6 de janeiro de 2016

O PONTO ALTO DA CARREIRA

Locked Forever, novo trabalho de estúdio dos gaúchos aposta em músicas agressivas, cadenciadas e conteúdo denso e polêmico

Por João Messias Jr.

Locked Forever
Divulgação
Já são vinte e cinco anos de estrada, vários álbuns lançados e uma infinidade de apresentações pelo país e a cada trabalho, os gaúchos do Distraught vem fazendo que sua música se torne cada vez mais especial.

Em seu novo trampo de estúdio, Locked Forever, a preocupação com esse aspecto não foi diferente. Porém, o que André Meyer (voz), Ricardo Silveira (guitarra), Everton Acosta (guitarra), Nelson Casagrande (baixo) e Maurício Weimar (bateria, ex The Ordher, Nephast) fizeram aquele algo a mais que fará com que o trabalho tenha tudo para sobreviver no teste do tempo.

Agregando elemento que vão desde o prog, metal tradicional e até do death metal melódico, Locked Forever começa bem com Between the Walls of Colonia, que é densa e em seu decorrer ganha passagens mais intensas e solos virtuosos. A rifferama se faz presente em Lost e Shortcut to Escape. 

Já a faixa título tem um jeitão de hit. Com riffs convidativos, uma linha vocal insana, passagens bem trabalhadas (principalmente a da bateria) onde tudo se funde e gera uma canção apoteótica. Daquelas para ser bradada nas apresentações. Essa característica também se faz presente em Brazilian Holocaust e Blacktrade.

Só que ainda temos mais surpresas. Os dedilhados iniciais de Dehumanized sugere uma baladinha thrash, mas os minutos passam e ela torna-se um arrasa quarteirão. The Last Trip, que encerra o álbum começa de forma inusitada e graças ao instrumental encorpado e uma linha mais cadenciada tem tudo para agradar fãs de um prog mais visceral até bandas como In Flames e Soilwork.

Lembra do que eu disse do algo mais? Ele não ficou restrito nas ótimas canções. Ao começar da capa, feita por Marcelo Vasco (Slayer, Machine Head) é maravilhosa, por estampar muitas informações com coerência num pequeno espaço, além de ser uma das obras mais inspiradas do artista.

O "recheio" também é digno de nota alta. O conteúdo lírico é inspirado no livro Holocausto Brasileiro, da premiada jornalista Daniela Arbex, cujo tema é a barbárie ocorrida no hospital psiquiátrica Colônia, em Minas Gerais.

A produção é cuidadosa, moderna, "cheia e grande", a cargo de Renato Osório (Hibria) e o trabalho gráfico é muito bonito, em digipack, com todas as informações necessárias presentes.

Aspectos que fazem de Locked Forever o melhor momento do quinteto. Além de ter potencial para passar no teste do tempo, uma referência de como fazer música pesada, inteligente e emocional.

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