Quem teve a oportunidade de acompanhar os shows de promoção de Imminent,
segundo álbum do Rygel, percebeu que a banda rumava para caminhos mais pesados.
Com a saída do vocalista Daniel Felipe (Lothlöryen), foi natural a banda seguir
os instintos e fazer um trabalho mais visceral. Com o guitarrista Wanderson
Barreto assumindo os vocais, a banda lançou Revolution, que confirma essa
tendência sem romper os laços com o passado.
Em entrevista com o próprio Wanderson, o músico nos conta dos
preparativos para assumir essa nova função, shows, a receptividade do novo
trabalho e muito mais!
Por João Messias Jr.
Imminent Divulgação |
NEW HORIZONS ZINE: Imminent, segundo álbum do grupo já apontava caminhos
mais pesados. Caminho que ficou aberto com a saída do vocalista Daniel Felipe.
Em seu lugar, o guitarrista Wanderson Barreto ficou com o posto. Como foi essa
transição?
Wanderson Barreto: Com
relação ao som, já nas composições do Imminent, o Rygel já queria algo mais
pesado, mas acabamos indo devagar devido a formação que estava na época. Porem
em Revolution, aconteceu com extrema
naturalidade.
Com relação à saída do Daniel, o Rygel chegou a fazer teste com alguns
vocalistas, mas tanto a banda quanto amigos e assessoria de imprensa achavam
que eu tinha que assumir os vocais. Fiquei assustado com a idéia mas topei
fazer o teste e acabou rolando. Logo depois de assumir os vocais, fui procurar
ajuda profissional para me auxiliar nessa transição e acabei indo parar nas
mãos do meu amigo Nando Fernandes que dispensa apresentações. Hoje eu estou
muito feliz pela força que meus companheiros de banda deram nessa transição e
bastante feliz com o resultado.
NHZ: Ainda falando nos vocais, como foi sua
preparação para encarar essa nova função no grupo?
Wanderson Barreto: Para substituir um grande vocalista que é o
Daniel Felipe (atual Lothlöryen), eu tinha que me preparar bem para tal tarefa
e perguntando para as pessoas do meio quem era a melhor pessoa para me preparar
para essa função, a resposta foi uma só: Nando Fernandes. Ele foi maravilhoso!
Ajudou-me demais em tudo e até hoje é meu professor de canto e um grande
amigo.
Rygel Divulgação |
NHZ: Revolution apresenta uma banda mais
pesada, porém sem abrir mão da pegada do grupo e essa mistura gera canções
fortes como Save Me e The Story Begins. Queria que comentassem sobre a criação
dessas músicas e se ficaram satisfeitos com o resultado.
Wanderson Barreto: Essas duas músicas são literalmente o
retrato do Rygel hoje. Adoramos essas músicas, sempre tocamos ao vivo pois elas
passam a energia e a mensagem que a banda quer passar, fora os refrões
grudentos que gostamos muito. Essas duas músicas vieram de experiências da
minha vida. A The Story Begins foi a primeira música composta do disco, enquanto
Save Me foi a penúltima (aos 40 minutos
do segundo tempo). Quando estávamos terminando o disco foi natural a escolha da
Story para single e lyric vídeo. Estamos muito felizes com o resultado do disco
e a receptividade do publico nos shows.
NHZ: Outra música que gostaria que
comentassem é Damage Done, que apresenta uma bela interpretação vocal.
Wanderson Barreto: Essa música foi uma das mais difíceis de
gravar os vocais justamente por isso. Se perceber, ela tem várias dinâmicas de vozes
diferentes e foi um mega desafio acertar tudo. Ela foi tão complicada que eu
gravei num dia, fui pra casa ouvir, fiquei puto com o resultado, chamei o Nando
pra me ajudar e ele me passou exercícios específicos para cantar daquele jeito
que eu não estava acostumado. Somente uma semana depois de praticar tudo foi
que rolou bem a gravação!! Fiquei muito feliz em descobrir que conseguia fazer
aquilo (risos).
Rygel Divulgação |
NHZ: O álbum também marca a estreia em
estúdio do guitarrista Vinnie Savastanno e do baterista Pedro Colangelo. Qual a
contribuição dos músicos para Revolution?
Wanderson Barreto: O Vinnie é um excelente compositor e me
ajudou demais nas composições. Quase metade do disco tem composições dele e o
Pedro, por ser um batera de progressivo e Hard Rock mas que queria vir para o
metal, entrou com o bom gosto e criatividade na batera. Se prestar atenção nas
levadas de batera o disco está cheio de levadas que não são muito usuais em
Metal mas que são fruto da mistura de ideias da banda e pessoal do Pedro.
NHZ: Vocês foram na contramão de bandas do
estilo no quesito produção. Para isso contaram com Tiago Hóspede (Worst,
ex-Dead Fish). Por que escolheram esse profissional?
Wanderson Barreto: Quando estávamos terminando as composições do
disco, ainda não tínhamos escolhido quem iria produzir junto comigo mas na
minha cabeça eu queria algo mais moderno e mais “americanizado” para o som e o
hardcore de hoje em dia tem essa pegada moderna no quesito áudio. Encontramos o
Fernando Schaefer na Expomusic e ele me apresentou o Tiago. Foi simpatia e
sinergia de idéias logo de cara. Fui ao estúdio dele na semana seguinte e ele
topou o desafio. Temos gostos muito parecidos e ele entendeu exatamente o que
eu queria para o disco. Foi maravilhoso todo o processo de gravação sendo um
baita aprendizado pra nós e pra ele também.
NHZ: Outro diferencial ficou por conta do
trabalho gráfico, que tem um aspecto diferente, fugindo da pegada mais certinha
e redonda dos trampos atuais. Quem veio com essa ideia para o lay out do CD?
Wanderson Barreto: A arte do disco é mérito total do Vinnie
Savastanno, que teve o conceito baseado no que a banda queria mas foi ele quem
desenvolveu tudo e a banda só foi aprovando. Ele, além de um excelente músico,
é um designer extremamente competente e de bom gosto. O mérito dessa arte
maravilhosa é total dele.
NHZ: Com tantas novidades, como está a
repercussão do “novo Rygel” em relação a público e imprensa?
Wanderson Barreto: A melhor possível! Para ser honesto, até
superou nossas expectativas porque toda mudança de integrantes, principalmente
vocalista, vem sempre acompanhado de críticas mais pesadas e comparações, mas
isso acabou não acontecendo. Temos ainda um plano em andamento e para 2016
teremos muitas novidades. O primeiro clipe sairá no inicio de 2016 e alguns
meses depois sairá mais um. Estamos recebendo muitas entrevistas, muitos pedidos
de merchandising e estamos muito felizes com o resultado.
Rygel Divulgação |
NHZ: Agora vamos falar um pouco sobre shows.
Vi que se apresentaram com o Cavalera Conspiracy em Santos. O que acharam do
evento e o que o mesmo agregou ao grupo?
Wanderson Barreto: Foi a nossa pré-estreia do disco! Tocar com
o Max foi demais! Coração batendo muito forte, pois ele foi um dos caras que inspirou
uma geração inteira de Headbangers e nos incluímos nela. Foi uma experiência
fantástica que nos fez começar com o pé direito o retorno do novo Rygel.
NHZ: Há planos para outras apresentações ou
mesmo uma turnê?
Wanderson Barreto: Estamos fechando vários shows pelo interior
de São Paulo e capital para 2016. Temos alguns fechados e estamos vendo as
possibilidades de fazer alguns shows no Nordeste e Europa.
NHZ: Depois de tantos anos de ralação,
batalhas, mudanças de formação, qual a motivação de continuarem na estrada
produzindo músicas e lançando discos?
Wanderson Barreto: A motivação é simples: Amor e Força! Eu
seria um ser humano menos feliz sem banda e o Rygel é como se fosse uma família
pra mim. Não me vejo fora da ativa, e cada vez mais eu me coloco uma meta,
buscando sempre supera-la! Os integrantes do Rygel tem o mesmo sentimento sobre
isso, tanto é verdade que já está certo de nós no final do ano de 2016
entrarmos em estúdio para gravar o novo disco, que já começamos a compor. Estamos trabalhando
muito felizes com a banda e assim o resultado vem naturalmente.
NHZ: Obrigado pela entrevista. O espaço é de
vocês.
Wanderson Barreto: Gostaria de agradecer a oportunidade da
entrevista, agradecer as pessoas que nos apoiam e quem apoia a cena metal brasileira,
agradecer quem me apoiou quando o Rygel passou por momentos difíceis e hoje
estamos aqui... de pé mais firme do que nunca.
Pra quem quiser saber mais sobre a gente, acesse nosso site!
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Aguardem mais novidades para 2016! Valeu!
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