“Edição realizada em abril, no Parque
da Juventude contou com as bandas Sallen, Os Búlticos, Nervos, Rygel e The Best
Maiden”
Por
João Messias Jr.
Confesso
que essa edição do Rock in Rua, realizada no último domingo de abril (28), teve
um sabor de reencontro. Não com as bandas em si, mas com o lugar das
apresentações: o Parque da Juventude. Localizado próximo ao Estádio Bruno
Daniel, foi o palco que fez a formação musical de muitos então adolescentes nos
anos 90, seja com o nome Rock in Rua ou Rota do Rock. Esses espetáculos
contaram com apresentações de grupos do underground (Necromancia, Seven7h Seal,
Nitrominds) e mainstream (Marcelo Nova, Sepultura e Barão Vermelho).
Passada
mais de uma década, eu retornei ao local onde conheci muitos dos meus heróis da
minha fase de mudar o mundo. Foi emocionante voltar lá depois de “velho” e
deparar com muitos adolescentes fazendo a mesma coisa: esperando por muito
rock. O mais engraçado é que eu não estava como fã, mas trabalhando neste
evento que consolidou a minha formação musical...
...
Mas, vamos deixar de conversa e nostalgia e vamos para as apresentações:
Musa do festival e o resgate dos primórdios do estilo
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Fernando Fox - Nervos Foto: Gil Oliveira |
Às
13h15 e sob as bênçãos do Dr. Rock a banda Sallen
começou sua apresentação. Com músicos experientes, o quinteto presenteou o
público com versões de blues, hard e heavy metal. Os destaques foram as
versões para Rainbow in the Dark (Dio), Man In the Box (Alice In Chains) e
Livin’ On a Prayer (Bon Jovi). Só que
as melhores canções executadas foram Don’t Tell Me (Van Halen), Anytime Anywhere
(Gotthard) e a sensualidade da vocalista Simone, que arrancou suspiros do
público. Uma boa abertura que mostrou se o quinteto investir em canções
próprias de hard, pode se dar muito bem.
Após
um intervalo para ajustes técnicos, às 14h25 começou a apresentação do quarteto
Os Búlticos. Formado atualmente por Johnny Garcia (voz e guitarra), Marcos
Eduardo (guitarra), Painho Brown (baixo) e Diego Costa (bateria) , fizeram uma
apresentação marcada pela irreverência e a crueza, características dos
primórdios do estilo. Uma atração que agradou aos presentes, cujos destaques
foram O Verdadeiro Rock and Roll Nunca Morre (faixa título do álbum da banda),
Você Não Serve Pra Mim, O Segredo do Casamento Perfeito e as versões para
clássicos dos Rolling Stones (Honky Tonky Woman) e My Generation (The Who), que
encerrou o show.
O Rock Nacional Vive
Sim,
essa frase serve para os que ainda pensam que o estilo está restrito aos
LPs da
Legião Urbana, Plebe Rude e Raul Seixas. A banda Nervos, não se resume a fazer
um recorte fiel do que foi produzido nos anos 80, também investe em letras que
embora trate de assuntos cotidianos, possuem um ar “erudito”, onde o que
poderia ser banal se torna agradável. Como a letra de A Chama de Eros, que
retrata situações da adolescência, que TODOS nós já vivemos.
Outros
destaques foram Al Capone (onde o vocalista Fernando Fox explicou aos presentes
que se não fosse Raul, a banda não existiria), Eu Sou Uma Bagunça, a polêmica O
Céu para Você, O Inferno pra Mim (dedicada aos pastores televangelistas), O Que
Me Falta é Paciência e o encerramento com Eu Não Matei Joana D’ark (Camisa de
Vênus).
A Hora do Metal
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Jon Levischi - Rygel Foto: Gil Oliveira |
Após
apresentações que ficaram entre o hard e o rock and roll chegava a hora do
metal. Coube ao quinteto santista Rygel, que às 16h50 colocou as cabeleiras
para balançar. Com um som compacto, que varia do prog metal ao death/thrash, chamou
a atenção pelas guitarras bem timbradas de Wanderson Barreto e Vinnie Savastano,
o baixo de Ricardo Reis e o vocal rouco de Daniel Felipe (também Lothloryen),
na escola Grave Digger, Dragonheart e Blind Guardian. Atualmente, a banda
promove o álbum Imminent (2012) e dele a banda mandou as pesadíssimas End of
Days, Just One e Damnation, que esbanjaram técnica e mostrou que o novo
baterista Jon Levischi vai elevar ainda mais o trabalho da banda.
A
banda ainda mandou sons do debut “Realities” e versões poderosas para Sad But
True (Metallica), Violent Revolution (Kreator) e A New Level (Pantera), que
encerrou a apresentação do quinteto e deixou o público satisfeito. Grande show, que mostrou que não é à toa o burburinho que o quinteto vem
causando na Europa, onde gozam de boa popularidade.
Um tributo aos fãs
Às
18h05, coube ao The Best Maiden encerrar
a edição o festival. Como o próprio nome diz, se trata de um tributo as canções
da Donzela de Ferro. O sexteto, formado por Lennon “Harris” Biscasse (baixo),
Lely “Murray” Biscasse (guitarra), Ricardo “Smith” Cordeiro (guitarra), Raphael
“Gers” Gazal (guitarra), Luis “Dickinson” Wasques (voz) e Guto “Burr”
Franceschet (bateria), fez uma apresentação perfeita, marcada pela precisão,
melodia e talento dos músicos. Quando se fala de um tributo, não espere apenas
por caras que “mandam bem” nos clássicos, pois uma apresentação desse calibre
temos a fidelidade nos figurinos, guitarras e baixo modelos “Strato”, as
“corridinhas do trio de guitarras, o vocalista erguendo a bandeira inglesa em The Trooper. Outro
destaque foi a aparição de Eddie em The Number of the Beast, além de clássico atrás de clássico, em que o
público foi premiado com hinos do estilo como Aces High, The Trooper, Waysted
Years, The Clansman, Fear of the Dark, Run to the Hills e Running Free, que
encerrou de forma nostálgica mais uma edição do Rock in Rua, que mostrou mais
uma vez que o estilo não tem idade e possui os fãs mais devotos do mundo, que
estiveram em excelente número desde o início do festival.
Enfim,
depois de assistir grandes apresentações, só restou aos presentes contar os
dias para a próxima edição. E lembrem-se, quando vier alguém dizer na sua
orelha que show de rock é tudo igual, muitos barulhos e gritos, responda em
alto e bom tom: MENTIRA!
4 comentários:
Foi muito bom mesmo.
e a matéria descreveu exatamente o que vivemos nesse dia.
Banda Nervos foi incrível! Com certeza uma das melhores bandas do rock nacional! Fizeram um showzao!!!
Os Búlticos agradecem pelos comentários e elogios, VALEU!!!!
Joãozito,
Vc é o cara!!!
Obrigado pela consideração com a Nervos.
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