10 de outubro de 2012

KAMALA E KROW: O SEGREDO ESTÁ NA CRIATIVIDADE

Sem medo de ousar, bandas brasileiras criam seus melhores trabalhos.

Por João Messias THE ROCKER

Não é porque nada se cria que devemos ouvir o mesmo disco sempre!

Kamala
Foto: Divulgação
É muito legal ouvir bandas que fazem o mesmo som há tempos como  Motorhead, AC/DC, Ramones e a nossa Baranga. Mas ao mesmo tempo, é prazeroso ouvir e conhecer trabalhos que acabam instigando nossos ouvidos, nos “obrigando” a ler o encarte e descobrir tudo que é informação na internet.

E hoje temos aqui nessas linhas duas bandas que não se importaram em colocar criatividade no seu som: a paulista Kamala e a mineira Krow.

Vamos começar falando do quarteto de Thrash Metal Kamala.  A banda existe desde 2003 e lançou os álbuns Kamala e Fractal, mas é com seu terceiro trabalho, The Seven Deadly Chakras que o som atingiu o ápice.

Para esse trabalho, o quarteto formado por Raphael Olmos (Guitarra/Vocal), Andréas Dehn (Guitarra), André Rudge (Baixo, substituído por Diego Valente), Nicolas Andrade (Bateria) fizeram um trabalho conceitual baseado nos sete pecados capitais e os sete Chakras.

The Seven Deadly Chakras
Divulgação
Apesar da banda sempre ter inserido novos elementos em suas músicas, aqui tudo ficou mais forte e intenso, fazendo seu melhor trabalho. O disco agrega influências que vão do Hard Rock ao eletrônico. Em quase uma hora de som os destaques são Gluttony (com solos Hard Rock), Heart, Greed, o interlúdio Sloth, Lust e Throat.

Outro atrativo do trabalho é a arte do encarte, que tem como modelo a atriz de filmes adultos Bruna Vieira, que mesmo suas fotos sendo artísticas proporcionam no mínimo a curiosidade de conhecer o som da banda.

Já os mineiros do Krow, que tem na formação Guilherme Miranda (Guitarra/Vocal), Lucas The Carcass (Guitarra), Humberto Costa (Baixo) e Jhoka Ribeiro (Bateria), possuem no curriculum apresentações na Europa e Chile (abrindo para o Dimmu Borgir), optou pelo tema da escravidão que aliada ao Death/Black praticado, deixou o som ainda mais forte e brutal.

Traces of the Trade
Divulgação
O trabalho gráfico também é muito legal, pois foi concebido no formato digipack com uma capa forte (feita por Costin Chioranu) que serve de “entrada” para a brutalidade de faixas como Outbreak Of A Maniac, Endless Lashings e System Unfolds.

As melhores são a percussiva March Of Vendetta e Retaliated, que conta com Álvaro Lillo (Undercroft, Watain) nos backings, cuja voz em desespero lembra uma pessoa  que implora pela vida. O trabalho, apesar de curto, deixa o pescoço em frangalhos.

Não estou pedindo para que deixem de ouvir as bandas que citei lá no começo, mas que de vez em quando procurem por novos nomes, principalmente os que não tem medo de ousar.

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