Melodia, rispidez e passagens atmosféricas atingem ápice musical em novo trabalho do grupo
Por João Messias Jr,
Magna Adversia Divulgação |
Quem olha as fotos do experiente quinteto brasileiro, pode pensar
que estamos diante de um grupo tradicional de black metal. Impressão injusta, pois o que a banda que conta hoje com T. Sword (voz), Mantus (guitarra), Ristow (guitarra), Vulkan (baixo) e Abyssius (bateria) engloba diversos elementos do estilo. Desde a agressividade dos primórdios dos tempos de Venom e Mayhem até o lance pomposo que ficou popularizado por formações como Dimmu Borgir e Cradle of Filth.
Sem ser cópia de nenhum dos grupos citados acima, o quinteto atingiu seu ápice criativo, criando um instrumental denso e pesado e vocais que ficam entre a rispidez e o desespero. Características que por si gerariam tranquilamente um material interessante, mas temos mais. Melodias sinfônicas e soturnas agregam mais ao material, o tornando mais mórbido e melódico.
Todos os elementos citados aparecem logo de cara em Infidels. Interessante que essa combinação de nuances gera um ritmo denso e hipnótico, que nos faz querer saber o que virá pela frente. A seguinte, Axis, as guitarras soam como uma sinfonia, enquanto Heartless soa como um hino de guerra graças a levada marcial.
A Two-Way Path figura entre os pontos altos do disco, graças ao seu andamento lento e sinfônico que ganha partes doom.
Acha que ouviu tudo? Communion tem partes que combinam o atmosférico e o folk, assim como Now I Bleed. Já Porcelain Idols é intensa e forte como seu título, que não se faz necessária a tradução, que faz a ponte perfeita para a faixa de encerramento.
Com os teclados a frente, Magna Adversia combina o etéreo e o brutal com melodias grudentas com vocais desesperadores que ficaram ao fundo, dando o contraste e a beleza necessária para a coroação desse belo trabalho.
Muito bem produzido pela banda e co-produzido por Oystein G. Brun (Borknagar) e uma arte de impacto, feita por Marcelo Vasco (que é o próprio Mantus) são o complemento necessário que fazem deste trabalho um dos melhores álbuns de 2017.
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