31 de julho de 2017

O LANCE FEITO DA FORMA CORRETA

DVD duplo reúne 32 bandas de diferentes estilos dentro do metal

Por João Messias Jr.

DVD Roadie Metal Vol 1
Divulgação
Por incrível que pareça, as coletâneas ainda são vistas por muitas pessoas como um balaio de gatos, onde fatores musicalidade e potencial não aparecerem de forma combinada, são o principal motivo de muitos não acreditarem neste tipo de trabalho.

Para que este tipo de negócio passe batido pela descrença é necessário um foco maior na qualidade musical, um projeto gráfico de primeira e talvez o maior atrativo: a condição de igualdade entre os grupos participantes.

Temos alguns exemplos que seguiram a risco como as coletâneas que as saudosas revistas Valhalla e Metal Mission fizeram num passado não tão distante. E em 2017 temos mais um nome de destaque para esta seleta lista: a Roadie Metal Vol 1, que reune 32 bandas em dois DVDs.

Mantendo o mesmo padrão gráfico dos CDs coletânea, o DVD vem com um excelente acabamento gráfico, com livreto e o mais importante: um encarte democratizado, onde TODAS as bandas entram com igualdade para conquistar o gosto de quem está do outro lado na poltrona.

A resenha de hoje será da primeira parte, cujo foco são as bandas mais extremas. E cumprindo com o quesito democracia, segue um vídeo a vídeo de cada uma das participantes:

Voodoopriest -  Juggernaut: Não havia melhor forma de se iniciar esse trabalho. Talvez a melhor banda de Death/Thrash nacional que aqui figura com um dos seus clássicos. Pesada, intensa e com uma linha pra cantar junto, perfeita para os palcos. Não é a toa que o vídeo foi gravado no Hangar 110. Outros destaques ficam pela dinâmica das guitarras, que fizeram a diferença aqui.

Tellus Terror - Bloody Vision:  Os cariocas mandam um Death/Black variado, com um excelente trabalho do vocalista Felipe Borges, que vai do operístico ao gutural, se saindo bem em ambos. O mais legal é que os integrantes da banda são os atores da película, num cenário totalmente dark, inspirado numa espécie de tribunal. Manteve o nível.

Death Chaos - House of Madness: Sangue e tortura são os ingredientes escolhidos por estes paranaenses. Num cenário onde prevalece por quase todo o tempo a banda ao vivo, com cenas isoladas de violência, se sairam bem com seu Death Metal agressivo e caótico.

Krucipha - Reason Lost: Se a sua praia for um Thrash cheio de groove com elementos da música brasileira, tai a banda. As cenas de cárcere privado mescladas com a banda em ação foram bem feitas, mostrando que não é necessário buscar banda gringa para curtir.

Division Hell - Bleeding Hate: Simples e bem feito. Com foco na performance com alguns efeitos aqui e ali, mostrou o poder do grupo nesta canção, cujo destaque ficam para os solos, que nos remete a referências como o Heavy Tradicional e a música clássica.

Tribal - Broken: Curiosa mistura de groove com climas minimalistas é a receita deste quarteto curitibano. Num vídeo que mostra a banda em ação mesclada a imagens que se passam por dentro do corpo humano. Trabalho bem feito, mas que dividirá opiniões.

No Trauma - Fuga: No esquema "quem sabe faz ao vivo", a banda optou por fazer uma gravação num espaço a céu aberto para que todos pudessem sacar o metalcore direto e reto praticado por eles.

Core Divider - No War: Pancadaria cheia de groove influenciada pelos momentos mais agressivos do Pantera. Formada por ex-integrantes da Skin Culture. A escuridão presente no video combinou com o clima de desespero emitido pelo grupo.

Monstractor - Immortal Blood: Taí uma banda que a galera deveria conhecer, graças ao seu Thrashão classudo com toques de Motorhead em mais uma película que tem como foco a performance.

Vorgok - Hunger: Esse grupo carioca tem tudo para ser a preferida dos thrashers. Formada por ex-integrantes de bandas como Explicit Hate e Necromancer, os caras chamam a atenção pela velocidade e coesão.

Heavenless - Hatred: Trio potiguar apresenta um Death Metal que bebe no lado tradicional do estilo. cujo vídeo tem como tema as atrocidades ocorridas pelo mundo, como a Ku Klux Klan e os ataques as mesquitas.

Matricidium - The Beating Never Stops: Aqueles que viveram o ápice das guerras entre as tribos urbanas sentirão arrepios ao assistirem este vídeo, embalado pelo metal da morte, muito bem executado pelo trio.

Forkill - Vendetta: Mais Thrash na área. O quarteto mete os pés no peito do ouvinte num cenário que mostra o verdadeiro lugar das bandas do estilo: o palco.

Ninetieth Storm - Death Before Dishonor: Sexteto capixaba aposta na agressividade do Deathcore e assim como a Heavenless, funde imagens de tragédias com a banda em ação.

Usina -  Destruição e Morte: Faixa título do mais novo trabalho do grupo, que mistura groove e extremo, que combinou com o roteiro, com um cenário inspirado no seriado "Oz".

Cursed Comment - Luftwalfe: Coube aos mineiros encerrarem essa primeira parte da coletânea com um vídeo simples, que capta cenas da banda ao vivo com o fundo os aviões alemães que destroçaram com tudo na segunda guerra mundial.

Apesar do foco no extremo, temos sons para todos os gostos e apesar do resultado não ser linear, temos aqui uma oportunidade de se conhecer bandas de forma justa e democrática.

Na próxima semana, a segunda parte do DVD.

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