"Banda funde pegada rock com levadas pop regadas à letras introspectivas"
Por João Messias Jr.
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Violéte Divulgação |
Para saber se uma música é boa
não é necessário avaliar a qualidade da gravação e o nível dos músicos, mas sim
se a mesma te toca ou desperta sentimentos como raiva, choro, angústia,
felicidade ou mesmo te levar a reflexão.
Esse último é uma constante que
tenho toda vez que escuto o EP Somos o que Éramos, do Violéte. O quarteto,
formado na época por Midi (voz), Tiago de Paula (guitarra), Bruna Daniele
(baixo) e Caio Silva (bateria, substituído por Gabriel Diego), mostra que além do som bom, possui conteúdo.
Como são jovens, as letras
passeiam pelas angústias que todos temos quando estamos nessa fase, as
decepções com nossos ídolos, ansiedade, inseguranças, mas tudo de forma madura,
como em A Pressa
“Eu enlouqueço se tento calcular daqui ao fim/E permaneço no descaso de deixar
o tempo assim/Ele não merece tanta teima, regulagem, olha aqui: - É só
relógio/Não é o tempo que realmente mora aí.
No segundo parágrafo disse do som
bom né? Pois é, utilizando a pegada do rock com as levadas do pop eles conseguiram fazer um trabalho quase homogêneo, que possui como destaques além
das já citadas letras a contagiante Linha de Intenção, que tem uma linha “pra
cantar junto” com um baixo bem marcado. Melodia Infinita é uma balada que conta
com um belo dueto de Midi e Tiago. Já Gritos, Instintos e Limitações começa numa
linha mais soul e depois fundem pop, rock e ska de forma uniforme. Só que a melhor é Voz Baixa, graças à sua levada densa.
Em resumo, os caras (e as meninas)
te conquistam sem muito esforço, basta que você esteja aberto para ouvir um bom rock,
independente dos inúmeros rótulos existentes hoje em dia.
Essas linhas também são a minha singela
homenagem para a banda e a sua vocalista, Midi, que infelizmente teve que nos deixar
tão cedo.
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