10 de março de 2014

BIOFACE: "A VANTAGEM DE LANÇAR UM TRABALHO INDEPENDENTE É NÃO FICAR PRESO A MODAS"

São onze anos de estrada, dois CDs demos, uma coletânea e um álbum oficial auto-intitulado lançado em 2013, essa é a trajetóriado  Bioface. Do ABC paulista, o quarteto formado por Régis Carbéx (voz), Marcelo Antônio (guitarra), Marco Aurélio Chileno (baixo) e Maikon Queiroz (bateria) chama a atenção pela mescla de thrash metal com hardcore, com arranjos simples e bem sacados e vocalizações que não pendem para a gritaria explícita. Nessa entrevista feita com a banda, eles nos falam um pouco da cena aqui no ABC, repercussão do trabalho e planos futuros.

Por João Messias Jr.
Fotos: Divulgação (Capa) e Pri Secco (banda)

Bioface
Pri Secco
NEW HORIZONS ZINE: Como está a repercussão e divulgação do primeiro álbum da banda?
Bioface: A repercussão do CD tem sido muito boa. Tivermos boas notas nos diversos sites especializados que avaliaram o nosso trabalho e recebemos muitos elogios de quem ouviu o álbum ou assistiu o clipe da musica “Corrosão”.

NHZ: A banda optou por lança-lo de maneira independente. Quais os prós e contras de lançarem nessa forma e o que estão achando da experiência?
Bioface: A vantagem de lançar um trabalho independente é não ficar preso a “modas” que ás vezes as gravadoras impõem, devido a influencia de alguma banda que esteja fazendo sucesso e também, ficamos livres para nos expressar como realmente queremos. O lado negativo é que a distribuição, divulgação e a veiculação na mídia acaba sendo prejudicada, por não termos os mesmo recursos financeiros para fazer um investimento semelhante ao das gravadoras.

NHZ: Além do disco em si, a banda está promovendo o vídeo da música Corrosão. Como estão os acessos e o que esse tipo de ferramenta ajuda na promoção da banda?
Bioface: Desde o primeiro dia a quantidade de acessos superou as nossas expectativas. Vimos nas redes sociais muitos compartilhamentos do vídeo seguido de várias curtidas. Nos dias atuais a internet se tornou uma mídia alternativa de alto contato com o público alvo e muito mais barato que a mídia tradicional, devido a isso, ajuda á aliviar nas dificuldades da divulgação de um CD independente.   

Bioface
Divulgação
NHZ: Interessante é que o trabalho contou com a participação de músicos de renome da cena, como Marcelo D'Castro (Necromancia), Sammliz Samm (Madame Saatan), André Alves (Statues of Fire) e Gepeto (Ação Direta). Como pintou a oportunidade e o que acharam do resultado final?
Bioface: Desde o inicio do projeto, tínhamos em mente chamar alguns músicos que fizessem parte do cenário e que já tivessem dividido o palco conosco. Convidamos um por um e todos prontamente toparam. O resultado foi muito bom, pois cada um contribuiu com um pouco da cara da sua banda e o CD ficou com uma sonoridade muito legal.

NHZ: A banda participou de eventos importantes como as edições de metal do aniversário de São Bernardo em 2013 e a recente edição do Rock in Rua, em janeiro deste ano. Estes são festivais realizados pelas prefeituras, que oferecem grande estrutura e não cobram ingresso para a população. Para vocês, qual a importância desse tipo de show, tanto para a banda como para o público.
Bioface: Podemos dizer que os eventos realizados pelas prefeituras de São Bernardo do Campo e Santo André são importantes para a sobrevivência do cenário musical. Ela leva gratuitamente shows de músicos consagrados para localidades que o público raramente poderia ver ou pagar pelo show e ao mesmo tempo promove novas bandas que ainda estão buscando seu espaço. Desta forma, todos saem ganhando.

NHZ: Ainda falando sobre shows, infelizmente, salvo raras exceções, a maioria dos eventos destinados a música autoral contam com pouco público, que preferem prestigiar bandas cover ou investir o dinheiro em apresentações de grupos internacionais. O que pensam disso e se há alguma medida para combater esse problema?
Bioface: É uma situação complicada, pode-se dizer que é um conflito de interesses. De um lado temos o produtor musical, que tende a buscar atrações que dê  retorno garantido. Por outro lado, temos bandas que buscam o seu espaço e no meio o público que é livre para assistir o que quiser.  Pensamos que a solução ideal seria a mescla destes interesses com shows de bandas cover junto com bandas independentes e bandas internacionais com bandas nacionais. Mas a realidade não é bem assim, temos espaços que só permitem banda cover, mas que não repassam um centavo ao ECAD (órgão responsável pelo repasse dos diretos autorais aos artistas que possuem tem os diretos sobre as musicas executadas e temos alguns produtores de shows que só colocam bandas nacionais para abrir os shows de bandas gringas mediante  o pagamento de valores, muitas vezes salgados.

NHZ: Para encerrar, a banda vem tocando uma música inédita, chamada En Theos. Baseado nessa música, podemos esperar um novo lançamento do Bioface neste ano?
Bioface: A En Theos foi a nossa 1º composição para o nosso novo CD e nela buscamos incorporar novos elementos em nossa música. Estamos fazendo sons mais trampados e com bastante energia. Na En Theos procuramos adicionar um pouco de suspense neste musica.
           
NHZ: Muito obrigado pela entrevista, deixem uma mensagem aos leitores desta publicação?
Bioface: Nós que agradecemos pela oportunidade. Quem quiser conhecer melhor o Bioface, podem visitar o nosso site ou entrar no perfil da banda nas redes sociais.

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