18 de setembro de 2017

A CONCILIAÇÃO DE DINÂMICA E REFRÃO

Quarteto gaúcho alia sonoridade moderna com músicas para se cantar junto

Por João Messias Jr.

Manipulation
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Convenhamos que aliar uma sonoridade pesada e atual com refrãos de fácil assimilação não é algo
diferenciado hoje em dia. Mas a forma como se pratica essa mistura é. Algo que o quarteto gaúcho fez bem em seu primeiro trabalho, o álbum Weakless Machine, chamado Manipulation.

Impressão que é passada logo na faixa que nomeia o disquinho. Ritmo tribal com muito groove e dinâmica tomam conta da canção, além de vocais limpos bem encaixados. Get Ready começa com uma bateria veloz e ao seu decorrer ganha andamentos cadenciados e  solos de tirar o fôlego.

Ainda é só o começo. Tarred With the Same Brush é bem  pula pula e Burning All é daquelas pra cantar junto, assim como Tribal Wars, que também deve deixar o pescoço em frangalhos. Unbroken tem vocais limpos e uma linha contagiante e alterna momentos cadenciados e agressivos.

Agregam muito as canções a produção feita por Renato Osório (Hibria) e o acabamento em digipack que reforçam a boa impressão que temos nas canções, Afinal, é muito melhor ter TODO o produto do que parte dele.

Só que o melhor fica por conta da inusitada balada Death Knocks on my Door. que é quase acústica e surpreende o tempo todo, principalmente na hora do refrao. 

O quarteto formado por Jonathan Carletti (voz), Fernando Cezar (guitarra), Gustavo Razia (baixo) e Luke Santos (bateria) estreou bem em seu primeiro registro, cuja sonoridade agradará em cheio fãs de formações como In Flames (atual) e Linkin Park e grupos de metalcore, que aliam de forma (quase) perfeita dinâmica e refrão.

Vamos aguardar os próximos passos dos gaúchos.

O LEVANTE GANHA UM NOVO NOME

Duo brasiliense aposta em temática baseada na cultura indígena

Por João Messias Jr.

Invasão Alienígena
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Já pensou em um movimento que canta sobre a história do país, resgatando fatos do passado usando elementos da cultura e ainda registram eventos e discos? Sim, o Folk Metal cabe nesta descrição, mas não é dele que falo, mas sim do Levante do Metal Nativo, nicho da música pesada que tem como nomes de destaque formações como Voodoopriest, Armahda e Tamuya Thrash Tribe. Corrente que ganhou um novo nome, a banda Tupi Nambha, cujo primeiro fruto é o EP Invasão Alienígena.

Marcos Loiola (vocal) e Rogério Delevedove (guitarra) não se contentaram apenas em cantar sobre a tribo tupinambá, mas sim cantar na língua indígena e abordar todos os temas voltados a esse povo. Musicalmente a banda funde os ritmos tribais com o peso do metal, mistura que lembra muito a Nação Zumbi, grupo que contou com o folclórico e saudoso Chico Science.

Vamos falar um pouquinho das faixas. O som que nomeia o trabalho lembra um pouco o Metallica e tem uma linha pra cantar junto. Já Antropofagia tem mais groove e o lance tribal e introspectivo que manda nela. 

Tribo em Guerra é empolgante e possui um refrão que soa como um mantra. Porém o melhor fica para as três últimas faixas. Galdino Pataxó é dançante, dona de um ritmo que alegra e contagia enquanto Feiticeiro e Ayamasca o peso sabbathico são predominantes.

O Levante continua ganhando nomes aos quatro cantos do país.
www.facebook.com/TupiNambhaOficial

11 de setembro de 2017

EM BUSCA DA IGUALDADE

Trio aposta em sonoridade calcada no Death e Thrash dos anos 80 e 90

Por João Messias Jr.

Omnia Mors Aequat
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Uniformidade é o conceito presente em Omnia Mors Aequat, álbum de estreia da banda Odium Hominum, cujo nome é baseado numa carta escrita por um senador romano que buscava a igualdade entre os povos. talvez essa a grande busca da humanidade, ou ao menos para alguns.

Conceito que é "banhado" na mescla de Death, Thrash, Black e Doom que chama a atenção pela habilidade dos músicos e pelas canções trabalhadas. Descrição que aparece em A Life Damned to Hatred, que além das características citadas acima, tem como ponto alto os vocais agonizantes.

Falando em vozes, elas são o trunfo do trabalho. Guturais e berros são o diferencial aqui, pois estão equilibradas, sem atropelos e assim, geram bons momentos como em War Tales.

Já War Blood Dishonour chama a atenção pelo ritmo cadenciado, enquanto The Spell of Goddess of Destruction que é trabalhada e com vocais mais lentos , que não chegam a ser Doom. A canção também chama a atenção pelas guitarras bem Slayer, em especial de álbuns como Show no Mercy e Hell Awaits.

O que é interessante ao ouvir o disquinho é que embora as músicas tem total referência aos cenários do Death e Thrash dos anos 80 e 90, nada aqui soa batido. Principalmente por causa da produção, feita por Victor Próspero (Absyde, ex-Justabeli e Necromesis) junto com a banda, que está clara.

Se hoje vivemos num cenário desigual, que predomina bandas que investem pesado (nos mais variados sentidos), cabe aos headbangers buscarem ouvir as bandas e fazer seu próprio julgamento, sem se deixar influenciar pelo que aparecem em sites ou revistas.

SEM SOAR COMO CÓPIA

Cariocas apostam no thrash oitentista com passagens cadenciadas e trabalhadas

Por João Messias Jr.

Breathing Hate
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Tarefa complicada ouvir, absorver e resenhar discos num espaço tão curto de tempo. O quesito complicado reside no fato de passar o recado em poucos caracteres, sem soar como um sermão ou um TCC. Felizmente existem bandas que facilitam a vida, como a galera do Forkill, com o álbum Breathing Hate, cuja capa feita por Marcus Venicius chama a atenção logo de cara.

Claro que o nome e o título entregam que estamos diante de uma banda de Thrash Metal que bebe nos anos 80, mas a galera composta na época por Joe Neto (voz e guitarra), Ronnie Giehl (guitarra), Gus NS (baixo) e Marc Costa (bateria) aposta em sons mais pesados, dinâmicos e trabalhados.

A intro climática de Frequency of War abre caminho para a faixa que nomeia o disquinho. que nos seus seis minutos, ganha velocidade aos poucos em meio aos momentos cadenciados e trabalhados. Vendetta chama a atenção pela variação de vozes, enquanto os momentos mais viscerais ficam por conta de War Dance e The Joker.

Brainwashed começa flamenca e ganha riffs poderosos e que nos traz na mente bandas como Nuclear Assault (a exceção dos vocais). Após o interlúdio de Radio, temos uma curta versão (pouco mais de um minuto) e Metal Mania (Robertinho do Recife) com a participação do Stress (outro ícone do metal nacional). O que foi uma grande sacada, pelo fato de ser uma canção que não foi over martelada.

Breathing Hate apresenta mais alguns momentos dignos de nota. A produção feita por Robertinho do Recife e a embalagem em digipack e um encante que vira poster, fazendo deste disquinho um trabalho digno de elogios.

Que felizmente não soa como cópias não autenticadas dos discos da Woodstock lançados no Brasil nos anos 80.

4 de setembro de 2017

SEMPRE COM QUALIDADE

Goianos mergulham no Heavy Rock em Wing Seven

Por João Messias Jr.

Wing Seven
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Para muitos o Sunroad pode parecer uma banda nova, mas essa rapaziada guiada pelo  baterista Fred Mika vem construindo sua trajetória desde 1996 e hoje chega ao seu nono registro, o álbum Wing Seven.

Em toda a carreira, a banda nunca se importou em figurar em apenas num nicho musical e com o novo trabalho não foi diferente. Agora acompanhado de André Adonis (voz), Netto Mello (guitarra), Mika e o recém integrado Pedro Jordan (baixo) mergulham no Heavy Rock dos anos 80. Mistura que gera músicas marcantes como Destiny Shadows e White Eclipse.

Mas o lance não para por aí. In the Sand é inspirada pelo Hard Rock e Misspent Youth é bem pesada. Outros bons momentos ficam por conta de Whatever e Drifting Ships, essa uma baladaça pesadona e com uma bela atuação do vocal. Que ainda rouba a cena em Craft of Whirlwinds, a melhor do disquinho, dona de uma energia que contagia.

A bolachinha se encerra com a bela e longa Last Sunray in the Road. Intimista e com mais uma bela interpretação de Adonis, é daquelas que merecem sempre um 'repeat', de tão bonita que é.

Produção competente, músicas emblemáticas, capa bonita e um vocalista fora de série são alguns dos fatores que evidenciam que Wing Seven venceu. E se ainda não se convenceu, procure assistir um show do grupo, que transborda energia e competência.

BRUTAL E MODERNO

Fúria e modernidade se fundem de forma homogênea no novo álbum do quarteto carioca

Por João Messias Jr.

Red Eyes
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Se nos anos oitenta, não eram lançados tantos discos em profusão hoje vivemos o inverso, com tanta coisa rolando e num piscar de olhos acabamos perdendo muita coisa. E o que fazer para ser percebido? Criar um novo conceito ou fazer algo bem feito e consistente?

Uma questão difícil e talvez impossível de ser respondida, mas não há de negar que é absolutamente excitante quando nos deparamos com um material de conteúdo avassalador e contagiante, como Red Eyes, novo álbum da banda carioca Hatefulmurder.

Após a saída do vocalista Felipe Lameira, Renan Campos (guitarra e voz), Felipe Modesto (baixo e voz) e Thomás Martin (bateria) recrutaram Angélica Burns (ex-DIVA) e deram um passo a frente na luta por um lugar ao sol.

O peso do Death/Thrash se fundem com uma roupagem moderna e vozes limpas feita pela galera das cordas e que somado ao groove e aos vocais brutais de Angélica, temos um disco que faz bonito e que agradará aos fãs de música pesada.

Começando da capa, quase toda em branco e com uma imagem forte e marcante (baseada na Roda, de Leonardo da Vinci) que chama a atenção e nos interessa em saber o que o quarteto quer passar. Tarefa cumprida com louvor, que dá as caras logo em Silence Will Fall, que mescla brutalidade e groove, além de mostrar o acerto na escolha da vocalista no grupo. Red Eyes é um hino de guerra, com frases marcantes e um outro atrativo: o contraponto de vozes limpas e agressivas.

Outros destaques ficam por conta de Riot e eTear Down, ambas feitas para os palcos. A primeira pelo refrão marcante e a segunda pela dinâmica das guitarras. Time Enough to Last conta com a participação de May "Undead" Puertas (Torture Squad, ex-Necromesis) que mantém o nivel alto. Creature of Sorrow encerra este ótimo trabalho, seguramente o melhor do quarteto em sua história e MERECE ser conhecido por mais pessoas.

Vale dizer que neste momento a banda está dilacerando pescoços numa tour que abrange vários estados do país ao lado da Torture Squad, Reckoning Hour e Warcursed Se estiver por perto, não deixe de conferir o som da banda.

PASSANDO A MENSAGEM

Com influências diversas, quarteto catarinense explora em suas letras a insatisfação contra o governo e corrupção Por João Messias Jr. As pr...