"VITORIOSOS"
Acreditar em seus sonhos e ideais são a maior forma de realização do ser humano, seja ele na política, esporte, música, enfim, não importa o caminho, e sim a tentativa!
Esse quarteto santista é um grande exemplo disto, pois em oito anos de carreira já abriram shows para bandas do porte do Primal Fear e Helloween, já fizeram muitos shows no exterior (a banda tem um grande nome nos EUA), e com certeza conseguirão muito mais, se depender de seu novo trabalho, o excelente Dare To Dream, que já figura entre os mais vendidos lançamentos de metal do país!
Confiram entrevista feita com a vocalista Dani Nolden!
NEW HORIZONS ZINE: Olá Dani! Vamos iniciar a nossa entrevista falando do título do novo álbum DARE TO DREAM, cuja tradução seria ATREVEREM-SE A SONHAR, cujo significado tem tudo a ver com nossas vidas, em especial ao rockers, seja ele fanzineiro, blogueiro, músico, roadie, produtor que um dia sonham em viver o que realmente gostam de fazer. Eu por exemplo, tenho mais de 30 anos e jamais deixei de acreditar que um dia estarei escrevendo para uma grande revista ou jornal. Como foi chegar neste título, e por mais percalços que haja em nossas vidas, é possível realizar grande parte dos nossos sonhos?
Dani Nolden: Eu acredito, sim. Por mais difícil que seja, eu acredito fortemente que sempre vale a pena tentar. Se você sabe que é capaz, não há um bom motivo para ficar parado. Alguns sonhos parecem impossíveis de serem realizados, mas é exatamente como quando você precisa caminhar uma grande distância. Se você não der o primeiro passo, você nunca vai chegar lá. Tudo que aconteceu na minha carreira até hoje um dia foi um sonho e ele sempre me pareceu muito distante. Quando comecei a cantar, imaginei como seria gravar e lançar um disco, depois que lançamos, pensei que gostaria muito de dividir o palco com grandes bandas, mas tudo isso me parecia impossível. Turnês internacionais então... todas essas coisas não estavam ao meu alcance e hoje todas elas aconteceram. Claro que existem coisas muito mais complicadas que “simples” sucesso na carreira, mas se você não tentar, nada vai acontecer. Se você quer mudar de vida, apenas suas atitudes vão fazer com que os ventos passem a soprar em uma direção diferente.
Esse quarteto santista é um grande exemplo disto, pois em oito anos de carreira já abriram shows para bandas do porte do Primal Fear e Helloween, já fizeram muitos shows no exterior (a banda tem um grande nome nos EUA), e com certeza conseguirão muito mais, se depender de seu novo trabalho, o excelente Dare To Dream, que já figura entre os mais vendidos lançamentos de metal do país!
Confiram entrevista feita com a vocalista Dani Nolden!
NEW HORIZONS ZINE: Olá Dani! Vamos iniciar a nossa entrevista falando do título do novo álbum DARE TO DREAM, cuja tradução seria ATREVEREM-SE A SONHAR, cujo significado tem tudo a ver com nossas vidas, em especial ao rockers, seja ele fanzineiro, blogueiro, músico, roadie, produtor que um dia sonham em viver o que realmente gostam de fazer. Eu por exemplo, tenho mais de 30 anos e jamais deixei de acreditar que um dia estarei escrevendo para uma grande revista ou jornal. Como foi chegar neste título, e por mais percalços que haja em nossas vidas, é possível realizar grande parte dos nossos sonhos?
Dani Nolden: Eu acredito, sim. Por mais difícil que seja, eu acredito fortemente que sempre vale a pena tentar. Se você sabe que é capaz, não há um bom motivo para ficar parado. Alguns sonhos parecem impossíveis de serem realizados, mas é exatamente como quando você precisa caminhar uma grande distância. Se você não der o primeiro passo, você nunca vai chegar lá. Tudo que aconteceu na minha carreira até hoje um dia foi um sonho e ele sempre me pareceu muito distante. Quando comecei a cantar, imaginei como seria gravar e lançar um disco, depois que lançamos, pensei que gostaria muito de dividir o palco com grandes bandas, mas tudo isso me parecia impossível. Turnês internacionais então... todas essas coisas não estavam ao meu alcance e hoje todas elas aconteceram. Claro que existem coisas muito mais complicadas que “simples” sucesso na carreira, mas se você não tentar, nada vai acontecer. Se você quer mudar de vida, apenas suas atitudes vão fazer com que os ventos passem a soprar em uma direção diferente.
NHZ: Antes de voltar a falar no novo álbum, farei algumas perguntas do passado da banda e do debut THEATRE OF SHADOWS, por onde começarei, o álbum foi distribuído pela Universal Music aqui no Brasil, tendo vendido cerca de 2000 cópias, um grande feito para uma banda que lançara seu primeiro álbum na época. Qual foi a experiência de ter trabalhado para uma “major”?
Dani: Isso nos ensinou muitas coisas e abriu várias portas, ao mesmo tempo que atrapalhou em outros pontos. Essas 2000 cópias são os números da época, hoje já são maiores e são números apenas brasileiros. Para uma banda nova em um mercado como o nosso, onde várias grandes bandas vendem entre 500 e 2000 cópias, esse resultado está de ótimo tamanho e eu, sinceramente, não esperava tanto. As portas se abriram porque a Universal Music é um nome muito importante, então o saldo foi positivo. Acredito que muitas pessoas que normalmente não prestariam atenção a um álbum de estreia decidiram ver do que se tratava, afinal uma banda nova em uma gravadora desse porte não é algo comum. O que atrapalhou um pouco foi a dificuldade em fazer o CD chegar aos lojistas independentes e especializados em Heavy Metal. Essas gravadoras impõem uma quantidade mínima de CDs ao lojista e poucos vão arriscar comprar uma quantidade grande de uma banda que eles ainda não sabem se vai vender bem. Isso funciona muito bem para o Metallica, mas é terrível para uma banda que ainda está construindo sua base de fãs. Portanto, dessa vez preferimos trabalhar com a LCM, com distribuição da Radar Records, que tem tanto alcance quanto a major, mas tem uma forma de trabalho mais compatível conosco.
NHZ: Vocês já possuem 08 anos de estrada, e neste tempo já conquistaram muitos feitos como tocarem em muitos cantos do Brasil e exterior, ter dois trabalhos lançados e abrir para muitas bandas de renome como Nightwish, Primal Fear e Shaman, mas duas experiências valem ser citadas: a abertura para o Helloween e a “quase” para o Iron Maiden. Contem-nos o valor destas experiências e as lições tiradas com cada uma delas.
Dani: Exceto os problemas com a chuva e montagem de palco que transformaram a abertura para o Iron Maiden em uma “quase” abertura, nós nunca tivemos experiências ruins com as duas bandas. Tivemos a chance de fazer três shows com o Helloween, mais que a metade da turnê brasileira deles e foi muito divertido, ao mesmo tempo em que tivemos que aguentar a pressão de sermos diretamente comparados com os alemães por um público que os adora, então ficamos muito contentes de termos conquistado vários fãs novos nesses shows. Eles são uma banda excelente e isso nem precisa ser comentado, mas eles também sempre foram muito respeitosos e nos deram todas as condições para que fizéssemos nosso show, o que nem sempre acontece quando você é a banda de abertura, acredito que todos já puderam presenciar eventos em que as bandas eram obrigadas a tocar sem estrutura alguma, sem passagem de som. Nem sempre isso é possível, afinal a banda principal precisa pensar no seu show, uma vez que o público pagou para vê-los, de preferência com um som perfeito. Mas quando você vê a equipe da banda principal te dando satisfação de quanto tempo mais eles vão levar passando o som ou te falando que você pode atrasar a entrada no palco em meia hora para que o público entre e veja sua banda, você vê que está lidando com pessoas que respeitam seu trabalho e entendem como é difícil conseguir colocar a cabeça para fora d'água nesse caminho. Essa não foi uma lição em si porque sempre fomos contra tratar mal qualquer banda que divida o palco conosco, mas com certeza será um lembrete eterno de como se deve tratar um companheiro de trabalho, independente de há quanto tempo ele está fazendo isso ou quanto sucesso ele conquistou. Com o Iron Maiden, as coisas aconteceram de forma muito rápida, mas a experiência valeu da mesma forma. Só o fato de termos sido escolhidos pelo próprio empresário do Maiden como a banda de abertura, já nos serviu como uma honra e um elogio. Por não podermos tocar, tivemos que lidar com os problemas nos dias que se seguiram da melhor forma possível, seguindo em frente sem nos deixar abater.
NHZ: Já que falamos em shows, vocês vêm fazendo o caminho inverso da maioria das bandas nacionais, que tentam atingir a Europa, e vocês já tem uma legião de fãs nos Estados Unidos, inclusive tendo tocado alguns grandes festivais, como o Indianapolis Metal Fest, e hoje vocês são o segundo maior nome brasileiro na terra do Tio Sam, perdendo apenas para o Sepultura. Explique-me como esta conquista de território fora planejada.
Dani: Bem, eu posso contar como ela NÃO foi planejada (risos). Nós também pensamos que o caminho natural seria Europa e nem imaginávamos que conseguiríamos qualquer atenção nos Estados Unidos, pois sempre nos falaram que Metal lá estava morto. Porém, passamos a conquistar vários fãs norte-americanos através de sites como o MySpace, que resultou no lançamento do Theatre of Shadows por lá e, consequentemente, em uma turnê, que teve uma repercussão tão boa que saímos de lá já com convites para outros shows. O Indianapolis Metal Fest foi um festival muito importante para nós, especialmente porque ele nos permitiu observar como crescemos em um intervalo de um ano: em 2007, éramos uma das bandas de abertura; em 2008, tocamos como um dos headliners ao lado de Kittie e Divine Heresy. Agora já estamos prestes a embarcar para a quinta turnê pelos Estados Unidos, que até o momento tem 25 apresentações em um mês e possivelmente serão agendadas mais datas. Nós simplesmente aproveitamos as portas que se abriram e acabamos chamando atenção na Europa devido a nossa atividade na América do Norte. Este ano estivemos pela segunda na vez na Espanha, dessa vez fazendo dois shows ao lado do Metalium. Imaginamos que o público estaria lá por causa deles, por isso me surpreendi vendo os espanhóis com camisetas do Shadowside e cantando músicas do Dare to Dream, que tinha apenas alguns dias de lançamento. Novamente a internet foi muito útil para nós e provavelmente foi o que permitiu as turnês e sucesso nos shows.
NHZ: Ainda falando em shows, é fato que a Europa e os Estados Unidos possuem cenas mais estruturadas e com grandes festivais rolando anualmente, como o Wacken Open Air e o citado Indianapolis Metal Fest. Já no Brasil, apesar de grandes iniciativas, como o Philips Monsters of Rock e o Live And Louder não conseguimos manter um festival deste porte, este ano temos a promessa da edição nacional do Wacken, mas tudo indica que passaremos mais um ano “em branco”. Mesmo com o público rocker sendo muito fiel e comprando merchandisng original, o que falta para termos um festival duradouro?
Dani: É muito complicado organizar esse tipo de festival no Brasil. O custo é muito alto, são poucas as bandas que podem levar 20, 30 mil pessoas por noite. Você tem esse tipo de público com Iron Maiden, Ozzy, mas as pessoas que vão vê-los, vão de qualquer forma. É mais barato trazer apenas essas bandas que fazer um festival inteiro. Para organizar um festival, você precisa da disponibilidade de bons headliners, além de preencher o resto do tempo com bandas boas e relevantes, tanto brasileiras quanto estrangeiras. Estive no Sweden Rock Fest este ano e o headliner em uma das noites era o In Flames. Outras bandas eram Kamelot e Motörhead. Sem dúvida um dia excelente. O público presente deve ter sido em torno de 20-30 mil pessoas. O que aconteceria aqui no Brasil com esse mesmo cast? Baseado no público que essas bandas levam em seus shows, adicionando alguns que iriam pela quantidade de bandas... entre 10 a 15 mil pessoas, se nenhum bom evento próximo estivesse ocorrendo, se tudo desse certo... muitos “ses” envolvidos no meio. É arriscado para os promotores. O ingresso para eles também é muito mais barato do que para nós. Não é caro para um promotor europeu contratar uma banda norte-americana, mas qualquer banda estrangeira para um promotor brasileiro eleva o custo do evento a um valor absurdo, o que acaba refletindo no valor dos ingressos. Infelizmente, acredito que esse tipo de coisa só poderia voltar a acontecer no Brasil com um patrocinador forte, mas todos nós sabemos qual é a imagem que o Rock tem no nosso país.
NHZ: Voltando a Dare to Dream, que está para ser lançado, quais as expectativas da banda em relação a shows e promoção? Quem lançará o trabalho no Brasil e exterior?
Dani: Concentramos todo o trabalho em apenas uma gravadora dessa vez, que é a LCM em parceria com a distribuição da Radar Records. Até o momento, eles têm feito um trabalho excelente, já que apenas a pré-venda superou as vendas iniciais do Theatre of Shadows e o disco continua a vender muito bem, especialmente nos shows. Como falei antes, já estivemos na Espanha este ano, depois voltamos para o Brasil e nos apresentamos como uma das bandas principais do Araraquara Rock e abrimos para o Sepultura em Santos. Agora voltamos para os Estados Unidos em Setembro para 25 shows, até o momento. Depois os planos são fazermos alguns shows pelo Brasil até o final de 2009 e seguir para mais uma série de shows pela Costa Oeste norte-americana, depois mais um giro pela Espanha e talvez Portugal ou outros países. Ficaremos bem ocupados durante os próximos 6 ou 8 meses, queremos aproveitar esse bom momento e tocar em todos os lugares que pudermos!
NHZ: No que ouvi do álbum no MySpace da banda(esta entrevista foi feita antes do lançamento de Dare To Dream), o trabalho mantém a trilha deixada pelo anterior, mas de certa forma ele soa mais “marcante e atual”, que além do aprimoramento musical de toda a banda, isso se deve a produção e masterização, feitas por Dave Schiffmann e Howie Weinberg, respectivamente. Como foi a escolha destes profissionais para Dare to Dream?
Dani: Howie trabalhou com artistas como Aerosmith, Iron Maiden, Rush, Pantera, entre vários outros. Então, quando Dave o sugeriu para masterizar o álbum, é claro que nós concordamos na hora. Ele é um profissional excelente. Dave trabalhou com bandas como Avenged Sevenfold, System of a Down, Audioslave, então foi muito interessante tê-lo na produção do Dare to Dream, uma vez que ele conhece Heavy Metal, mas não é um produtor típico do estilo. Ele não estava preocupado com o que soa Metal ou não, ele estava apenas preocupado com o que soa bem ou não. Como nós somos uma banda de Metal e crescemos escutando o estilo, tudo que nós tocamos acaba soando Metal, mas fugimos de clichês. Desde o começo, Dave entendeu o que era Shadowside e percebeu qual era nossa personalidade musical. Ele soube como extrair o máximo da nossa criatividade e performance, sem precisar escrever as músicas por nós. Ele apenas nos indicava o caminho, dizendo o que estava faltando, mas nunca nos dizia o que fazer. Ele foi como um conselheiro, um treinador de futebol. Dessa forma tudo que está no CD continuou tendo sido criado por nós. Nós o escolhemos porque quando conversamos com ele, percebemos que ele seria o cara certo para nós. O currículo dele falou muito alto, mas nada disso adiantaria se ele não se identificasse com o que fazemos. Nós gostamos dele e ele também gostou de nós, o que fez com que a experiência fosse ainda mais especial, já que ele está em um ponto da carreira que pode escolher com quem ele quer trabalhar.
NHZ: Dani , por você ser muito bonita, acaba sendo o centro da atenção da banda. Já aconteceu de algum fã ser mais atirado com você?
Dani: Não pessoalmente, mas na internet parece que o pessoal perde a vergonha (risos). Eu nunca tive problemas com fãs, procuro tratá-los da melhor forma possível, afinal a vida que eu escolhi viver só é possível por causa deles. Basta ter paciência, mesmo com aqueles entusiasmados demais. Desde que não seja ofensivo, elogios e assédio não me incomodam. Alguns são até legais de ouvir, especialmente naqueles dias em que você está de TPM ou mal-humorada... as mulheres vão me entender (risos). Mas eu acredito que todo vocalista acaba sendo o centro da banda, sendo homem, mulher, bonito, feio... Todo mundo é cantor, nem que seja de chuveiro. Além disso, o vocalista é a pessoa que está ali no meio, é aquele que nunca tem um momento pra se esconder, somos nós que temos que falar o tempo todo no show (risos). O vocalista é o primeiro a ser endeusado, mas também o primeiro a receber as críticas. Qualquer pessoa que quer cantar em uma banda precisa ter equilíbrio, tanto para não se deixar abater quando as coisas não vão bem, afinal ele será responsabilizado por tudo que der de errado, como também não achar que está acima de tudo e de todos quando as coisas vão bem. Músicos precisam ter os pés no chão e é muito fácil perder noção da realidade.
NHZ: Você iria participar de um projeto de um guitarrista estrangeiro, como anda este projeto e se há uma previsão para o lançamento.
Dani: Eu decidi sair porque as coisas estavam indo bem com o Shadowside e eu não teria o tempo necessário para continuar com o projeto. Eu adorava aquela banda, era um thrash moderno muito legal, mas meu bebê é o Shadowside. Estou 100% focada e determinada em continuar o trabalho que desenvolvemos os fãs que conquistamos até hoje merecem que eu coloque toda minha energia aqui. Talvez algum dia eu volte a fazer projetos, mas agora não é o momento.
NHZ: Dani, muito obrigado pela entrevista! Deixem uma mensagem aos leitores do New Horizons Zine!
Dani: Muito obrigada pelo apoio do New Horizons, espero que todos curtam o Dare to Dream! Quem não curtir, vá aos shows do mesmo jeito porque vamos fazer você bangear tanto que você vai acabar mudando de ideia (risos). Nos vemos em breve em algum show!
www.shadowside.ws
www.myspace.com/shadowsideband
Dani: Isso nos ensinou muitas coisas e abriu várias portas, ao mesmo tempo que atrapalhou em outros pontos. Essas 2000 cópias são os números da época, hoje já são maiores e são números apenas brasileiros. Para uma banda nova em um mercado como o nosso, onde várias grandes bandas vendem entre 500 e 2000 cópias, esse resultado está de ótimo tamanho e eu, sinceramente, não esperava tanto. As portas se abriram porque a Universal Music é um nome muito importante, então o saldo foi positivo. Acredito que muitas pessoas que normalmente não prestariam atenção a um álbum de estreia decidiram ver do que se tratava, afinal uma banda nova em uma gravadora desse porte não é algo comum. O que atrapalhou um pouco foi a dificuldade em fazer o CD chegar aos lojistas independentes e especializados em Heavy Metal. Essas gravadoras impõem uma quantidade mínima de CDs ao lojista e poucos vão arriscar comprar uma quantidade grande de uma banda que eles ainda não sabem se vai vender bem. Isso funciona muito bem para o Metallica, mas é terrível para uma banda que ainda está construindo sua base de fãs. Portanto, dessa vez preferimos trabalhar com a LCM, com distribuição da Radar Records, que tem tanto alcance quanto a major, mas tem uma forma de trabalho mais compatível conosco.
NHZ: Vocês já possuem 08 anos de estrada, e neste tempo já conquistaram muitos feitos como tocarem em muitos cantos do Brasil e exterior, ter dois trabalhos lançados e abrir para muitas bandas de renome como Nightwish, Primal Fear e Shaman, mas duas experiências valem ser citadas: a abertura para o Helloween e a “quase” para o Iron Maiden. Contem-nos o valor destas experiências e as lições tiradas com cada uma delas.
Dani: Exceto os problemas com a chuva e montagem de palco que transformaram a abertura para o Iron Maiden em uma “quase” abertura, nós nunca tivemos experiências ruins com as duas bandas. Tivemos a chance de fazer três shows com o Helloween, mais que a metade da turnê brasileira deles e foi muito divertido, ao mesmo tempo em que tivemos que aguentar a pressão de sermos diretamente comparados com os alemães por um público que os adora, então ficamos muito contentes de termos conquistado vários fãs novos nesses shows. Eles são uma banda excelente e isso nem precisa ser comentado, mas eles também sempre foram muito respeitosos e nos deram todas as condições para que fizéssemos nosso show, o que nem sempre acontece quando você é a banda de abertura, acredito que todos já puderam presenciar eventos em que as bandas eram obrigadas a tocar sem estrutura alguma, sem passagem de som. Nem sempre isso é possível, afinal a banda principal precisa pensar no seu show, uma vez que o público pagou para vê-los, de preferência com um som perfeito. Mas quando você vê a equipe da banda principal te dando satisfação de quanto tempo mais eles vão levar passando o som ou te falando que você pode atrasar a entrada no palco em meia hora para que o público entre e veja sua banda, você vê que está lidando com pessoas que respeitam seu trabalho e entendem como é difícil conseguir colocar a cabeça para fora d'água nesse caminho. Essa não foi uma lição em si porque sempre fomos contra tratar mal qualquer banda que divida o palco conosco, mas com certeza será um lembrete eterno de como se deve tratar um companheiro de trabalho, independente de há quanto tempo ele está fazendo isso ou quanto sucesso ele conquistou. Com o Iron Maiden, as coisas aconteceram de forma muito rápida, mas a experiência valeu da mesma forma. Só o fato de termos sido escolhidos pelo próprio empresário do Maiden como a banda de abertura, já nos serviu como uma honra e um elogio. Por não podermos tocar, tivemos que lidar com os problemas nos dias que se seguiram da melhor forma possível, seguindo em frente sem nos deixar abater.
NHZ: Já que falamos em shows, vocês vêm fazendo o caminho inverso da maioria das bandas nacionais, que tentam atingir a Europa, e vocês já tem uma legião de fãs nos Estados Unidos, inclusive tendo tocado alguns grandes festivais, como o Indianapolis Metal Fest, e hoje vocês são o segundo maior nome brasileiro na terra do Tio Sam, perdendo apenas para o Sepultura. Explique-me como esta conquista de território fora planejada.
Dani: Bem, eu posso contar como ela NÃO foi planejada (risos). Nós também pensamos que o caminho natural seria Europa e nem imaginávamos que conseguiríamos qualquer atenção nos Estados Unidos, pois sempre nos falaram que Metal lá estava morto. Porém, passamos a conquistar vários fãs norte-americanos através de sites como o MySpace, que resultou no lançamento do Theatre of Shadows por lá e, consequentemente, em uma turnê, que teve uma repercussão tão boa que saímos de lá já com convites para outros shows. O Indianapolis Metal Fest foi um festival muito importante para nós, especialmente porque ele nos permitiu observar como crescemos em um intervalo de um ano: em 2007, éramos uma das bandas de abertura; em 2008, tocamos como um dos headliners ao lado de Kittie e Divine Heresy. Agora já estamos prestes a embarcar para a quinta turnê pelos Estados Unidos, que até o momento tem 25 apresentações em um mês e possivelmente serão agendadas mais datas. Nós simplesmente aproveitamos as portas que se abriram e acabamos chamando atenção na Europa devido a nossa atividade na América do Norte. Este ano estivemos pela segunda na vez na Espanha, dessa vez fazendo dois shows ao lado do Metalium. Imaginamos que o público estaria lá por causa deles, por isso me surpreendi vendo os espanhóis com camisetas do Shadowside e cantando músicas do Dare to Dream, que tinha apenas alguns dias de lançamento. Novamente a internet foi muito útil para nós e provavelmente foi o que permitiu as turnês e sucesso nos shows.
NHZ: Ainda falando em shows, é fato que a Europa e os Estados Unidos possuem cenas mais estruturadas e com grandes festivais rolando anualmente, como o Wacken Open Air e o citado Indianapolis Metal Fest. Já no Brasil, apesar de grandes iniciativas, como o Philips Monsters of Rock e o Live And Louder não conseguimos manter um festival deste porte, este ano temos a promessa da edição nacional do Wacken, mas tudo indica que passaremos mais um ano “em branco”. Mesmo com o público rocker sendo muito fiel e comprando merchandisng original, o que falta para termos um festival duradouro?
Dani: É muito complicado organizar esse tipo de festival no Brasil. O custo é muito alto, são poucas as bandas que podem levar 20, 30 mil pessoas por noite. Você tem esse tipo de público com Iron Maiden, Ozzy, mas as pessoas que vão vê-los, vão de qualquer forma. É mais barato trazer apenas essas bandas que fazer um festival inteiro. Para organizar um festival, você precisa da disponibilidade de bons headliners, além de preencher o resto do tempo com bandas boas e relevantes, tanto brasileiras quanto estrangeiras. Estive no Sweden Rock Fest este ano e o headliner em uma das noites era o In Flames. Outras bandas eram Kamelot e Motörhead. Sem dúvida um dia excelente. O público presente deve ter sido em torno de 20-30 mil pessoas. O que aconteceria aqui no Brasil com esse mesmo cast? Baseado no público que essas bandas levam em seus shows, adicionando alguns que iriam pela quantidade de bandas... entre 10 a 15 mil pessoas, se nenhum bom evento próximo estivesse ocorrendo, se tudo desse certo... muitos “ses” envolvidos no meio. É arriscado para os promotores. O ingresso para eles também é muito mais barato do que para nós. Não é caro para um promotor europeu contratar uma banda norte-americana, mas qualquer banda estrangeira para um promotor brasileiro eleva o custo do evento a um valor absurdo, o que acaba refletindo no valor dos ingressos. Infelizmente, acredito que esse tipo de coisa só poderia voltar a acontecer no Brasil com um patrocinador forte, mas todos nós sabemos qual é a imagem que o Rock tem no nosso país.
NHZ: Voltando a Dare to Dream, que está para ser lançado, quais as expectativas da banda em relação a shows e promoção? Quem lançará o trabalho no Brasil e exterior?
Dani: Concentramos todo o trabalho em apenas uma gravadora dessa vez, que é a LCM em parceria com a distribuição da Radar Records. Até o momento, eles têm feito um trabalho excelente, já que apenas a pré-venda superou as vendas iniciais do Theatre of Shadows e o disco continua a vender muito bem, especialmente nos shows. Como falei antes, já estivemos na Espanha este ano, depois voltamos para o Brasil e nos apresentamos como uma das bandas principais do Araraquara Rock e abrimos para o Sepultura em Santos. Agora voltamos para os Estados Unidos em Setembro para 25 shows, até o momento. Depois os planos são fazermos alguns shows pelo Brasil até o final de 2009 e seguir para mais uma série de shows pela Costa Oeste norte-americana, depois mais um giro pela Espanha e talvez Portugal ou outros países. Ficaremos bem ocupados durante os próximos 6 ou 8 meses, queremos aproveitar esse bom momento e tocar em todos os lugares que pudermos!
NHZ: No que ouvi do álbum no MySpace da banda(esta entrevista foi feita antes do lançamento de Dare To Dream), o trabalho mantém a trilha deixada pelo anterior, mas de certa forma ele soa mais “marcante e atual”, que além do aprimoramento musical de toda a banda, isso se deve a produção e masterização, feitas por Dave Schiffmann e Howie Weinberg, respectivamente. Como foi a escolha destes profissionais para Dare to Dream?
Dani: Howie trabalhou com artistas como Aerosmith, Iron Maiden, Rush, Pantera, entre vários outros. Então, quando Dave o sugeriu para masterizar o álbum, é claro que nós concordamos na hora. Ele é um profissional excelente. Dave trabalhou com bandas como Avenged Sevenfold, System of a Down, Audioslave, então foi muito interessante tê-lo na produção do Dare to Dream, uma vez que ele conhece Heavy Metal, mas não é um produtor típico do estilo. Ele não estava preocupado com o que soa Metal ou não, ele estava apenas preocupado com o que soa bem ou não. Como nós somos uma banda de Metal e crescemos escutando o estilo, tudo que nós tocamos acaba soando Metal, mas fugimos de clichês. Desde o começo, Dave entendeu o que era Shadowside e percebeu qual era nossa personalidade musical. Ele soube como extrair o máximo da nossa criatividade e performance, sem precisar escrever as músicas por nós. Ele apenas nos indicava o caminho, dizendo o que estava faltando, mas nunca nos dizia o que fazer. Ele foi como um conselheiro, um treinador de futebol. Dessa forma tudo que está no CD continuou tendo sido criado por nós. Nós o escolhemos porque quando conversamos com ele, percebemos que ele seria o cara certo para nós. O currículo dele falou muito alto, mas nada disso adiantaria se ele não se identificasse com o que fazemos. Nós gostamos dele e ele também gostou de nós, o que fez com que a experiência fosse ainda mais especial, já que ele está em um ponto da carreira que pode escolher com quem ele quer trabalhar.
NHZ: Dani , por você ser muito bonita, acaba sendo o centro da atenção da banda. Já aconteceu de algum fã ser mais atirado com você?
Dani: Não pessoalmente, mas na internet parece que o pessoal perde a vergonha (risos). Eu nunca tive problemas com fãs, procuro tratá-los da melhor forma possível, afinal a vida que eu escolhi viver só é possível por causa deles. Basta ter paciência, mesmo com aqueles entusiasmados demais. Desde que não seja ofensivo, elogios e assédio não me incomodam. Alguns são até legais de ouvir, especialmente naqueles dias em que você está de TPM ou mal-humorada... as mulheres vão me entender (risos). Mas eu acredito que todo vocalista acaba sendo o centro da banda, sendo homem, mulher, bonito, feio... Todo mundo é cantor, nem que seja de chuveiro. Além disso, o vocalista é a pessoa que está ali no meio, é aquele que nunca tem um momento pra se esconder, somos nós que temos que falar o tempo todo no show (risos). O vocalista é o primeiro a ser endeusado, mas também o primeiro a receber as críticas. Qualquer pessoa que quer cantar em uma banda precisa ter equilíbrio, tanto para não se deixar abater quando as coisas não vão bem, afinal ele será responsabilizado por tudo que der de errado, como também não achar que está acima de tudo e de todos quando as coisas vão bem. Músicos precisam ter os pés no chão e é muito fácil perder noção da realidade.
NHZ: Você iria participar de um projeto de um guitarrista estrangeiro, como anda este projeto e se há uma previsão para o lançamento.
Dani: Eu decidi sair porque as coisas estavam indo bem com o Shadowside e eu não teria o tempo necessário para continuar com o projeto. Eu adorava aquela banda, era um thrash moderno muito legal, mas meu bebê é o Shadowside. Estou 100% focada e determinada em continuar o trabalho que desenvolvemos os fãs que conquistamos até hoje merecem que eu coloque toda minha energia aqui. Talvez algum dia eu volte a fazer projetos, mas agora não é o momento.
NHZ: Dani, muito obrigado pela entrevista! Deixem uma mensagem aos leitores do New Horizons Zine!
Dani: Muito obrigada pelo apoio do New Horizons, espero que todos curtam o Dare to Dream! Quem não curtir, vá aos shows do mesmo jeito porque vamos fazer você bangear tanto que você vai acabar mudando de ideia (risos). Nos vemos em breve em algum show!
www.shadowside.ws
www.myspace.com/shadowsideband
Dare To Dream
Radar– Nac (9,5)
Incrível a capacidade desta banda de mesclar influências “antigas” como o Hard/Heavy do final dos anos 80 com o peso do Thrash e criarem uma música que soa fresca e jovial!
Dare To Dream assim como suas influências trás aquele Heavy/Hard pesadão que faz o uso bem inteligente dos teclados, que soam como “atmosferas”, que dão um toque a mais de qualidade no disco.
Antes de falarmos das músicas do disco, é de se parabenizar o trabalho do guitarrista Raphael Mattos, pois sua “pegada" é bem diferente das que seus colegas de profissão andam usando por aí, pois se utiliza de muitos “licks” e seu instrumento em muitas partes nos dá a impressão que irá “cantar a qualquer momento”, nos fazendo lembrar de duas coisas: bons instrumentistas são aqueles que mesclam técnica e feeling e como músicos como David Chastain são importantes para a música!
Mas voltando as canções de Dare To Dream, elas soam bem homogêneas, mas para mim as melhores são Baby In The Dark, Hideaway(a melhor), as hards Ready Or Not e Dare To Dream e a balada Time To Say Goodbye, que conta com uma bela interpretação da vocalista Dani Nolden, mas o disco inteiro é muito bom, pode ouvir sem medo!
Mais um trabalho de destaque do metal nacional e eu espero que a banda consiga ainda mais, pois são pessoas que trabalham sério e tem vontade de vencer, e pessoas assim merecem todo nosso apoio!
FOTO: DIVULGAÇÃO
ENTREVISTA E RESENHA: “THE ROCKER”
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