Trio baiano foi a
apresentação principal no aniversário da rádio Exmera, que também contou com a
participação dos grupos Sardonic Impious, Ocultan, Sodomizer e Justabeli
Texto
e fotos: João Messias Jr.
Mystifier João Messias Jr. |
Algumas
bandas são fundamentais para a história do metal e no segmento do segmento
obscuro é a banda baiana Mystifier. Com 25 anos de estrada e álbuns
obrigatórios como Wicca e Goetia, o hoje trio, que tem como figura o guitarrista
Beelzeebubth está em São Paulo para uma maratona de shows que envolve a capital
e interior. A apresentação que será comentada aqui será a que ocorreu no último
sábado (15), na Fofinho Rock Bar, organizada pela Avengers Produções, além de
ser o aniversário da Rádio Exmera. Junto da atração principal, a noite contou com quatro nomes conceituados da cena
nacional: Sardonic Impious, Ocultan, Sodomizer e Justabeli.
Justabeli João Messias Jr. |
Sob uma chuva torrencial que caia pelos lados do Belém e Tatuapé, que
infelizmente caia dentro da casa (inclusive no palco), ás 23h, o Justabeli deu
início a maratona de shows dessa histórica noite. Estreando a nova formação com
o guitarrista Victor Próspero (Seventh Seal), o trio chamou a atenção logo de
cara com fitas camufladas sob a bateria, o que simbolizou o que os presentes
que já entravam na casa iriam ver: uma mescla honesta de speed, black e death
metal oitentista. Após uma intro “para entrar no clima”, os caras mandaram Die
in the War e Massacre of the Crusades, essa última chamou a atenção pelas
passagens longas e empolgantes. Já em Grito de Guerra as vozes divididas entre
W. Feres (berrado) e Victor (gutural) mostraram um diferencial das formações
anteriores do grupo. Além da banda estar mais compacta, o que deixa o som ainda
mais forte e intenso. Como a banda teve meia hora de set, Satan’s Whore e Hell
War encerraram a primeira atração da festa. Vamos torcer para que venha um novo
trabalho tão poderoso como foi à apresentação.
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Sodomizer João Messias Jr. |
Era
quase meia-noite quando o Sodomizer deu início ao seu set. Igualmente
oitentista, mas caindo mais para o speed metal, com músicas longas, trabalhadas
e com riffs puramente oitentistas, que alegrarão os trues. O trio formado por Warlock
(voz e guitarra), Leatherface (baixo e backing vocals) e Incitatus (bateria).
Assim como eu disse do Justabeli, os caras sabem como fazer um som cheio e
intenso com três integrantes, como uma orquestra, o que digamos, não é para
qualquer um, como na abertura com Let Satan Take Your Soul. Bring Your Dead
chamou a atenção por alguns motivos: por ser dedicada ao pessoal do Mystifier,
pelo baixo soar como um trovão, de tão pesado e (negativamente) por problemas
na caixa de bateria. Mas a banda foi profissional e com o problema sanado,
executaram a canção de onde pararam. Night of the Witch, o dono dos graves
colocou uma máscara e além desse detalhe, destaca-se pelas vozes cruas. A
saideira, Cenobites, contou com a participação de Fausto (Nightmare) nos
backing vocals, coroando de forma (bem) positiva o show.
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Ocultan João Messias Jr. |
Sob
um manto negro, colar com símbolos afros e um tridente, Count Imperium sobe ao
palco e marca o começo da apresentação do Ocultan. Com 20 anos de estrada e que
além do vocalista, contam hoje com Lady of Blood (guitarra), Magnus Hellcaller
(baixo) e Malus (bateria), provaram ser um dos grandes nomes do black metal
nacional, graças ao ritmo hipnótico, denso e ao mesmo tempo crú de suas
canções. Privilegiando seu último trabalho, Shadows From Beyond, de 2013, os
caras mostraram canções densas e hipnóticas, como Fúnebre e Morto e Enterrado,
do citado disco. O vocalista, dono de uma postura firme e (porque não)
assustadora não deixava de agradecer aos presentes, que já lotavam o espaço.
Com uma atuação segura, os caras passearam pela sua carreira em sons como O Caixão,
O Triunfo da Escuridão, O Orgulhoso Exu Beelzebuth e For the Supreme Occult,
que após seu encerramento, a banda ouviu os headbangers gritarem o nome da
banda, algo que vale muito.
Sardonic Impious João Messias Jr. |
O quinteto chama a atenção pelas canções bem trabalhadas e por um vocal de comando. Radael sabe como comandar o público, graças a postura intimidadora, como no hino de guerra Apocalypse 666. Baphomet é outra que se destaca, pela intro melódica e vocais lentos e tétricos, além do trabalho de bateria diferenciado. Missa Negra, conhecida dos presentes foi a última dos caras. Ao lado do Miasthenia e Murder Rape podem ser consideradas uma das bandas mais talentosas do estilo.
Mystifier João Messias Jr. |
Uma noite que ninguém teve do que reclamar, a pois casa estava cheia, todos os grupos são musicalmente muito bons (alguns excelentes), a organização foi boa e o até o que poderia atrapalhar acabou não acontecendo, pois a chuva deu uma trégua, e desse forma não teve como alagar a pista e o palco, como pudemos ver na apresentação do Justabeli. E que venham os próximos!
Um comentário:
salve o metal negro nacional sempre!
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