12 de março de 2012

MUNDO CAO: UMA BANDA COM FUTURO

Por João Messias THE ROCKER

Com sete anos de estrada o Mundo Cao (isso mesmo, sem a grafia) é daquelas bandas que graças a solidez de seu trabalho vem cada vez mais e mais conquistando novos fãs graças ao seu som pesado, marcante e com letras que tem muito a ver com o sistema de vida e trabalho que levamos hoje em dia!

Banda Mundo Cao
Foto: Divulgação

No final do ano passado, o trio formado por Zeca Salgueiro (Baixo/Voz) Fabio Gadel (Guitarra/Voz), e o recém chegado Felipe Abdala (Bateria) lançaram seu primeiro álbum e o primeiro vídeo para Maloqueiro Sem Futuro, o que fará com que a banda consiga mais e mais seguidores!

Na entrevista feita com Zeca e Fábio, eles nos contam da repercussão do CD, cantar em português e outras coisas mais!

Confiram a entrevista!

NEW HORIZONS ZINE: Olá amigos! Vamos iniciar a matéria pelo nome da banda: porque vocês nomearam a banda com esse nome e sem a grafia correta?
Fabio Gadel: O nome da banda surgiu como resultado do conteúdo das letras, que retratam o nosso cotidiano através de um ponto de vista um pouco cruel e nada politicamente correto. Usamos essa grafia porque achamos que fica com uma cara mais simples, uma coisa meio de “muro pichado”, que é como imaginávamos apresentar o logotipo no começo da banda.

NHZ: Vocês durante esses anos vem mantendo uma carreira sólida e constante, tendo como grandes conquistas tocarem junto com o ex Kiss Bruce Kulick e conseguindo aparições em programas de TV. Como surgiram essas oportunidades e o que geraram em divulgação para a banda?
Fabio: A primeira grande oportunidade foi tocar com Bruce Kulick. Nós participamos da primeira vinda dele para tocar na KISS Fest em maio de 2007, pois Zeca foi convidado para cantar e eu acabei indo como roadie do Bruce. Nesse show e nos ensaios acabamos fazendo amizade com ele e seu o empresário, com quem mantivemos contato e acabamos combinando uma segunda vinda do Bruce, dessa vez para tocar com o Mundo Cao em São Paulo, Belo Horizonte e Curitiba.
Os shows foram muito legais e isso trouxe certa atenção para nós. A partir daí começamos a ter acesso um pouco maior a entrevistas e programas, conseguimos colocar nosso clip em alguns canais de TV... isso, sem dúvida, divulgou muito o nome da banda e aumentou bastante o número de pessoas que acessam o nosso material.

Mundo Cao: Fabio Gadel e Zeca Salgueiro
Foto: Divulgação
NHZ: Ano passado vocês lançaram seu primeiro CD e um videoclipe para Maloqueiro Sem Futuro . Qual o feedback que está sendo passado pela imprensa e pelos fãs?
Zeca Salgueiro: Honestamente? Mais do que esperávamos. Temos muitos seguidores no Twitter e no Facebook, fora as pessoas que nos acham em e-mails e até na rua! Após uma entrevista concedida à RedeTV, e à veiculação na MTV e MixTV, os acessos ao nosso clipe aumentou muito e todos os comentários são elogiosos - o que, aliás, só nos traz mais responsabilidade de fazer um show cada vez melhor.

NHZ: E falando no clipe, o que os motivaram a escolher esta faixa?
Zeca: Achamos que essa faixa reúne ingredientes para agradar ouvidos mais e menos radicais. Não podemos ser hipócritas e dizer que é a melhor faixa do CD, senão não haveria justificativa para um próximo vídeo – que já está sendo estudado. Uma banda precisa fazer com que seu produto seja acessível ao maior número de ouvintes possível, e uma escolha baseada apenas no gosto pessoal dos integrantes pode prejudicar esse objetivo.

NHZ: E a banda desde o início se mantém fiel a sua proposta, que é fazer Hard Rock em português, fazendo um bom equilíbrio de peso e swing. Como vocês analisam a evolução da banda durante os anos?
Fabio: Nosso foco sempre foi o show e sempre procuramos melhorar nesse aspecto, buscando aquilo que funciona bem e que empolga mais ao vivo. No começo nosso set era mais curto e um pouco mais pesado; com o passar do tempo começamos a adicionar coisas um pouco diferentes ao show, que continua pesado, mas acabou atraindo um público mais abrangente.

NHZ: Falando em HardRock, quando o estilo é citado, muitos tem como lembrança o som de bandas como Poison, Skid Row, Guns And Roses, Nelson, entre outras. Mas esquecem das bandas dos anos 60/70 como Led Zeppelin, Deep Purple, Grand Funk Railroad, etc. O que pensam das bandas citadas na questão e quais dessas vocês vêem como uma referência ao som de vocês?
Fabio: Acredito que as segundas bandas que você citou influenciaram as primeiras e apesar do estereótipo que se formou em torno do Hard Rock, ele é mais abrangente. Nós gostamos das bandas citadas e temos uma afinidade grande com o público do KISS por sermos muito fãs da banda e ter tocado com o Bruce Kulick, mas no nosso som eu vejo também influências de bandas como Black Sabbath e Metallica.

NHZ: Voltando ao som em português, bandas como Baranga e Carro Bomba vem se destacando na cena cantando na nossa língua. Como vocês analisam a questão do idioma?
Fabio: Acho que o idioma deve refletir o objetivo da banda. É inegável que, se você cantar em inglês, pode divulgar o seu som em outros países, mas acho que acaba perdendo a identificação com certa parte do público daqui.
O nosso objetivo é tocar no Brasil, mesmo porque nossas letras dizem respeito à realidade brasileira e não faria sentido cantar em inglês. Eu já toquei em bandas que cantavam em inglês e acho que a resposta da galera é bem diferente quando você canta em português; o público se identifica na hora com o que você está cantando e a resposta se dá em outro nível.

NHZ: O baterista Ivan Busic (Dr. Sin) chegou a fazer parte da banda por um tempo, mas vi que vocês já estão com outro músico nas baquetas, que é Felipe Abdala. O que aconteceu para que Ivan não permanecesse na banda e como vocês chegaram no Felipe?

Mundo Cao: Felipe Abdala
Foto: Divulgação

Zeca: Ivan e Andria Busic são amigos de longa data. Já estava passando da hora de gravar um CD e naquele momento não tínhamos baterista. Chegamos a pensar em programar a bateria e depois correr atrás de alguém, mas Fábio insistiu em gravar com outro músico e me lembrei do Ivan. Liguei pra ele, que topou na hora e fez o trabalho com perfeição.
Fizemos dois shows de lançamento do CD com Ivan, mas o Dr. Sin acabara de lançar o CD Animal e as agendas começaram a conflitar. Para evitar cancelamentos ou atrasos para qualquer uma das bandas, Ivan indicou um amigo dele – Felipe Abdala – que já foi apresentado como baterista oficial da banda em um show que fizemos recentemente no Inferno Club, em São Paulo.
Além do Dr.Sin, Ivan é extremamente requisitado... é um músico fantástico que fez um ótimo trabalho conosco e nos deixou um grande presente ao indicar Felipe.

NHZ: Para encerrar, você Zeca, é Luthier. No dia a dia da confecção de instrumentos, quais as histórias mais curiosas que aconteceram com você?
Zeca: Entre as mais legais estão poder conhecer bons músicos e fazer um instrumento pra eles, como foi com Daniel Bonfogo, da banda Claustrofobia, que é meu endorsee. Eu também fiz as regulagens nas guitarras usadas por Bruce Kulick em sua primeira apresentação no Brasil e o homem não reclamou, o que já é um adianto!
E as coisas mais corriqueiras são pequenos acidentes, tipo martelar o dedo ou cortar as mãos.... Uma vez eu lixei três unhas da mão direita numa máquina e tinha um show pra fazer à noite tocando violão... foi doído, mas faz parte!

NHZ: Obrigado pela entrevista! O espaço é de vocês!
Fabio: Nós é que agradecemos a oportunidade de falar do nosso trabalho para seus leitores e esperamos que mais gente tenha acesso ao nosso som!
Zeca: Isso mesmo! Parabéns pelo blog e podem contar com o Mundo Cao pro que der e vier! Abraços a todos!

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