29 de agosto de 2013

ROCK IN RUA: SIMPLESMENTE ROCK

“Oitava edição de retorno mantém variedade de vertentes rockeiras com shows das bandas Sol de Papel, FDR, Instinto, Necromesis e Salário Mínimo”

Texto: João Messias Jr.
Fotos: Anderson Pedro

Sol de Papel
Foto: Anderson Pedro
O último domingo de agosto (25) foi mais uma data marcada pelas diversas apresentações pelo ABC e São Paulo (Soufly, Angra, Saturn, entre outros) e depois do público frustrante dos shows de metal no Aniversário de São Bernardo, confesso que as minhas expectativas não eram nada boas com relação á oitava edição do Rock in Rua.

O evento, realizado em frente ao Vol. 4 Rock Bar, conhecido como Bar do Carlão contou com uma boa estrutura e apresentações dos grupos Sol de Papel, FDR, Instinto, Necromesis e Salário Mínimo.

As apresentações começaram às 14h20 com a banda Sol de Papel. O quinteto formado por Pedro Rubiani (voz), Rodrigo Galvão e Luiz Camata (guitarras), Bruno Pessoti (baixo) e Gustavo Pupo (bateria) faz um rock and roll variado, que carrega influências dos anos 60, com destaque para as melodias limpas e sofisticadas da dupla das seis cordas. Algumas músicas que chamaram a atenção foram Talvez e Um Pouco de Alma. Um grupo que merece ser conhecido.

FDR
Foto: Anderson Pedro
A segunda banda do dia foi o FDR (Fênix Dreamer). O quarteto chama a atenção pelo nível elevado dos músicos, principalmente o do guitarrista/vocalista Diego Schubert e do baterista/vocalista Felipe Schubert, que possuem um nível musical privilegiado. A banda mandou músicas próprias como Força de Uma Nação, Provas e Batalhas e Reação de Risco, além de covers competentes para  Jump (Van Halen) e Kashmir (Led Zeppelin). 

Mas foram nas versões que a banda deu algumas escorregadas, como em Enter Sandman (Metallica) e Man In The Box (Alice In Chains). Por serem tão bons, poderiam ter feito um show com mais sons próprios.

Instinto
Foto: Anderson Pedro
Já com um bom público, às 16h30, o quinteto Instinto subiu ao palco. Com um visual que nos remete aos grupos grunge e stoner, Thiago Consani (voz), Pedro Marcon e Nobru Bueno (guitarras), Bruno Martins (baixo) e Julio Carvalhal (bateria), apresentou sons de seus dois trabalhos: o álbum Máquina de Pecados e o EP Origem.

A faixa título do CD é empolgante e tem tudo para agradar fãs de grupos como Kiara Rocks, assim como Manipulação e a swingada Mal Necessário. Assim como o pessoal do FDR, poderiam ter investido mais em canções autorais, embora tivessem mandado versões competentes para Sweet Home Alabama (Lynyrd Skynyrd) e Highway to Hell (AC/DC).

A hora do metal

Necromesis
Foto: Anderson Pedro
Depois de passear por estilos mais “calmos”, era a hora do metal. E quem deu boas vindas ao estilo foi o quarteto Necromesis. Mayara Puertas (voz), Daniel Curtolo (guitarra/voz), Gustavo Marabiza (baixo) e Gil Oliveira (bateria) enterraram de vez as desconfianças quanto ao seu futuro. Podemos dizer que a banda hoje está “MUITO BEM, OBRIGADO”. 

Com uma performance inspirada da linha de frente, comandados pelos berros e urros de Mayara, a banda desfilou o material dos seus dois trabalhos, o EP Evolving to an Underworld e a demo The Dark Works of Art, com destaque para The Dark Works of Art, Unlives As Undeads e Demonic Source, que encerrou o show. Para quem conhecia a banda de outros tempos, vale lembrar que o technical death metal com doses thrash está lá, mas com contornos mais brutais (voz) e progressivos (baixo).

Salário Mínimo
Foto: Anderson Pedro
O encerramento da noite ficou por conta do Salário Mínimo. Já se passavam das 19h quando China Lee (voz), Daniel Beretta e Junior Muzilli (guitarras), Diego Lessa (baixo) e Marcelo Campos (bateria, Trayce) mostraram o porquê de serem reverenciados como um dos grandes nomes do hard/heavy nacional, o que foi evidenciado logo nas primeiras notas de Eu Não Quero Querer Mais, composição do segundo trabalho, Simplesmente Rock, de 2009, principalmente pelas guitarras grudentas e seu refrão, que lembram os hinos das torcidas de futebol.

Mas o público, que já estava em ótimo número, queria ouvir sons dos anos 80. E eles foram premiados com Beijo Fatal e Dama da Noite do debut, Beijo Fatal, de 1987. Só essa trinca valeu a apresentação, pois a banda é muito forte ao vivo, principalmente China Lee, que mesmo aos 30 anos de carreira, não está enganando nos agudos (viu Bruce Dickinson).

Salário, Carlão e  bandeira da Lusa
Foto: Anderson Pedro
Em Sofrer, China estendeu a bandeira da Portuguesa, clube paulista que disputa a primeira divisão nacional. E o cantor aproveitou o gancho para comparar a Lusa e o rock, que possuem poucos, mas fiéis seguidores.

Só que o público queria rock. Daí,  mandaram uma versão para Sociedade Alternativa (Raul Seixas), que ficou com a cara da banda, Delírio Estelar, de 1984, da coletânea SP Metal, regravada em Simplesmente Rock. Essa canção foi dedicada a Beto Peninha, locutor do saudoso programa Sessão Rocambole, da 97FM. Infelizmente o show estava no fim e a banda mandou Doce Vingança, Jogos de Guerra e Cabeça Metal. Uma ótima apresentação e mais um sonho realizado.

Parabéns para todos os organizadores, que dessa forma, transmitem cultura à população por meio desse tal de rock and roll, que mesmo sendo um senhor com mais de 60 anos, continua arrastando multidões e multidões de camisas pretas.

2 comentários:

Pedro disse...

Valeu pela resenha, João! Saímos de Ribeirão Preto pra tocar em um lugar novo, só música autoral, e é legal ver que esse impulso é reconhecido. Grande abraço!

Lady lilith disse...

Como assim ''Público frustante'' no aniversario de são bernardo ?

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