Sabe aquele disco alto
astral que logo na primeira audição você se pega dançando e fazendo "air
guitar"?
Essas sensações são causadas pelo debut do quinteto Balls, que é
formado por Danilo Martire (voz), Pi Malandrino e Fernando
Gargantini (guitarras), Paulo Pascale (baixo) e Lauro Santhiago (bateria) que
com um Rock and Roll básico, que conta com a malícia do Hard Rock e com vocais
discursados conseguem quase que apagar a imagem sisuda que o estilo tem hoje.
Graças a sons como Ela tem Tudo, Tocando a Gente Se Entende e Eu
Era Como um Rei, eles tem tudo para alcançarem até o mainstream.
Nessa entrevista feita com a banda, eles nos contam das coisas
boas e ruins de um grupo que luta por um lugar ao sol.
NEW HORIZONS ZINE: A banda lançou o
primeiro CD, que leva o nome da banda neste ano. Como está a repercussão e o
que estão achando dos resultados?
Capa do álbum Balls Divulgação |
Balls: Além do SMD, consultamos algumas
empresas que fazem o formato CD. O preço era quase o dobro, portanto optamos
pelo SMD. Mas tem o outro lado da moeda também, com o SMD não conseguimos tocar
em grandes lojas de discos como FNAC, Saraiva e Cultura, é preciso ter o álbum em CD. Ano que vem vamos
lançar o segundo disco, dessa vez em CD. Ainda não temos uma data, provavelmente no
segundo semestre. Já temos 5 músicas prontas que inclusive vem sendo executadas
nos shows.
NHZ: Tempos depois do lançamento do CD,
vocês tiveram uma mudança de formação, com a entrada de Paulo Pascale no lugar
de Alexandre Fávero. Quais os motivos da troca e como chegaram ao atual membro
das quatro cordas?
Balls: O Alexandre
foi o segundo baixista, o original era outro. A troca foi uma decisão conjunta,
por divergências musicais e pessoais, o Alexandre já não compartilhava do mesmo
ideal da banda. Já o Paulo havia tocado com o Lauro (batera), eles são
amigos de longa data. Nós convidamos, ele aceitou. Musicalmente foi a melhor
coisa que aconteceu com a Balls, ficamos mais pesados e mais coesos. Nossa
“cozinha”, modéstia à parte, é fantástica!
NHZ: Acabei conhecendo o som de vocês
numa apresentação que fizeram como abertura para o Golpe de Estado. Essa é uma
situação de duas vias: pois se por um lado acaba apresentando o som para mais
pessoas, por outro, muitos só querem saber de ver a banda principal, o que pra
mim é um erro. Para vocês, qual o lado bom de fazer essas “aventuras”?
Balls: O lado bom é levar seu som para um
outro público, para pessoas que nunca ouviram falar da banda. Só assim vamos
conseguindo fãs e aparecendo. É super válido.
Balls Divulgação |
Balls: Conseguimos o contato da produção do
Lollapalooza, mandamos e material e eles gostaram! Nos mandaram uma mensagem
dizendo, “vocês estão dentro”. Para nós foi sensacional e nos sentimos bastante
orgulhosos. Estamos colhendo alguns frutos, muito lentamente, mas estamos. Por
exemplo, conseguimos colocar nosso clipe no Multishow. O grande lance é
continuar trabalhando, sem trabalho e investimento a coisa não anda. Se
tivéssemos alguma forma de ajuda financeira ou patrocínio, talvez estivéssemos
mais expostos e colhendo mais frutos. Esse é um problema de todas as bandas
independentes... grana.
NHZ: Para encerrar a questão de shows,
percebi algo interessante. Enquanto 90% das bandas, ora fica mais leve ou
pesada, vocês não causam espanto, tamanha a fidelidade com o CD, o que é
positivo. O que pensam sobre isso?
Balls: Nosso som é básico, a gravação do CD
também foi, assim fica mais fácil reproduzir ao vivo aquilo que está em disco. Também
achamos isso positivo, fora que mostra que estamos ensaiados e entrosados.
NHZ: Vamos falar um pouco da parte
musical: as guitarras são muito afiadas, sincronizadas e com simplicidade,
acabam fazendo belos solos por todo o trabalho. Como vocês fazem a construção
de bases e solos?
Balls: Realmente existe uma grande harmonia e
entrosamento entre os guitarristas, o Pi e o Fernando. O mais importante é que
sempre foi assim, desde a primeira vez que tocaram juntos. Quando um toca uma
base ou um riff, o outro já sai tocando algo diferente que complementa, que se
encaixa, e isso sai naturalmente. Alguns solos são montados, outros saem de
improviso durante a confecção do arranjo.
NHZ: O álbum possui uma audição
agradável, que mescla o Classic
Rock com a malícia do Blues e Hard, feito para curtir, dançar e esquecer dos
problemas da vida pós-moderna. Músicas que podem ser grandes hits como Ela tem Tudo, Tocando a Gente se
Entende e Seguindo em
Frente. Quais são e foram as principais influências da banda para a concepção so Cd?
Balls:
Southern Rock, Blues Rock britânico, Glam e Glitter Rock, basicamente é isso.
NHZ: De alguns anos pra cá, voltou de
forma mais forte o interesse pelo Classic
Rock, com bandas como Yes , Uriah Heep e Kiss lançando bons discos, o Black Sabbath gravando um novo trabalho com a
formação clássica e até tentativas de uma volta do Led Zeppelin. Além disso, temos bandas
relativamente novas executando esse som das antigas como Grand Magus. O que pensam sobre a redescoberta
da música dos anos 60 e 70?
Balls: Não achamos que seja uma redescoberta,
sempre existiram bandas fazendo um som das antigas e as bandas clássicas por
ora lançando bons trabalhos. O problema é que quase nunca isso é divulgado e
mostrado pelos meios de comunicação de massa. Com a internet, ficou mais fácil,
existe espaço para todo mundo mostrar o seu trabalho e pessoas, fanzines e
blogs como esse, dispostos a ajudar e divulgar sem querer jabá ou algo em troca.
NHZ: Algumas letras falam de mulheres e
sexo. Embora falem de forma direta, passam longe do esquema da baixaria. Qual o
cuidado que a banda tem com as letras em falar de “tudo mas não de tudo”?
Balls: É isso que você falou aí, tomamos um
certo cuidado para não ficar vulgar ou adolescente demais. Basta trocar uma
palavra ou uma frase para não deixar a coisa virar baixaria ou ir direto demais
ao ponto. É bom que as pessoas escutem a letra e pensem, criem suas próprias
interpretações, etc... As músicas novas vêm apimentadas, agurdem!
Balls Divulgação |
Danilo Martire: Acredito que foi por causa da preocupação em se fazer entender, por causa das letras em português. Nós contamos uma história bem legal em cada música, então eu procuro fazer com que as pessoas escutem e compreendam o que a gente tem pra dizer.
Mesmo no rock, o português é todo articulado, o que acaba dando uma característica sonora única em bandas como a Balls e outras que defendem um rock totalmente brasileiro.
Mesmo no rock, o português é todo articulado, o que acaba dando uma característica sonora única em bandas como a Balls e outras que defendem um rock totalmente brasileiro.
NHZ: Gente, obrigado pela entrevista!
Deixem uma mensagem aos leitores desta publicação.
Balls: Gostaríamos primeiramente de agradecer
a você pela resenha do show, do CD e por abrir espaço em seu blog, muito
obrigado João. Aos leitores, pedimos que entrem no nosso site e página do
Facebook para acompanharem as novidades e checarem a agenda de shows. Estamos a
mil por hora e não vamos parar. Ano que vem CD novo e muitos shows! Abraços a
todos, keep on rocking!
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