24 de janeiro de 2013

COMMAND6: "AS LETRAS DESSE DISCO SÃO UMA CRÍTICA AO COMPORTAMENTO HUMANO INDIVIDUAL E SOCIAL"


Por João Messias Jr.

Raiva, atitude, peso com um frescor de novidade!

Command6
Divulgação
Essa é a definição que se tem ao escutar o segundo trabalho do hoje quarteto paulista Command6. Atualmente formado por Wash (voz), Bruno Luis (guitarra), Johnny Hass (baixo) e Bugas (bateria) expressa letras com dizeres sinceros.

Junto às letras conscientes temos um som que caminha por várias vertentes do metal que não caem na previsibilidade e que tem como recheio camadas de vozes que deixam às canções especiais, como o caso de Sunshine, que pode ser considerada uma das músicas mais inusitadas de 2012.

Nesta entrevista com a banda, eles nos contaram do trabalho, shows e muito mais!

NEW HORIZONS ZINE: Ano passado vocês lançaram o segundo álbum, chamado “Black Flag”. O que estão achando da divulgação do trabalho?
Bugas: A galera tem recebido muito bem o disco, tem rolado diversas oportunidades de entrevistas e etc. Enfim, estamos fazendo o possível para fazer a divulgação do disco chegar o mais longe possível.

Johnny Hass: Recebemos muitas mensagens de pessoas de fora de São Paulo e fora do Brasil, porém 2013 vai ser o ano para consagrar o “Black Flag”.

NHZ: Antes de falar das músicas em si, vale a pena citar a arte da capa, pois ela mostra a bandeira do Brasil envolta de manchas pretas. Como surgiu esse conceito e isso tem a ver com o lado político do país?

Wash: Em primeiro lugar, gostamos de deixar bem claro que não se trata de um disco conceitual apesar das letras terem uma certa conexão. O lance é que as letras desse disco são uma crítica ao comportamento humano individual e social. E nesse caso nada melhor que assumirmos esse desvio de conduta também, e como brasileiros, colocarmos a bandeira do nosso país manchada de preto simbolizando essa atitude negativa.                                  
Capa do álbum Black Flag
Divulgação
NHZ: Musicalmente vocês apostam na fusão de várias vertentes do rock e metal, tendo como base o instrumental pesado e trabalhado, acompanhado de uma rifferama thrash.

Como é juntar diversos estilos e linhas musicais para fazer o som do Command6?

Bugas: Para nós é muito natural. Cada um curte um estilo de som e na hora que as ideias se juntam, sai um disco estilo Black Flag (risos).

Bruno Luis: É uma mistura de todos os estilos de música que já ouvimos. Nós nunca conseguimos saber como cada música soará até o final do processo de composição e isto com certeza define o estilo do Command6.

NHZ: No meio de todo o peso, vocês se preocupam com as linhas vocais e backing vocals, onde criaram linhas interessantes como em Ace in the Hole. Qual a importância dessas camadas de vozes?

Bruno: Existem lugares onde podemos explorar mais linhas de vozes e timbres diferentes e muitas ideias do Black Flag surgiram durante as gravações. Essa experiência é sempre refrescante.

Wash: É importante porque acima de tudo fazemos música e queremos atingir o maior número de pessoas possível tocando no nosso estilo.

Outro fator é que queremos e gostamos de expandir nossos limites como instrumentistas e compositores. Assim, tudo que nos parece bom, nós colocamos na nossa música.

NHZ: Outro exemplo é a faixa Sunshine, que pode ser considerada a faixa mais diferente que fizeram, pois ela lembra muito o período do grunge e principalmente o Audioslave. O que acham dos estilos que citei?


Bruno: A Sunshine é uma música voltada para a melodia, e nós tivemos muito cuidado com as harmonias de voz. Com certeza, um dos melhores refrões do álbum.

Wash: É curioso você dizer isso porque eu sempre senti que essa música tem uma pegada de metal tradicional (risos). Além disso, durante as sessões de gravação dos vocais, nosso produtor, Adair Daufembach, me pediu pra usar o David Coverdale (Whitesnake) como referência para cantar.

Mas pode ter certeza que temos influência de grunge e o Audioslave tem uma obra excelente. Mas acho que a música do Black Flag que se aproxima mais deste estilo é a So Cold.


Command6
Divulgação
NHZ: Ainda falando dessa música, vocês pensaram na possibilidade dela NÃO ser incluída no álbum?

Bugas: Que eu me lembre não. Alias, algumas músicas foram limadas desse disco, mas não a Sunshine.

Bruno: Pelo fato desta música ter um estilo tão peculiar, acreditamos que ela seria fundamental para a dinâmica no “Black Flag”.


NHZ: Vocês surpreenderam até na escolha do cover, pois fizeram uma versão para Maior Abandonado (Barão Vermelho), que inclusive contou com a participação do vocalista do Kiara Rocks, Cadu Pelegrini. Como foi o processo da escolha da canção e do convidado?

Bruno: O Kiara Rocks é uma grande banda de hard rock cantado em português e achamos que seria interessante essa mistura de estilos.

Johnny: Nós sempre vimos que as bandas faziam versões de bandas gringas e já consagradas, como queremos inovar até mesmo no cover, decidimos escolher um som que deixa todos os nossos rótulos no chão e fazer um cover do Barão Vermelho que é uma banda que todos nós admiramos e escutamos desde pequenos, e para a escolha do Cadu, acabou acontecendo naturalmente, conhecemos ele e vimos que ele mandava muito bem, e certamente foi a escolha perfeita, pois quando ele foi gravar, parecia que ele nasceu para cantar ela, foi muito legal e muito proveitoso para a banda.


NHZ: Infelizmente nem tudo são flores para a banda, recentemente o guitarrista Attílio Negri deixou o grupo. Como vocês encaram esse processo de trocas de formação e se já tem algum substituto em vista.

Bugas: Troca de formação é sempre trabalhoso. É triste, mas temos que encarar a realidade. Temos muito trabalho a fazer e já estamos resolvendo essa questão. Em breve anunciaremos quem irá se juntar ao time! Bola pra frente...

Bruno: A ideia de mudar a formação nunca foi bem vinda no Command6, mas nós não podemos permitir que alguém não esteja feliz neste grupo. Sem confiança e sinceridade, não acontece nada.


Command6 no Live Metal Fest
João Messias Jr.
NHZ: Vou citar alguns vocalistas e queria a opinião de vocês à eles: John Bush (Armored Saint, ex-Anthrax), Vitor Rodrigues (Voodoopriest, ex-Torture Squad) e Tom Araya (Slayer).

Wash: John Bush canta demais e deveria ser mais ouvido e respeitado. Na boa, costumo ouvir muita gente se referindo a vocalistas, bem meia boca, como mestres e tal, mas na verdade não serviriam nem para levar água para o John Bush no palco (risos).


Vitor Rodrigues é uma lenda e um baita talento, e não posso deixar de dizer que tive a oportunidade  de conhecê-lo pessoalmente e saber que ele é um cara muito gente fina. É daquele tipo de pessoa que é saudável estar perto Quanto ao Chileno... escute a música Black Flag com atenção e você vai saber o que penso dele (risos)!


NHZ: Para encerrar, recentemente vocês participaram da primeira edição do LIVE METAL FEST, que também contou com as bandas Trayce, Screams of Hate, Against Tolerance e Kyhary. Qual a importância desses festivais para as bandas independentes de metal nacional?

Bruno: Fantástico! O Live Metal Fest veio para revolucionar a cena de metal nacional e com tantas bandas de qualidade em dias como hoje, chega a ser um absurdo algo como isto ter demorado tanto para acontecer!


Johnny: Com certeza precisamos de mais festivais como esse, sei que todos que estavam lá gostaram, pois em um domingo chuvoso, dia de Formula 1 em São Paulo e com o ENADE, o festival estava cheio!  A galera como sempre representou demais.

Mais pessoas deveriam abrir os olhos e ver que a cena do metal aqui no Brasil é forte, e que se tivesse um pouco mais de dedicação e investimento por parte das casas de show e dos organizadores renderia muito dinheiro para eles.


Command6 no Live Metal Fest
João Messias Jr.
NHZ: Obrigado pela entrevista! Deixem uma mensagem aos leitores desta publicação.

Bugas: Em 2013 teremos muitas novidades! Fiquem ligados...

Bruno: Apóiem as bandas nacionais! Vamos mudar esta cena para melhor! E de uma vez por todas!

Wash: 2013 é o ano do Command6. Sei disso porque vamos trabalhar muito para levar nossa música para todos os lugares. Acompanhem a banda e me corrijam se eu estiver errado (risos). Saúde e abraços a todos!

Johnny: É isso ai galera como deu para perceber 2013 vai ser um ano cheio de novidades e vamos trazer para vocês muitas novidades, aguardem que vem uma porrada de shows e conteúdo do Command6. Abraços!

2 comentários:

Anônimo disse...

Melhor album do Metal Nacional, parabéns banda

Fabio Guedes disse...

Desculpe não é anonimo não Melhor album do metal Nacional

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