Evento, que contou com
as bandas Vulcano, Panzer, Executer, Kamboja e Fire Strike ainda brindou os
presentes com jams que tiveram a participação de músicos renomados da cena nacional
Texto e fotos: João
Messias Jr.
A mudança de local
Flavia (HellArise) e Rafael DM(Panzer) durante jam no Panzer Fest João Messias Jr. |
Além da amplitude, o local agora conta com um telão lateral em que antes e no intervalos dos shows, teve como trilhas os
clássicos do rock, com destaques para a exibição dos vídeos de grupos como
Badlands e Black Sabbath (fase Glenn Hugues).
Abertura alto astral
Fire Strike João Messias Jr. |
Se
quisesse ficar vendo vídeos, teria ficado em casa, então, vamos ao que interessa:
os shows. Contando com o mestre de cerimônias, Vinicius Neves (Stay Heavy) e sob
sua condução, ás 18h, subiu ao palco a primeira banda da noite, o Fire Strike. O
som e o visual dos músicos é totalmente inspirado nos anos 80, que assim como a
sua música, transita entre o true (menos) e o hard (mais).
Competente,
a banda é um exemplo a ser seguido, pois os músicos tocam com muito tesão e
isso refletiu no público, que acompanhou atentamente a apresentação da banda.
Formada por Heinrique Schuindt (guitarra), Hellywild (guitarra), Edivan Diamond
(baixo), Jean Praelli (bateria) e a bela Aline Nunes (voz) desfilaram canções
de seu EP, Lion and Tiger, com destaque
para os vocais altos e agudos e a transição entre metal tradicional, true e
hard, que teve como pontos altos as músicas Streets of Fire (mais hard rock),
Lion and Tiger, com backings poderosos, além da competente versão para
Screaming for Vengeance, do Judas Priest.
Uma
apresentação para elevar o astral.
Bola Fora
O
Kamboja era uma banda que eu estava ansioso para assistir. Às 18h50, o
quarteto
formado por Fábio Macarrão (voz), André Curci (guitarra, Threat e Statues of
Fire), Frank Gasparotto (baixo) e Paulão Thomaz (bateria, Baranga) iniciou seu show,
com um rock pesado e bem executado, com letras que alegrará os fãs de grupos
como Baranga e Velhas A diferença é que possuem um instrumental mais encorpado, baixo gordo e
um guitarrista diferenciado, como pudemos ver e ouvir em Acelerado, Dama da
Madrugada e Mentira, essa num pique a lá AC/DC.
Kamboja João Messias Jr. |
Só
que infelizmente o show não ficou restrito ao som. Visivelmente alterado, o
vocalista a cada música xingava a organização do evento, argumentando que
ensaiaram um set, mas que mudou por causa da desorganização que estava tendo no evento.
Até aí, tudo bem, mas o pior aconteceu quando Edu Lawless (Rock Express) foi ao
palco anunciar o lançamento do calendário das Metal Girls, quando o já citado
cantor não deixou o convidado falar, xingou as garotas, enfim, uma baixaria só. Uma
apresentação que ficou marcada pela euforia das músicas poderosas e a decepção,
pela atitude do músico.
Seguindo em Frente
Executer João Messias Jr. |
A
impressão que tive é de que graças à infelicidade ocorrida na apresentação do
Kamboja, as bandas tiveram uma única preocupação: detonar no palco. Assim
podemos definir a apresentação do quarteto Executer, que teve início às 19h45.
Juca (voz), Elias (guitarra), Paulo Castro (baixo) e Béba (bateria) mostraram que apesar de serem adeptos do thrash oitentista, o som da
banda não tem nada de datado ou cheiro de café requentado. A abertura com Inspiration
for Crime, do seu terceiro trabalho, Welcome to Your Hell, de 2006, mostrou
andamentos complexos e muito groove, mostrando o poder de fogo dos caras.
Mesmo
com o som oscilando na guitarra, os caras não arredaram o pé e brindaram os fãs
com sons como, And the Rottenness Goes On, Damn Speech
além de uma versão inspirada para Power Thrashing Death (Whiplash).
Infelizmente Rotten Authorities, faixa-título de seu primeiro disco, de 1991,
encerrou a apresentação. Taí uma banda que não posso ficar mais uma década sem
assistir.
Quem manda no palco
Assim
como o Executer, o Panzer subiu ao palco cheio de gás, mandando sons
com muita
energia. Last Man of Earth e Burden of Proof passaram o recado, com quatro
caras com energia, dessa forma, passando aos presentes que o evento tinha muito
que mostrar, no melhor do thrash/stoner.
Panzer João Messias Jr. |
A
formação atual é uma das melhores da história da banda. Os remanescentes André
Pars (guitarra) e Edson Graseffi (bateria) souberam escolher os integrantes.
Rafinha Moreira (voz) e Rafael DM (baixo) continuaram o legado passando muita
gana e vontade, algo fundamental para quem quer vencer, como podemos ouvir em
seu terceiro CD, Honor, que pode ser considerado o melhor disco.
Ainda
tinha mais. Savior contou com a participação de Silvano Aguilera (Woslom), com
seu vocal Bay Area fez contrapontos interessantes com Rafinha. Rising e Red
Days encerraram a apresentação da banda, que cumpriu sua missão.
A Lenda
Vulcano João Messias Jr. |
Infelizmente,
devido ao tempo, Total Destruição deu números finais a primeira parte do
evento, em que a banda saiu ovacionada. Merecido, pois finalmente as pessoas
estão valorizando a banda, que foi uma das primeiras a fazer metal em São
Paulo.
Ainda tinha mais
A
segunda parte do evento foi destinada as jams, que contaram com músicos
de
renomadas e novas como Vodoopriest, Anthares, Electric Age, Woslom, Exhort,
Panzer entre outras.
Edu Boccomino (Chaosfear) durante jam no Panzer Fest João Messias Jr. |
Walk
(Pantera), cantada por Rafinha Moreira, abriu as jams, que tiveram um clima
descontraído, fugindo daquele esquema engessado, que embora não tenha erros,
quebra a espontaneidade e que foi o diferencial nesse formato de apresentação.
Apesar
da execução de clássicos como The Ripper (Judas Priest) e Neon Nights (Black
Sabbath), os “lados B” foram os que chamaram a atenção, como I Wanna Be
Somebody (WASP, cantado por Flávia do HellArise), Dig Up Her Bones (cantada por
Diego do Anthares) e Mother (Danzig, que teve na voz, Roger Lombardi do Goatlove). Inusitadas e muito comemoradas por esse que escreve as
linhas desta resenha.
Infelizmente
Orgasmatron (Motorhead), que contou com Vinicius Neves em uma das seis cordas,
encerrou a festa, que contou com um bom púbico, mas longe do ideal, pois
somando as bandas e os convidados das jams, tinham os melhores músicos do metal
nacional e só isso era motivo para ter a casa cheia, visto que valor do
ingresso estava num ótimo preço.
Assim como o Live Metal Fest, o Panzer Fest merece vida longa, mas lembrem-se
que isso não é algo que dependa única e exclusivamente da organização.
Headbangers (valorizem mais sua cena), imprensa (não se restrinjam aos grandes
eventos) e bandas, vamos nos unir e fazer algo melhor, pois se por um lado,
estamos numa situação difícil, competindo com muitos eventos no mesmo dia, ao
mesmo tempo é fácil, pois está nas nossas mãos as ferramentas para virarmos
esse jogo.
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