23 de fevereiro de 2013

CARNIÇA E LEVIAETHAN: ORGULHOS DOS PAMPAS

Grupos gaúchos apresentam trabalhos que podem ser considerados clássicos do thrash metal

Por João Messias Jr.

Nations of Few
Divulgação
Assim como as bandas paulistas, cariocas, nordestinas, os grupos do Rio Grande do Sul possuem peculiaridades em sua música, que as tornam únicas e inconfundíveis, independente do estilo apresentado. No caso do thrash, o qual vou falar um pouco hoje, a rispidez é a mais marcante e escolhi dois trabalhos para comentar, sendo um lançamento e um relançamento: Nations of Few, do Carniça e Smile, do Leviaethan.

Nations of Few do Carniça  apresenta algo curioso e interessante: apesar de manter uma conexão com o álbum anterior "Temples Fall..." mostra aos nossos ouvidos e pescoços como é possível ter novidades sem usar modismos e tendências. 
Outro aspecto que chama a atenção são os vocais de Mauriano Lustosa (também responsável pelo baixo), pois são agressivos e crus, lembrando mestres do estilo como Tom Angelripper (Sodom), Peter Steele (quando fazia parte do Carnívore) e Nuno Hellknight (ex-Zoltar). As músicas mais legais do trabalho são a faixa-título, "Diablo Politician", com alguns trechos em português bem sacados, a versão inspirada para "I Wanna Be Somebody" (WASP), "Prayers Before the Death",que conta com a participação de Claudio David, (Overdose) e o interlúdio "Nowhere", que farão os fãs de Alex Skolnick (Testament) delirarem.

A capa também é muito interessante, pois passa a imagem  das "ações" que os governantes dos quatro cantos do planeta planejam para a nação!

Smile
Divulgação
Lançado em 1990, Smile é o primeiro álbum "full" do quarteto gaúcho Leviaethan, que desta época tem na ativa apenas Flávio Soares (baixo e vocal), fazia uma thrashera que era áspera e crua, mas com um bom trabalho instrumental, que aliados ao vocal ardido de Flávio (que dá um ar mais hardcore/crossover) concebeu ótimas canções como "The Last Supper", "AIDS", "Pilgrimage to Insanity", a trabalhada "Spanish Blood" e a vinheta "Pimponetta", essa uma tradicional canção infantil convertida para clássico do metal.

Recentemente, tive a felicidade de assistir os caras ao vivo, e o material novo apresentado não foge de sua proposta musical, está apenas mais refinado e melhor executado, ou seja, melhor!

Não existe resenha deste disco se não falar nada da capa, pois essa arte é uma das mais inspiradas de todos  os tempos, com esse "traquina" apontando uma arma com o singela inscrição "Smile", cuja tradução diz sorria, foi bem sacada!

Para você não parou no tempo e pensa que a única banda thrash que o Brasil produziu foi o Sepultura, procure conhecer esses dois trabalhos, que merecem ser apreciados ao lado de um bom churrasco ou até um chimarrão!

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