A frase acima, dita pelo vocalista Cezar Girardi, da banda Higher
sintetiza bem o sentimento de um verdadeiro fã de heavy metal. Pois por mais
que estejamos inseridos em outras áreas, a paixão pelo estilo sempre fala mais
alto. A banda é fundada por Cesar e o guitarrista Gustavo Scaranelo (completam o grupo o guitarrista Felipe Martins, o baixista Will Costa e o baterista Pedro Rezende), músicos
com uma carreira de respeito no jazz e música instrumental, que entre uma pausa
aqui e ali, resolveram botar a paixão pra fora. Dessa paixão foi concebida um
disco que leva o nome do grupo, que agradará todos os fãs do estilo.
Em entrevista, o vocalista nos fala um pouco do trabalho, mudanças de
formação e o fim das atividades de um conhecido grupo nacional.
Por João Messias Jr.
Higher Divulgação |
A criação do grupo possui uma história interessante, pois alguns dos
músicos possuem uma carreira na música instrumental e brasileira, mas resolveram juntar força para realizarem uma motivação
dos tempos de adolescentes – uma banda de heavy metal. Como foram as etapas deste processo?
Cezar Girardi: Foi muito tranqüilo na verdade, pois nenhum dos integrantes havia parado de ouvir Heavy Metal. Claro que tivemos que mudar a forma de estudar nossos instrumentos, mas quando o metal está em nossas veias fica tudo muito mais prazeroso.
Cezar Girardi: Foi muito tranqüilo na verdade, pois nenhum dos integrantes havia parado de ouvir Heavy Metal. Claro que tivemos que mudar a forma de estudar nossos instrumentos, mas quando o metal está em nossas veias fica tudo muito mais prazeroso.
Quais as diferenças mais marcantes das cenas da música
instrumental/brasileira em relação a do metal?
Cezar - Sofremos hoje no país
um preconceito musical muito grande, então se você não for do estilo que vende
muito, você esta fora de moda. Por isso estes dois estilos têm a mesma dificuldade.
A banda lançou em 2014 o primeiro álbum
autointitulado. O que estão achando da repercussão do trabalho?
Cezar - Estamos muito
satisfeitos com a repercussão! Foi um grande orgulho os veículos especializados
gostarem do nosso debut. Recebemos muitos elogios, e também junto com os
elogios muitas críticas extremamente construtivas, que com certeza usaremos
para o nosso segundo álbum que já esta em processo de gravação/composição.
Higher (Gustavo e Cesar) Divulgação |
Lie, uma das faixas de divulgação se destaca por não ser daquelas faixas
aceleradas, mas concentrada no peso e cadência, além de um leve clima
épico, que também sintetiza o ouvinte o que ele escutará durante o trabalho. A
intenção de fazer um vídeo para esta canção foi justamente essa?
Cezar - Sim, apesar de que o
restante do álbum ainda guarda muitas surpresas!
Mas é um som que serve muito bem de cartão de visitas!
Apesar de ser um álbum voltado ao metal, é possível durante sua audição
ouvir flertes com outros estilos, como os arranjos barrocos de Climb the Hill.
Queria que nos contasse sobre a inserção desses elementos e o que os mesmos
agregam nas canções do grupo.
Cezar - É notório que somos
extremamente influenciados por vários estilos de música, e aproveitamos isso
para usar o que mais se adapta ao nosso trabalho, dentro da paixão maior que é,
e sempre será o METAL.
O lançamento do grupo foi realizando no Isis Bar, na capital paulista,
numa noite para imprensa e convidados, que contou com a
presença da banda e a audição do trabalho.
Para vocês, qual a importância destes eventos para uma banda em início de
trabalho?
Cezar - Foi extremamente
importante, pois conseguimos nos apresentar de uma forma mais informal, não com um release na mesa do jornalista, mas um aperto de mão e muita cerveja (risos). E principalmente no
nosso caso, primeiro disco, estávamos fora do cenário, precisávamos fazer esta
audição que realmente foi muito bacana.
Após o lançamento do debut, a banda integrou o guitarrista Felipe
Martins para dar mais força nas apresentações. Como tem sido a atuação do
músico e em que ele pode contribuir com o Higher no futuro?
Cezar - Com a entrada do Felipe, a nossa apresentação ao vivo ganhou muito!
Precisávamos da segunda guitarra, e o Felipe é um grande guitarrista, e por ser o mais novo da banda, tem uma outra forma de ver e ouvir o metal, ou seja, pontos de vistas diferentes
que com certeza nos ajudam no processo todo.
Recentemente o baixista Andres Zuñiga deixou o grupo, que recrutou Will Costa para o posto. O que aconteceu e o que o novo
músico trouxe de novidades ao som do grupo?
Cezar - Vivemos em um país
muito complicado para se viver de música. O Andrés recebeu uma ótima oferta
para trabalhar com uma grande artista do Brasil, e o Gustavo e Eu, mais do que depressa apoiamos a escolha do nosso amigo
Andrés Zúñiga. E com isso tivemos a sorte de encontrar outro grande músico e ser humano, o Will Costa. Ele veio por indicação do Felipe (nosso guitarrista). O Will rapidamente já entrou no clima da banda e já fizemos dois shows com o cara que manda muito.
Higher Divulgação |
Vocês têm realizando algumas apresentações pela capital e interior, tendo recentemente se apresentado com as bandas Primator e Attrachta. Isso me fez
refletir sobre a cena nacional, em que os fãs estão deixando cada vez mais de assistirem bandas independentes. Como encaram se apresentar em alguns casos para casas
vazias ou com pouca gente?
Cezar - Isso realmente é
preocupante! Mas, quando se sobe em um palco, a vontade de fazer um bom show e
a alegria de tocar seu trabalho faz com que você execute da melhor maneira e
nem se preocupe com a quantidade de pessoas que estão na plateia, pois as que
foram merece o nosso melhor!
Para terminar, recentemente, o DR. SIN, uma das bandas mais estáveis da cena nacional
anunciou que encerrará as atividades no fim
deste ano. Vocês pensam que a realidade da cena nacional contribuiu para que os músicos resolvessem tomar esta decisão?
Cezar - Grande perda para a música nacional com certeza! Uma carreira incrível, discos
maravilhosos, o DR SIN sempre será uma referencia pra todos nós.
Acredito que o término seja uma junção de várias coisas, acho que não
conseguiria apontar “um” motivo apenas para o término da banda. Mas acho que o cenário hoje deve ser um dos motivos.
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