New Metal,
Hardcore, Hard, Thrash, New Metal e Pop. Esses são alguns
elementos que fazem parte da música do quinteto paulista Tourette. Formado em
2009, conceberam seis anos mais tarde seu primeiro álbum, que carrega o título
Out of Control.
Unindo
canções que se destacam pelo peso, melancolia e vozes que colam na mente, a
banda que conta com Massimo Spalla
(voz), Vini Costa (guitarra), Hugão (guitarra), Fernando Dias (baixo) e o recém
chegado Leandro Rueda (bateria) tem tudo para cair nas graças de um público
atento por novidades musicais.
Em
entrevista com o vocalista Massimo Spalla, o músico comenta sobre batizar a
banda com esse nome, a variedade de estilos entre as canções, shows e muito
mais.
Por
João Messias Jr.
Tourette Divulgação |
NEW
HORIZONS ZINE: A banda se nomeou com o nome de um transtorno dado em crianças.
O que os levaram a dar esse nome ao grupo e se houve em algum momento o
pensamento de serem mal interpretados por isso.
Massimo
Spalla: A nossa inspiração
para as composições no que se baseia no distúrbio sempre foram tratadas de
maneira muito séria e respeitosa. Nós não falamos muito sobre o transtorno em
si, mas normalmente traçamos um paralelo entre os conflitos da Tourette com os
conflitos que todos os seres humanos vivem a cada dia. Acho que por isso nunca
tivemos essa preocupação de sermos mal interpretados.
NHZ: O grupo foi fundado em 2009,
porém seis anos depois que lançaram seu trabalho de estreia, Out of Control.
Quais os motivos dessa demora e o que estão achando da repercussão do álbum?
Massimo: Nós começamos no final de 2009
tocando covers de sucessos dos anos 80 e 90, ao longo desse tempo nós fomos
compondo e apresentando algumas das nossas músicas nos bares onde tocávamos. Só
em 2013, após uma mudança na formação nós alinhamos nossos objetivos e
resolvemos parar com tudo e nos dedicar somente ao nosso trabalho autoral. A partir daí começamos a trabalhar juntos até sentir que as músicas estavam
prontas para serem registradas.
NHZ: Musicalmente se caracterizam por
uma mistura de diversos estilos dentro do rock e metal, mas se intitulam
“apenas” como uma banda de rock and roll. Quais os motivos de se rotularem
dessa maneira?
Massimo: Justamente por conta de termos tantas
influências, fica um pouco difícil
definir um estilo pra a Tourette. Eu honestamente nem sei se podemos ser
classificados como Metal, se tiver alguma sugestão de estílo pra nós pode
mandar (risos).
Out of Control Divulgação |
NHZ: Apesar de ter músicas bem
variadas entre si, o disco transmite o sentido de unidade. Impressão reforçada
pela boa produção e a mixagem e masterização uniu todas as pontas. Deixando
tudo equilibrado. Como foram essas etapas até chegar no resultado que
agradassem todos os membros do grupo?
Massimo: Acho que uma das etapas que mais
contribuiu para esse equilíbrio foi a pré-produção, nos reunimos por meses
antes de ir ao estúdio, trabalhando para criar essa harmonia entre conceito e
melodia, trocando ideias e inserindo os elementos que deixassem a marca de cada
um de nós. Foi um trabalho muito legal de ser feito.
NHZ: Como falei anteriormente, as
músicas são variadas. Por exemplo, a abertura com Fireball e Voices são mais
climáticas, já Another Day é um tributo ao grunge enquanto Liar emana raiva.
Como reunir toda essa diversidade e chegar num som vocês dizem: “Soa como o
Tourette”?
Massimo: A nossa maior preocupação está em não
fugir do conceito. As músicas soam diferentes, mas todas apresentam, tanto nas
letras como nas melodias aquela sensação de conflito, seja ele emocional,
espiritual ou psicológico, sempre existe uma luta para não perder o controle,
como já diz o nome do álbum.
NHZ: Liar também é o primeiro vídeo do
grupo. Vocês gravaram as cenas no Teatro Municipal de Santo André. Como foram
os trabalhos de filmagens e edição e como estão os acessos?
Massimo: Foi uma experiência incrível, a
prefeitura de Santo André nos cedeu o espaço e fizemos tudo de forma
independente. Disponibilizamos através da nossa página do Facebook e também no
canal do Youtube. Os acessos estão indo bem e tem nos rendido bons frutos.
NHZ: Outro destaque do disco fica por
conta de Overshadowed, que além da estrutura musical que flerta com o Hard e
Southern rock, tem um tema interessante. Queria que falassem da escolha desse
tema.
Massimo: Ao longo da história temos visto os
efeitos devastadores do fanatismo religioso, um líder pode levantar uma nação
mas também pode causar a morte de milhares de pessoas, essa música fala sobre
as reflexões de alguém que vive em conflito entre o que entende como verdade e
as mentiras que são contadas através dessa suposta verdade.
NHZ: Falando em shows, vocês já
iniciaram 2016 com shows marcados. Dentre eles, shows com grandes e emergentes
nomes da musica pesada como John Wayne, Confronto e Pray For Mercy. Qual a
importância de tocar com esses nomes e o que agrega ao Tourette?
Massimo: Esse é um assunto muito interessante.
Nós temos dividido o palco com diversas bandas que fazem um som muito mais
pesado do que o nosso e temos ficado realmente impressionados com a recepção
desse público. Não tem havido qualquer rejeição, muito pelo contrário,
inclusive temos conquistado fãs de diferentes vertentes do rock e metal. Essa é
talvez a vantagem de não assumir um estilo ou rótulo.
Tourette Divulgação |
NHZ: Para encerrar, após sete anos de
banda, qual a sensação de estarem na ativa, enquanto muitos
desistem pelo caminho?
Massimo: Nós já passamos por momentos muito
difíceis e não vou mentir, já pensamos sim em desistir. Mas depois do lançarmos
Out Of Control, conseguimos enxergar um caminho promissor pela frente. Além do
mais nos amamos muito fazer isso, independente das dificuldades!
NHZ: Muito obrigado pela entrevista. O
espaço é de vocês!
Massimo: João, nós agradecemos imensamente
pelo espaço e esperamos poder voltar aqui com muitas novidades numa próxima
oportunidade. Estamos já compondo músicas novas e em breve teremos algo pra
mostrar!
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