Trio potiguar mostra que a região nordeste vai muito além do forró
Por João Messias Jr.
Whocantbenamed Divulgação |
É verdade que já faz algum tempo que temos música boa rolando por todos os cantos do país. Porém, não é de total erro vir na cabeça as características musicais que cada região brasileira apresenta. Conhecida pelos grandes grupos de axé e forró, a região Nordeste bravamente marca a sua resistência nesse cenário com muita coisa voltada ao rock/metal. Os mais velhos lembrarão de grupos seminais como Nephastus, Shock, Insanity e Mystifier.
Trilhando o caminho deixado pelos grupos acima, temos formações que mostram sangue nos olhos e aquela vontade de vencer. Como a galera da Heavenless. Rapaziada do Rio Grande do Norte que estreou ano passado com o debut Whocantbenamed. Trampo embalado por uma capa interessante, que mostra a morte e o sertão nordestino mescladas de forma homogênea. Ponto para a banda e o criador Hugo Silva.
Musicalmente o som do trio formado por Kalyl Lamarck (voz e baixo), Vinicius Martins (guitarra) e Vicente Andrade (bateria) tem predominância pelo death e thrash metal. Porém, uma audição detalhada mostra um grupo antenado com seu tempo, soando contemporâneo, graças aos elementos que vão do hardcore ao metalcore, além de uma guitarra bem timbrada, que carrega de forma sutil referências de grupos como Nação Zumbi e Sepultura.
Outro elemento marcante na música dos caras fica por conta dos climas doom, que dão aquela sensação de "crime perfeito", mostrando que encontraram seu estilo logo no primeiro trabalho. O que nos permite se deliciar ao som de pedradas como a faixa de abertura Enter Hades (cheia de groove), Hopeless (que deve funcionar muito bem nos shows) e The Reclaim, esta conhecida dos fãs graças ao seu vídeo disponível no Youtube.
Uncorrupted também chama atenção pelo ritmo quebrado e predominantemente thrash e Point-Black encerra de forma homogênea o disco.
Whocantbenamed confirma a tradição nordestina de seguir com grupos de nível alto, além de manter a resistência numa região que predominam os ritmos regionais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário