Woslom
e Divide partem em tour conjunta, que terá dezesseis shows em dezesseis dias
Por João Messias Jr.
Fotos: Edu Lawless
Cartaz do Evento Divulgação |
Não é novidade pra ninguém que salvo um
número pequeno de bandas, a situação não é fácil para a música autoral no
Brasil. Alguns detalhes latentes dessa dura realidade são a baixa venda de CDs,
a falta de interesse do público nos shows, falta de profissionalismo das bandas
e o “medo” (ou preguiça?) em se conhecer novas e promissoras bandas.
O que fazer? Aceitar a situação ou buscar
soluções para reverter o quadro? Seria cômodo demais concordar com essa
realidade. Mas felizmente temos pessoas que pensam de forma contrária. Numa
iniciativa que começa a pegar gosto aqui (junto com apoiadores), as bandas Woslom
e a alemã Divide partem para uma tour conjunta, que abrangerá 16 shows em 16
dias, cujo pontapé inicial rolou em São Paulo, no Espaço Som.
Divide Edu Lawless |
Com um bom público na casa, o Divide deu
início a sua apresentação às 21h10. Daniel
Stelling (vocal e guitarra), Nils Köhnken (baixo) e Mortiz Paulsen (bateria),
fazem um híbrido de death e thrash metal, que tem como pontos altos o
instrumental intrincado e muita variação. Uma pena que durante boa parte do
show alguns problemas na guitarra e voz não permitiu que ouvíssemos com total
clareza o som dos caras. Alguns exemplos ficaram por conta da excelente The Abyssal Malice e Phalanx. Embora os
pontos altos do set foram Mortification
of the Flesh e o bem vindo cover para Evil
Dead (Death). Versão que contou com a participação do guitarrista do
Woslom, Rafael Iak.
Messiah of the Mutilation deu números finais ao show do trio, que contou com uma boa
aceitação do público presente.
Woslom Edu Lawless |
Após um curto
intervalo para ajustes dos equipamentos, às 22h20, o Woslom mostrou aos
presentes o que sempre esperamos deles: uma apresentação explosiva e com
entusiasmo. Silvano Aguilera (vocal e guitarra), Rafael Iak (guitarra), André
Mellado (baixo) e Fernando Oster (bateria) começaram com uma trinca do mais recente trabalho, A Near
Life Experience, de 2016: Underworld of
Aggression, a faixa títilo e Unleash
Your Violence, que foram retribuídas com muita satisfação pelos presentes,
que retribuíam com muito banging, mesmo
com alguns problemas na voz de Silvano.
A seguinte, teve
um gostinho especial, o cover de
Thrasher’s Retturn (Bywar). Para executarem a música, Silvano chamou o
vocalista do saudoso grupo, Adriano Perfetto (Deathgeist, Timor Trail e fizeram
assim mais um ponto alto da apresentação, mesmo com algumas falhas no microfone
do cantor.
Uma volta aos
tempos do primeiro álbum, Time to Rise foi
feita com Beyond Inferno, que teve em
sequencia Purgatory, Pray to Kill e o
encerramento com Time to Rise.
Comprovando a boa fase dos paulistas, são hoje uma das bandas mais “quentes” do
país no quesito apresentações ao vivo.
O pontapé da
tour foi dado com o pé direito, o que transmite uma visão positiva de como será
o giro, que abrangerá as regiões Sul e Sudeste do país.
Esperamos que
não fiquemos apenas com essa tour. Que bandas, bookings e investidores acreditem
nesse modelo de negócio e que os fãs voltem a prestigiar os shows. Fazendo que
dessa forma, mude o panorama da cena metal nacional, que assim como muitos
times de futebol, vivem de alguns lampejos, mas que em maioria deixa a desejar.
Um comentário:
Excelente resenha João, meus parabéns!!!!
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