“Quarteto mantém a tradição de não se repetir em seu novo álbum, O
5° dos Infernos”
Por João Messias Jr.
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O 5° dos Infernos Divulgação |
Só que as linhas acima não servem para a Baranga, que mesmo mantendo o estilo que a consagrou, em NENHUM momento soa como um pastiche de si mesma.
Neste seu quinto disco, Xande
(voz, guitarra e slide), Deca (guitarra), Soneca (baixo) e Paulão (bateria)
deixaram de lado a sonoridade mais moderna do trabalho anterior, o excelente O
Céu é o Hell para fazer algo mais crú e básico, rejuvenescendo seu som, o que
pode ser ouvido logo de cara pela produção de Heros Trench.
E como os caras são “macacos véios”, conseguem nos surpreender com alguns trunfos na manga, que se
fossem uma receita teriam os seguintes ingredientes: rocks dos 50/60, a busca
dos primórdios do heavy nacional e (claro), letras polêmicas.
O lado dos 50/60 já se percebe em
Até a Cidade Acordar (ótimos duetos), Três Oitão, a grudenta México é Demais e
a faixa título, essa chega a lembrar muito o mestre Elvis Presley. Já os
primórdios do heavy vem logo na abertura com Chute na Cara, Cachaça em Ação
e Diabo, Teu Nome é Mulher. Em ambos os
direcionamentos impressiona as seis cordas de Xande e Deca, que além do
trabalho primoroso, são deliciosas de se ouvir, me fazendo pensar que esses
sons poderiam estar em qualquer um da série Guitar Hero.
Só que aqui também temos um “filho bastardo", que atende pelo nome de Limpa
Trilho. Este som vai mais para o hard rock, com batidas contagiantes de bateria
e baixão gorduroso com uma letra que é puro rock and roll. Aliás, letras nesse estilo passeiam por
quase todo o disco.
Quase, pois lembram da (s)
polêmica (s) que eu disse linhas acima? Elas respondem por Menina de 16 e T.V.
Assassina. De forma passional, a primeira pode soar como um incentivo a
pedofilia, mas prestando atenção, ela apenas “alerta” os cuidados que os
marmanjos devem ter ao mexer com as ninfetas. Já na segunda, os caras falam das
pérolas de algumas emissoras de televisão.
Para levar o ouvinte ao delírio,
a banda encerra de forma sublime com a arrastada Até Morrer, que cujo ritmo faz
uma alusão a um famoso quarteto de Birmingham que em breve estará em terras
brasileiras.
Garanto para vocês que ouvir O 5°
dos Infernos é tão prazeroso quanto saborear sua bebida favorita, no meu caso,
um cafezinho coado na hora.
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