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23 de outubro de 2017

BRUTAL ELEGÂNCIA

Mix de black metal e heavy tradicional é a grande sacada da banda pernambucana

Por João Messias Jr.


Engraçado como são as coisas, vivemos uma época de quem ouve estilo  X, não pode escutar denominada linha musical Y e com isso vivemos uma cena musical no rock com infinitas segregações e com isso, muitas correntes radicais.

Até aí, tudo bem, mas se partirmos de que o rock é um estilo que se formou por ramificações como o blues, jazz, soul e o gospel, perceberíamos que essas divisões são uma bobeira sem fundamento, pois são das misturas que se saem coisas novas.

Tudo isso foi dito para citar a banda pernambucana Elizabethan Walpurga, que somente após 23 anos de luta, soltou seu debut, o álbum Walpurgis Night. É clichê dizer, mas a espera valeu a pena, pois o quinteto formado por Leonardo Alcântara (vocal), Breno Lira (guitarra), Erick Lira (guitarra), Renato Matos (baixo) e Arthur Felipe Lira (bateria) passeia com maestria pelo black metal e o heavy tradicional.

Fusão que aparece de forma marcante em Vampyre. Dona de solos empolgantes vocais desesperados, comandadas por um ritmo cadenciado e muita melodia. Características que aparecem também em Clamitat Vox Sanguinis essa com um "agravante", um show das dupla de seis cordas.

O resultado é tão empolgante que nos faz pensar que os caras jogaram o melhor logo para o início. E como é bom se enganar com isso. Os caras não só deixaram a peteca cair como mostraram mais uma bela sacada em The Elizabethan Dark Moon. Dona de um refrão lento que contrasta com passagens mais ríspidas e um clima folk que evidencia a criatividade dos caras.

Walpurgisnacht com seus sete minutos além de ser a saideira do álbum mostra uma espécie de síntese do que é o disquinho, que não apenas passou o recado com maestria, como surpreendeu. 

4 de setembro de 2017

BRUTAL E MODERNO

Fúria e modernidade se fundem de forma homogênea no novo álbum do quarteto carioca

Por João Messias Jr.

Red Eyes
Divulgação
Se nos anos oitenta, não eram lançados tantos discos em profusão hoje vivemos o inverso, com tanta coisa rolando e num piscar de olhos acabamos perdendo muita coisa. E o que fazer para ser percebido? Criar um novo conceito ou fazer algo bem feito e consistente?

Uma questão difícil e talvez impossível de ser respondida, mas não há de negar que é absolutamente excitante quando nos deparamos com um material de conteúdo avassalador e contagiante, como Red Eyes, novo álbum da banda carioca Hatefulmurder.

Após a saída do vocalista Felipe Lameira, Renan Campos (guitarra e voz), Felipe Modesto (baixo e voz) e Thomás Martin (bateria) recrutaram Angélica Burns (ex-DIVA) e deram um passo a frente na luta por um lugar ao sol.

O peso do Death/Thrash se fundem com uma roupagem moderna e vozes limpas feita pela galera das cordas e que somado ao groove e aos vocais brutais de Angélica, temos um disco que faz bonito e que agradará aos fãs de música pesada.

Começando da capa, quase toda em branco e com uma imagem forte e marcante (baseada na Roda, de Leonardo da Vinci) que chama a atenção e nos interessa em saber o que o quarteto quer passar. Tarefa cumprida com louvor, que dá as caras logo em Silence Will Fall, que mescla brutalidade e groove, além de mostrar o acerto na escolha da vocalista no grupo. Red Eyes é um hino de guerra, com frases marcantes e um outro atrativo: o contraponto de vozes limpas e agressivas.

Outros destaques ficam por conta de Riot e eTear Down, ambas feitas para os palcos. A primeira pelo refrão marcante e a segunda pela dinâmica das guitarras. Time Enough to Last conta com a participação de May "Undead" Puertas (Torture Squad, ex-Necromesis) que mantém o nivel alto. Creature of Sorrow encerra este ótimo trabalho, seguramente o melhor do quarteto em sua história e MERECE ser conhecido por mais pessoas.

Vale dizer que neste momento a banda está dilacerando pescoços numa tour que abrange vários estados do país ao lado da Torture Squad, Reckoning Hour e Warcursed Se estiver por perto, não deixe de conferir o som da banda.

22 de maio de 2017

ALÉM DO METAL E HARDCORE

Canções dotadas de agressividade, modernidade e peso são a base do novo álbum de quinteto paulista 

Por João Messias Jr.

O que é a evolução musical. Se pegarmos o rock como referência, quantas metamorfoses o mesmo teve durante todas essas décadas. Mutações que ocorrem e ocorrerão  todo o tempo, inclusive com suas ramificações. Um exemplo é a junção do metal e hardcore. Desde Anthrax, D.R.I, passando por Agnostic Front até bandas como Caliban e Shadows Fall, embora mantiveram características como o protesto e a conscientização nas letras, a sonoridade é MUITO diferente.

Uma banda que é um retrato fiel dessa evolução é o quinteto paulista Céu em Chamas, que lançou seu primeiro registro full, o álbum Infernal.  Contanto hoje com Rafael Coradi (voz), Alemao Pompeu (guitarra),  Maicon (guitarra), Frango (baixo) e Betao (batería) possuem uma pegada mais contemporânea, que vai de Heaven Shall Burn a In Flames. 

Sonoridade que aparece logo de cara na faixa que abre o disco, Lutar, que também é o primeiro single do álbum. Guitarras mesclando melodias funcionais com muitas quebradas de bateria, que começa bem o trabalho, assim como a seguinte, Portões do Inferno.

Porém, a grande sacada aqui é a variação. Temos desde músicas curtas, as agressivas Inferno e Sopro da Destruição até faixas mais intensas como Falida Imaginação e Caos. Mas o melhor ficou para o fim. Olhos Pulsantes tem um começo inusitado, com melodias inspiradas e depois descamba para o que de melhor os caras fazem: pancadaria.

Evolução musical que agradará aos fãs de algo mais moderno e agressivo. E que dividirá pessoas que curtem uma sonoridade mais oitentista.

5 de dezembro de 2016

NÃO SE LEVE PELAS APARÊNCIAS

Heavy simples e bem elaborado é a receita do quinteto paulista

Por João Messias Jr.

Ao ver a capa do debut do Aeon Prime, a primeira coisa que me veio na mente foi uma banda progressiva na linha Shadow Gallery ou alguma outra do saudoso selo Magna Carta. Porém, ao colocar o disquinho para rodar, nada disso se confirma.

Adeptos do Heavy Metal Tradicional, o quinteto formado por Michel de Lima (voz), Yuri Simões (guitarra), Felipe Mozini (guitarra), André Fernandes (baixo) e Rafael Negreiros aposta na simplicidade e tem a favor o fato de não querer soar como um grupo dos anos oitenta.

Apesar de algumas coisas a serem melhoradas, a bolachinha chama a atenção primeiramente pela excelente produção, a cargo de Pedro Esteves (Liar Symphony), além da colaboração de membros do Hardshine, Leandro Caçoilo e Anderson Alarça. Algumas músicas chamam a atenção logo de cara, como a longa About Dreams and Lies e a belíssima Ghost, cuja interpretação vocal e as guitarras cheias de melodia são os pontos altos. Outros pontos de destaque ficam por conta de Future Into Dust e o encerramento com a energética e diferente In the Dephts of Me.

Talvez desaponte quem olhou a capa e esperou por algo diferente, mas é uma banda com qualidades....e que venham futuros trabalhos.

29 de setembro de 2016

UM BRINDE ÀS RAÍZES DO DEATH METAL

Cariocas executam em novo trabalho uma espécie de tributo ao metal extremo das décadas de 1980 e 1990

João Messias Jr.

Coldblood
Divulgação
Se você gostou do álbum anterior dos caras, Chronology of Satanic Events, terá em Indescribable Physiognomy Of The Devil um dos seus álbuns favoritos de Death/Black Metal. Pois sem exagerar, o quarteto hoje formado por Diego Mercadante (voz e guitarra), Artur Círio (guitarra), Vitor Esteves (baixo) e Markus Coutinho (bateria) ao mesmo tempo que resgatam referências como Slayer, Celtic Frost, Death e Black Sabbath, mas sem soar como uma cópia das bandas citadas.

Isso ocorre por estarmos diante de uma banda que faz música por paixão e não por negócio, sentimos esse ingrediente em cada nota executada, cada linha vocal vociferada e na aura maligna que é presente nas treze faixas do trabalho, que deve ser presença garantida na listinha de melhores do ano dessa vertente musical.

Os vocais agonizantes e desesperados formam um contraste interessante com o instrumental crú e trabalhado, o que gera músicas que podem até ser feitas para bangear, mas principalmente para serem ouvidas por completo, tamanha intensidade, como Sulfur e a faixa que nomeia o disco. Outros destaques ficam por conta Bury the Universe, cujo final tem passagens mais intimistas que beiram o flamenco. Nuances atmosféricas também são sentidas durante quase todas as canções.

Se você curtiu o instrumental vai curtir os bônus do disquinho, que são versões sem vocal de três faixas do álbum. 

Outro aspecto que deixa o trabalho marcante fica por conta dos solos melódicos, chegando próximo ao Metal Tradicional e alguns riffs mais arrastados, que se Tony Iommi pudesse ouvir, creio que diria: "Quatro décadas se passaram e nossa música ainda está presente nas bandas mais novas".

Não se pode deixar de citar as outras etapas do trabalho. O acabamento em digipack e uma das melhores capas feitas pelo artista Rafael Tavares (Chaos Synopsis) e as etapas de gravação, mixagem e masterização. Estas últimas a cargo do baterista do Destroyer 666, Mersus.

Mais um belo trabalho de uma banda brasileira feito para a música extrema!

15 de setembro de 2016

PESADO, MODERNO...E PROFISSIONAL

Sexteto paulista combina uma explosão de ritmos a uma sonoridade moderna no EP "Insurgência"

Por João Messias Jr.

Insurgência
Divulgação
Com a explosão de lançamentos que ocorrem a todo instante, é necessário fazer alguma coisa que seja diferente do que anda caindo nas prateleiras de discos ou plataformas digitais. Fica aquela pergunta...o que fazer? 

Criar um novo conceito sonoro é algo complicado, visto que temos uma infinidade de estilos por aí. Talvez a grande sacada seja apresentar um trabalho que, além da competência musical, deve possuir um acabamento profissional e uma produção impecável. Caminho seguido pela banda Rebotte, aliou todas as opções citadas neste parágrafo.

Livia Almeida (voz), Vitor Acácio (guitarra), Bruno Abud (guitarra), Robin Gaia (baixo), Ellen War (bateria, Sinaya) e Santiago Soares (sampler) fazem uma sonoridade moderna, que agrega elementos do Thrash Metal, Hardcore e Metalcore, que agradará fãs de bandas como Suicide Silence, Lamb of God, Slayer, Slipknot e até traços de Nine Inch Nails e Ministry, que torna a música dos caras (e minas) atraente, jovial e bem pesada.

Das quatro músicas do trabalho, visto que Insurgência é uma introdução, as composições variam entre o peso, groove, vocalizações que alternam entre os guturais, limpos e gritados. Os destaques vão para Cicatrizes, cujo jogo de vozes é bem combinado com o instrumental. Outro ponto alto fica por conta de Discórdia, que apesar de manter o clima pesado e caótico, é dona de uma carga mais densa e carregada. Mas o trampo da banda merece ser ouvido de ponta a ponta. Até porque as músicas são curtas, o que foi mais um ponto acertado pelo grupo.

E tem mais...o material gráfico é de primeira. CD prensado, capa bonita, encarte, embalagem digipack, tudo caprichado, o que faz com que o fã de música pesada queira ter o trampo em sua coleção após ver os shows.

Parabéns ao Rebotte por se preocupar com todas as etapas da criação de um disco!

2 de setembro de 2016

A MELHOR CENA DO THRASH ESTÁ NO BRASIL

Novo trabalho da banda paulista é mais uma prova da competência das bandas nacionais

Por João Messias Jr.

Web of Lies
Divulgação
Vai parecer chato, coisa de resmungão e tal, mas a verdade é que há momentos que enche o saco a falta de interesse da classe headbanger em conhecer as bandas do seu próprio país. Shows, discos, DVDs, documentários e aparições em programas da web e TV aberta/fechada não são suficientes para abrir a cabeça destes seres.

E de uns dez anos pra cá, o capricho não fica restrito as músicas. O segundo álbum do quarteto paulista Ancesttral mostra que o conjunto da obra (músicas, produção e acabamento gráfico) veio pra ficar, fazendo deste trabalho, um dos melhores discos de Thrash/Heavy do ano!

A produção, feita por Paulo Anhaia (Wizards, Tuatha de Danann, Resgate) permite que se ouça tudo com clareza, mas com jeitão de "disco de rock", deixando que os músicos e suas excelentes músicas brilhem. A arte da capa é um espetáculo, mostrando conexão com o título dado ao álbum e ao primeiro álbum, The Famous Unknown.

O álbum abre com a conhecida What Will You Do. Conhecida do público, é o hit do trabalho, com um refrão e riffs que colam de primeira. Massacre, é mais pesadona, com vocais discursados e cheia de groove. Enquanto Threat to Society é mais cadenciada, além de bater aquela vontade de pegar o encarte e ver as letras.

E o mais legal de tudo é que o nível continua alto no decorrer da audição, Fight é aquela que te faz apertar o repeat diversas vezes, de tão grudenta. A faixa que nomeia o trabalho é dona de um peso absurdo enquanto Subhuman retoma o lado grudento com louvor. Ainda sobre essa faixa, a letra foi escrita em parceria com a volcalista da HellArise, Flavia Mornietari.

A bolachinha se encerra com uma versão diferente para What Will You Do?, encerrando com o astral nas alturas, mostrando o excelente momento vivido pelo metal nacional nos últimos quinze anos. Com trabalhos que além de músicas excelentes, apresenta projetos gráficos fabulosos e produções que não devem em nada as feitas no exterior.

Alexandre Grunheidt, Renato Canônico, Leonardo Brito e Denis Grunheidt merecem todos os elogios recebidos pelo trabalho que contou com muito trabalho, esmero e tesão pela música que fazem!

Se você se empolgou com a musiquinha nova do Metallica, se apaixonará pelo novo trabalho do Ancesttral, que supera o que a turma do Lars Ulrich vem fazendo de goleada!

Thrash Metal do Brasil!

29 de junho de 2016

O RESGATE DA ESSÊNCIA

Duo brasileiro busca em seu debut o resgate da escola grega de Black Metal praticado na década de 1990

Por João Messias Jr.

Where Angels fear to Tread
Divulgação
Não importa qual era ou momento, sempre haverá alguma banda fazendoresgate de algum período da música. Em meio a tanta gente querendo viver os primeiros tempos do Black Metal escandinavo ou o Classic Rock, ouvir trabalhos como "Where Angels Fear to Tread", primeiro registro do Apokathilosis.


O duo é composto pelos experientes Marttjn Rvbjn (guitarra, ex-Dismal Gale) e Felipe Roquini (voz, guitarra, baixo, bateria, ex-Dismal Gale e  A Distant Sun) e a abordagem escolhida é baseada na escola grega do Black Metal dos anos 90, inspirada em nomes como Rotting Christ e Varathron, ou seja, passeia por momentos ríspidos e agressivos, porém com climas e atmosferas.

Tendências que são mostradas logo na faixa de abertura, Awaken Tree, que ainda conta com os vocais "enterrados" atrás do instrumental. Já a música que nomeia o trabalho possui uma batida reta, solos no estilo "barbeador" e vocais quase vomitados. Ashes possui um instrumental mais arrastado e um clima quase doom, que ficam mais fortes  graças aos  climas tétricos dos teclados, assim como The Untameable Human Spirit

Synchronicity, dona de momentos brutais, ganha contornos  melódicos que beiram o virtuosismo,  além de encerrar o álbum de forma brilhante.

Outros atrativos ficam por conta da apresentação física (em digipack), capa chamativa e a produção esmerada, que fazem com que "Where Angels Fear to Tread" mereça um lugar ao sol, ou melhor, na escuridão. Principalmente por cumprir com louvor a sonoridade que se propôs a fazer.

28 de abril de 2016

BELEZA E REFINAMENTO

We Are Lost, primeiro álbum dos gaúchos da Darkship se destaca pelas estruturas bem encaixadas e por passear por diversos estilos

Por João Messias Jr.

We Are Lost
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Concordo que nem tudo são flores para resenhar discos, pois chega um ponto na vida que você não resenha apenas o que quer e chega na sua caixa de caixa de correio um balaio de gatos que vai de tudo que é estilo, inclusive coisas que fogem do seu repertório musical.

Sabem porque digo isso? Pois a possibilidade de estar saindo de casa para ia à loja e comprar um álbum do Darkship seria nula...e eu estaria cometendo um erro daqueles. Pois hoje temos uma infinidade de lançamentos e infelizmente você não consegue acompanhar tudo, mas felizmente esse CD chegou em casa.

A proposta do sexteto gaúcho formado por Silvia Cristina Schneider Knob (voz), Joel Milani (voz), Ismael Borsoi (guitarra), Rodrigo Schäfer (baixo), Joel Pagliarini (bateria) e Andrei Kunzler (teclado) é fundir vertentes variadas do metal e estilos como o clássico e o eletrônico. Cuja miscelânea atinge ótimos resultados no debut, We Are Lost.

O que temos aqui são músicas preocupadas em cativar o ouvinte, principalmente pela beleza e pelo clima singelo que causam ao ouvinte. Isso acontece em todas as canções, desde as mais agitadas como Prision of Dreams, que agradará aos de metal melódico, como as mais intimistas como II Hearts. Estrutura que combina com o conceito lírico do grupo, cuja história passeia por amor e conflitos.

Outros pontos de destaque ficam por conta  de Black Tears, que passeia por vários estilos e a faixa título, que tem tudo para ser um dos pontos altos das apresentações do grupo. Mas a verdade é que a gauchada deixou o melhor para o fim, onde somos premiados com três belas faixas.

You Can Go Back é mais intimista e nos remete aos melhores momentos do Savatage. Eternal Pain é dona de melodias marcantes e Frozen Feelings pelos climas góticos, que vão desde os climas soturnos até os eletrônicos, que pode também ser considerada um cartão de visita do grupo, além de possui um belo vídeoclipe.

E pensar que essa é apenas a primeira parte da trilogia...aguardemos ansiosos pelos desdobramentos futuros.

19 de abril de 2016

THRASH METAL, SORRISOS E SATISFAÇÃO PLENA

Thrashers da Woslom recebem imprensa em convidados no lançamento de seu terceiro álbum de estúdio, A Near Life Experience

Por João Messias Jr.
Fotos: Edu Lawless

Woslom
Edu Lawless
É aquela máxima: quem trabalha sério, com determinação e da forma correta, cedo ou tarde colhe os frutos. Frutos que o pessoal da Woslom vem colhendo gradativamente, principalmente após o lançamento de seu segundo álbum de estúdio, Evolustruction, de 2013, que mostrou uma banda fiel ao som que praticam, porém expandindo os horizontes. Ousadia que rendeu shows memoráveis por diversos estados brasileiros e pela Europa, terra que os caras voltarão em breve.

Pois bem...e o próximo passo? Regredir aos tempos do debut ou continuar a evolução? O que podemos dizer que não foi nenhuma das duas coisas, pois o que Silvano Aguilera (guitarra e voz), Rafael Iak (guitarra), André Mellado (baixo) e Fernando Oster (bateria) fizeram em A Near Life Experience foi um verdadeiro clássico do thrash contemporâneo, cuja resenha estará no fim desta matéria. E tal façanha foi comemorada com imprensa e convidados nesta última quinta-feira (14), no Espaço Som, em São Paulo.

Chegando no local, era possível trombar com músicos de diversas bandas como Timor Trail, Bywar, Chaos Synospis, Panzer, Anthares, entre muitas outras. Após o tempo de todos se ambientarem, às 20h30 foi iniciada a audição do novo trabalho até às 21h15, com a banda no palco agradecendo a presença de todos.

(Parênteses) Agradáveis Notícias

Walcir Chalas e Fabrício Ravelli
Edu Lawless
Nesse momento, a banda chama ao palco dois convidados. O primeiro foi Fabricio Ravelli, baterista que faz/fez parte de grupos com Imbyra, Hirax e que hoje é responsável pelo projeto Rock Na Praça, que é um evento gratuito que acontece no final de cada mês em frente à Galeria do Rock e que terá nessa nova edição as bandas Torture Squad, John Wayne, Woslom e Sinaya. 

"Temos de mostrar a importância do headbanger, que não somos apenas caras de preto, mas uma cultura, uma nação." Palavras ditas pelo músico que merecem incentivo.

O que dizer de Walcir Chalas? Para aqueles que beiram os 40, época que não havia internet e o rádio era uma bela forma de se atualizar sobre o que andava rolando. Um desses canais era o Comando Metal, que era apresentado por Walcir. Além de radialista e proprietário da loja Woodstock (que lançou discos de suma importância por aqui) era responsável por eventos em frente ao seu comércio. 

E falando nesses eventos, o Walcir recebeu a notícia no palco que o espaço para shows da Woodstock pode voltar a ser feito (digo isso, pois não há uma data para acontecer). O veterano, de 62 anos, emocionado, retribuiu com um "Heavy Metal Is the Law".

De volta ao thrash

Woslom
Edu Lawless
Após duas boas notícias, o momento foi de bater cabeça. E o quarteto foi mostrando o novo poder bélico com as novas Underworld of Aggression e A Near Life Experience. A primeira é dona de um refrão marcante e a segunda tem mais de oito minutos de pura viagem. Os tempos de Time to Rise e Evolustruction foram lembrados com Beyond Inferno, Purgatory e Pray to Kill. Mas a noite era para músicas novas, como Unleash Your Violence, que é outra que nasceu para os palcos.

Infelizmente Time to Rise, do debut de mesmo nome deu fim ao show do quarteto, que após o show tirou fotos e autografou os materiais que os fãs traziam/adquiriam no local.

Uma noite maravilhosa, que deixou todos satisfeitos. Em especial ao quarteto por ver tamanha aceitação em relação ao novo trabalho. Enfim, mais um degrau que os caras subiram e podem ter certeza que daqui há alguns anos estarão no topo como uma das melhores bandas do thrash contemporâneo. Eu não tenho dúvidas. E você?

A Near Life Experience...primeiras impressões

A Near Life Experience
Divulgação
O que mais se ouviu no dia foi algo assim: "É a velocidade do Time to Rise com a técnica e melodia do Evolustrucion". Respeito todas as opções, afinal todas devem ser consideradas. Mas, acho que definir o novo álbum dos caras é simplório e vago demais. 

Soa como se as pessoas quisessem fazer um "lead" do disco (técnica jornalística que no primeiro parágrafo responde perguntas como o que, quando, onde, como e porque). Não podemos esquecer que música é emoção e sensibilidade e por isso que acho que um disco desses não deve ser avaliado de forma fria.

Por que digo isso? Porque A Near Life Experience é um álbum que vai te conquistando aos poucos (assim como Evolustruction) e após essa adaptação você está entregue ao thrash do quarteto. Se tem algo que podemos definir é que para tudo aqui Silvano, Rafael, André e Fernando apertaram a tecla "+", pois aqui temos mais riffs, mais melodias, mais musicalidade e claro, mais músicas legais.

As três primeiras faixas, Underworld of Aggression (com seus coros de time de futebol), a faixa que nomeia o disco, com seus mais de oito minutos de riffs cortantes e solos melódicos e Brokenbones, que quebra o pescoço. Mas não parou por aí, Unleash Your Violence com sua pegada que lembra Haunted By The Past tem tudo para ser um hino do grupo, assim como Lords of War, talvez a música mais diferente da trajetória do grupo e uma bela versão para Thrasher's Return  do saudoso grupo thrash Bywar são alguns destaques do álbum.

Alguns? Sim, pois temos de apontar que o quarteto está tocando como nunca. Os vocais de Silvano estão mais intensos e agressivos, Rafael Iak mostra que logo estará junto com caras como Jeff Waters (Annihilator) e Alex Skolnick (Testament), André Mellado deu um gás speed às canções graças ao seu baixo estalado e Fernando Oster é o maior destaque entre os músicos com uma performance sensacional e empolgante.

Ainda não acabou, pois se for fã do trampo físico, vai sacar a preocupação dos caras com o todo. Uma capa que fica na mente, a concepção do encarte, desde o equilíbrio das cores, onde cada coisa deve ficar e a pose para as fotos. Coisa de quem quer chegar ao topo.

Dizem que um jornalista não pode rasgar seda para um trabalho, mas pelo menos aqui, fodam-se normas e métricas, pois o trampo dos caras merece todos os parabéns possíveis.

7 de abril de 2016

TRISTEZA, CAOS E FELICIDADE

Sensações distintas marcam o segundo registro do quarteto Astafix, Internal Saboteur

Por João Messias Jr.

Internal Saboteur
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O debut da banda, End Ever, de 2009, embora englobasse a proposta musical dos caras, era nítido que faltava uma ou outra coisa para que seu som chegasse aos ouvidos de mais pessoas. Bem, o tempo passou, a banda lançou um DVD em 2011, foi para a Europa e lidou com a repentina perda do guitarrista Paulo Schroeber.

Um turbilhão de coisas que resultaram no seu segundo álbum, batizado de Internal Saboteur. Lançado em 2015, em relação ao debut, ele apresenta uma amplitude da sua proposta musical, que bebe em várias vertentes do thrash metal, além de flertar com estilos como o hardcore e o industrial, o que garante mais variedade ao disquinho, que tem a participação de Paulo em algumas músicas.

Amparado por uma ótima produção, a cargo de Brendan Duffrey (Norcal Studios) e uma arte que combina com a proposta musical, feita por Marcelo Vasco, que dispensa apresentações, Wally (guitarra e voz), Cássio Viana (guitarra), Ayka (baixo, Reboco) e Thiago Cáurio (bateria) mostram que sabem como deixar nossos pescoços doloridos. Impressão deixada logo na primeira faixa, Karma Kill, as cadenciadas Blood Sun e Doomsday Device. O hardcore de Say No! é outro belo exemplo do poderio de fogo dos caras.

Só que o álbum mostra o grupo atacando em outras praias. A pesada e lenta The Scourge e Ghosts, talvez a mais diferente de Infernal Saboteur são alguns exemplos do que o grupo pode fazer, porém, vale a pena indicar a faixa de encerramento, Traitor, que é melódica e cheia de climas a lá Black Sabbath.

Pesado, competente e de certa forma, uma bela forma de homenagear um grande músico, que infelizmente nos deixou muito cedo. Porém, o Astafix soube como manter o seu legado, que permanecerá por décadas e décadas.

8 de março de 2016

PERSONALIDADE E COMPETÊNCIA

Jovem guitarrista gaúcho surpreende pela linearidade em seu primeiro álbum, Insight

Por João Messias Jr.

Insight
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Quando se tem a notícia de que um guitarrista com dezesseis anos lança seu primeiro álbum de música instrumental, as expectativas dividem opiniões. Conceitos que vão desde os excessos até a inexperiência. Mas a verdade é que Insight mostra mais maturidade e consistência que muitos trabalhos de guitarristas consagrados.

Apesar de direcionado aos fãs de música instrumental, o trabalho é embalado de ótimos momentos. Como as faixas iniciais, Insight e The Journey Has Begun, que são donas de um pique mais Hard/Heavy. Porém com pequenos trechos de estilos como MPB, Bossa Nova e Soul. Traços que são ouvidos de forma clara, graças a boa produção feita por Renato Osório (Hibria, Scelerata).

Já The Chase é mais pesadona, a melhor do trabalho, com referências que vão desde nomes como Megadeth (fase Rust In Peace) até o prog, fazendo desta uma séria candidata a ficar no 'repeat'.

Paralelas as faixas instrumentais, temos duas faixas que contam com a participação dos vocalistas Iuri Samson (Hibria) e Edu Falaschi (Almah), Destas, o destaque vai para Keeper Alive, graças ao seu refrão chamativo. 

O final com Back Home é apoteótico, além de ser um pequeno tributo ao guitarrista Jason Becker, ela tem o dom de elevar o nosso astral, transmitindo leveza e bem estar.

Com a cabeça no lugar, o jovem guitarrista gaúcho tem tudo para trilhar uma carreira brilhante.

1 de março de 2016

É THRASH METAL E PONTO

Terceiro disco do quarteto aposta no thrash metal visceral sem espaço para invencionices 

Por João Messias Jr.

Bloody
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Os fãs de prog que me desculpem, mas nada melhor do que ouvir um som direto, bem feito e que nos leve para cima. Chega de climas intermináveis, produção limpa em demasia e vocais superdramáticos. Vamos lembrar que a vida necessita de adrenalina.

Essa deve ser a missão de bandas como o Bloody, que investe no thrash metal, pesado e direto com algumas partes mais trabalhadas. Proposta que em seu terceiro álbum, mostra o auge do quarteto formado hoje por Paulo Tuckumantel (voz), Fabio Bloody (guitarra), André Tabaja (baixo) e Augusto Asciutti (bateria), pois o material apresenta equilíbrio entre as canções, não cansa o ouvinte, além de ter uma capa chamativa e uma  boa produção, todos  feitos pelo guitarrista.

Em pouco mais de 35 minutos, Bloody é recheado de momentos de adrenalina em estado bruto, que ora faz com que agite o pesçoço, ora o 'air guitar', onde os destaques ficam por conta da desgraceira Another Bloody Day, os riffs marcantes de No Ammo, Cancro, que é dona de partes mais lentas, além dos solos viscerais presentes em Mind Over Mind.

Ruthless encerra o disco, mantendo o clima de adrenalina do início. Característica que faz com o que o trabalho mereça pelo menos uma audição bem cuidada. Audição que pode ser feita com carinho, pois Bloody está disponível para download no site do grupo. 

Inclusive muitos fás de prog curtirão a porradaria contida aqui!

6 de janeiro de 2016

O PONTO ALTO DA CARREIRA

Locked Forever, novo trabalho de estúdio dos gaúchos aposta em músicas agressivas, cadenciadas e conteúdo denso e polêmico

Por João Messias Jr.

Locked Forever
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Já são vinte e cinco anos de estrada, vários álbuns lançados e uma infinidade de apresentações pelo país e a cada trabalho, os gaúchos do Distraught vem fazendo que sua música se torne cada vez mais especial.

Em seu novo trampo de estúdio, Locked Forever, a preocupação com esse aspecto não foi diferente. Porém, o que André Meyer (voz), Ricardo Silveira (guitarra), Everton Acosta (guitarra), Nelson Casagrande (baixo) e Maurício Weimar (bateria, ex The Ordher, Nephast) fizeram aquele algo a mais que fará com que o trabalho tenha tudo para sobreviver no teste do tempo.

Agregando elemento que vão desde o prog, metal tradicional e até do death metal melódico, Locked Forever começa bem com Between the Walls of Colonia, que é densa e em seu decorrer ganha passagens mais intensas e solos virtuosos. A rifferama se faz presente em Lost e Shortcut to Escape. 

Já a faixa título tem um jeitão de hit. Com riffs convidativos, uma linha vocal insana, passagens bem trabalhadas (principalmente a da bateria) onde tudo se funde e gera uma canção apoteótica. Daquelas para ser bradada nas apresentações. Essa característica também se faz presente em Brazilian Holocaust e Blacktrade.

Só que ainda temos mais surpresas. Os dedilhados iniciais de Dehumanized sugere uma baladinha thrash, mas os minutos passam e ela torna-se um arrasa quarteirão. The Last Trip, que encerra o álbum começa de forma inusitada e graças ao instrumental encorpado e uma linha mais cadenciada tem tudo para agradar fãs de um prog mais visceral até bandas como In Flames e Soilwork.

Lembra do que eu disse do algo mais? Ele não ficou restrito nas ótimas canções. Ao começar da capa, feita por Marcelo Vasco (Slayer, Machine Head) é maravilhosa, por estampar muitas informações com coerência num pequeno espaço, além de ser uma das obras mais inspiradas do artista.

O "recheio" também é digno de nota alta. O conteúdo lírico é inspirado no livro Holocausto Brasileiro, da premiada jornalista Daniela Arbex, cujo tema é a barbárie ocorrida no hospital psiquiátrica Colônia, em Minas Gerais.

A produção é cuidadosa, moderna, "cheia e grande", a cargo de Renato Osório (Hibria) e o trabalho gráfico é muito bonito, em digipack, com todas as informações necessárias presentes.

Aspectos que fazem de Locked Forever o melhor momento do quinteto. Além de ter potencial para passar no teste do tempo, uma referência de como fazer música pesada, inteligente e emocional.

4 de novembro de 2015

OS RUMOS DO METAL TRADICIONAL

Bruttalian, Syren e Rygel mostram em seus mais recentes trabalhos a evolução da semente lançada por bandas/artistas como Fight e a carreira solo de Bruce Dickinson

Por João Messias Jr.

Cabelos cheios de franjas, guitarras dobradas, roupas de couro e uma gravação crua e agressiva eram sinônimos do que era o metal tradicional durante a década de 1980. Período que lançou discos obrigatórios na prateleira e mente de muitos headbangers. Alguns exemplos ficam por The Number of the Beast (Iron Maiden) e Screaming for Vengeance (Judas Priest), isso sem falar em nomes como Helstar, Manilla Road e Metal Church, que mesmo não atingindo o mainstream, cravaram seu lugar como ícones do estilo.

E como nada é eterno, o estilo necessitou de algumas adaptações. Novidades que vieram em forma de uma produção mais encorpada e uma dose extra de peso e variedade  no instrumental e nos vocais. Quem não se lembra do lançamento de War of Words (Fight), Heart of a Killer (Winter's Bane) e The Chemical Wedding (Bruce Dickinson), que apesar das raízes fincadas no metal tradicional, apresentaram um sopro de renovação. O que é foi muito bom, pois abriu portas para que pessoas mais novas apreciassem essa vertente musical.

Passadas mais de duas décadas, esses trabalhos, além de seu legado incontestável, trouxeram (e continuam trazendo ao mundo), álbuns que vem resgatando esse tipo de sonoridade. E aqui no Brasil não é diferente. Basta uma chegada na internet para depararmos com bandas apostando cada vez mais nessa tendência. Para essas linhas, escolhi três bandas que mostram a riqueza, variedade e qualidade das bandas daqui: Bruttalian, Rygel e Syren.


Bruttalian: Blow on the Eye

Os maranhenses do Brutallian tem tudo para elevar o nome do Maranhão graças ao seu debut, Blow on the Eye.

As referências do metal tradicional (em especial Judas Priest) são enriquecidas com doses letais do thrash americano. Até aí nada de diferente, mas o que diferencia Blow on the Eye dos demais é a forma que isso é empregada, com vocais que não são agressivos o tempo todo. Temos aqui vozes que intercalam agudos, graves, berros e um tempero sarcástico que dá todo um diferencial, como podemos ouvir em You Can't Deny Hate, Hell Is Coming With Me e na faixa título. Apesar da melhor faixa ser Black Karma, graças ao trabalho de ponte/refrão envolvente, que te faz inclusive pegar o encarte e acompanhar a canção até o fim de sua execução. Coisas que nesses tempos de internet é algo no mínimo sensacional!

Só que nem de bate cabeça vive o disco. Temos uma breve momento de calmaria em Psycho Excuse, que tem um ar de Johnny Cash mais pesado e sombrio, mas como disse, é algo passageiro e o peso logo volta ao trabalho. 

Os caras se preocuparam com tudo. Músicas, trampo gráfico excepcional, capa marcante, que são sinais de uma banda que tem tudo, mas tudo mesmo para ter uma carreira duradoura e de sucesso. Digo isso pois Blow on the Eye é apenas o debut.
www.facebook.com/brutallian


Rygel: Revolution

Seguindo a linha iniciada no álbum anterior, Imminent, o Rygel oferece surpresas em seu novo trabalho, Revolution. A primeira, e talvez a mais marcante fica pela estreia do guitarrista Wanderson Barreto nos vocais, que faz um bom trabalho.

Musicalmente, a banda insere uma pegada mais moderna e agressiva em meio ao seu prog/power, o que dá um ar criativo e empolgante com essa fusão de estilos. 

Save Me e Before the Dawn chamam a atenção pelo refrão feito pra cantar junto; Worst in Me pela agressividade e The Story Begins pelo excelente trampo das guitarras.

Outros destaques ficam por conta de Repentance, que conta com a participação de Nando Fernandes (Hangar, Cavalo Vapor), que também produziu os vocais do álbum e Damage Done, que conta com uma bela interpretação vocal.

Aliada a música apresentada aqui, vale destacar o trabalho do encarte, que fogem do esquemão tradicional, com um ar mais despojado que combinam com a proposta do quarteto.

Não há mais o que dizer, apenas que o quarteto formado por Wanderson, Vinnie Savastanno, Ricardo Reis e Pedro Colangelo lançaram um trabalho consistente que tem tudo para render frutos ao grupo.
www.facebook.com/RygelOfficial


Syren: Motordevil

Talvez a mais fiel ao estilo desse texto. Apesar disso, a fidelidade não se resume a comodismo ou zona de conforto, pois a música recebe uma dose extra de peso, reforçada pelos backing vocals e orientação thrash do instrumental, que somada ao talento do vocalista, faz uma mistura agradável e feita para bangear.

Alguns momentos ficam por conta da contagiante faixa que nomeia o trabalho, Rebellion, You're Gonna Die e a épica The Prophecy of Marduk, além do talento do vocalista Luiz Syren, graças ao seu timbre a lá Bruce Dickinson garante a audição do trabalho.

A embalagem do trabalho condiz com o material de áudio, com uma capa chamativa e um encarte simples, mas com todas as informações necessárias, que não é necessário fazer algo esmerado para chamar a atenção, provando que o menos é mais. Muito mais no caso de Motordevil.
www.facebook.com/Syrenmetalband

Três álbuns, cada qual a sua maneira reproduzem com qualidade e autenticidade o melhor do metal tradicional. Estilo que através das mutações, vem se mantendo vivo e arrebatando fãs mundo afora!

25 de setembro de 2015

INDIVIDUAL: A PREOCUPAÇÃO COM O TODO

Quarteto paulista lança novo trabalho com canções fortes embaladas por ótimas produção e acabamento gráfico

Por João Messias Jr.

Worst Case Scenario
Divulgação
Não é necessário dizer a ninguém que formações do death metal como Benediction, Death, Atheist e Morbid Angel são ícones dentro do estilo. Seja pela música competente ou por revolucionar em paradas que já apresentavam sinais de estagnação, conseguiram se destacar perante seus concorrentes.

Embora os grupos citados tenham inúmeros clássicos em sua discografia, o fato é que muitos destes trabalhos não possuem um trabalho de produção e apresentação gráfica a sua altura. Não por culpa das bandas, mas por não haver pessoas especializadas nessas etapas, até por ser algo novo e que seria desenvolvido com o tempo.

Passados mais de trinta anos, essas sementes lançadas não produziram apenas novos grupos, mas também produtores e designers, que dão um colorido especial nos trabalhos das bandas, que também passaram a se preocupar com o todo, por meio de produtos caprichados e que dão gosto de ter em uma coleção. Exemplo seguido pelos paulistas do Individual.

Formado hoje por Marco Aurelio (voz e baixo), Carlos Deloss (guitarra), Vinicius Dias Bebeto (guitarra) e Fernando Tropz (bateria, ex-RavenLand),o quarteto faz bonito em seu primeiro EP, que recebe o nome de Worst Case Scenário.

Adeptos do technical death metal, o quarteto manda canções que privilegiam a intensidade, com poucos momentos agressivos e muita técnica. Técnica que neste caso funciona na música do grupo sem soar como aquelas videoaulas que muitos músicos colocam no Youtube.

O disquinho de cinco faixas possui uma excelente gravação, a cargo de Rafael Augusto Lopes (Imminent Attack, Fantasma), que prima pela nitidez e que assim, deixa que o ouvinte ouça todos os elementos presentes na música do quarteto.

Os destaques do trabalho ficam por conta da faixa que dá nome ao disco, The Synthetic Joy  e Blindfold, que começa bem intimista e vai ganhando peso, mas privilegiando o clima mais lento e soturno, com momentos quase progressivos.

Junto com a boa combinação de música e produção, temos um acabamento em digipack, feito no capricho e uma capa detalhada, a cargo de Gustavo Sazes. 

Pensamento e atitude vencedoras, de que sabe que os próximos passos serão ainda mais altos.

18 de setembro de 2015

PANZER: UM SHOW COMO ELE DEVE SER

Fidelidade é a característica marcante do primeiro DVD do grupo, "Louder Day After Day - Live Panzer Experience"

Por João Messias Jr.

Para muitos "véios" como este que escreve essas linhas, os verdadeiros discos ao vivo são aqueles que transmitem de fato o que aconteceu na gravação para o material. Como, Louder Day After Day - Live Panzer Experience, primeiro DVD dos thrashers do Panzer, lançado em 2015.

Fugindo do esquemão das superproduções límpísimas de hoje, Rafinha Moreira (voz), André Pars (guitarra), Rafael DM (baixo) e Edson Grasefi (bateria), apresentam de forma fiel o que rolou na apresentação realizada no dia 26 de abril de 2014, no tradicional Espaço Som.

Nada de músicos estáticos e cometários polidos, mas sim uma apresentação marcada pela descontração e muita música pesada em alto volume, num repertório marcante que, sem desmerecer a fase mais antiga, os destaques vão para os sons mais novos, como os já clássicos The Last Man on Earth, Rising e Burden of Proof.

Savior, que assim como no álbum Honor, contou com a participação de Silvano Aguilera (Woslom) é outro ponto alto do disquinho, além da execução das guitarras e bateras, principalmente a condução deste último, que foge dos triggers e nos remete aos saudosos malucos Cozy Powell  e Keith Moon.

Junto com a apresentação, o DVD, dono de um bom acabamento gráfico, tem como extras os vídeos da atual fase do grupo, além de um CD com o áudio do show, também recheado de bonus.

Agora vamos esperar pelos novos materiais do grupo, que três anos após seu retorno, vem brindando os fãs de música pesada com materiais no melhor do thrash/stoner.

19 de maio de 2015

FEARTONE: PESO E BRUTALIDADE

Quinteto paulista une raiva e a fúria do thrash  em novo trabalho, o EP Vicios

Por João Messias Jr.


Vícios
Divulgação
A fusão de thrash com grooves é uma faca de dois gumes, pois em boa parte dos casos, a música pode virar um amontoado de ruídos desconexos e gratuitos. Mas o quinteto formado por Roberto Soldera (voz), Fernando Roma (guitarra), Pedro Corrêa (guitarra), Renan Roma (baixo) possui talento em sua funções e felizmente temos um bom resultado no EP Vícios.

Composto das faixas Anônimo e Sermão, a primeira se destaca pela variação de vozes que transitam entre  limpas, rasgadas e abafadas, enquanto a seguinte pelos andamentos dissonantes e agressivos. Agregada a competência musical, o trabalho apresenta uma ótima gravação, a cargo de Adair Daufembach e uma capa que sintetiza bem a proposta musical do grupo.

Agora é esperar como essa fusão se sai num álbum completo.

4 de maio de 2015

NUESTRO ODIO: A PODRIDÃO BRASILEIRA CONTADA DE FORMA CRIATIVA

Banda agrega elementos inusitados em meio ao hardcore/metal no debut Terra de Santa Cruz

Por João Messias Jr.

Terra de Santa Cruz
Divulgação
Sabemos que a criatividade é a base para tudo, inclusive na música. Pois hoje já se falou em quase todos os temas possíveis nas mais variados estilos. Imagine falar da situação do nosso querido, amado e odiado Brasil sem soar clichê ou resmungão. Os caras do Nuestro Odio conseguiram exito na sua mistura de hardcore/metal, letras de protesto sem soar panfletário no debut Terra de Santa Cruz, lançado em 2014. 

Leonardo Ronqui (voz), Denis Alvim (guitarra), Tiago Rocha (baixo) e Leandro Oliveira (bateria) não reinventaram a roda, mas começam o disco assustando o ouvinte logo na abertura do disco. A faixa título,  é um samba das antigas que deixará os trues com a pulga atrás da orelha, que vale por quebrar certas regras. Mas  a partir de Desordem e Caos temos músicas pesadas, cadenciadas e ao mesmo tempo brutais, que entortam o pescoço e agrada os fãs de bandas como Pantera, Slayer, Sick of It All e Hatebreed. Seja nos grooves pesados de Sagaz, na pesadíssima Sangue no Olho e na variada Alma Corrompida, conhecida pelo vídeo que rola em redes como Youtube.

Outro destaque fica por conta dos devastadores riffs thrash de Por Um Deus, que ainda recebe linhas de guitarra não usuais. Narrações de políticos, personalidades da midia e televangelistas são outro atrativo do trabalho, que vem numa embalagem simples, em formato de envelope, com todas as informações necessárias, mostrando que a criatividade não ficou restrita as canções.

Fãs de porradaria, o Nuestro Odio é pra vocês!

PASSANDO A MENSAGEM

Com influências diversas, quarteto catarinense explora em suas letras a insatisfação contra o governo e corrupção Por João Messias Jr. As pr...