estava no espaço. Uma pena que, por se tratar de um bairro residencial,  o tempo da apresentação foi reduzido para 20 minutos, o que deixou um gosto de quero mais. Vale lembrar que o grupo , oriundo do Rio Grande do Norte, possui 15 anos de estrada e fizeram neste mês a primeira tour pelo Sudeste.

Sem tempo para passar o som, às 22h55 o Chaos Synopsis, que substituiu a banda Chemical no evento, mostrou seu poderoso death/thrash aos andreenses. Se apresentando como um power trio, pois o guitarrista JP não pode vir,  Jairo Vaz (baixo e voz), Marloni (guitarra) e Friggi Mad Beats (bateria) além de caras muito legais e acessíveis, sabem reverter as adversidades ocorridas, transformando tudo numa baita festa. Uma pena que tiveram apenas 20 minutos para mostrar sua música, pesada, mórbida e energética, que teve como destaques as músicas “Rostov Ripper” e “Sarcastic Devotion”, numa noite que mais uma vez ficou devendo no quesito público.

Ação beneficente com muito rock

Chaos Synopsis
João Messias Jr
No sábado (11), o show ocorreu no município vizinho, em São Bernardo do Campo, no Centro Cultural do Taboão. Localizado na periferia da cidade, o evento foi de caráter beneficente, cuja entrada era a doação de um brinquedo em bom estado, cuja arrecadação seria distribuída no Dia das Crianças.

Antes das bandas principais, o evento contou com duas bandas locais. Já eram 15h quando  a Listen começou as apresentações. Como mandaram apenas covers, dificulta falar mais do grupo em si. Já a segunda mostrou um grupo muito talentoso. Mesclando canções próprias com covers, o trio formado por James Anselmo (guitarra e voz), Victor Martinez (baixo e voz) e Edclife Gasparini (bateria e voz) chamou a atenção por serem ótimos músicos e pelas canções bem construídas como “Herói”. Uma pena que a galera agitou no som deles apenas quando tocaram covers, pois o S3lfy é um grupo que tem tudo para ser destaque na cena, inclusive na mainstream, pois o hard/pop da banda é além de cativante, é grudento e pra lá de bem feito.

Hora do metal

Kataphero
João Messias Jr.
Após quase uma hora de espera, às 19h, o Kataphero iniciou sua apresentação. Devidamente maquiados e com suas indumentárias, o quarteto fez um ótimo set, que privilegiou músicas do seu debut, “Life”. Com mais tempo, os caras mostraram todas as variações possíveis existentes em sua música, que agradará desde fãs de metal tradicional até grupos como Rotting Christ  e Dissection. Com uma boa vontade dos headbangers, eles têm tudo para se tornarem um dos maiores nomes da música extrema nacional.

Kamala
João Messias Jr.
A próxima banda foi o Kamala. Após uma ruptura, a banda atualmente um trio que conta com Raphael Olmos (guitarra e voz), Allan Malavasi (baixo e voz) e Estevan Furlan (bateria e voz) mostraram que essa nova fase pode render ótimos frutos. Privilegiando o terceiro álbum “The Seven Deadly Chakras"(lançado antes das mudanças), o atual formato do grupo deixou tudo mais compacto e direto, como na abertura com “Envy” e “Root”, cujas alternância de vozes foram o destaque, pois os músicos possuem diferentes timbres, que gerou contrastes interessantes nas canções.

Mas isso foi apenas o começo, “The Fall”, “Consequences” mantiveram o pique, além da nova “Becoming A Stone” mostrou uma música mais direto ao ponto, que gera expectativas positivas para o próximo disco, que começa a ser gravado no fim deste ano. “Crown” deu números finais a apresentação, que foi o melhor da noite.

Chaos Synopsis
João Messias Jr.
Finalizando o evento, o Chaos Synopsis mostrou seu death/thrash inspirado em serial killers. Mais uma vez como power trio, desta vez com JP nas guitarras, o grupo abriu o set com “Son of Light”, do mais recente registro do grupo, “Art of Killing”, que possui uma das capas mais bonitas  e brutais do estilo. Com uma performance empolgante e divertida, a banda mesclou canções de seus dois trabalhos, que tiveram como pontos altos, “B.T.K”  e “Sarcastic Devotion”, do debut “Kvlt ov Dementia”. Vale lembrar que o grupo será o único representante nacional na nova edição do Extreme Hate Festival, que acontece no mês de dezembro em São Paulo e terá no cast grupos como Crytopsy e Suffocation.

A ausência de público foi um fator irrelevante perto do caráter beneficente do evento, que com a entrada de um brinquedo, brindou os presentes com apresentações memoráveis do bom e velho rock and roll, que além da música, fez a alegria de muitas crianças. 

16 de outubro de 2014

REXOR: EQUILÍBRIO

Quarteto faz mistura bem dosada de hard rock e heavy metal no álbum 'Powered Hearts'

Por João Messias Jr.
Imagem: Divulgação

Com tantos estilos novos e 'remakes' aparecendo na praça, é gratificante quando nossos ouvidos são agraciados com um álbum do chamado heavy rock, que é uma mistura de mistura hard, heavy com o punch do rock and roll, fórmula que encontramos no primeiro álbum do quarteto paulista Rexor, que recebe o nome de "Powered Heart".

A bolachinha já chama a atenção pela belíssimo trabalho de capa/encarte feitos por Marcelo Campos (Trayce), que harmonizam perfeitamente o uso das cores, e uma espécie de poster, marca registrada do artista além da produção homogênea, que apresenta peso, sujeira e nitidez nos momentos certos.

O trabalho abre com "Blood Swords", dona de uma pegada mais tradicional. Na mesma vibe, mas voltada aos riffs, "Sinners", que chega ao ápice com "Powered Hearts", que mostra toda a grandeza do vocal de Wash Balboa, que é uma mistura bem dosada de caras como Dee Snider (fase Widowmaker), Sammy Hagar (Chickenfoot, ex-Van Halen) e John Bush (Armored Saint).

Continuando a falar no cantor, ele rouba a cena na balada "Seal of My Heart", que é calcada no hard rock, que se fosse feita por uma banda gringa, estaria rolando nas rádios rock brasileiras, fazendo deste um trabalho imperdível. Isso acontece graças a atuação dos igualmente talentosos Wander Cunha (guitarra), Adrian Fernandes (baixo) e Gleison Torres (bateria) que fizeram um dos álbuns mais legais deste ano.

Enfim, uma banda que merece os parabéns por investir numa linha em que poucos prestam atenção hoje, mas que possui fãs sedentos por mais lançamentos neste estilo.



15 de outubro de 2014

HELLARISE: "O IMPORTANTE NESSA TRANSIÇÃO FOI TER MÚSICOS QUE FUNCIONASSEM NA DINÂMICA COMO BANDA"

Mudanças de formação e falta de perspectivas são coisas que infelizmente todas as bandas de rock passam. Mas quando esse tipo de tempestade acontece, é o prenúncio de coisas boas que estão para acontecer. Com o hoje quinteto HellArise não foi diferente. As remanescentes Flávia Morniëtari (voz) e Mirella Max (guitarra) arregaçaram a banda e reformularam o grupo com Kito Vallim (baixo), Felippe Max (bateria) e lançaram o EP “Functional Disorder”, que mostra uma evolução monstruosa no death/thrash da banda, que hoje apresenta mais coesão e uniformidade. Após o lançamento do trabalho, a banda oficializou o guitarrista Daniel Crivello.

Aproveitamos para falar com o grupo, que falou sobre as mudanças  de formação, planos futuros e muito mais.

Com vocês, HellArise;

Por João Messias Jr.
Fotos: Edi Fortini

NEW HORIZONS ZINE: Em virtude das diversas mudanças de formação, a banda passou a adotar um line-up misto e deixando assim, de ser um grupo exclusivamente formado por mulheres. Creio que deve ter sido uma decisão difícil de ser tomada e foi aplicada pensando no futuro do grupo. Conte-nos os porquês de terem tomado essa atitude.

Mirella: Na verdade foi uma evolução natural pra banda. Não vejo sentido algum em escolher membros tendo gênero como critério. Homens são, no geral, mais fáceis de lidar e mais tranquilos, mas não gosto de generalizar. O importante nessa transição era ter músicos bons e que funcionassem na nossa dinâmica como banda, sendo homem ou mulher.

Flávia: Não foi nada planejado, realmente. Para mim, tanto fazia, como tanto fez e tanto faz, ser ou não uma banda só de mulheres. Quando o conceito da banda se fortaleceu e as músicas criaram uma identidade, isso ficou totalmente em segundo ou até terceiro plano (risos). Não acho que tenha sido uma decisão difícil, pois a Mirella também nunca fez questão de que fossem apenas mulheres. Quando só nós duas resolvemos levar o projeto a frente, nem cogitamos em fazer uma “peneira” pra selecionar só mulheres: queríamos musicistas e ponto.

NHZ: Hoje a formação do grupo tem além das remanescentes Flávia Morniëtári (voz) e Mirella Max (guitarra), conta com Kito Vallim (baixo) e Felippe Max (bateria). O que motivou na escolha dos integrantes e o que cada um trouxe/trará ao som da banda. (N.do R.: Essa entrevista foi feita antes da entrada do guitarrista Daniel).
Mirella: Acho que todo mundo tem um pouco a adicionar. O Felippe tem uma raiz um pouco mais direta, vindo do crossover e do thrash. Já o Kito pende um pouco mais pro meu lado experimental, curtindo um monte de coisas bizarras também (risos). Estamos começando só agora a testar coisas com composições novas, então ainda é cedo pra falar o que exatamente cada um vai trazer para o som.

HellArise 2014
Foto: Edi Fortini
NHZ: Com essa nova formação lançou recentemente o EP Functional Disorder, que conta com cinco faixas e uma gama de estilos que engloba os extremos do metal e até o hard rock. O que estão achando da resposta da galera com o novo trabalho?
Flávia: Até o momento a recepção tem sido bem positiva. Só reviews e comentários bons! Não que criticas não sejam bem vindas - a gente jura que não acha ruim e não manda tirar do ar e nem boicota ninguém, tá (risos)? Mas é bom saber que o pessoal está gostando de verdade!

NHZ: Falando em hard, o estilo está presente principalmente em alguns riffs e principalmente nos solos. Mirella, quais grupos que curte dessa vertente  e se há alguma influência declarada na hora de fazer os riffs e solos?
Mirella: Uma das minhas bandas favoritas é o Mr. Big e curto muito Whitesnake também. Gosto de uma ou outra coisa a mais de hard, mas definitivamente nada que me influencie conscientemente na hora de compor.

NHZ: Esse material está disponível para audição no site http://hellarise.bandcamp.com/ e banda conseguiu a viabilização do EP Functional Disorder por meio de um financiamento coletivo, em que os fãs escolhem um valor e, se o projeto é aprovado, ganha sua recompensa, que pode ser apenas o CD ou outros itens que são disponibilizados. Para vocês, essa pode ser a saída para as bandas independentes?
Kito: Acho que é uma saída, já que você, na teoria, vai contar com a colaboração de quem realmente quer o seu material, quem aposta em você quer apoiar a cena. É muito mais legal quando você não tem apenas fãs, mas sim parceiros!

Felippe: Não é muito diferente de uma pré-venda. Mas é uma forma mais justa, já que se o projeto não atingir a meta ou der algum problema, todos são devidamente reembolsados.

Functional Disorder
Divulgação
NHZ: Agora vamos falar de algo desagradável que aconteceu com a banda. O vídeo de More Mindness Violence foi banido do youtube, justamente quando o mesmo vinha obtendo um bom número de visitas. O que de fato aconteceu, como ficaram e como foi resolvida essa situação?
Flávia: Eles ficaram com medo que a gente dominasse o mundo (risos). Falando sério agora: o que houve foi uma alegação do YouTube que estávamos comprando views (!) ilegais (!!) e por isso tiraram do ar. O que acreditamos que aconteceu de fato foi termos tantos views em tão pouco tempo e o canal não ter tantos assinantes assim (como se isso fosse parâmetro, né?). Pode ser que tenha rolado também alguma denúncia maldosa aí, pois eles chegaram a cortar até a monetização dos direitos autorais! Na verdade, a situação não foi resolvida: a política de trabalho do YouTube é meio unilateral, então só tivemos respostas automatizadas negando nossas reivindicações. O que deu pra fazer foi subir novamente o vídeo e, dessa segunda vez, eles ainda tesouraram na pesquisa: se você digitar HellArise no YouTube, vai aparecer o canal, outras músicas, o clipe no canal do IMAT, mas não nosso clipe no nosso canal.

NHZ: Mesmo com esse tipo de problema, pensam em fazer outros vídeos?
Felippe: Sim, sem dúvida. Isso de maneira alguma nos desmotiva. Existem outros canais também além do YouTube que podem ser aproveitados!
Flávia: É só não dar tanto trabalho quanto o MMV, que a gente faz vários outros até! *risos*
(Nota da banda: o making of do clipe está disponível no EP e agora também ~ironicamente~ no YouTube, para quem quiser saber como foi todo o processo de gravação do vídeo.)

NHZ: Voltando a falar de coisas boas, com o novo trabalho lançado, quais os planos para shows ou até mesmo uma tour?
Mirella: Tour de verdade, onde pretendemos fechar várias datas, só depois do lançamento do nosso álbum. Infelizmente não temos uma data ainda.
Kito: Mas estamos com alguns convites e alguns eventos confirmados que já estamos divugando! Quem quiser saber mais sobre as datas, só entrar no nosso site oficial: www.hellarise.com ou acompanhar nossas postagens nas redes sociais!

HellArise 2013
Foto; Edi Fortini
NHZ: Para encerrar, numa forma de trazer o público de volta aos shows, muitas bandas estão organizando festivais, que buscam trazer grupos renomados unidos a uma boa estrutura, como o Live Metal Fest e o Panzer Fest. O que acham desse tipo de atitude?
Kito: Uma forma de sobreviver numa cena em que existem pouquíssimos produtores que apoiam bandas autorais. Sem falar que também é uma forma de divulgar mais as bandas, já que muita gente que vão nos shows pra ver uma banda específica acaba conhecendo e gostando de outras também. Faz a cena crescer!

NHZ: Muito obrigado pela entrevista. Deixem uma mensagem aos leitores desta publicação.
Mirella: Gostaríamos de agradecer ao NEW HORIZONS ZINE pelo espaço cedido e às pessoas pela paciência de ler até aqui (risos) É muito importante esta força que os zines, páginas independentes e programas de rádio online estão dando para o underground!
Quem quiser saber mais sobre a banda, temos o nosso site oficial - como o Kito falou antes - e as redes sociais!

Flávia: Sigam a gente e, se possível, assinem nosso canal do YouTube pra não tirarem mais vídeos nossos do ar quando gravarmos (risos)!

Felippe: E, sempre que puderem - não importando o estilo que vocês curtam mais - compareçam aos shows locais e independentes da sua região!

9 de outubro de 2014

FIRE SHADOW: RENOVAÇÃO

Quinteto curitibano aponta novos caminhos para o estilo sem descaracterizá-lo

Por João Messias Jr.

Phoenix
Divulgação
Em muitos momentos, fica chato e  repetitivo ficar citando sobre originalidade no heavy metal, pois sabemos que se trata de uma tarefa árdua, complicada e com poucas chances de êxito. Mas, quando o grupo consegue amarrar um conceito, talento e disposição, mostra que o trabalho pode levar sim aos objetivos, como os curitibanos do Fire Shadow apresentam no EP “Phoenix”.

Não sabemos se esta foi a intenção, mas o quinteto formado por Marco Lacerda (voz), Bruno Quimelli (guitarra), Francisco Kozel (guitarra), Gustavo Andrade (baixo) e Leandro Zonato (bateria) buscou fazer como a ave mitológica: pegar um estilo saturado e agregar novos elementos e dessa forma, fazendo com que o mesmo renasça e com novas possibilidades.

“Scars”, faixa que abre o trabalho, já aponta o caminho que os curitibanos resolveram traçar, além de um vídeo que derruba alguns conceitos em relação a grupos mais tradicionais. Combinando guitarras bem timbradas e  bateria que esbarra no thrash, cativa o ouvinte, fazendo com que ele queira saber o que vem pela frente. “Inner Fight” já é mais lenta e melódica, sem abrir mão do peso, além de ser dona de um ótimo refrão. O pique inicial do trabalho retorna com “Phoenix”, que vem acompanhada de andamentos mais quebrados (algo impensável anos atrás) e vocais na medida certa.

Mas o melhor fica para o fim. “From Darkness” e “Unbreakable”, que usam e abusam dos solos, melodias, passagens pesadas e vocalizações marcantes,  em especial a primeira, que tem tudo para ser uma das faixas mais pedidas nos shows. Além do bom gosto das canções, o trabalho vem embalado numa excelente produção e trabalho gráfico muito bonito.

Ao lado de grupos como Scelerata e Almah, o Fire Shadow tem tudo para num futuro próximo ser lembrado como um dos expoentes de um movimento de vanguarda do metal nacional.

8 de outubro de 2014

THRASH ATTACK ABC: SOLDADOS QUE JAMAIS DESISTEM

Bandas Imbyra, Purulento, Kombato, Endigna e Muqueta Na Oreia comprovaram que a música pesada autoral ainda é vista com indiferença pelo público headbanger

Texto e fotos: João Messias Jr.

“É o pulso/É a tempora que te faz respirar/Alimenta o Seu Vício/E hoje não é um dia para morrer”. Os trechos da música ‘Soldado Não Para’, do quinteto Endigna diz por meio das metáforas que os músicos tocam metal porque gostam, sem visarem lucro ou glamour, pois cada nota que sai dos instrumentos, verso berrado ou golpes nos bumbos são feitos com amor e paixão. 

Além de traduzir perfeitamente o que aconteceu nesta noite fria do dia 5 de outubro, na mais recente edição do Thrash Attack ABC, que perante um público no mínimo VERGONHOSO contou com os grupos Imbyra, Purulento, Kombato, Endigna e Muqueta Na Oreia, que não se importaram com a ausência de fãs de música pesada no Lollapalooza, em Santo André, ABC paulista.

Muqueta Na Oreia
João Messias Jr.
Previsto para às 18h, teve a primeira banda no palco quase duas horas depois, com o Muqueta Na Oreia. De Embu das Artes, o quarteto formado por Ramires (voz e percussão), Bruno Zito (guitarra), Cris (baixo) e Henry (bateria) pratica um som que transita entre o thrash e o hardcore, chamam a atenção pela energia, sincronismo e musicalidade, como pudemos ouvir em “Cabeça Vazia”, do seu mais recente trabalho, “Blatta”, lançado em 2013, que inclusive recebeu recentemente uma versão em revista com o CD encartado. 
Outras músicas desse trabalho foram “Hardware, Software e Tupperware”, “Primogênito de uma Meretriz” e “Exu Caveira”, além de um medley com canções do Sepultura.

Endigna
João Messias Jr.
Igualmente visceral, mas com momentos que se aproximam do punk rock, o Endigna mostrou um repertório que pode agradar fãs de diversas tendências do estilo, desde os fãs de algo mais extremo até os fãs de música “normal”. Esse último aspecto fica ainda mais forte graças as letras em português, que são ditas e vociferadas pela vocalista Baby Drunk, que ao lado dos asseclas Diego Matos (guitarra), Cadu (guitarra), Che Castro (baixo) e Tiago Sorrentino (bateria) são excelentes dentro de sua proposta musical. 
As músicas que mais se destacaram foram “Morre Que Passa” e a já citada “Soldado Não Para”, sem contar a performance da vocalista, inspirada em caras como Phil Anselmo (Pantera).

Kombato
João Messias Jr.
Mudando para o death metal, o Kombato mostrou que teremos coisa boa vindo de futuros materiais dos caras. Devido a problemas com o guitarrista Marcos Pascoli, o grupo se apresentou como um trio. Juan Arteiro (guitarra e voz), Lucy Shalub (baixo e voz) e a convidada Isabela Moraes (bateria). Sem se importarem com o Lolla vazio, a banda mostrou um repertório parecido com o da última vez que se apresentaram no ABC, mas que foi possível notar uma tendência mais extrema, esse último notado pelos backings de Lucy, inspirados em grupos como Death e Obituary, como na versão para “Refuse Resist” (Sepultura) e em “Waiting to Die”, que encerrou a apresentação. De olho nesses caras!

Numa linha mais grind/hardcore, o Purulento iniciou seu set. Tiriça (voz), Jarbas (guitarra), Kalbi (guitarra), Parmegiani (baixo) e Caju (bateria) mandaram som atrás de som, mostrando que apesar do extremismo, é um grupo que pode agradar fãs de DZK, principalmente pelo posicionamento ideológico, como ouvimos em “Intolerância Religiosa”, “Resistência Não é Terrorismo”, a versão para “Lame Brain” (Extreme Noite Terror) e “Possuído Pelo Ódio”.
Se a sua praia atender por fúria, agressividade, ideologia e um som que não faz questão de ser sutil, o Purulento é uma ótima pedida.

Imbyra
João Messias Jr.
Já passava das 23h20 quando a última banda do evento, o Imbyra iniciou sua apresentação. Mesmo com o som não estar 100% (o que foi o mesmo para todos os grupos), Fabricio Ravelli (guitarra e voz), Danilo Bonano (guitarra), Anderson de França (baixo e voz) e Guilherme Figueiredo (bateria) mostraram as testemunhas da casa a experiência de terem feito parte de grupos como Hirax, Harppia, Chaosfear e Project 46 fizeram muito bem aos caras, cuja música agradará em cheio aos fãs de bandas como Trivium, Avenged Sevenfold, Machine Head e In Flames (atual), principalmente pela parede de guitarras e os berros que se alternam entre dolorosos e agressivos, como ouvimos na hipnótica “All You Disdain”, que iniciou a apresentação do grupo. Durante o set, mostrou que possuem músicas que se caracterizam pela intensidade, em especial as do novo trabalho, “The Newborn Haters”, com destaque para “I’m Your Hell” e “We Stand”, que deu números finais a mais uma edição do Thrash Attack ABC.


Imbyra
João Messias Jr.
Apesar das condições não favorável no quesito público, eventos este são as gotas de água limpa no meio desse oceano poluído chamado Underground, que embora possua muita gente comprometida, tem em sua maioria pessoas egocêntricas e sisudas, que acham que nada que é autoral e feito no Brasil presta, a não ser que apareça na mídia televisiva e revistas de renome. Mas como diz o título da canção “Soldado Não Para”, do Endigna, nossa missão é lutar para que esse panorama ao menos melhore.

3 de outubro de 2014

MARCOS DE ROS: "A GALERA IMAGINA QUE VAI OUVIR MALABARISMOS E ENCONTRA ALGO MAIS MUSICAL"

Um guitarrista diferenciado!

Assim podemos definir o músico gaúcho Marcos de Ros, que é dono de uma extensa carreira musical, que consiste em lançamentos solo, com as bandas De Ros e Akashic, e que em 2013 lançou o álbum "Sociedade das Aventuras Fantásticas", que recria histórias como "Pinóquio" e "Alice no País das Maravilhas", numa roupagem que busca a sensibilidade e a instrospecção.

Nessa entrevista com o músico, ele nos conta disso e muito mais.

Confiram a entrevista!

Por João Messias Jr.
Fotos: Divulgação

Marcos de Ros
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NEW HORIZONS ZINE: “Sociedade das Aventuras Fantásticas” (2013) podemos chamar de um trabalho ousado, pois ele busca recriar musicalmente histórias como Pinóquio, Alice no País das Maravilhas e Don Quixote de La Mancha. Como surgiu a inspiração para fazer esse tipo de trabalho?
Marcos de Ros: A ideia nasceu de quando eu me dei conta das diferenças da minha infância e adolescência, recheada de heróis, valores e aventuras, com a da gurizada de hoje, recheado de facebook, twitter, instagram e outras bobagens, fora os péssimos programas de TV. 
Pensei no que estaria ao meu alcance para difundir um pouco a literatura e eis que surge a “SAF”.

NHZ: Quando as pessoas ouvem que se trata de um disco de guitarrista, logo vem a mente que é um trabalho direcionado aos fãs de shred, mas ouvindo o álbum percebe-se que é um trabalho com unidade, ou seja, todos juntos em prol da boa música. Já enfrentou críticas sem terem ouvido o disco, só por saberem que é o guitarrista que carrega o nome da banda?
Marcos: Na verdade não.  Já ouvi elogios, pois a galera imagina que vai ouvir malabarismos e encontra algo mais musical. Mas não se engane, tem uns malabares em alguns trechos(risos)!

NHZ: Você se encarregou de chamar músicos excelentes para o disco, como seu parceiro desde os tempos de Akashic, Éder Bergozza, o baterista Thiago Caurio (Anaxes/Akashic) e o holandês Marcel Van Der Zawn no baixo. Como foi chegar nos caras para montar o time do disco?
Marcos: Na verdade, são todos meus amigos, então foi  fácil. Convidei os caras que eu achava que não precisava dar muito direcionamento, pois iriam tocar aquilo que vinha de forma natural, e foi bem isso o que aconteceu. Eu dava a minha visão do som e eles faziam muito melhor do que eu tinha imaginado.

Marcos de Ros
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NHZ: Outro músico participante no trabalho é o seu também companheiro de Akashic, Rafael Gubert. Mas aqui ele não mostra os dotes vocais, mas sim uma espécie de assovio em “Moby Dick” e “Nauticus”. Como surgiu essa ideia?
Marcos: É o assovio do Rafa mesmo, que, além de cantar ridiculamente bem, ainda assobia afinadíssimo, com certeza um instrumento musical à parte. Primeiro, eu queria usar o assobio, pois é um recurso excelente para trilhas sonoras, influência direta do mestre Ennio Morricone. E depois pensei que nos temas “do mar” (Moby Dick e Nautilus), a melodia assobiada daria uma sensação de solidão, típica dos marinheiros.

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NHZ: “Pinóquio”, que também possui um vídeo, chama a atenção pelo peso e pela sutileza de seus detalhes. Essa canção deu trabalho para ser gravada até chegar no ponto que queria ou foi gravada em poucos takes?
Marcos: Tanto quando as outras! Na verdade, a parte da guitarra é bastante simples, então não foi nada complicado. Legal tu falar dela – A “Pinóquio” é pesadona porque eu li a história original, que não é bonitinha como a versão da Disney. 
A história é bem pesada, então imaginei um Pinóquio meio tosco, que anda meio capenga (por isso o tema tem uns compassos em 5/4). E como Pinóquio, em italiano, é pinhão, uma comida típica do RS, ela começa com uma gaita. (risos)

NHZ: Seu estilo chama a atenção pela emoção e sensibilidade, como disse em Aladim e Canção Para Poliana e em sons mais antigos como “Be the Hero” (Akashic). Como você foi desenvolvendo sua musicalidade e que músicos o inspiraram para chegar no estilo que possui hoje?
Marcos: Eu ouço muita coisa, e muitos guitarristas! Acho que o lance é ir se aprimorando com o tempo, e se livrar o quanto antes das amarras auto impostas, do tipo sou fã do guitarrista “x”, quero soar igual a ele”, e procurar a tua própria voz. E não desistir nunca, pois quem decide a tua vida é você mesmo!

NHZ: Você já excursionou pela América do Sul e Europa. Quais as principais diferenças dos públicos desses continentes e qual deles que mais gostou de fazer?
Marcos: Cara, lugares com menos shows, como na Bolívia, por exemplo, tu tem gente muito mais motivada para te assistir, portanto, fãs muito mais ávidos por sons e novidades. Na Europa, é super organizado, mas tu não é exatamente algo novo e imperdível.

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09. Para encerrar, vou citar alguns trabalhos que gravou em sua carreira e queria sua opinião sobre eles?
Marcos:

“Masterpieces”: Foi um disco importante, me ajudou a amadurecer e a perceber a importância de saber criar arranjos.  Apesar da sonoridade da guitarra ser bem fraquinha, eu curto muito.

“Peças de Bravura”: Sem dúvida adoro as composições desse CD. Acho um material muito valioso, porém, pela orquestração guitarra e piano, acho que não atingiu tanto publico como poderia, mas pretendo trabalhar em algumas coisas que vão trazer esse trabalho novamente à tona.

“Universe”: Segundo CD da banda De Ros. Apesar da produção fraca, acho que tem excelentes passagens nesse trabalho. Algumas composições me surpreendem até hoje, pois são as ideias de três músicos que estavam completamente envolvidos no processo de criação/arranjo.

“A Brand New Day”: A melhor produção com a qual trabalhei até hoje, com recursos praticamente ilimitados e com uma gravadora subsidiando os gastos, pudemos utilizar o que havia de melhor para fazer esse CD, e isso fez muito diferença. Sem contar que a banda estava na melhor forma possível! Adoro os CDs do Akashic!

NHZ: Obrigado pela entrevista! Deixe uma mensagem aos leitores desta publicação.
Marcos: Agradeço demais pelo espaço! Se quiserem conhecer mais o meu trabalho, acessem meus canais nas redes.
Abração!

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