6 de junho de 2013

LIVE METAL FEST: "TEMOS QUE BUSCAR ALTERNATIVAS PARA VIRAR ESSE JOGO"


Não é novidade para ninguém que com o excesso de shows internacionais os grupos nacionais acabaram de certa forma "pagando o pato". Se por um lado os gringos acabaram descobrindo um novo eldorado para seguirem suas carreiras com shows, bandas nacionais de qualidade acabam tocando para poucos presentes que preferem prestigiar os estrangeiros.

Ainda não existe uma fórmula para que essa situação se reverta, mas alguns caminhos foram apontados. Um deles são grupos que possuem certa afinidade, juntarem forças e montar eventos próprios, como o Live Metal Fest.

O festival, que realiza sua terceira edição neste sábado (8), conquistou um bom público nas edições anteriores e tem tudo para se consolidar como uma alternativa para os bangers.
Um dos idealizadores do evento, Clayton Bartalo (também vocalista da banda Screams of Hate), nos contou da ideia do LIVE METAL FEST e da cena nacional.

Confiram!

Por João Messias Jr.

Cartaz LMF I
Divulgação
NEW HORIZONS ZINE: Clayton, primeiramente conte-nos como surgiu a 
ideia de montar um festival com bandas nacionais.

Clayton Bartalo: Junto com o Ale Bovo (guitarrista do Screams Of Hate) tínhamos a ideia de voltar os festivais que a banda organizava no passado, mas de forma diferente. Usei os contatos que tinha e após um bate papo longo com o Bruno Luiz (Command6), resolvi organizar o primeiro LMF, onde o principal foco era a União das bandas para estruturarmos o evento. Todos entenderam a ideia e abraçaram o projeto.

NHZ: Além das bandas, o festival contou com apresentadores em cada uma das edições. A primeira com Vitor Rodrigues (Voodoopriest) e  a mais recente com o pessoal da Máquina Sonora. Qual o motivo de contar com esse tipo de atração?
Clayton: Nessa parte iremos sempre diversificar a cara do evento, trazendo novos apoiadores para deixa-lo cada vez mais temático e atraente ao publico. A interação será constante entre publico, banda e apoiadores.

NHZ: Desde a sua criação, foram concebidas duas edições, uma em novembro e outra em março. O que achou dos resultados? Quais as lições aprendidas?
Clayton: O resultado foi acima do esperado. Muitas bandas da cena entraram com a Alma no projeto e com isso conseguimos bons apoiadores para realizarmos o LMF. O publico correspondeu nos dois eventos que foram realizados em datas bem complicadas. Aprendi que a cena está unida e que devemos nos unir para conquistarmos nosso merecido lugar. O Metal Underground no Brasil está vivendo uma nova fase e queremos aproveitar esse momento. Vamos reduzir o tempo de realização do Festival (bimestral) e com outros eventos paralelos para apoiarmos a cena. Não virei produtor ou ganho dinheiro com o LMF, muito pelo contrário..., foco no trabalho da minha banda e tento incluir pessoas e bandas que pensam no mesmo sentido.

NHZ: Um dos intuitos do festival é apresentar ao público grupos emergentes da cena. Já figuraram no evento bandas como Trayce, Command6, Hammathaz, Holiness, Forka, entre outras. Quais os critérios usados para a escolha do cast?
Clayton: Acima de tudo entender os critérios básicos de participação do evento pois é tudo organizado pelas próprias bandas. Dividimos realmente tudo, desde equipo até os lucros ou prejuízos, esse é o diferencial. Tudo muito transparente e direto. Não temos patrocinadores e nem investidores no momento, acredito que será nosso segundo passo para termos cada vez mais qualidade e desenvolvimento do LMF para a cena.

Cartaz LMF II
Divulgação
NHZ: Todas as edições foram realizadas no Inferno Club, na Augusta Há planos para levar o festival para outros lugares ou mesmo regiões?
Clayton: SIM! Não imaginávamos ter tantas bandas de qualidade e de diferentes estilos interessadas em participar do evento, por isso motivamos a bandas de outros locais a organizarem seu próprio LMF. Adquirimos um bom Know-How e estaremos sempre a disposição para fazer acontecer. No segundo semestre teremos 03 já fechados e mais alguns lugares que estamos negociando para levarmos o LMF fora de Sampa.

NHZ: A próxima edição acontece no dia 8/6, com um cast poderoso, talvez o mais forte do LMF, que contará com as bandas Trayce, Command6, Against Tolerance, Ancesttral, Spallah e Kamala. Além de trazer grupos diferentes, o que o festival trará como diferencial em relação as anteriores?
Clayton: A forma de interatividade do LMF será mantida, temos inúmeras surpresas que somarão e muito ao evento. Novidades somente no dia e tenho certeza que surpreenderá a todos.

NHZ: Em todas as edições as bandas Trayce e Command6 estiveram presentes. Essas bandas sempre farão parte do evento?
Clayton: Para fortalecer o LMF precisava de bandas para disseminar o evento, que sejam a base do LMF e consegui isso com esses irmãos. Uma honra para mim e para o Screams Of Hate tê-los nessa batalha. LMF sem um dos 03 não será LMF...(risos).

NHZ: Você também é vocalista da banda Screams of Hate, que participou das duas edições anteriores, mas não vai participar agora. O que o motivou a não colocar o grupo no evento?
Clayton: Estamos em uma fase complicada de elaboração do novo CD, precisávamos de 02 meses para dar foco a isso. Pretendemos fazer alguns rodízios para apoiarmos outras bandas a participarem. O LMF “Psycho Circus” será bem bacana pois contará com bandas de diversas vertentes do Rock & Metal e estaremos tocando novamente!

NHZ: Agora vamos falar de algo triste para quem batalha pela cena. Muitos eventos ficam vazios ou com pouco público, em que muitos dizem que vão nas redes sociais, mas preferem pagar fortunas para ver grupos consagrados e não tem 15 ou 20 reais para assistir um show nacional com bandas de qualidade. O que pensa desta postura e acha que essa visão pode mudar no futuro?
Clayton: Esse assunto é manjado por todos e não adianta ficar lamentando... temos que  buscar alternativas para virarmos esse jogo. O nosso publico de metal tem que ter a consciência que dependemos deles para realizarmos um novo disco com qualidade, um show fudido, um evento acima da média, reconhecimento, etc. Vejo as bandas se preocuparem com a excelência em sua arte, Excelentes gravações e produtores incluindo a parte visual (designer, clipes, etc.) e somente com união de todos para revertermos esse quadro. Chega de botar culpa em banda cover, vamos fazer nossa parte direito, sem melindres!

Cartaz LMF III
Divulgação
NHZ: Para encerrar, quais bandas que você sonha que participem do festival?
Clayton: A Lista é grande hein..., vou resumir em:
Nacionais: Korzus, Overdose (volta!), Krisiun, Ratos de Porão, Dorsal Atlantica.
Gringas: Soulfly (CC), Kreator, Fear Factory, Napalm Death, Cannibal Corpse.

NHZ: Muito obrigado pela entrevista! Deixe uma mensagem para os leitores desta publicação.
Clayton: Mais uma vez agradeço ao apoio do NHZ e do João Messias, que desde o início acreditou no trampo do Screams of Hate do do Live Metal Fest, aos nossos apoiadores e bandas parceiras que acreditam e muito no projeto. Vamos pra cima!

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