23 de setembro de 2013

JACKDEVIL: “NÃO TINHAMOS NOÇÃO DO QUANTO NOSSA BANDA ERA POPULAR EM SÃO PAULO”

Assim começa a nossa entrevista com o quarteto maranhense JackDevil. Da mesma forma que seu som, o quarteto formado por André Nadler (voz e guitarra), Ric Andrade (guitarra), Renato Speedwolf (baixo) e Filipe Stress (bateria) partiu para um giro de shows na capital paulista com o intuito de divulgar o som.

Nessa entrevista, a banda comenta o saldo final dessa tour, a cena do Maranhão, MOA e muito mais.

Confiram!

Texto: João Messias Jr.
Fotos: Divulgação

JackDevil
Divulgação
NEW HORIZONS ZINE: Rapaziada...vocês fizeram uma tour por São Paulo em agosto e tocaram em festivais como o Guaru Metal Fest. Qual o saldo que fizeram deste giro ao sudeste.
JackDevil: Foi excelente! Não tínhamos noção do quanto nossa banda era popular em São Paulo. Durante os shows sentimos a energia do público cantando e participando, fazendo o show junto com a banda. Logo de cara já recebemos diversos convites para regressar. Fizemos grandes amigos.

NHZ: São Paulo tem alguns lugares que chamam a atenção de qualquer banger do mundo, como a Galeria do Rock e as casas de shows que rolam as bandas gringas. Chegaram a visitar alguns desses pontos? O que acharam?
JD: Quando se viaja em turnê não se tem a oportunidade de conhecer quase nada, pois o tempo está sempre contado e geralmente nós dormimos bem pouco. Porém desta vez conseguimos conhecer a Galeria e demos um giro pela cidade de São Paulo. Porra, cidade do caralho.

NHZ: Agora conte-nos sobre a repercussão do novo trabalho, o EP “Faster than Evil”.
JD: O Faster é o trabalho atual da banda. Já está correndo a notícia de que vamos lançar nosso debut no começo do ano que vem, porém ainda estamos trabalhando na divulgação do Faster Than Evil, e isto permanecerá até o final deste ano de 2013. Já dissemos em muitas entrevistas do quanto gostamos deste EP e de sua importância para a Jackdevil. Tanto isso é verdade que estamos concluindo a edição do videoclipe da música Flashlights. 

NHZ: A banda é do Maranhão, conhecido como a terra do reggae. Mas, o estado  tem gerado ao mundo grandes nomes no rock/metal como Madame Caos, Gallo Azhuu, além de vocês. Além dos grupos, contem um pouco da cena: shows, público, sites, blogs.
JD: Um fato curioso sobre a cena maranhense é que apesar de ser conhecida como a terra do reggae, sempre existiram mais bandas de Metal! A Gallo Azhuu é uma banda formidável e tem todo merecimento pelo reconhecimento adquirido. A Royal Dogs, Tanatron e Fúria Louca são bandas que, ao meu ver, estão entre as melhores do Brasil e com este esquadrão de novas bandas eu concordo plenamente com o que o Tiago Guinevere ( baixista da Fúria Louca) costuma dizer: “ O Maranhão será um grande pólo do Heavy Metal”.

NHZ: Mas, além da música, o estado ficou marcado por causa do Metal Open Air, que infelizmente manchou a história dos festivais por aqui, por causa da desorganização e do cancelamento de diversas bandas. O que pensam sobre isso e se o estado possui condições para organizar um festival desse porte?
JD: Nós não gostamos de falar sobre o MOA. Não estávamos na organização e não temos nenhuma informação especial além das que foram veiculadas na mídia. O que posso falar é que tudo foi visto por uma ótica sensacionalista e eu acredito na possibilidade de um novo evento deste porte aqui em São Luís do Maranhão.

Faster than Evil
Divulgação
NHZ: A capa e embalagem do disquinho são muito bem feitos, parecendo que foram pensados para “receber” um LP. Há planos de fazer este trabalho em vinil?
JD: Boa a pergunta. Estamos pensando na possibilidade de relançamento do Faster Than Evil com nova capa e talvez músicas bônus. Muita gente não sabe, mas nós “jogamos fora” músicas pra poder gravar somente as cinco que entraram no EP. Porém, numa visão mais madura, percebemos que estas músicas são legais e fomos muito duros ao colocá-las de lado. Vamos gravá-las especialmente para integrar a nova versão do EP.

NHZ: Falando em vinil, o que pensam sobre o interesse do público por trabalhos deste formato?
JD: É notório que este formato vem tendo uma ascensão e hoje já tem seu espaço garantido em lojas e segmentos especializados. O fã de Heavy Metal mantém seu gosto peculiar por colecionar vinís e não demorará até nossa banda lançar neste formato. Outra novidade é que o Faster Tah Evil será lançado em fita na Grécia, provando que este resgate aos formatos antigos é uma realidade do mercado musical.

NHZ: Esse lado “vintage”, também é evidenciado no som, que possui muitas influências oitentistas, em especial do speed/heavy/thrash. Vocês conseguem explicar o porquê dessas referências e o que pensam sobre grupos que praticam um som mais moderno?
JD: Na real, fazemos o que gostamos. Nossa concepção de como a Jackdevil deve soar é desta maneira. Quem quiser fazer um som modernão, que o faça. O Público está curtindo e nós mais ainda. Vamos continuar assim, pois não devemos nada a ninguém e temos total controle sobre o direcionamento que nossa banda irá tomar.

NHZ: Músicas como Scream for Me e Bastards in the Guillotine são os destaques da bolachinha, e passam a impressão que foram feitas para serem executadas ao vivo. Como as pessoas reagem a esses sons nos shows?
JD: Bastards é o ponto alto do nosso show! A música é introduzida pelo solo do contrabaixo e causa toda uma expectativa no momento da execução ao vivo. Já a repercussão de  Scream For Me foi uma surpresa para a banda. Nós a compomos sem nenhuma expectativa, queríamos apenas soar como o Motörhead e acabou que ela se tornou uma das mais pedidas em rádios e nos shows!

JackDevil
Divulgação
NHZ: Além da adrenalina, essas canções possuem um nível técnico elevado, desde o uso das guitarras gêmeas, a bateria, que não fica a mercê da velocidade, além da alternância de passagens rápidas e lentas. Como músicos, qual a preocupação em fazer um som mais elaborado e quais os cuidados para que isso não se torne cansativo aos ouvintes?
JD: O processo de composição da Jackdevil é livre. Nós não nos vemos como uma banda técnica. Na verdade a gente ri bastante das bandas que querem soar com preciosismo instrumental e tudo mais. Outra, também não nos vemos como músicos e não nos adequamos a essa vida de estudos musicais. Tocamos Heavy Metal e pronto. O trabalho que fazemos é de entusiasmar as pessoas mais jovens para formar bandas de Metal, tocar mesmo, comprar seu instrumento e aceitar o desafio de ter uma banda. Queremos formar os guerreiros que vão segurar a cena quando estivermos velhos! Isso sim faz todo sentido pra gente. Eu e o Ric já estudamos música e desistimos por ser muito chato.

NHZ: Muito obrigado pela entrevista! Deixem uma mensagem aos leitores do NEW HORIZONS ZINE.
JD: Entrem em contato com a gente pelo Facebook e troquem uma ideia, sempre estamos dispostos a dar toda atenção que as pessoas merecem. È isso ae, obrigado pelo espaço e desculpa se algum palavrão ficou após a correção!

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