Debut de grupo paulista
faz uma reverência ao período que para muitos foi o melhor e mais produtivo do
metal
Por
João Messias Jr.
Foram
nove anos de espera, mas que valeram a pena esperar! Fundado em
2004, o
quarteto atualmente formado por Sandro Maués (voz, Zênite), Nilão Bonebreaker
(baixo), Douglas Lima (guitarra) e Thiago Agressor (bateria e backing vocals)
passou quase uma década para conseguirem lancar seu debut, The Thrashing Force,
que como o título sugere é uma reverência a fase oitentista do thrash metal,
que para muitos, foi a melhor do estilo.
The Thrashing Force Divulgação |
Só
que aqui não tem nada de copiar e colar o som de bandas do passado, pois apesar
de tudo, o grupo tem muita personalidade e faz uma alquimia curiosa, pois os
vocais lembram Kreator, Onslaught (Sy Keeler) e Metal Church (David Wayne) e o
instrumental tem uma pegada mais brazuca mesmo, o que é surreal.
O
disco abre com a instrumental Trails of a Blood Storm, que prepara o ouvinte
para a paulada Peace in Pieces, que é um thrash crú, com bateria seca e
marcante. Alcoholic Madness possui vocais encarnados em Mille Petrozza e tem um
início e fim interessantes, com o abrir de uma bebida de sabor cevada que se
aprecia gelada. Electric Homicide é um dos pontos altos do disco, com riffs
cadenciados e passagens heavy tradicional, assim como a faixa que nomeia o grupo, pesada e um bom trabalho de backing vocals. Antes
de falar das outras músicas, temos que falar da capa, feita por Fernando Lima
(Drowned), que sintetiza muito bem a vibe do trabalho, que é curtir um bom
metal.
Voltando
as faixas, outra que se destaca é Emptiness, que reverencia os primórdios do
estilo, quando o mesmo era influenciado pelo rock and roll, lembrando grupos
como Raven e Anvil, mostrando a importância desses grupos na história do metal.
Só que o melhor ficou para o fim com Silent Desperation, que começa acústica e
depois ganha intensidade, descambando para o thrash e com backing vocals bem
encaixados. Aliás esse é um lado que a banda poderia explorar mais em futuros
trabalhos, pois os estilos se complementam e deixariam o som ainda melhor e
mais forte, principalmente ao vivo.
Mas
isso é apenas uma observação, pois o trabalho do quarteto é muito bom e mostra
que não é necessário produções plásticas e afinações baixas para fazer música
pesada, agressiva e de qualidade.
Com um som bacana desses, não podem ficar mais nove anos sem lançarem um novo trabalho, jamais!
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