Por João Messias Jr.
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Com 17 anos de estrada, a banda Hellish War já passou por coisas boas
como o respeito dos fãs de música pesada, se apresentar por muitos locais
(incluindo o exterior) e ter três registros de respeito: os álbuns de estúdio
Defender of Metal e Heroes of Tomorrow, além do ao vivo Live in Germany.
Mas, como toda história, existem
os pontos baixos. No fim de 2011, o vocalista Roger Hammer deixa a banda. A
partir de então, os membros remanescentes Vulcano e Daniel Job (guitarras), JR
(baixo) e Daniel Person (bateria) partiram na busca de uma nova voz ao
conjunto.
Depois de receberem material de
candidatos de todo o Brasil, a banda oficializa a Thalita como a nova voz do
quinteto campineiro. Mas essa história ainda não havia chegado ao fim.
Hora de recomeçar
Quando parecia que as coisas
retomariam os rumos, a banda recebeu a notícia que a então nova vocalista não
poderia ficar na banda. O baterista Daniel Person nos conta os motivos da saída
da cantora: “Estar em uma banda como o Hellish War exige muita disponibilidade,
pois os compromissos são freqüentes e isso acaba interferindo na vida pessoal
de todos os envolvidos. A Thalita é uma vocalista extremamente talentosa, no
entanto, neste momento precisávamos de alguém que pudesse dar 100% de gás junto
com a banda. Desejamos tudo de bom para ela, e para o Roger também, afirma
Daniel.
Hora de juntar os cacos e
recomeçar.
A nova voz
Bil Martins Divulgação |
Depois de mais um período
recebendo e ouvindo material, a banda encontrou seu novo frontman. Trata-se do
vocalista Bil Martins, que já antes de ser efetivado, participou como convidado
em alguns shows. O cantor já fez parte de grupos de tradição como Heavenly Kingdom, Dark Witch e Vetor.
Daniel conta os fatores que
influenciaram na escolha do frontman: “: A afinidade pessoal e musical. Seu
comprometimento e, é claro, toda a qualidade que ele demonstrou como vocalista
de heavy metal, com um timbre e
alcance que se encaixam totalmente com a sonoridade do Hellish War. Este tem sido um momento fantástico para nós, e temos
certeza de que nossos fãs ficarão muito satisfeitos também, quando ouvirem
nosso novo álbum, que já está praticamente saindo do forno”.
Com vocês, Bil Martins
Bil nos contou das expectativas
de estar na banda, substituir a voz que era uma marca registrada do Hellish War e o que os fãs podem esperar
dele: “É muito difícil substituir uma
pessoa que foi a cara da banda durante tantos anos. Sei da
responsabilidade que é assumir o posto de frontman de uma banda como o
Hellish War. Estou honrado e grato por esta chance, os fãs podem esperar
por um trabalho de alto nível, tanto de minha parte quanto dos meus novos
irmãos de banda. Espero não decepcionar os antigos fãs e que os novos também
gostem dessa nova fase.
Para os mais ansiosos, Bil contou suas influências: São de bandas dos
anos 80 como Grave Digger, Virgin
Steele, Judas Priest, Blind Guardian, Grim Reaper, além de outras
vertentes como Destruction, Amon Amarth
e Hard Rock dos anos 70 como Deep Purple, Rainbow e Uriah Heep, afirma
o novo frontman.
Prova de fogo
Daniel Person Divulgação |
O novo vocalista já entra para a
banda numa prova de fogo: gravar às vozes do novo disco de estúdio, Keep it
Hellish. Daniel Person conta o que os fãs podem esperar do disco quanto à
sonoridade: “Keep it Hellish” é
HEAVY METAL do início ao fim! Estamos muito ansiosos para
mostrar esse trabalho pra todos vocês; vejo este novo play como a combinação
perfeita entre a sonoridade dos nossos dois primeiros álbuns de estúdio, Defender of Metal e Heroes of Tomorrow. Acreditamos
que Keep it
Hellish será um marco na
carreira da banda, demos o nosso melhor durante todo o processo de composição
das músicas, e a essência do que é o Hellish
War está ali, do início ao fim”, finaliza o baterista.
Cena nacional
Apesar de existirem aqueles
guerreiros de cena, que prestigiam os shows independentes, divulgam para todo o
planeta por meio das redes sociais, há algumas coisas que nos decepcionam, como
o que ocorreu na última quarta-feira (21), aqui na região do ABC, onde se
apresentaram as bandas Mad Old Lady, Tornado e Mark Boals (ex Malmsteen, Royal
Hunt), onde haviam apenas “testemunhas”, jornalistas e fotógrafos em sua maioria.
O músico exprimiu uma opinião
sobre fatos como o citado acima: “É realmente uma pena que eventos como o que
você mencionou, bem organizados e com bandas excelentes, não consigam fazer com
que as pessoas saiam de casa. Um fator que exerce bastante peso neste ponto é a
internet. Antigamente, para se ver uma
banda ao vivo, você necessariamente tinha que ir até o show dos caras; hoje,
está tudo no youtube. É claro que não
é a mesma coisa, mas as pessoas só saberão da diferença caso se dêem a chance
de assistir a pelo menos um bom show. Acho que o desafio está aí, as bandas e
produtores precisam dar um jeito de começar a trazer público novo para os seus
eventos.
Show de Sorocaba Divulgação |
Além da “geração internet”, o
baterista mostrou o outro lado da questão, inclusive com alguns perrengues ocorridos
com a banda: “Uma boa parcela de culpa está também nas mãos de muitos
produtores e organizadores de eventos, com certeza não podemos isentá-los, pois
não basta ter boa vontade para se organizar um bom show: é preciso ter
planejamento e um mínimo de estrutura. Consigo contar nos dedos de uma mão
quais foram os festivais underground de heavy metal onde tocamos e que não
houve atrasos no cronograma das bandas. Houve situações onde o Hellish War
estava marcado para tocar à meia-noite, e subimos ao palco às 3:30 da manhã.
Para o público, isso é muito chato, este tipo de coisa não pode acontecer. É um
desrespeito. Portanto, essa desorganização afasta, e muito, o público dos
shows. E com certeza cabe às bandas também fazerem o seu papel, dando o sangue
em cima do palco, mostrando porque estão ali e fazendo valer o ingresso de quem
foi ao show para prestigiá-los.
De volta ao Front
Pegando uma carona no nome do CD
da instituição Golpe de Estado, o Hellish War estará se apresentando no dia 14/12 em
Sorocaba (cartaz acima), no Asteroid, promovendo a estréia de Bil Martins após sua oficialização na banda.
Agora é olhar para frente e
pensar que todos esses perrengues só serviram para uma coisa: mostrar como o
nome Hellish War é forte, presente e importante para a cena underground nacional.
Keep it Hellish!
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