27 de julho de 2020

FIDELIDADE

Novo trabalho do sexteto paulistano mantém a essência ao estilo que os consagrou

Por João Messias Jr.

Quem viveu a década de 1990/2000 vai se lembrar com carinho do
Portrait, quedurante esse período, ao lado de grupos como Kavla, Wizards, Eterna e Karma, representavam com competência o cenário do prog/melódico/sinfônico. O tempo passou e o sexteto hoje formado por Rinaldo Zupelli (guitarra). Emerson Barcos (baixo), Ricardo Cassal (vocal), Marcelo Rocha (bateria), Théo Lima (guitarra) e Alexandre Lofiego (teclado) sumia e aparecia no cenário com a mesma intensidade, até que no fim de 2019, apareceu com novidades.

A primeira fica por conta de uma pequena alteração no nome original, agora ela se chama Portrait One, e a segunda (e mais legal), fica por conta de terem lançado um novo álbum de estúdio, batizado Time.

Colocando o disquinho pra rolar, Great Maker é o perfeito cartão de visitas do trabalho, mostrando diversas referências do metal melódico, funciona como uma deixa para a seguinte, I Believe, dona de uma linha vocal cativante (alguém pensou Michael Kiske?), uma quedinha pro hard e bumbos velozes.

Prision aposta num refrão certeiro, Deja-vu e Liberty (Mirrors of Dreams) são mais progressivas, enquanto Thorns in My Way e Voices são os grandes momento do trabalho. A primeira por mostrar peso e interessantes mudanças de andamento e a segunda pelo virtuosismo bem dosado e vozes inspiradas no Queen.

Mask encerra com um astral lá na estratosfera e coroa esse retorno triunfal da bandas, que tem tudo para (re) conquistar os fãs de um dos períodos de ouro do metal mundial. Que além das músicas, possui uma excelente produção e uma capa que salta aos olhos!


 

19 de julho de 2020

VIAGEM CLIMÁTICA E PESADA

Iranianos investem num mix de metal, prog e a cultura local em primeiro registro

Por João Messias Jr.


Mitra
Divulgação
Muitos questionam o fato das músicas dos grupos estarem disponíveis em plataformas como Deezer, Spotify e afins. Dessa forma, desencorajando o fã  a comprar o material dos grupos. 

Talvez essa facilidade, tenha deixado a galera mais preguiçosa e seletiva, o que os faz adquirir apenas o que realmente gostou. Mas, em contrapartida, dá a oportunidade para muitos de conhecerem bandas de todo o globo terrestre, com apenas alguns cliques. 

Um ótimo exemplo fica a cargo da Anoushbard. Vinda de um improvável Irã, possui três anos de estrada e no ano passado soltou seu primeiro material, Mitra. Fazendo um mix de prog e metal , polvilhado com muitos elementos da música de seu país. Sherwin Baradaran (vocal, guitarra), Siavash Motalebi (guitarra), Arman Tirmahi (baixo) e Sasan Soflaei (bateria) mostram que são exímios músicos, trazendo peso, climas e melodias nos momentos corretos, que apesar das músicas longas, não cansam o ouvinte.

Um exemplo fica por conta de Life Lady (Green Temple), dona de mais de dez minutos de pura viagem. The Ward é daqueles momentos que cativa de imediato, unindo partes mais lentas e melódicas que combinadas ao refrão de impacto e solos certeiros, fazem o crime perfeito. 

Gates of  Ctesiphon é outro momento longo do álbum, inicia voltada ao death/doom e ganha um clima caótico durante a audição. Já  The Ward, une belas melodias e vozes limpas enquanto o curto instrumental Haoma, une o clima do  oriente e viradas que beiram o death metal.

Apesar de muito bem feito e pensado em todos os detalhes, não é o som que vai agradar a todos os públicos dentro do rock e metal, em especial a galera que parou na década de 1980. Por outro lado, tem tudo pra cair no gosto de quem tem a mente aberta as mais variadas ramificações musicais.


13 de julho de 2020

GRATA SURPRESA VINDA DOS ANDES

Novo trabalho de chilenos aposta na mescla de estilos como death/doom e música andina

Por João Messias Jr.

Weight of Emptiness
Divulgação
Conhecido por ter mostrado ao mundo bandas como Pentagram, Criminal, Necrosis e Forahneo, o Chile apresenta um nome pra lá de promissor para engrossar essa seleta lista: Weight of Emptiness, que acaba de lançar seu segundo álbum, batizado de Conquering the Deep Circle.

Diferente das bandas citadas acima, o quinteto que conta hoje com Alejandro Ruiz (vocal), Juan Acevedo (guitarra), Alejandro Bravo (guitarra), Mario Urra (baixo) e Mauricio Basso (bateria) faz uma música mais pomposa, pesada e atmosférica. Unindo elementos do death/doom/prog e da música andina, dessa forma, creditando originalidade ao som do grupo. A fusão de estilos acaba gerando temas que embora tenham a média de cinco minutos, não enjoam o ouvinte!

Essa mescla vencedora podemos ouvir logo em Invisible Mind Workers, que mostra passagens bem pesadas e trabalhadas, com lances mais atmosféricos e vozes que vão do gutural ao sacro. Chuckao mostra um grande senso melódico e grande inspiração na música andina, como ouvimos também em Lamentos e Two Tears Alone.

Outros momentos de destaque ficam para o peso e climas de The Flame, que também é conhecida por seu videoclipe e Eleven Ravens, que possui como predominância o doom metal. 

Talvez alguns sentirão falta de mais velocidade aqui e ali, mas a verdade é que tudo é muito bem feito e nada soa forçado, com músicos seguros e a mescla de estilos se mostra em harmonia. Fatores que fazem do Weight of Emptiness uma banda que tem tudo para alçar novos vôos, em especial na Europa!





8 de julho de 2020

O SEGREDO ESTÁ NA DOSE

Trio aposta em mistura híbrida de rock, metal, hip hop e elementos brasileiros

Por João Messias Jr.


Khorium
Divulgação
Em algum momento você já deve ter se reparado com a frase: a diferença entre o veneno e o antídoto está na dose. Isso combina perfeitamente ao ouvirmos Idiocracia Tropical Contemporânea, recente trabalho do trio Khorium.

Apostando na fusão entre metal, hip hop e ritmos brasileiros, G. Moreira (vocal/guitarra), Roberto Bizarelo (baixo) e Shalon Webster (bateria), apostam na ousadia, ou seja, onde há groove, tem em excesso, o mesmo valendo para o peso e experimentalismos, que apesar da competência, não agradará a todos os fãs de metal, principalmente a galera oitentista.

Isso não quer dizer que o trabalho seja ruim, afinal, o trio é composto de excelentes músicos e a qualidade do áudio é fantástica, o que deixa o lance de gostar ou não na mão do ouvinte.

Os destaques ficam por conta de Resista, com uma bela levada baião na guitarra, Ainda Assim eu me Levanto, que conta com a participação de Fernanda Lira (Crypta, ex-Nervosa), a arrastada Abordagem e as feitas para o palco Silenciar e Negue.

Além da parte musical, vale destacar o engajamento do trio, que fala da atuação situação política. alienaçãoe de segurança do país e povo. De forma direta e clara, sem cair no panfletarismo.

Então leitor, como disse lá em cima: cabe a cada um que ouvir o trampo gostar ou não.

PASSANDO A MENSAGEM

Com influências diversas, quarteto catarinense explora em suas letras a insatisfação contra o governo e corrupção Por João Messias Jr. As pr...